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História Destinos Traçados - Volume II - União


Escrita por: _pumpkinqueen

Notas do Autor


OOOOOIII PESSOAL!!!!!!!!
MAS QUE SAUDADE DE VOCÊS!!!!

Me desculpem pela demora desse ~hiatus, e, mesmo que eu demore um pouquinho mais para soltar os outros capítulos, saibam que ele acabou.
Nesse meio tempo eu tentei, juro que tentei, escrever o máximo o possível, mas o final de ano foi tão apertado.... provas, formatura, viagem, mais provas.... realmente não sobrou tempo nem para comer direito. E ainda estou com dois outros projetos de livros em andamento....

Mas eu voltei aqui, e espero que vocês não fiquem bravos!!! Saibam que não vou deixar de postar, mesmo que demore, e sempre vamos ter ~finais felizes~.

Espero que gostem do capítulo, sei que foi meio ruim mas.... é agora que vão começar a acontecer as coisas. E agora que vou atualizar tudo o que perdi aqui no spirit, faz meses que eu não entro.

Obrigada por serem tão fantásticos, eu amo vocês!!! Beijão, e de novo, espero que gostem do capítulo! <3

Capítulo 3 - União


P.o.v. Kelsey.
Tateei a cama em busca de Ren, mas ele não estava lá.
-Ren? - chamei. Sem resposta.
Ouvi uma música no andar de baixo. Era uma trilha indiana, acompanhada de uma voz calma que cantava junto.
Desci as escadas e encontrei Ren na bancada da cozinha fazendo alguma coisa que, por sinal, cheirava muito bem. Ele estava com um avental branco todo sujo de algum tipo de massa, sem camisa por baixo e com uma calça de moletom. Seu cabelo estava bagunçado e suas expressões coradas, por causa do calor que estava fazendo ali. 
-O que está fazendo? - perguntei, dando risada. 
Ele olhou para mim, e, depois de alguns segundos analisando a minha pergunta, ele sorriu e abriu os braços.
-Para a minha noiva - ele falou, me puxando para um abraço.
Olhei para a grande forma e não pude deixar de conter um sorriso quando vi que ele estava fazendo biscoitos em formatos de palavras, formando um belo e colorido "eu te amo".
-Ah, não acredito. 
-Eu realmente não sei o que fazer para retribuir a felicidade que você me dá, então vou fazendo pequenas coisas até que elas possam compensar. 
Dei risada. 
-Você não precisa compensar nada, Ren. Só de você existir, você já me faz a mulher mais feliz do mundo. Ver você sorrindo, olhar nos seus olhos, tudo isso... não haveria como compensar o que você faz pra mim. 
-Eu te amo muito, muito, e mais muito.
-Eu nem preciso falar mais que te amo. Espero que você saiba disso. 
Ele sorriu como resposta, e eu soube, através desse sorriso, que ele sabia. 
-Agora vamos assar logo esses biscoitos - eu disse. - Estou com fome. 

