História Destinos Cruzados - Hey Mama!

Duas semanas haviam se passado num piscar de olhos, aquele era o último dia dos garotos em Seul, estavam ansiosos para viajar e com tudo pronto.

-Deveríamos sair para comemorar. – disse Tae.

-Não dá... ainda tenho algumas coisas para arrumar antes de partir. – disse Namjoon.

-Eu tenho que visitar minha Omma. – disse Jin.

-Eu e Hope já tínhamos planos para hoje. – falou Jimin.

-Desculpa, mas já tenho planos de sair com Hanah. – falou Kook.

-E você Suga!? Qual sua desculpa? – perguntou Tae visivelmente desanimado.

-Só não quero. – disse o rapaz, deitado na cama e de olhos fechados.

-Ah. Vamos Yoongi. Eu nunca te pedi nada. Só eu e você! Por favor! – pediu Tae jogando-se de joelhos ao lado da cama. – Você sabe que eu vou ficar aqui até você aceitar. Não é?

Yoongi olhou o mais jovem, revirou os olhos e disse:

-Espero que seja algo divertido.

●●●

Naquela tarde Jungkook pegou seu carro e foi para a frente da faculdade de Hanah, a espera da hora em que ela seria liberada. Logo que a viu passar pelos grandes portões da faculdade, o garoto abriu um sorriso, saiu do carro e foi em direção a ela.

O rapaz usava uma calça jeans preta rasgada, um grande moletom branco e um gorro preto cobrindo os cabelos; por onde passava arrancava suspiros das garotas, as que o reconhecia soltavam gritinhos. O garoto foi até Hanah puxando-a para um abraço e deixando-a surpresa.

-Oi. – disse ele com os braços em torno dela.

Ao lado do casal, Suzuya, amiga de Hanah, os observava de boca aberta.

-AI MEU COSMOS!!!! É JEON JUNGKOOK! Alguém me salva! Não estou passando bem! Sentiram o tiro!? Eu senti! – gritou a garota, fazendo o casal se separar.

-Calada Suzuya! – ralhou Hanah, ficando vermelha ao ver o tanto de olhos direcionados a eles.

-Vem! – disse Jungkook segurando a mão de Hanah e a puxando em direção ao carro, deixando para trás todos os olhares curiosos.

Entraram no carro e o rapaz deu partida.

-Ai meu Deus! Eles vão me encher de perguntas amanhã.  – disse a garota um pouco nervosa.

-É só dizer que eu sou um sósia do Jeon e tudo fica bem. – disse o rapaz piscando para ela.

A garota começou a rir e então perguntou:

-Por que isso de repente? Sair, assim, do nada?

-Hoje é meu último dia em Seul antes da turnê... eu queria passá-lo com você. – Kook gostou de vê-la vermelha com a resposta. – Então, alguma sugestão de um lugar ou coisas divertidas para se fazer?

-Eu não faço ideia... deixo tudo em suas mãos. – disse ela com humor.

-Folgada!

Em resposta a garota deu a língua a ele, Jungkook dirigia pensando em algo legal para fazer, até que lembrou-se da cena de uma série que havia assistido e pensou que aquilo seria uma boa ideia.

-Espero que goste de livros Hanah. – disse o garoto enquanto iam em direção a maior livraria de Seul.

Lá, Jeon comprou o livro “Coisas Simples e Amáveis”, porém não deixou a garota ver o que era. Hanah parecia uma criança em uma loja de brinquedos, passava de estante em estante, ocasionalmente sentindo o cheiro de um livro ou outro, a garota simplesmente amava ler, era algo que a fazia incrivelmente feliz.

Kook os levou para o apartamento de Hanah, e apenas lá entregou-lhe o livro, enquanto sentavam no sofá da sala de estar.

-“Coisas Simples e Amáveis”? O que faremos com isso Kookie? – perguntou a garota confusa.

-Esse livro é repleto de gestos românticos.  – O garoto abaixou a cabeça completamente vermelho. – Pensei que podíamos fazer alguns... não só hoje, mas sempre que desse.

A garota sorriu com aquele gesto, tocou-lhe a face e ergueu o rosto do garoto para que ele a olhasse.

-Adorei a ideia. E então, o que fazemos primeiro?

Jungkook retirou o livro das mãos dela e disse:

-Escolhe uma página.

-Hmm... 35!

O rapaz abriu o livro, sem deixar Hanah ver, na página 35 havia a imagem de um casal lendo um livro abraçados na cama.

-Melhor página. – comentou ele, levantando-se do sofá, segurando a mão dela e a levando em direção ao quarto.

-Hey! Por que estamos no meu quarto!? Não quero fazer nada podre! Pervertido! – dizia a garota assustada.

Jungkook gargalhou e jogou-se na cama puxando a garota consigo. Lá, ele aninhou ela em seus braços como em um abraço, pegou o livro que tinha deixado no canto de colchão e a mostrou a imagem.

-O jeito certo de se ler um livro. – disse ele apontando a figura do casal abraçado.

A garota tocou a imagem e se aninhou ainda mais contra o peito de Kook, sentindo o cheiro dele invadir suas narinas. Um cheiro que a acalmava. Sentiu os lábios dele de encontro a sua cabeça, ergueu o rosto para o garoto, suas faces estavam bem próximas, suas respirações se misturavam. Hanah aproximou mais o rosto do dele e seus lábios roçaram de leve. Fecharam os olhos e deixaram o contato de fato acontecer, correntes elétricas pareciam correr no corpo dos dois. Jungkook soltou o livro e segurou a cintura de Hanah, puxando-a ainda mais para si. Ela tinha o gosto de morango, enquanto ele parecia ser feito de baunilha. Quando a falta de ar se fez presente, separaram-se. Kook encostou sua testa na da garota e acariciou-lhe o rosto.

