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História Destinos Ligados - Seguindo em frente


Escrita por: LehPonei

Notas do Autor


Olá meu povo!
Espero que gostem!
Desculpe qualquer erro e boa leitura!

Capítulo 10 - Seguindo em frente


Fanfic / Fanfiction Destinos Ligados - Seguindo em frente


- Você é o pai? – Anne perguntou tentando parecer o menos interessada possível. Loke ficou indignado com a pergunta da enfermeira.

- É claro que não. Eu sou um dos espíritos da Lucy!
 
Com um sorriso fraco Anne abriu a janela do quarto. A loira permanecia inerte na cama de lençóis e cobertores inteiramente brancos. Assim que Lucy havia desmaiado a enfermeira logo arrumou um quarto onde ela pudesse descansar devidamente.

- O choque foi grande. Ela não esperava? – Anne olhou para o rosto pálido do ruivo e obteve a sua resposta. Ela andou pelo quarto e parou ao lado da loira. – E o pai da criança é quem então?

- Natsu... – Loke sussurrou de imediato. A enfermeira ouvindo aquele nome tão conhecido se virou para olhá-lo.

- Natsu Dragneel? – Anne ergueu as sobrancelhas. – Está criança será poderosa com os pais que tem. – sentindo o cansaço, enfim lhe tomar a enfermeira passou sua palma pela cabeça dourada da maga na cama. Constatando que estava tudo bem ela caminhou até a porta, onde lançou um olhar para o ruivo. – Sugiro que a vigie, ela está em uma missão perigosa, é o momento perfeito para os inimigos atacarem. Depois volto para olhá-la.
 
A porta se fechou com um clique. Lentamente, como se tivesse envelhecido anos ali em pé, Loke andou e se sentou na poltrona ao lado da cama da loira. Pegou a mão da maga e viu o quão fria estava sua pele clara. A luz da lua entrava pela janela junto da brisa noturna agitando as cortinas delicadas e os cabelos dourados. Loke sorriu tristemente para a forma inerte de sua mestra na cama.

- Ah Lucy... Você não vê? Este é mais um sinal. Um sinal de que você e Natsu realmente devem ficar juntos.

 
....................

Natsu riu, mas por dentro se sentia morto. Ele estava junto dos amigos, bebendo e rindo, mas ao se lembrar da ultima vez em que havia ficado bêbado o riso se desfez em sua boca. A cerveja já não tinha o mesmo gosto. Baixando os olhos para o copo sobre a mesa o rosado franziu a testa.

- Acorda foguinho! – Natsu ouviu o grito e depois o soco o acertou. Nem mesmo teria tido tempo de reagir. Ele sentiu seu corpo voar alguns metros, e logo depois cair contra uma mesa.
 
Os tons indignados dos donos da mesa se juntaram ao som de risos que ecoaram pela guilda. Natsu sabia o que deveria fazer. Ele deveria se erguer, gritar aos quatro ventos seus insultos ao moreno e então iniciar uma briga desnecessária com o mago do gelo. Mas naquele momento Natsu só queria se encolher e sumir. O que o rosado fez, no entanto, foi suspirar ainda deitado sobre os destroços da mesa de madeira.

- Ainda com isso Gray? Que coisa infantil. – Natsu disse em tom de deboche.
 
O rosto do moreno apareceu em seu campo de visão junto com o de Gajeel. Os dois se olharam e franziram a testa, confusos. Natsu se pôs de pé, e ignorando completamente os amigos se sentou em seu lugar e suspirou novamente.

-Derrubaram minha cerveja. – ele lamentou erguendo o copo tombado. O liquido âmbar ainda pingava da mesa para o chão.

- Quer mais uma caneca Natsu? – Mira havia surgido ao lado do rosado. Uma caneca cheia do liquido equilibrada sobre a bandeja.

- Por hoje chega, obrigado Mira. – e caminhou até a saída. Ignorando os olhares surpresos e curiosos o rosado alcançou o ar fresco da noite.
 
A lua o saldou grande e luminosa. Era uma noite calma e fresca, as pessoas andavam pelas ruas aproveitando aquele clima bom. Mães e pais com seus filhos, idosos, e claro, casais mais jovens desfrutando o ápice de suas paixões. Nastu se manteve especialmente longe desses.
 