P.o.v. Anamika. 
Já era de manhã e eu nem dormira durante a noite de tanta ansiosidade. Era agora, agora mesmo, que eu iria encontrar Sunil. Sunil, a pessoa que me ajudara a suportar tudo o que eu havia passado. 
Logo eu me troquei. Coloquei uma das calças e um top, jogando por cima uma jaqueta esportiva. Nem consegui pentear os cabelos, de tanto que tremiam as minhas mãos. Também não comi nada, meu estômago estava silenciado há muito tempo, desde que eu chegara em casa no dia anterior.
Saí pela porta da frente e, sem conseguir esperar que a minha carona chegasse, saí correndo pela rua para a casa de Anik. Parei em frente à sua residência bem na hora que ele pôs os pés para fora.
-Bom dia, Anamika! Já está na hora de irmos ver Sunil. Está ansiosa?
Eu estava tão ofegante - de ansiosidade com um misto de cansaço e desespero - que não consegui responder. Apenas olhei para ele e dei uma tragada mais forte no ar. Anik pareceu entender e deu risada.
-Então vamos. Não é tão longe daqui. 
Entrei no carro e Anik começou a dirigir. Saímos do condomínio e percorremos uma estrada durante pouco tempo, mas que para mim pareceu uma eternidade. Adentramos em um bairro de classe média e andamos por mais alguns minutos, até chegarmos em frente a um barracão, que parecia ter sido uma fábrica em tempos antigos. Ele aparentava estar abandonado, exceto por um manto com uma estampa de mandala que se mexia com o vento pendurado em uma das janelas. Arquejei ao ver que aquela se tratava da mandala da minha família, era como o brasão que guardávamos há gerações. 
-Vamos? - perguntou Anik, ao ver o meu choque. 
Assenti e desci do carro. Ele foi na frente e bateu na porta. Não houve resposta. Vi que Anik pensou um pouco e cogitei a possibilidade de Sunil não estar em casa, mas então, ele abriu a porta e me chamou para entrar.
-Ele está aí? - perguntei, sussurrando.
-Presumo que esteja aqui dentro - disse Anik. - Venha. Pode vir. 
Lentamente, tomei meu posto ao lado de Anik e entrei no recinto. 
A princípio, tentei imaginar onde Sunil dormia. O ambiente era inteiro cheio de telas de pintura, tintas espalhadas pelo chão e plásticos envolvendo quadros prontos e semi prontos, retratos, paisagens. Esbarrei em uma tinta e levei um enorme susto, mas me recuperei depois. Caminhamos por entre os quadros e eu fui reparando em todos, encontrando diversos retratos meus. Arfei, imaginando como estaria hoje a pessoa que eu mais amara na vida toda. 
-Sunil? - Anik chamou.
-Pois não? - mesmo que houvesse mudado, ainda havia na sua voz aquela característica centelha de ousadia e brincadeira. Este era Sunil.
Nos aproximamos um pouco mais, e, mesmo longe, pude ver uma cabeleira negra atrás de um quadro. Ele se inclinou para o lado, para ver quem éramos, e então derrubou a cartela de tintas no chão.
Seus olhos me encararam com surpresa e felicidade. Ele se levantou e sorriu.
-Mika - foi a única palavra que ele disse antes de vir correndo e me tomar nos braços.
Eu não sei se eu chorei. Acho que sim, porque Sunil estava chorando. Seus grandes olhos verdes estavam vermelhos e o seu sorriso me fez sorrir mais ainda. Era isso, eu estava reencontrando a pessoa em quem eu mais confiava depois de tantos anos sem notícia alguma de seu paradeiro.
-Eu não acredito! Você está alta, está bonita. Minha irmã, não sabe o quanto aguardei por esse momento. Me desculpe por ter ido embora, me desculpe por ter te abandonado.
-Você não me abandonou, irmão - eu disse. - Você fez o melhor para nós. Eu... eu estava com saudades. 
Ficamos mais um bom tempo abraçados. De tanta felicidade por rever o meu irmão, eu nem reparei que Anik havia saído do local.
-Você está bem? Ainda consegue me vencer nas lutas? - ele perguntou. - Quero que me conte tudo, tudo o que aconteceu. Onde você foi morar, tudo...
Ele me puxou e nós nos sentamos em duas pequenas poltronas que ficavam ali, um de frente para o outro, sem soltar as nossas mãos.
-Depois que você foi embora, eu fui morar na floresta. Fiquei em um pequeno chalé no meio da selva por todos esses anos. Me alimentava apenas da minha caça e das frutas que cresciam ao meu redor. 
O rosto de Sunil parecia preocupado, e tinha uma pontada de culpa.
