História Destino incerto - Perseguição

BAM! BAM! BAM!

As pancadas ficavam cada vez mais altas, logo eles derrubariam a porta e as barreiras que eu tinha construído, precisava sair o mais rápido possível daqui. Peguei o ultimo livro que estava sobre a mesa e o joguei dentro da bolsa pesada que eu levava. O frasco púrpura estava na minha mão, tão apertado que os nós dos dedos estavam brancos. Corri para a outra sala e bati a porta com força, com um giz rosa desenhei um circulo com símbolos sobre o chão e peguei meu gato preto no colo. Azur, meu gato era minha maior proteção. Pisei dentro do circulo e joguei o frasco com força no chão, na mesma hora em que ouvi a porta do outro cômodo se quebrando, a fumaça vermelha me encobriu e eu desapareci enquanto bestas demoníacas adentravam o quarto a minha procura. Ouvi os gritos inumanos antes de sentir meus pés sobre o chão novamente.

Ao invés da pequena e escondida cabana que ficava em meio a grandes montanhas, eu agora e encontrava entre árvores gigantescas com muitas plantas ao meu redor. O ar pesado, úmido e repleto de mosquitos era muito bem vindo depois de dias em um lugar empoeirado e frio. Puxei da bolsa um cajado e fui abrindo caminho em meio as plantas, com muito cuidado para deixar o mínimo de rastros possíveis, aproveitei para colher diversas plantas enquanto passava e guardá-las na bolsa. Azur reclamava da movimentação e dos mosquitos, mas não fez esforço pra sair do meu colo. Depois de horas de caminhada cheguei a uma árvore que em nada se diferenciava das outras, igualmente grande de copa frondosa, a não ser por um pequeno pentagrama entalhado em suas raízes, tão escondido em meio as plantas rasteiras que apenas quem soubesse que estava ali o encontraria.

Com muita dificuldade subi na árvore e encontrei uma pequena sala, escondida pela densa folhagem, construída sobre os galhos grossos. Uma cama, uma mesa, um banco e uma escada de corda amontoada em um canto eram as únicas coisas ali dentro. Coloquei minha bolsa no chão e deixei Azur sobre a cama antes de pegar um giz azul e começar a desenhar símbolos em todas as paredes da pequena sala, peguei um frasco verde de dentro da bolsa de estendi a escada para descer da árvore, derramando o conteúdo do frasco em volta da árvore e imediatamente percebendo os barulhos da densa floresta serem abafados. Subi novamente e me permiti descansar sobre a cama por alguns minutos, quase dormi de tão cansada que me encontrava após semanas  correndo de um lugar a outro, era questão de tempo até me acharem aqui também, mas esse tempo era precioso, eu estava chegando em algum lugar, tinha certeza, senão ele não estaria tão interessado em me encontrar. Mas não importa o quanto eu tenha que correr, eu não vou deixar Trigon colocar as mãos na minha filha.