Ele suspirou e se sentou na mureta ao lado do canal.

A água escura com correntezas leves. Os olhos negros do rosado se levantaram e fitaram uma construção em particular. O apartamento de Lucy.
 
Natsu se sentia extremamente idiota. Porque seus pés, sua mente e seu coração sempre o levavam até ali? Lucy não estava aqui, e sabe-se quando ela voltaria para casa.
 
Então foi naquele momento que o rosado percebeu as luzes do apartamento acesas.
 
Com o coração batendo forte, quase saltando para fora do peito, ele correu até a porta rindo consigo mesmo por escolher entrar por lá e não pela janela.

 Seus pés pararam em frente à porta de madeira, sua mão erguendo para bater... E ela se abriu banhando a entrada do apartamento com luz. Levy estava lá, em pé o encarando.

- Natsu? De novo? – ela piscou surpresa com a presença do rapaz ali. Natsu se sentiu murchar instantaneamente.

- Levy... – ele tentou olhar por sobre o ombro da azulada, mas não havia ninguém lá. Levy notou o movimento e sorriu tristemente.

- Ela não está aqui. Você já deve saber que Lucy saiu em missão, e provavelmente vai demorar a voltar. – Levy baixou o olhar. – Foi tão estranho. Estávamos conversando quando Happy veio dizendo que o mestre queria falar com ela, e pouco tempo depois Lucy saiu em disparada atrás de um trem, sem explicação nenhuma. Se ela saiu mesmo em missão, não foi uma normal.

- O que você quer dizer com isso? – Natsu perguntou intrigado.

- Ninguém pegou missão nenhuma do quadro de missões classe-S. – Levy ergueu as sobrancelhas, seu tom era sussurrado como se indicando a gravidade do caso. Natsu franziu a testa.

- Então só o velhote sabe o que ela está fazendo. – o rosado conclui indignado. Levy se surpreendeu com o raciocínio do mago, mas nada comentou. Natsu suspirou irritado. – Porque ela não pediu ajuda? Teimosa! – ele resmungou.
 
Sua mente trabalhava a toda com as informações, mas sabia que de nada adiantava.
 
A azulada riu. Ela estava feliz por ver seu amigo tão preocupado com a loira, a fazia ter esperanças que os dois no final percebessem o quão idiotas eram e, enfim ficassem juntos. Levy sorriu abertamente, uma ideia brilhando em sua mente.

- Sabe a Lu-chan me deixa para cuidar do seu apartamento quando sai nessas missões longas, e acho que essa vai durar mais que o normal, então... – Levy andou até uma estante, Natsu a seguiu cômodo adentro mais hesitante. A azulada estendeu um objeto pequeno e prateado na direção dele. Uma chave. – Porque você não me ajuda? Ela fez três copias da chave. Uma está com ela, à outra comigo, e está é a reserva. Tenho certeza que ela não ficará brava por você ficar com ela.

- Ah não... Eu tenho certeza que ela iria surtar por saber que você está me dando essa chave. – ele sussurrou. Levy riu novamente e descartou o comentário do rosado como se não se importasse com a opinião da dona do apartamento.
 
Natsu pegou o objeto, ainda dormente. Ele olhou o apartamento. Seus olhos vasculharam todos os cantos, os momentos que passou ali, os cheiros que invadiam seu nariz. Ele fixou o olhar em um lugar especifico. O quarto de Lucy. Sem permissão as imagens daquela noite se derramaram em sua mente, e ele precisou conter um arrepio por todo o corpo.

- Natsu? – Levy o chamou, entretida. Natsu piscou.

- Sim, eu te ajudo. – ele respondeu mecanicamente. Levy riu e pôs a mão no ombro do rosado o levando até a porta.

- É melhor você ir para casa descansar. Tenho certeza que tem muita coisa para pensar. – Levy se aproximou mais, e sussurrou. – Se eu fosse você iria atrás dela, talvez possa encontrar algo de bom.

 Natsu ficou parado vendo a porta se fechar firmemente na sua cara.