-Mas recentemente, duas pessoas muito especiais invadiram a minha casa. Fiquei tão chocada por ainda haver população humana que quase os matei. Mas eles me trouxeram luz e hoje são umas das pessoas nas quais eu mais confio. Quando Ren e Kelsey passaram pela minha porta e me explicaram a destinação deles e o que estavam fazendo, vi que eram boas pessoas. E eles me convidara para voltar para a sociedade. De começo, tive medo e não aceitei. Mas depois, comecei a perceber que aquilo que eu estava fazendo não era viver, e sim sobreviver. Me dei conta de que se eu quisesse ser feliz novamente, eu precisaria avançar na vida e sair dali. E foi o que eu fiz. Aí, já é uma outra história. Fui até o Himalaia para encontrá-los novamente. 
-Minha nossa, irmã. Me parece terrível - ele disse, em tom baixo, porém firme. - Se eu soubesse disso, voltava para te ajudar. 
-Esqueça isso. Estou bem agora, tenho uma casa, amigos e muita comida. E agora, tenho você. Mas me conte. O que lhe ocorreu nesses anos? 
-Bem, quando eu saí do país, fui direto para a Tailândia. Fiquei por lá, ajudando um velho fazendeiro até completar 18 anos. Então, vim para os Estados Unidos e comprei isso - indicou o espaço em que estávamos. - Você sabe que eu sempre gostei de pintar. Fiz a minha vida desde então pintando retratos. Não tenho mais nada para contar, a minha experiência foi realmente mais fácil do que a sua... eu deveria ter te ajudado, continuado do seu lado, eu me sinto tão culpado, tão...
-Sunil - chamei, e ele olhou para mim. - Cale a boca.
Meu irmão abaixou os olhos e deu um sorriso triste. 
-Eu simplesmente quero o melhor para você, bahan. Não suportaria perder mais uma pessoa que eu amo.
-Você não vai me perder. Eu estou bem. E agora você vai morar perto de mim. Nós teremos a vida toda pela frente e eu quero que você conheça algumas pessoas. Elas devem estar na minha casa agora. Ah, e você não vai acreditar no presente que eu ganhei.
Me levantei, seguida dele, que colocou as mãos nos meus ombros e saiu andando atrás de mim, como fazíamos quando éramos crianças. 
-O que você ganhou? - ele perguntou. 
-Um estúdio! Um estúdio de artes marciais. 
-Ah, eu sabia. Conheço a minha irmã e sei que nunca abandonaria essas artes. 
-Quem sabe eu o ensino a praticar - sugeri. 
-Você sabe que eu gosto de outro tipo de arte. 
-Vai adorar conhecer Yesubai - falei. - Ela também é artista.
-Sua amiga?
-Comprometida. 
-Ah. 
Demos risada e voltamos para o carro de Anik, e fomos conversando, felizes, até a minha casa. 
( . . . )
Chegamos ao meu novo recanto e quando eu abri a porta, vi que todos estavam lá dentro. Era como uma festa surpresa. 
Quando todos viram que chegamos, ficaram quietos. Kelsey abriu os braços e disse, sem gritar:
-Surpresa!
-Então, pessoal - eu disse. - Este é Sunil, o meu irmão.
-Seja bem-vindo! - gritou Yesubai. 
Ren e Kishan se levantaram e apertaram a mão de Sunil. 
-Faça desse lugar seu também - Ren falou.
Kishan deu um sorriso motivador - bem fora de sua personalidade, na verdade. Sempre espinhos, agora rosas. Dei risada. 
Kelsey se levantou e lhe deu um abraço.
-É incrível para mim te conhecer, Sunil! - disse ela. - Você passou por tanta coisa ao lado de Anamika... é de fato um sobrevivente. 
-Obrigado - disse ele, sorrindo. 
Yesubai se aproximou, juntou as duas mãos em um típico gesto indiano e fez uma reverência. Depois, segurou as suas duas mãos e sorriu.
-Seja bem-vindo.
-Obrigado. 
-Esta casa não é minha, mas sinta-se em casa - disse Kelsey. Definitivamente, ela era a pessoa mais simpática que eu já havia conhecido. - Não só nesta mas em todas. Você é totalmente bem-vindo. 
Ela olhou bem em seus olhos e pareceu perceber que ele estava perdido. Logo foi se apresentar especificamente, para explicar para Sunil o que estava acontecendo.
-Eu sou Kelsey, e este é o meu noivo, Ren - ela segurou a sua mão. - Fomos nós que aparecemos no chalé de Anamika. Estes são Kishan e Yesubai. Kishan é irmão de Ren. 
-Ah, entendi... 
-Bem, nós fizemos umas comidas - disse Yesubai. - Fique à vontade. Você é da família agora. 
Resolvi apresentá-lo à minha casa. 
-Sunil. Venha conhecer o meu estúdio. É incrível! 
O guiei até o meu lugar favorito da casa. 
-Minha nossa! Quem fez isso? - perguntou ele.
-Meus amigos. Eles fizeram para mim, para Kelsey e Yesubai. Só que não de esportes, Kells ficou com a biblioteca e Yesubai com um estúdio de dança. Ela dança, sabia? Muito bem.
Ele examinou o ambiente, segurou o saco de pancada e olhou para mim, sorrindo. 
-Gostei muito deles. Embora ainda não os conheça, sinto que virão a ser grandes amigos. Espero conseguir me ajustar... e ser feliz novamente.
-Também espero isso, Sunil - admiti. - Estou em uma montanha-russa que só sobe.

