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História Destino - Capítulo Nove


Escrita por: BluePuddin

Capítulo 9 - Capítulo Nove


-E se eu dissesse que sonhei com você me pedindo em casamento? – Falei mordendo o picolé que ele comprou pra mim.
-Por isso sua cara quando falei da praia?
-Você me lê muito bem. – Resmunguei. Ele riu.
-Temos uma conexão sabe?
-Imagino. – Tirei o celular do bolso pra checar as horas, quase surtando ao ver que já era quase dez horas.
-Temos que voltar?
-Pode ser, uma hora ou outra vamos ter que enfrentar meu irmão, então que se foda, vamos logo. – Ele riu da minha atitude, como se fosse a primeira vez que via uma garota falar “que se foda” pra algo assim.
-Então vamos. – Dei meia volta e ele me acompanhou. Quando chegamos em casa, estava tudo quieto. Talvez quieto demais. Meu celular apitou.
-Minha irmã acabou de mandar mensagem falando que saíram pra jantar, olha que lindo! – Tirei a sapatilha, andando descalça pela grama do jardim até a porta. – Sendo quarta, hoje tem futebol na tv.
-Não gosto de futebol. – Sorri, abrindo a porta.
-Ótimo, então assistimos outra coisa. – Esperei que algo fosse jogado pra fora, ou um balde de alguma coisa caísse, mas nada aconteceu, aparentemente a casa estava vazia, a não ser por Natasha e Clint. Isso até eu ouvir alguma coisa.
Não liguei a luz, puxei Jason e o joguei no sofá, tirando minha jaqueta em seguida. O barulho se repetiu. Fui até o som da sala, ainda com as sapatilhas na mão, e me virei de uma vez, jogando uma no local de onde veio aquele barulho. Alguém gemeu. Joguei a outra. A pessoa saiu do escuro e ligou a luz. Era o idiota do meu irmão.
-Obrigado pela sapatada. – Reclamou me jogando o par de volta.
-Obrigada por me tratar como uma criança. – Retruquei irritada. Jason não estava entendendo nada.
-Como sabia que ele estava ali? – Perguntou me encarando.
-Eu o ouvi, de que outra maneira saberia? Não adiantaria ligar a luz porque ele se esconderia. – Respondi cruzando os braços, ainda tentando raciocinar o que se passava na cabeça desse ser que se dizia meu irmão. – Isso tudo porque ele ainda não consegue acreditar que você não é como o Aaron. – Rosnei. Jason o encarou levemente irritado.
-Não, se ele fosse como o Aaron, teria pegado cada uma das garotas da festa. – Sorri de canto. – Que ele não é como o irmão eu já tinha percebido depois disso.
-Então qual o seu problema Robert?
-Você é minha irmã porra! Realmente acha que vou te deixar solta por aí? – Arqueei a sobrancelha. – Desculpa, não era isso que eu queria dizer.
-Mas foi o que disse.
-O que eu quero dizer é que você é a única que eu ainda posso mimar um pouco, Laurie já tem uma filha, como posso bancar o irmão super protetor com ela? Passamos tantos anos separados, me deixa ser chato só um pouco! – Fiquei o encarando sem saber o que fazer.
-Seu “pouco” já passou por muito tempo. – Falei de uma vez. – Além disso, você tem um jantar pra ir com os seus amigos. – Robert encolheu os ombros e se aproximou, me abraçando.
-Desculpa Abby.
-Eu não vou ser uma garotinha pra sempre. – Ele me soltou, suspirando. – Agora vai, antes que a bronca sobre pra gente.
-Juízo vocês dois! – Falou já saindo. Ri, me jogando no sofá.
-As vezes parece que a criança é ele.
-Por que parece que ninguém confia em mim? – Engoli em seco.
-Eu confio. – Respondi apertando sua mão. – Mille também, Laurie te adora, Paul é um chato, mas ele não faria nada pra te ofender, você viu como ele agiu ontem. O problema de Robert era comigo, não com você. – Jason me abraçou forte, respirando fundo. – Não precisamos morrer um pelo outro dessa vez... – Sussurrei.
