História Destino incerto - Cinema

A aula acabou e Garfield me deixou em casa dizendo que passava pra me buscar em duas horas, eu não curto muito ir ao shopping, mas a Kori e a Tara insistiram muito e o Garfield disse que precisávamos muito ver um filme que tinha lançado essa semana. Eu estava super ansiosa por que ainda não tinha tido noticias da investigação do Batman, mas também não tinha motivos para ligar, então achei melhor aproveitar o dia com eles e distrair a cabeça.

Larguei minha bolsa no sofá e fui pro quarto, separar uma roupa pra vestir e tomar um banho. Eu precisava muito relaxar e sair com o Garfield ia me ajudar muito nisso, não sei como, mas ele conseguia me fazer sentir protegida e feliz. Ficar pensando nele enquanto sentia a água quente do chuveiro escorrendo pelo meu corpo estava fazendo o oposto de me tranqüilizar, eu só conseguia lembrar do beijo dele e da sensação das mãos dele no meu corpo, ouvi um barulho na sala e sorri ao perceber o descontrole que ele provocava em mim, por mais que eu saiba que preciso manter minhas emoções sobre controle o que ele provoca em mim é algo tão bom. Mudei a temperatura da água pra gelada e isso me ajudou a tirar ele dos meus pensamentos por um instante.

Sai do banho, fui até a cozinha colocar a água esquentar para fazer um chá e voltei para o quarto me vestir. Coloquei uma calça jeans, uma camisa xadrez e um coturno, voltei pra cozinha e tomei o meu chá me concentrando para controlar minhas emoções, eu precisaria meditar quando voltasse pra casa. Recebi um torpedo do Garfield dizendo que já estava chegando e peguei um casaco, fui até o quarto e olhei para a capa dentro do guarda-roupa, pensei em levá-la caso o Batman entrasse em contato, mas como eu explicaria se alguém visse? Voltei pra sala, peguei minha bolsa em cima da mesa de centro e desci para esperá-lo na frente do prédio.

- Oi gatinha. – ele disse abrindo a porta do carro pra mim quando sai do prédio. – Nosso timing é perfeito, não acha?

- Oi Gar – respondi sorrindo, eu não sei o que esse garoto faz comigo pra me deixar desse jeito.

Ele me deu um selinho e eu entrei no carro, ele ligou o rádio colocou um ray  ban estilo aviador e sorriu pra mim enquanto saia com o carro. Tocava Ramones e ele começou a cantar junto.

- Have I ever told you/ How good it feels to hold you/ It isn't easy to explain/ And though I'm really trying/ I think I may start crying/ My heart can't wait another Day/ When you kiss me I just gotta/ kiss me I just gotta/ kiss me I just gotta say/ Baby I love you (c'mon baby)

Eu comecei a rir e ele olhou pra mim.

- Qual é gatinha, essa é clássica, você sabe a letra.

- Eu não vou cantar. – falei ainda rindo.

- Qual é Rae. É divertido.  

Não resisti ao sorriso e cantei junto com ele.

- I can't live without you/ I love everything about you/ I can't help it if I feel this way/ Oh, I'm so glad I found you/ I want my arms around you/ I love to hear you call my name/ Tell me baby that you feel the same/ Baby I love you (c'mon baby)

É tão gostoso ouvir a voz dele e ver seu sorriso. Eu não conseguia parar de sorrir.

- Oh, I'm so glad I found you/ I want my arms around you/ I love to hear you call my name/ Tell me baby that you feel the same/ Baby I love you/ Baby I love you/ Baby I love you/ I love only You!

Ele terminou de cantar olhando nos meus olhos, eu senti meu coração acelerado, ele piscou pra mim e voltou a prestar atenção no transito. Eu precisava manter a calma era só uma musica, não significa nada. Nem percebi quando chegamos ao shopping e ele estacionou o carro. Encontramos Kori, Tara e Karen na praça de alimentação, tinha um garoto com elas que eu lembrava vagamente de ter visto na escola, era ruivo, agitado e usava uma camiseta amarela, calça jeans e uma jaqueta de couro vermelha.

- Oi amigos. – Kori disse animada. – Vejam só quem eu encontrei por aqui.

- Oi Garfield e nova namorada do Garfield. – o garoto ruivo disse

- Não enche Wally. – Garfiled falou cumprimentando o garoto. – Não liga pra esse imbecil Rae, ele está com inveja por que não tem uma gatinha linda como você.

- Idiotas. – falei olhando pra os dois garotos.

As meninas começaram a rir, e Garfield me puxou pela cintura para mais perto dele.

- Que tal assistirmos um filme e depois comemos alguma coisa? – Kori falou.

- Mas o Dick não ia nos encontrar aqui? Quer esperar ele pra irmos no cinema? – Karen perguntou.

- Ele precisou fazer alguma coisa da empresa pro tio dele. – Kori respondeu um pouco chateada. – Mas marcamos de sair depois.

- Filme então? – Tara perguntou para desviar o assunto da amiga.

- Por mim pode ser. – respondi.

- Tem um de terror que eu estou super a fim de ver. – Garfield falou.

- Terror parece ótimo. – Karen respondeu.

Decidimos ver o tal filme de terror, compramos os ingressos, as pipocas e refris, e ocupamos nossos lugares, Garfield sentou na ponta, eu sentei ao lado dele, Kori do meu lado, Karen eTara, e Wally sentou na outra ponta. O filme começou e não era tão assustador assim, depois de 20 minutos de filme Garfiels colocou o braço sobre meus ombros e me puxou para mais perto dele. Ouvi um copo estourando em algum lugar da sala escura. Tentei acalmar meu coração e senti ele colocando a mão dele sobre a minha perna. O balde de pipoca da Kori esplodiu. Coloquei minha mão sobre a mão dele e passei o resto do filme tentando não me concentrar no perfume maravilhoso dele, no calor de sua pele e no som de sua respiração.

Quando os créditos começaram a subir ele me olhou, me deu um beijo suave e sorriu pra mim. Ouvi uma lâmpada explodindo na hora em que as luzes se acenderam. Eu precisava sair de perto dele um pouco, acalmar meu coração acelerado e aquietar minhas emoções. Esse garoto me enlouquece, e eu não posso enlouquecer, eu estou colocando todo mundo em risco ao me deixar levar desse jeito.

Saímos da sala e eu disse que precisava ir ao banheiro, me afastei deles lembrando do pesadelo que eu tinha tido essa noite, onde eu arrancava o coração do Garfield enquanto a cidade destruída era pisoteada por meu pai. Eu estava sendo tão egoísta ao me deixar envolver com ele, com todos eles, eles queriam ser meus amigos e eu iria destruí-los em menos de um ano. Eu era mesmo um monstro. Entrei no banheiro e comecei a chorar, eu não posso continuar com isso, mas eu não sei como afastá-lo de mim sem machucar nós dois. É tão egoísta eu querer ter ele ao meu lado, me permitir sentir a felicidade que ele me traz. Só percebi que alguém tinha vindo atrás de mim quando ouvi a porta do banheiro fechar.

- Rachel, você tá bem?