-Eu esperei muito por isso. – disse ele.

-Eu pensei que você ia ser troxa e deixaria passar mais essa chance. – respondeu a garota segurando a mão que lhe acariciava.

O garoto riu da resposta dela e disse:

-E então... que tal marcamos mais coisas no livro para fazermos quando eu voltar?

-Concordo plenamente. Porém, podemos fazer esse da página 35 sempre. – respondeu a garota se ajeitando na cama e voltando a olhar o livro.

Jungkook nunca havia se sentido tão feliz quanto naquele momento.

●●●

-Tae, vamos precisar abastecer. – disse Yoongi, enquanto dirigia o carro.

-Ah droga! Não queria ter que parar para isso. – disse Tae, observando a rua pela janela.

Os garotos haviam decidido ir ao clube de piscina, nada melhor que curtir uma tarde de verão nadando. Pararam o carro num posto de beira de estrada, havia ali uma lojinha de conveniência, antes que pudessem abastecer uma mulher grávida saiu da loja, ela corria e parecia sentir fortes dores, em uma mão levava uma bolsa plástica cheia de dinheiro e na outra uma pistola.

Tae e Yoongi olhavam a cena espantados, a mulher apontou a arma para Suga, que estava em pé ao lado do carro, pois havia saído para abastecer.

-Dirige! – disse ela em meio a um gemido de dor e entrando no banco traseiro.

Tae deu um grito olhando a mulher que tinha a parte debaixo do vestido completamente molhado e que apontava uma arma para ele. Yoongi entrou no carro tremendo. Logo sirenes de polícia começaram a ser ouvidas.

-Droga! Dirige logo! – disse a mulher apontando a arma para Yoongi e gritando de dor em seguida.

-AI MEU DEUS! VOCÊ TÁ PARINDO!? -entrou em desespero Tae.

-COMO ASSIM ELA TÁ PARINDO!? – gritou Yoongi sem tirar os olhos da estrada. – AI MEU DEUS! Estamos ferrados! MUITO FERRADOS! Nunca mais saio com você Taehyung.

-Alguém me ajuda! – gritou a mulher segurando a arma com força. – Ele vai nascer!

-Tae vai ajudar!

-Eu não Suga! A doida tá com uma arma!

-VAI LOGO PORRA!

-Tá... tá... tô indo. – disse Tae passando para o banco de trás, morrendo de medo da arma.

Porém a mulher sentia tantas dores que já nem conseguia pensar no assalto que havia cometido.

-Hyung a polícia tá vindo atrás de nós. – disse Tae olhando para a viatura que quase o alcançava.

-Mais rápido! – disse a mulher ofegante voltando a apontar a arma, porém deixando o objeto cair no chão quando sentiu a dor de uma contração.

A pistola disparou fazendo um buraco no teto e Tae gritou se encolhendo no canto mais afastado do banco, Yoongi também gritou perdendo o controle do carro.

-Ai meu Deus! Vamos morrer! – dizia Yoongi em desespero, quando conseguiu controlar o veículo se safando de fininho de bater em outro automóvel.

A mulher deitou-se no banco com as pernas abertas para Tae.

-Por que ela tá levantando o vestido!? Por quê!? Eu não quero perder minha virgindade assim! Alguém me salva! – gritava o garoto em desespero.

A mulher deu um tapa na cara dele e disse:

-Tira isso de dentro de mim, agora!

Tae olhou para as partes íntimas da mulher e quase desmaiou:

-CARAMBA!!!!! TEM UMA CABEÇA SAINDO DELA! UMA CABEÇA!

-TAE SE CONTROLA! Você nasceu do mesmo jeito. Segura e puxa! – disse Yoongi completamente nervoso, com as mãos suando no volante. – Vamos morrer!

-Eu não nasci assim não! Meu querido, eu com certeza cheguei de carruagem na casa da minha família ou em uma  nave espacial, deixado exatamente no berço como a mais bela e talentosa criança da face terrestre para estudar vocês! Com certeza não foi desse jeito nojento! AI MEU DEUS SUGA! ESSA COISA TEM CORPO!

-TAEHYUNG! TIRA LOGO!

A mulher apenas respirava ofegante e a cada vez que ela gritava, Tae e Suga gritavam juntos. A sirene da polícia estava cada vez mais alta e logo eles ouviram uma voz pelo megafone:

-Parem em nome da lei! Ou iremos atirar. 

Os garotos estavam desesperados, a mulher apenas gritava. V puxou a criança tentando se lembrar de como faziam nos filmes. Quando a criança saiu por completo e começou a chorar, Tae a ergueu e gritou:

-Está vivo! Nunca pensei que ia ser pai tão jovem. Vou chamar de Kang. Por que ele tá preso por uma corda? Suga crianças deviam ser presas por cordas!? Ela ainda tá sangrando!

-Não puxa isso Tae! Deixa esse cordão onde está! – respondeu Yoongi em completo desespero.

Então sons de tiros foram ouvidos, os policiais tentavam atirar nos pneus do carro, porém o veículo parou sozinho, pois a gasolina que já estava acabando finalmente havia chego no fim. As portas foram escancaradas com violência e a cena vista pelos guardas foi a de um garoto com um bebê em mãos, uma mulher praticamente desmaiada no banco e um motorista completamente pálido.

A mulher foi levada ao hospital e Tae e Suga para a delegacia, onde explicaram o acontecido e foram liberados em seguida.

-Eu preciso dormir. – disse Suga ao chegar em casa.

-E sou um médico incrível! – comentou Tae.

Yoongi revirou os olhos e foi para o quarto. Assim terminou o último dia dos garotos em Seul, agora eles se preparavam para uma longa viagem.