 Enquanto Natsu andava até sua casa olhando a chave prateada em sua palma, ele pensou e pensou. Inexplicavelmente Natsu ficou com raiva. Ficou com raiva de si mesmo por ser tão idiota, com raiva do mestre e dos outros que possivelmente sabiam onde Lucy estava, mas não diziam. Ele sabia que não era verdade que ninguém soubesse onde a loira estava, não era possível ela ter saído sem dizer nada, não era normal da maga deixar seus amigos preocupados.
 
 E principalmente, com raiva de Lucy. Porque ela não vinha falar consigo, porque tanto fingimento? Se ela realmente o odiava, porque não dizia de uma vez? Mas não, ela preferiu fugir. Preferiu se esconder a enfrentá-lo.

 Natsu nunca havia se sentido tão enfurecido em toda a sua vida.

 Chegando a casa ele colocou a chave na cômoda ao lado de sua cama. Seu semblante expressava a raiva que continha em seu corpo. Natsu andava de um lado ao outro pelo quarto. Seus passos se tornavam cada vez mais pesados. Gradativamente a sua temperatura corporal aumentava, mas Natsu nem ao menos ligou. Se precisasse incendiaria a tudo só para mostrar a raiva que ardia sob sua pele. Tudo era aquela massa de raiva maciça a ponto de explodir dentro de seu peito.

 Naquele mesmo momento Happy entrou sorridente na casa. Ele havia conseguido ter uma conversa adequada com a gata branca e se sentia imensamente orgulhoso de tal feito. Mas imediatamente parou. Seus olhos acompanhavam os passos de Natsu - que havia deixado o quarto – e agora andava incessantemente pela sala. Ele podia jurar que ondas de calor emanavam do corpo do rosado.

- Natsu? – o neko questionou, mas foi o mesmo que não ter dito nada.

- Por quê? Ah, mas que droga! – Natsu resmungou consigo mesmo.
 
 Com um suspiro Happy se sentou no sofá para assistir ao amigo que parecia prestes a explodir. Ele sabia exatamente o porquê de Natsu estar naquele estado, mas resolveu nunca tocar no assunto. Parecia que não era algo muito seguro a se fazer no momento.

 Happy vinha aguardando está reação desde o dia em que Lucy saiu em missão. Não fazia nem mesmo uma semana que a loira havia partido e os efeitos em Natsu foram quase instantâneos. Isso o fez recordar das duas semanas que a maga celestial havia ficado fora antes do exame para magos Classe-S. O rosado estava tão distraído e aéreo que Gray havia vindo perguntar para Happy se o mesmo sabia o que estava acontecendo. O azulado não tinha o que responder. E isso o deixava angustiado. Não gostava de ver o amigo assim.

- Happy... – Natsu chamou parando de andar e encarando o neko. – Porque tudo isso está acontecendo? Na verdade, o que está acontecendo comigo? Eu nunca me senti assim antes!

 Happy teve que engolir uma risada diante do desespero do mago. Ele entendia muito bem o que acontecia com Natsu, mas será que ele era o individuo certo para revelar a causa das angustias do rosado? Se apenas pudesse descobrir onde Lucy estava, era o que ele pensava.

- Natsu não sou eu quem deve dizer o obvio. Você deve descobrir sozinho. – Happy simplesmente respondeu. Natsu o encarou durante alguns minutos.

- Mas o que eu devo fazer agora? Eu estou com tanta raiva! Ela podia apenas ter vindo falar comigo! Não é possível que aquela noite tenha sido especial apenas para mim. Apesar das circunstâncias. – ele sussurrou a ultima parte. Natsu havia voltado a andar, completamente revoltado.

 Happy ficou boquiaberto observando o rosado. O neko tinha certeza que Natsu não estava falando da noite de três anos atrás. Ou seja, algo mais intenso havia acontecido recentemente. “Eles realmente se gostam”, pensou Happy com um sorriso. “Mas são tão cabeça dura...” ele lamentou com um suspiro.

 Natsu estancou de repente. Seu rosto tomado por uma fúria decidida. Sem mais nenhuma palavra se dirigiu até a porta. O céu já era escuro lá fora.