-Fala como se fossemos Romeu e Julieta. – Respondeu rindo. Sorri.
-Não precisa se importar se eles confiam em você ou não okay? Uma vez alguém me disse que se uma pessoa te ama, e o resto do mundo te odeia, você deve lutar pela pessoa que te ama.
-Foi você que fez isso não foi? – Parei pra pensar.
-Devo ter tido alguma base, mas não é nada pra se preocupar tá?
-Quero que vá pra casa comigo depois da cerimônia. – Estranhei.
-O que quer dizer?
-Depois da cerimônia, quero que vá pra casa comigo, pra minha casa, quero que conheça minha família. - Engoli em seco. – Você vai entender o porquê no mesmo dia, não se preocupe.
-E se eles não gostarem de mim? – Sussurrei.
-Uma vez alguém me disse que se uma pessoa te ama, e o resto do mundo te odeia, você deve lutar pela pessoa que te ama. – Mordi o lábio pra não lhe bater.
-Dê me os créditos!
-Por Abby Gardner. – Acrescentou. Sorri, jogando a cabeça pra trás em seguida.
-Vai ser um prazer ir conhecer seus pais depois que meu irmão se casar. – Beijei sua bochecha. – Mas você não acha que Aaron pode ter tomado jeito?
-Vai defender meu irmão agora? – Ele perguntou sério. Mordi o lábio.
-Eu costumo ver sempre um lado bom nas pessoas... – Sussurrei desviando o olhar.
-Desculpa... Eu fui rude. – Neguei com a cabeça.
-Acontece. – Respirei fundo. – Só acho que ele merecia uma chance, não sabemos o que aconteceu. – Ele desviou o olhar, apertando minha mão.
-Só você pra me fazer querer ajudar meu irmão. – Ri.
-Se não fosse ele, eu não teria te conhecido, devo uma a ele. – Jason riu.
-Devemos.
-Vou fazer alguma coisa pra gente comer. – Falei me levantando.
-Brigadeiro? – Segurei o riso.
-Sabe que por pouco não queimou minha coxa né? – Ele riu.
-Suas costas ainda estão doendo?
-Não gosto de massagem. – Falei logo, indo pra cozinha.
-Que tipo de criatura é você? – Perguntou me seguindo. Ri.
-Meus músculos são muito tensos, ao invés de ajudar a relaxar, me machuca. – Expliquei enquanto procurava alguma coisa na geladeira, seguindo pro armário. – Vou fazer macarrão. – Ele sorriu malicioso. – Para! – Falei rindo.
-Tá, vou ficar quieto! – Levantou as mãos em sinal de rendição e se sentou. Peguei o pacote de macarrão e coloquei a água pra ferver, pegando os outros temperos enquanto isso.
Quase uma hora depois estava pronto. Como éramos só dois, fazer o pacote todo parecia muito, mas pelo jeito era quase pouco porque Jason comeu bastante.
-Vai ficar chateada se eu disser que você é pra casar?
-Não se for com você. – Ele riu.
-Não gosto desse tipo de comentário, mas isso tá ótimo! – Sorri.
-Obrigada!
De repente, enquanto eu lavava a louça, Jason ficou pensativo. Parecia chateado com alguma coisa.
-O que foi?
-Meus tios morreram há alguns dias, meu primo tá lá em casa, praticamente inconsolável, mal para em casa, só fica com os amigos... Eu queria tanto poder ajudar...
-Talvez eu possa. – Ele me olhou cheio de expectativa. – Vamos pra lá no domingo, chegamos segunda de manhã, eu posso tentar falar com ele!
-Ele tem dezessete anos Abby. – Sorri.
-A vida não espera que tenhamos idade o suficiente pra nada, simplesmente nos joga o que temos que aprender e nós temos que nos virar! Sou três anos mais velha, qual a diferença? Acha que tenho a mentalidade de metade dos adultos por aí? Eu sei o que ele precisa ouvir, porque eu já precisei! – Falei, respirando fundo. – E se eu puder mesmo ajudar esse garoto, eu vou ajudar. – Declarei.



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