História Destino incerto - Vamos só dormir

- E então viemos para Gotham, meu pai começou a trabalhar para as industrias Wayne e eu passei anos sendo cobaia no laboratório dele, meu pai queria dar um jeito de concertar o que o soro tinha feito. Quando estava com sete anos eu ganhei um protótipo de modificador holográfico de aparência, mas não pude ir pra escola. Eu estudava em casa e quase não podia sair, passei toda a infância fechado, a maior parte do tempo com tubos saindo dos meus braços e fios por todo o corpo. As transformações foram aparecendo aos poucos, quando a primeira aconteceu eu me transformei em um macaco por cerca de um minuto, meu pai surtou, achou que eu estava virando um macaco por causa do soro. Quando aconteceu a segunda eu estava olhando muito para um coelho na gaiola do laboratório e quando percebi estava igual a ele, foi então que ele se deu conta do que estava acontecendo. O Sr. Wayne achou magnífico e eu comecei a treinar para desenvolver a habilidade, levou anos pra eu entender direito como funciona. Só consegui que me deixassem ir pra escola quando eu estava com 13 anos, e apenas depois de infinitos testes pra saber se meu modificador de aparência não daria defeito. Com 15 eu parei com os testes e exames, falei que não dava pra modificar o que tinha acontecido e que eu estava cansado de ser a cobaia do meu pai, ele não disse nada, mas parou os testes e se concentrou apenas no trabalho dele. Não nos falamos muito, ele quase nunca está em casa.

Eu não sabia o que dizer, ele estava ali deitado ao meu lado com os olhos no teto, a história tinha chegado ao fim e meus olhos estavam molhados pelas lágrimas silenciosas que tinha derramado. Eu queria poder pegá-lo no colo e dizer que ia ficar tudo bem, manter ele no meu abraço e não deixar mais nada machucá-lo, mas eu não sabia o que dizer. Então o abracei o mais forte que consegui, ele pareceu um pouco surpreso, como se tivesse esquecido que eu estava ali ouvindo, mas logo senti os braços dele em volta de mim. Ficamos em silêncio naquele abraço por longos minutos, era a única forma que eu conseguia pensar para confortá-lo e deixar ele saber que eu sempre estarei aqui ao seu lado.

- Obrigado.

- Por que?

- Por me ouvir, por ter entrado na minha vida e transformado ela em algo melhor, por me deixar entrar na sua vida e ficar do seu lado, por ser essa menina maravilhosa que eu amo tanto.

Ergui meu rosto e deixei um beijo leve sobre seus lábios, apenas um roçar de lábios.

- Você ter entrado na minha vida foi à melhor coisa que já me aconteceu. Eu amo você, e quero ter você na minha vida pra sempre. Não importa o que aconteça, nós vamos estar juntos.

Seus olhos estavam molhados pelas lágrimas que ele tinha derramado sem me deixar ver, eu sorri vendo ele me sorrir de volta, levando as mãos ao meu rosto o acariciando de leve. Fechei meus olhos me permitindo sentir suas carícias, sua respiração se respiração se misturava com a minha com a proximidade das nossas bocas, seus lábios se encontraram com meus de maneira delicada. Suas mãos desceram pelas minhas costas indo em direção a minha cintura, seu toque me deixava arrepiada, levei minhas mãos em direção à sua nuca puxando de leve seus cabelos.

O beijo era urgente, nossos corpos colados como se desejássemos ser um só, o calor da sua pele me aquecendo, seus dedos apertando minha cintura, minhas mãos arranhando de leve suas costas e puxando seus cabelos. Ele desceu seus beijos para o meu pescoço e eu gemi baixinho, logo ele estava sobre mim e eu tinha tirado a sua camiseta, seus lábios faziam uma trilha sobre minha pele indo em direção ao meu colo, eu ofegava levemente sentindo milhares de borboletas voando dentro do meu estômago. Era como se o tempo corresse mais rápido do que podíamos acompanhar, eu me sentia perdida e ao mesmo tempo no meu lugar no universo, suas mãos percorriam meu corpo e quando elas adentraram minha blusa eu o puxei para um beijo voraz, necessitado e apaixonado, ele tinha um delicioso gosto de menta e eu não queria nunca mais parar de beijá-lo.

Nos separamos quando a lâmpada do meu quarto explodiu, sua mão que massageava meu seio esquerdo parou e eu fechei meus olhos envergonhada. Ouvi sua risada e senti seus lábios sobre os meus.

- Acho que é melhor pararmos. – ele disse calmo. – Não é a hora certa.

Abri meus olhos lentamente e o vi sorrindo.

- Vamos só dormir. – ele falou se deitando ao meu lado e me puxando para abraçá-lo.

- Eu te amo. – sussurrei pra ele fechando os olhos e apertando o abraço.

- Eu te amo mais.