- Natsu! – ele ouviu Happy o chamar da porta de casa, mas não ligou. Ele estava com sua atenção inteiramente focada na decisão que tomou em sua mente.

 Enquanto corria a luz da lua o acompanhava.

 Ofegante ele entrou na guilda ainda movimentada. Muitos membros estavam jantando calmamente enquanto riam e conversavam com seus companheiros. Pouco se importaram com Natsu já que eram normais suas entradas espalhafatosas. Gray observou em completo silêncio o rosado caminhar decidido até o balcão da guilda.

 Lisanna se surpreendeu quando o mago parou a sua frente. Ele inspirou fundo tentando ignorar ao máximo os muitos olhares maliciosos que caiam sobre si. Mira tentava ouvir disfarçadamente não muito longe dos dois.

- Lisanna... – Natsu começou em tom baixo. A albina se inclinou, ansiosa. – Eu aceito ser seu parceiro de time.

 A maga inspirou de forma descompassada. Ela sorriu largamente e abraçou Natsu com o balcão ainda os separando. O rosado franziu a testa e a afastou não gostando do súbito movimento afetuoso. Mira tentava disfarçar uma careta de desagrado.

- Ah, desculpe... – Lisanna não parecia nada arrependida pelo abraço. Ela soltou uma risada um pouco alto demais para o rosado. – Então que tal sairmos amanhã para uma missão?

-Tudo bem – Natsu respondeu já começando a se afastar. – Até amanhã.

 Ele não esperou por uma resposta, simplesmente deu as costas e começou a caminhar para fora da guilda rapidamente. Lisanna pareceu não notar a careta no rosto do rosado, ela estava imersa em seu mar de felicidade.

 Gray e Juvia se olharam em uma mesa não muito longe de onde aconteceu aquela cena peculiar. O moreno olhava as costas largas do rosado se distanciar fixamente, até que o mesmo desapareceu na escuridão da noite. Ele balançou a cabeça emitindo um som de desapontamento.

- Que idiota... – ele disse para a azulada, que apenas concordou.

 Natsu parou no meio-fio. Cansado ele se sentou na calçada sentindo a brisa que ainda retinha um resquício do frio do inverno de algumas semanas atrás. Seus olhos se ergueram encontrando a enorme lua centrada no céu negro salpicado de estrelas.

- Eu preciso seguir em frente Luce. Não posso esperá-la para sempre, não é? Ou posso?

 Natsu ficou contemplando a bela lua como se esperasse uma resposta para a pergunta retida em seu coração.


.....................

 Uma leve brisa passou pela janela do quarto fazendo as cortinas brancas e etéreas levitarem suavemente. Aquele vento cálido carregando lembranças de neve e frio roçou com doçura pelo rosto de uma loira ainda inerte em uma cama de hospital.

 Lucy franziu as sobrancelhas, sua consciência ainda pendia entre a completa escuridão e a realidade. Lentamente ela abriu os olhos castanhos e fitou o teto de cor bege. Sua mente voltava a passos de tartaruga. Ou seria a maga que estivesse tentando retardá-la, não querendo se lembrar dos acontecimentos mais recentes? Mas não importava o que ela queria. A realidade a abateu de imediato com seu peso esmagador.

Lucy simplesmente ficou lá parada fitando o teto. Grossas lágrimas escorriam por suas bochechas molhando o travesseiro e os lençóis imaculadamente brancos. Não havia mais nada que a loira pudesse fazer naquele momento além de sentir aquela dor aguda em seu peito e o desespero em sua mente.

- Loke poderia me deixar sozinha por um momento?

 O espírito que estava sentado em um canto do quarto observando sua mestra fixamente esperando ela acordar suspirou. Mesmo querendo ficar e ter uma devida conversa com Lucy ele resolveu que devia dar um tempo para a loira digerir todas as informações. Loke se levantou e foi até a porta. Resolveu que não retornaria para o mundo dos espíritos. Com um ultimo olhar na loira abatida deitada na cama ele saiu e fechou a porta.

