História Destino incerto - Investigação.

Saí do banheiro depois de me acalmar um pouco, conversar com a Tara tinha ido de grande ajuda, quando ela entrou no banheiro e me viu chorando daquele jeito eu entrei em pânico pensando em que desculpa dar a ela, mas no fim ela acreditou em mim. Acho que dessa vez eu encontrei amigos de verdade.

Fui até a praça de alimentação e encontrei todos eles sentados em volta de uma mesa grande discutindo sobre o filme. Me sentei ao lado de Garfield e Tara chegou logo depois e sentou ao lado de Kori, pedimos pizza e ficamos conversando sobre o filme. Depois de um tempo Karen disse que precisava ir, observei ela sair da mesa e se juntar a um garoto alto, negro, vestindo jeans e camiseta de time de futebol, não reconheci ele de cara, mas quando ela deu um selinho nele e ele sorriu percebi que era Victor Stone, monitor da sala de informática da escola.

- OWNNNNN! – todos na mesa falaram juntos. Karen ouviu e mostrou o dedo do meio em nossa direção antes de se afastar de mãos dadas com o garoto.

O casal recém descoberto virou o assunto da mesa instantaneamente, estava muito divertido ficar ali e me sentir parte de um grupo, mas eu precisava de noticias da investigação do Batman, então disse ao Garfield que eu precisava ir pra casa e ele falou que me levaria. Levantamos da mesa, nos despedimos e ouvimos todos da mesa gritar enquanto andávamos em direção ao estacionamento.

- HMMMMMM...

Não consegui deixar de rir enquanto os ouvia e Garfield me segurava pela cintura para andarmos ainda mais juntos. Durante a volta pra casa ouvimos músicas e conversamos um pouco, eu queria muito convidá-lo para entrar quando chegamos em casa e passar mais um tempo com ele, mas eu preciso muito me concentrar nas investigações. Então me despedi dele com um beijo e ele disse que passaria aqui para eu ir pra escola com ele. Entrei em casa com um sorriso no rosto.

Assim que fechei a porta meu sorriso desapareceu e eu só conseguia pensar que eu não fazia idéia de onde minha mãe estava. Fui para o quarto e ouvi um bip no comunicador que Batman havia me dado. “Temos novas informações. Me encontre no topo do prédio das industrias Wayne. Robin.” Troquei de roupa e me teleportei para cima do edifício mais alto da cidade, Robin já estava ali e se virou quando eu cheguei.

- Ravena.

- Robin. Você disse que tinha informações.

- Não encontramos Angela Roth ainda, mas descobrimos que ela pode ter uma filha.

Meu coração parou por um instante, eu devia ter imaginado que isso pudesse acontecer.

- Uma filha? – perguntei tentando parecer indiferente.

- Sim. Angela se envolveu em uma seita de adoração ao demônio 17 anos atrás, permaneceu ligada a ela por cerca de um ano antes de desaparecer, como ela não tinha família ninguém denunciou seu desaparecimento. Depois disso ela apareceu esporadicamente em vários lugares do mundo, mas nunca por muitos dias e geralmente em lugares onde haviam coleções de livros ou objetos antigos. Coincidentemente, ou não, uma garota chamada Rachel Roth, que tem 15, veio morar e estudar em Gotham. E eu achei isso nas coisas dela.

Ele mostrou fotos do livro de magia que eu carregava sempre na minha bolsa, não era um livro de magia negra, apenas alguns feitiços simples e técnicas de controle pessoal, mas levando em conta o contexto da situação isso poderia soar como confirmação de que a garota, no caso eu, era filha de uma mulher que havia se envolvido com um culto demoníaco.

- Como encontrou isso? – perguntei tentando manter a calma.

- Se eu tenho uma investigação para fazer eu vou fazer essa investigação Ravena. – ele respondeu parecendo orgulhoso. – De qualquer forma, vou permanecer de olho nessa garota para saber se ela tem qualquer envolvimento com tudo que está acontecendo. E hoje a tarde apareceram dois seres de aparência demoníaca no parque de Gotham, levou um tempo, mas eles foram derrotados e desapareceram. Ficaram repetindo que levariam a gema e ninguém poderia impedir. Não sabemos o que é essa gema, mas vamos incluir isso nas investigações.

- Vou incluir isso nas minhas pesquisas também. – falei, apesar de saber exatamente do que os demônios estavam falando. – Mais alguma informação nova?

- Não, mas em breve teremos.

Abri um portal para ir pra casa pensar no que eu iria fazer com essas informações quando senti uma mão segurando meu pulso.

- Ravena.

Me virei e encarei o garoto mascarado.

- É provável que esses demônios voltem a aparecer, e eu queria saber se posso te chamar caso... caso...

- Caso precise de ajuda pode chamar sim. – respondi entrando no portal e saindo no meu quarto.

Caí na cama pensando o quão idiota eu tinha sido. É claro que, usando o sobrenome da minha mãe, corria o risco de alguém me ligar a ela se pesquisasse um pouco. Mas eu não entendia quando é que Robin havia mexido na minha bolsa? Será que ele havia visto mais alguma coisa? Será que ele tinha invadido meu apartamento? Mas a bolsa ficou comigo o tempo todo? E então eu percebi. Enquanto eu tomava banho tinha ouvido um barulho na sala, como estava pensando no Garfield aquela hora imaginei que meu descontrole tivesse quebrado alguma coisa, mas não, e eu tinha colocado a bolsa no sofá quando cheguei da escola e ela estava na mesa de centro quando fui sair depois. Ele tinha entrado no meu apartamento, e eu nunca teria notado se não tivesse visto a investigação dele. Eu precisava tomar muito mais cuidado a partir de agora, ninguém poderia saber que Rachel e Ravena eram a mesma pessoa.