História Destinos Cruzados - Aceito

Namjoon entrou no local nervoso, sague escorria de sua boca, ele mancava e tinha algumas escoriações nos braços, mas, no geral, parecia bem. O rapaz registrou a cena que via em um segundo, Joang morto com uma pistola ainda em mãos e Jungkook nos braços de Hanah inconsciente com uma poça de sangue ao redor; ele correu em direção aos amigos desejando a todo custo que o mais temido de seus pensamentos não se tornasse real, já retirando o celular do bolso e ligando para a ambulância.

A alguns minutos atrás, quando Joang havia entrado no local, Jaenhun se levantou do chão com o ombro machucado e sangrando muito, com os lábios pálidos e tremendo ele atacou Namjoon, apesar de ferido o rapaz tinha muito talento em artes marciais, conseguindo acertar alguns golpes em Nam, porém quando este escutou o estrondo de um tiro, o rapaz usou de suas habilidades para derrubar Jaenhun no chão, que não conseguia mais levantar, pois Namjoon segurou-lhe os cabelos batendo a cabeça do garoto no chão com toda a força que tinha fazendo-o desmaiar, e foi nesse momento que o som do segundo tiro se fez presente.

Agora, os únicos sobreviventes daquele crime, esperavam pela ambulância que os levaria a salvação, Nam ligou para os amigos avisando para encontrá-los no hospital, os garotos ficaram confusos, mas obedeceram ao líder.

Logo que o veículo chegou, Kook e Jaenhun foram os primeiros a ser atendidos, um dos paramédicos ficou no local esperando a chegada da polícia, que cuidaria do corpo. Jeon foi levado imediatamente para a sala de cirurgia, o garoto havia perdido muito sangue e corria risco de vida, os outros foram para a emergência, contudo ao passar pela sala de espera encontraram os amigos.

Os olhos de Jin se encheram de lágrimas ao ver o namorado ferido, correu para abraçá-lo, tocando delicadamente a ferida na boca do garoto caindo aos prantos. Porém, ambos foram separados por uma enfermeira que precisava cuidar dos ferimentos do garoto. Jaenhun foi levado para outra sala para uma avaliação médica, Hanah e Nam tiveram que ficar em observação em um quarto, logo foi permitida a visita dos amigos que estavam muitos preocupados e entraram em choque ao saber o que havia acontecido ao maknae.

Taehyung retornou a sala de espera com Jimin, a espera de notícias sobre o estado do maknae, Jin ficou no quarto fazendo companhia a Namjoon, Yoongi e Hobi tentavam animar Hanah, que apenas chorava, dizendo-lhe que tudo ficaria bem.

Então V invade o quarto, os cabelos bagunçados e os olhos vermelhos indicavam que o garoto havia passado algum tempo chorando, o rapaz estava ofegante, o que dificultava sua fala.

-Ele... Kook... está... – ele fez suspense, todos no quarto prenderam a respiração. – Vivo.

Um suspiro coletivo se fez presente, Hobi bateu palmas, feliz com a notícia.

-O estado dele é estável, a bala atingiu pouco abaixo do ombo, mais 7 cm, teria atingido o coração. Nosso golden maknae está bem. – continuou Tae.

-Quando podemos visitá-lo? – perguntou Hanah já se levantando da cama.

Yoongi segurou firmemente o braço da garota, fazendo-a se sentar no colchão novamente.

-É melhor você se recuperar primeiro. Ainda está em observação. – disse Suga de forma séria.

Ela olhou para ele, arqueou uma sobrancelha, a garota não se importava se estava bem ou não, ela precisava ver com os próprios olhos que Kook estava vivo, a garota ainda se lembrava da pele fria dele em contato com seus braços. Hanah abriu a boca para protestar, porém foi interrompida por Tae, que disse:

-Ele tem razão Hanah, você precisa descansar, e, em todo o caso, ele ainda não pode receber visitas, Kookie está em observação na UTI. Desculpa.

O garota desmoronou na cama e sussurrou um “tudo bem”, todos no quarto a encaravam preocupados que ela surtasse.

-Eu... eu quero dormir... – disse Hanah fitando o vazio. – Obrigada por tudo. – fez uma pequena reverência e escondeu-se embaixo das cobertas.

Ela escutou a voz de Jin mandando os outros para casa e dizendo que cuidava de tudo a partir dali, as luzes do quarto foram apagadas, depois de algum tempo Hanah colocou a cabeça para fora do lençol observando o quarto, Nam dormia de mãos dadas com Jin, sendo que este dormia na poltrona, um pouco de baba escorria da boca entreaberta dele. A jovem decidiu sair dali, estremeceu ao sentir o chão frio do hospital em contato com seus pés nus, e o mais silenciosamente que pode, saiu do quarto. O local estava completamente vazio, porém as luzes mantinham-se acesas em todos os corredores, e ela buscava a entrada para a UTI, passou por uma enfermeira que dormia em uma das cadeiras da sala de espera, e olhou a prancheta que ela levava em mãos, em busca de uma informação útil, e ali havia uma lista de pacientes com os remédios e horários em que as drogas deveriam ser administradas, e em meio a vários nomes e números, Hanan encontrou o que procurava: paciente Jeon Jungkook, quarto 7.