P.o.v. Kelsey 

Conversa vai, conversa vem, descobrimos que Sunil era artista e que morava em um ateliê. Vivia de pintar retratos e paisagens e depois os vendia para mercadores que pagavam muito bem. Já até chegara a expor as pinturas em uma galeria, mas, segundo ele, o investimento não teve muito sucesso. 
Fiquei com fome depois de horas conversando e vendo Ren se embriagar. Sim, ele estava bebendo e não era pouco. Apesar de eu dizer a todo momento que teríamos um jantar nesta noite, ele apenas falou que estava feliz. Concordei, sem muita escolha.
Fui para a cozinha. Peguei um prato e comecei a depositar dezenas de salgadinhos dentro deles. Eu estava tão preocupada em coletar os mais queimadinhos que nem reparei na presença que se postava atrás de mim.
Me virei com um salto, encontrando Sunil. 
-Kelsey....
-Hayes. Kelsey Hayes - estendi a mão, me apresentando formalmente. 
-Sunil. Nova Delhi, Índia - ele disse. Quando fui soltar a sua mão, ele a levou aos lábios e depositou um beijo cálido em seu dorso. 

-Eu sei de onde você é. 
-É uma honra conhecer a mulher que me trouxe a minha irmã. Obrigado.
-Obrigada, de nada - eu disse, confusa. 
Ele deu um sorriso estranho, um sorriso que eu nunca havia visto em ninguém mais. Tentei sorrir de volta, mas a minha expressão soou mais como uma careta. Nesse momento, fui salva por um Ren bêbado que adentrou na cozinha. Ele veio e logo passou o braço pelos meus ombros e beijou a minha testa.
-Precisa de alguma coisa, Sunil? - perguntou ele educadamente.
-Ah, só vim pegar alguns salgados. 
-Se precisar, pode falar conosco. Iremos te atender. 
-Obrigado. 
Após isso, ele saiu da cozinha. 
Ren me abraçou e começou a cantar. Ele estava claramente bêbado.
-Ren, acho melhor você parar de beber. 
-O que?
-Está ficando vergonhoso.
Ele começou a dar risada, me apertando mais contra si. Ri também, feliz por ele estar feliz.
-Lembre-se de que hoje você vai encontrar a minha família para um jantar - avisei.
-Mas é claro. Não me esqueci disso.
-Que roupa eu uso? - perguntei.
-Será mais formal que o almoço, então... - ele parou e pensou um pouco. - Não faço ideia - concluiu, por fim. 
Revirei os olhos e ri, debochada. 
-O que foi? Você fica bonita com qualquer roupa - disse ele. 
Me virei, segurei o seu rosto e dei um beijo rápido em seus lábios.
- Veja se não vai passar vergonha na frente da minha família toda.
- Eles gostam de mim - falou, vagamente. - Não gostam? 
Dei risada. 
- Sim, eles gostam. 
( . . . )
A pequena festa de Sunil acabou cedo o bastante para eu ir para casa e começar a me arrumar. Tomei um banho, sequei os cabelos e os deixei soltos, depois enrolando um pouco algumas mechas. Não pude ignorar o quanto estavam brilhantes. Eu parecia brilhante de certa forma. 
Escolhi um lindo vestido rosé. Não tinha nenhum detalhe, mas com um salto branco e uma boa maquiagem, poderia ficar formal. 
Coloquei, por fim, alguns acessórios. Um colar, pulseiras, brincos e anéis. E o meu anel de noivado. Quando espirrei a última borrifada de perfume, a campainha tocou e eu desci correndo. 