 Loke olhou para os dois lados do corredor e constatou que tudo estava vazio e no mais completo silêncio, o que era, de certo modo, estranho. Geralmente hospitais eram agitados e barulhentos. Mas ignorando este fato ele simplesmente ficou ali ao lado da porta aguardando pacientemente.

 Depois de vários minutos Anne surgiu no corredor. Loke apenas assentiu com a cabeça, e então os dois entraram no quarto. Lucy estava parada perto da janela, a brisa ainda movimentava as cortinas brancas.

 A loira havia acabado de sair de um banho demorado, seus cabelos loiros e úmidos caiam por suas costas batendo de leve em sua roupa preta típica de viagem. Sua capa já pendia de seus ombros. Lucy não desviou sua atenção da bela lua que brilhava no céu.

 Loke olhava de sua mestra para a cama onde estivera e agora devidamente arrumada. Os pertences da loira prontos e guardados em sua pequena sacola.

- Lucy... – Loke começou um pouco alarmado. Ele deu um passo para dentro do quarto.

- Como estão os pais de Lya? – a loira interrompeu. Um silêncio pesado caiu sobre o local.

Anne olhou de lado para o ruivo em busca de alguma ajuda. Depois de tudo o que ela havia descoberto, suas primeiras palavras foram usadas para pedir o estado em que dois estranhos para a mesma se encontravam?

 Loke já havia entendido tudo. Ele suspirou profundamente e mexeu em seus óculos de forma ansiosa. Anne pigarreou vendo que Lucy nem ao menos havia se mexido após fazer sua inesperada pergunta, e claramente estava a espera da resposta.

- Nada bem. – a enfermeira começou em tom baixo. – A mãe teve um serio choque, entrou em pânico e foi imediatamente sedada. O pai não fala nada desde o ocorrido. – Anne apertou suas mãos fortemente em frente ao corpo tentando manter a voz controlada. – Eles não podem mais ter filhos. Lya nasceu por um milagre. Sua magia era inesperada. Os pais sentiam muito orgulho da filha.

 Mesmo após tanto tempo sendo uma medica ainda era difícil para Anne presenciar aquelas cenas. O silêncio que se seguiu era pesado.

- Entendo. – foi tudo o que Lucy disse depois de um minuto inteiro em completo silêncio.

- Lucy o que você pretende fazer? – Loke perguntou inseguro.

A loira sorriu. Um sorriso fraco.

 Desde o momento em que ela acordou sua cabeça estava a mil. Pensamentos iam e vinham sem parar. Tudo fazia sentido para ela agora. Até mesmo se sentia uma idiota. Todos aqueles enjoos e tonturas só poderiam significar uma coisa.

 Inconscientemente sua mão pousou sobre seu ventre de forma protetora. Como ela podia já amar alguém que nunca havia visto? Como poderia se sentir daquela forma se nem mesmo sabia de sua existência até alguns momentos atrás? Lucy sentia que poderia explodir a qualquer momento.

 Depois do choque de descobrir que estava grávida uma enxurrada de diversos sentimentos a tomaram. Ela não conseguia distinguir nenhum com clareza. Só o que ela sabia era que a criança que carregava não tinha culpa alguma de seus atos ou os de Natsu.

 Algumas mulheres pensariam imediatamente em aborto, nem mesmo hesitariam em fazer aquilo, mas Lucy não. Ela criaria seu filho ou filha com todo o amor que ela pudesse dar. O único problema a vista era o pai da criança. Pensar em Natsu lhe causava um estranho misto de desespero e, ela tinha que admitir, saudade.

 Era algo tão confuso que Lucy preferia nem refletir muito no assunto. Ela já havia tomado sua decisão e precisava se mover logo.

 Ignorando ainda mais a presença de Anne e Loke no quarto, Lucy caminhou até a cama onde seus pertences descansavam. Ela pegou uma folha em branco, uma caneta e se pôs a escrever.

- Lucy você pode me responder? – ela ouviu a voz de Loke repleta de raiva.

- Vou continuar com a missão.

 Loke fechou os olhos e respirou fundo como se já esperasse aquela resposta. Anne observava com olhos verdes calmos e curiosos.