-Senhorita. Aonde está indo? – perguntou uma enfermeira que estava na recepção da UTI, ao ver Hanah.

A garota encarou a mulher a sua frente assustada, pois não a havia visto antes.  Os olhos da garota se encheram de lágrimas e ela disse:

-Por favor, eu preciso vê-lo. Por favor, a culpa foi minha. Só me deixe vê-lo.

A mulher foi em sua direção com um semblante preocupado, passou os braços em torno da frágil garota a sentando em uma cadeira.

-Calma. Vou te acompanhar de volta ao seu quarto e podemos te dar algo que te ajude a dormir. Certo?

-Eu preciso vê-lo. Não quero voltar para meu quarto. Por favor. – disse Hanah, as lágrimas já escorriam em sua face.

A mulher suspirou, sentindo-se tocada pelo desespero da garota.

-Quem você procura?

-Jeon Jungkook. – disse Hanah surpresa com a pergunta.

-Venha.

Ela seguiu a enfermeira por um extenso corredor pintado de branco, ambas pararam em frente a uma porta de madeira com o número 7 em frente, com o nome do paciente abaixo.

-Você tem 10 minutos. Não o acorde. Voltarei para te acompanhar ao seu quarto. – disse a enfermeira antes de ir embora deixando Hanah sozinha em frente a porta.

A garota respirou fundo tentando reunir coragem, tremendo segurou a maçaneta e abriu a porta, o quarto se encontrava completamente iluminado, uma máquina fazia sons irritantes no canto, e em uma cama no centro do aposento, repousava Jungkook. Uma agulha intravenosa o ligava a um fio preso a uma bolsa de remédios, o garoto mantinha a boca entreaberta, sendo possível ver um pedaço de seus dentes de coelho, seu peito subia e descia lentamente, os olhos cerrados o davam uma expressão serena e de paz.

Hanah foi ao lado dele, tocando de leve sua face, acariciou-lhe os cabelos macios, e deixou uma lágrima cair, abrindo um pequeno sorriso.

-Vivo... – sussurrou.

Então ela sentiu algo puxar o roupão que lhe foi entregue no hospital, olhou para baixo e viu a mão de Jeon segurando o tecido. Ao voltar a observar a face dele se surpreendeu ao vê-lo de olhos abertos e a encarando.

-Ha... Hanah... – disse ele com a voz falhando.

-Oi. – disse ela com um sorriso nos lábios e a face molhada.

-Oi. – respondeu o garoto.

Hanah estava feliz por vê-lo bem, porém sentiu seu mundo desabar ao escutar o gemido de dor que o garoto soltou ao tentar sentar-se na cama.

-Me desculpa...

-Pelo quê? – perguntou Jeon confuso a encarando e levando a mão ao ombro ferido.

-Por tudo. – disse a garota caindo no choro. – Me perdoa por te envolver nessa situação... pelas palavras que te disse naquele dia... por ter te colocado em perigo. Me perdoa por tudo. Eu posso não lembrar de você completamente, mas eu ainda te amo, eu só precisava lembrar disso, e você me fez perceber que sempre vou me apaixonar por você. Jeon Jungkook, você foi meu primeiro amor, aquele que agradeço e que será eterno. Então me perdoa. Eu imploro. Por favor... Saranghae... – a última palavra foi dita num sussurro.

Jungkook ficou paralisado ao escutar aquilo, e sem pensar e nem se importar com a dor em seu ombro, puxou a garota para si, fazendo-a cair em cima dele, o garoto mordeu o lábio para diminuir a dor que sentiu, pois tê-la ali já superava qualquer dor que o garoto pudesse estar sentindo.

-Boba. – disse ele batendo o indicador na ponta do nariz da garota. – Eu sempre vou te perdoar. E se eu estava em perigo, foi por escolha minha, eu não podia deixá-la. Até porque, quando você se foi, levou algo que me pertencia...

-Seu celular... desculpa. – disse a garota corando ao lembrar do destino do aparelho.

-Não estou falando sobre isso. Você levou meu coração. – disse o garoto sorrindo para ela. – Eu te amo, Kim Hanah.

E ao dizer essas palavras, o rapaz a puxou para si selando seus lábios delicadamente, porém a saudade foi mais forte e o que começou como um beijo delicado, logo se transformou em um contato apaixonado. Findado o ato, Hanah se aconchegou ao lado do garoto, escutando o coração dele bater, um som que era melhor que qualquer música.

●●●

10 anos depois...

O casamento seria na praia, um pequeno altar foi montado a pouca distância das ondas, um arco com lírios brancos decorava o local, cadeiras foram dispostas de forma organizada, tudo tinha um ar romântico, e o sol se pondo bem atrás do cenário, servia para deixar o lugar ainda mais belo.

O noivo vestido de branco, mantinha as mãos em frente ao corpo e soava frio com o nervosismo, ansioso para o momento em que a pessoa amada caminharia por aquele tapete em sua direção, a gravata um pouco torta, logo foi arrumada por uma pequena mulher que se pôs a sua frente.

-Calma Jimin, Tae não vai te abandonar no altar. – disse Hanah ajeitando a gravata do garoto.

-Na verdade, o que me assusta é que tipo de entrada ele pode fazer. – disse Jimin sorrindo nervoso.

Hanah soltou uma risada e voltou para os braços de Kook, que envolveu-lhe a cintura, tocando sua barriga de gestante de 4 meses. O rapaz sorria orgulhoso, há quatro anos havia se casado com Hanah, e aquele seria seu primeiro filho, ainda não sabiam o sexo, mas estavam ansiosos por sua chegada, esta criança teria a melhor família que existe.

Naquele dia, ocorria o casamento de Tae e Jimin, ambos vinham organizando este dia a anos, e agora, ele de fato acontecia, Hanah, Kook e Hoseok eram os padrinhos de casamentos de Tae; Jin, Namjoon e Yoongi, os de Jimin. Todos estavam felizes por aquele momento, pois era um sonho que se realizava.

A atenção de todos foi atraída quando um som começou a soar, logo Taehyung pisou no tapete que ia em direção ao altar, em vez de flores, levava em mãos um microfone sem fio em mãos, a luz do sol fazia o cabelo loiro do rapaz brilhar como ouro, e seu sorriso ao ver Jimin iluminou todo o local, ele parou por um momento, observando todos os convidados, levou o objeto a boca e começou a cantar For You.

A passos lentos, Tae caminhava em direção aquele que lhe mostrou a luz, ao homem que segurou em sua mão e lhe sustentava, mantendo-o de pé, mantendo-o vivo.

“Estamos embaixo do mesmo céu
Em que enviei um sopro
Rezando para que nossos corações
Continuem juntos hoje também

Tudo para você
Não precisamos de uma resposta
Pois tudo está nesse seu sorriso
Mesmos estando separados sempre
Nossos corações estarão ligados para sempre”

Jimin tinha em sua face seu familiar Eye-smile, porém uma lágrima de felicidade escorria por sua bochecha ao ver aquele que alegrava seus dias vindo em sua direção, finalmente se uniriam de verdade.

A cerimônia foi encerrada com o típico “eu aceito” dito pelos noivos, a animação era palpável e a alegria do casal era contagiante, os convidados seguiram para a recepção da festa, em um local próximoa cerimônia, porém em um salão.

Jimin exibia com orgulho a aliança em seu dedo, andando de um lado para o outro abraçado ao seu marido. Contudo, após receber a todos, o grupo original se reuniu em uma mesa exclusiva, Tae tocou a barriga de Hanah e disse:

-Titio vai amar muito essa criança. Eu posso escolher o nome? Se quiser eu faço o seu parto, tenho experiência no assunto!

Nesse momento Jin se aproximou com uma garotinha, que não passava de 5 anos de idade, essa correu para os braços de Namjoon, sentando no colo do appa. O casal a havia adotado quando a pequena tinha apenas dois anos, ela amava aqueles que lhe cuidavam mais que tudo no mundo.

-Não deixa! Essa criatura não sabe nem o que é um cordão umbilical! – disse Yoongi ao lembrar-se do dia em que foram feitos reféns por uma louca grávida.

Hobi e Yoongi não haviam se casado, mas se mantinham em um relacionamento, brigavam com frequência, mas não conseguiam passar mais que um dia longe um do outro. Hoseok passou o braço em torno do ombro do namorado apoiando a cabeça no ombro deste.

-Eu posso ajudar vocês com o que precisarem para cuidar do pequeno que está vindo. – disse Jin abrindo seu típico sorriso maternal.

-Obrigado, a ajuda de vocês será necessária. – Jungkook falou sorrindo. – Porém, você não vai fazer o parto da minha esposa Tae! Você não vai olhar a intimidade dela! – Kook abraçou Hanah por trás de modo protetor.

-Então, quando ele tiver idade eu vou explicar sobre educação sexual. – respondeu V tomando um gole de sua taça de champanhe. – Vou dizer que a mamãe dele tinha uma florzinha, e que o papai se transformou numa abelha e foi coletar o pólem da flor da mamãe, só que a abelha que era um zangão muito dotado, enfiou o ferrão na florzinha... – a essa altura da explicação sobre reprodução, Nam tapou os ouvidos da filha e Jin deu um tapa na cabeça do recém casado.

-Tem criança a mesa! – ralhou Jin encarando o loiro.

-Appa, você furou o appa Jin com seu ferrão? – perguntou a garotinha retirando as mãos de Nam do ouvido.

Jin corou, assim como Namjoon e tentaram dizer que o tio Tae estava apenas brincando.

-Acho que você já bebeu demais, amor. – disse Jimin retirando o copo de champanhe da mão do marido. – Vamos dançar um pouco. – e o levou para a pista de dança.

Aquele grupo não era ligado por sangue, mas se faziam uma família por um vínculo mais forte: amor. A linha do destino de todos eles era interligada, e estava amarrada no mindinho de cada um, os unindo pela eternidade.