- Você está louca? Não pode fazer isso! Lucy volte para Magnólia, você está grávida! – Loke falava exasperado. Lucy o ignorou. – Anne... – Loke apelou para a enfermeira. – Diga a ela que é perigoso! Diga a ela que não está em condições de fazer essa missão! Não agora!

 Antes que Anne pudesse responder Lucy se ergueu analisando o papel em mãos.

- Não adianta. Eu continuarei essa missão. Só eu posso fazê-la.

- Então peça para alguém vir ajudá-la. – Loke suplicou tentando em vão melhorar a situação. Ele via que já tinha perdido a discussão, mas não iria desistir.

- Quanto menos pessoas melhor. E eu já tenho vocês, meus espíritos. Não estou sozinha. – Lucy sorriu gentilmente para o ruivo. Ela se aproximou e colocou a folha nas mãos dele. – Leve isso para o mestre, e para mais ninguém. E, por favor, não diga nada do que aconteceu aqui.

- Você não vai contar para o Natsu? – ele indagou baixinho. Lucy se afastou como se ele tivesse a atingido fisicamente e desviou o olhar.

- Não. Não é o momento certo. – ela voltou a caminhar para a janela sem conseguir encarar nenhum dos dois que a observavam.

- E quando vai ser o momento certo Lucy? Quanto mais você vai fugir do Natsu?

 Lucy se encolheu abraçando seu próprio corpo e fechou os olhos fortemente. Não iria deixar as lágrimas caírem, seria forte. Precisava ser forte agora não apenas para si mesma, mas também para a criança que crescia em seu ventre.

- Loke, por favor.

 Vencido o espírito suspirou e se aproximou de sua mestra. Ele a abraçou sentindo o corpo dela relaxar em seus braços, beijando o topo da cabeça de Lucy Loke sussurrou:

- Tenha cuidado. – e desapareceu.

Lucy continuou com os braços envolta de seu corpo. Surpresa ela sentiu um toque quente em seu ombro. Era Anne.

- Vocês dois estão bem. – ela sorriu olhando a barriga com praticamente nenhuma saliência. – Você já completou o primeiro mês. Ou seja, deve ter cuidado. Essa é a parte mais delicada da gravidez. Coloquei algumas vitaminas e remédios para você em sua sacola.

- Eu nem sei como agradecer... – Lucy respondeu com a voz embargada.

- Não se preocupe. Eu entendo o porquê de optar não contar para ninguém. – Anne olhou pela janela a noite calma. – Você é corajosa.


 Pouco tempo depois Lucy já caminhava nas sombras da cidade de Zoenyx. Ela colocou uma mão sobre a barriga e olhou para a lua.

 “Eu fiz uma promessa. Sei que é errado o que estou fazendo, mas é preciso. Desculpe-me Natsu. Eu preciso fazê-los pagar pelo o que fizeram.”


........
 Naquela noite duas almas trilhavam seus caminhos escolhidos achando que se distanciavam um do outro a cada passo. Mal sabiam eles que era o completo oposto.

..............
 Em uma construção velha e sombria em meio a um lugar tenebroso com suas árvores secas e retorcidas um homem olhava da janela de seu escritório. Seus subordinados alinhados na parede observavam em completo silêncio. Um grito cortou o ar da noite aparentemente calma. Um grito contendo uma dor tanto física quanto mental.

 Um subordinado se aproximou com hesitação.

- Senhor, elas estão aguentando muito mais que as outras. Já foi totalmente comprovado. Elas são compatíveis. O que faremos agora?

 O homem que observava pela janela sorriu, ou melhor, repuxou os lábios acima de seus dentes brancos e alinhados.

- Vamos nos movimentar já que as coisas, enfim, ficaram divertidas. – ele riu baixo ignorando os calafrios dos homens a sua volta que já sabiam o que viria. – Nós atiçamos a fúria de Lucy Heartfilia.


Continua em “No silêncio da sua distância.”


 


 



 


Notas Finais


Vamos lá! Quero treta! Essa fic tá muito calminha!
KKKKKKK Corre porque Lucinda está chegando!
Espero que tenha gostado!
Deixem, por favor, seus comentários! <3 Compartilhem suas fofuras comigo!
Beijooos!! Até 14/10


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