Ren estava de pé na porta com, em vez de um buque, uma caixa de chocolates. 
-Tomara que você goste. Não sabia qual comprar e nem onde, mas Kishan tem um estoque fechado dentro do seu guarda-roupas e decidiu compartilhar com você.
-Que lindo. Obrigada. Agradeça a Kishan também. 
Ele pareceu se lembrar de alguma coisa. 
-Ah, a sua família já está entrando no condomínio. Vai passar aqui primeiro para ver a casa. 
-Certo... Vem, entre. 
Ele entrou, me abraçando por trás e depositou um beijo na minha nuca. 
-Você está linda - falou.
-Você também - devolvi.
Um carro parou na frente da casa e a minha família desceu. Corri para fora para poder abraçá-los, e, para a minha surpresa, Sarah trazia um pote de biscoitos vegan. Ao ver o meu olhar desconfiado para os biscoitos, ela disse:
-Fiquei sabendo que Ren iria te dar chocolates. Decidi igualar as calorias. 
Demos risada. 
-Vamos, pessoal, entrem - falei. - Venham conhecer a minha casa. 
Guiei cada um deles por todos os cômodos, recebendo muitos elogios pela cozinha arrumada. Pisquei para Ren, que piscou de volta, lembrando de nossa arrumação depois dos biscoitos. 
Depois que visitamos o andar de cima, decidimos que seria melhor já se encaminhar para a casa dos Rajaram. Fomos de carro depois de chegar à conclusão de que seria mais fácil acomodar duas crianças saltitantes dentro de um automóvel do que andar com elas na rua.
Quando chegamos, entramos pela porta principal. Deschen usava um lindo modelo oriental e seus cabelos pretos estavam presos em um coque perfeito. Seus olhos brilharam com empolgação quando ela viu que havia mais pessoas comigo e Ren. 
-Oi, Kelsey, querida. Seja bem-vinda mais uma vez. Muito obrigada por vir. 
-Eu que agradeço - falei, segurando suas mãos. - É uma honra poder jantar com a mulher que tornou o meu noivo um homem tão bom.
Ren sorriu para mim e acenou para Kishan, Yesubai, Anamika, Sunil e o sr. Kadam, que já estavam dentro da casa. Eles se levantaram e vieram até nós. 
Dei um passo para o lado e deixei a minha família visível para Deschen. 
-Bem, estes são os meus pais adotivos, Mike e Sarah, estes são meus irmãos, Samuel e Rebecca...
-Pode me chamar de Sammy! - gritou meu irmãozinho, nos fazendo rir. 
-E esta é a minha tia Jennifer - falei, enquanto ela abraçava Deschen apertado. 
Adentrei um pouco mais na casa. Todos estavam lindos, muito bem-vestidos. Ana e Sunil acenaram para mim, Yesubai sorriu, o sr. Kadam fez um cumprimento de cabeça e Kishan deu uma piscadela apenas falou, sem emitir som: "Quero meus biscoitos". 
Revirei os olhos e apresentei a minha família para todos eles. 
- Sarah e Mike, meus pais adotivos. Sammy e Rebecca, meus irmãos. Jennifer, minha tia. 
Me virei para a minha família e comecei a apontar para os novos integrantes. 
-Ren, meu noivo, que vocês já conhecem - fui até Kishan e baguncei seu cabelo. - Kishan, cunhado e melhor amigo. Esta é Yesubai, a melhor dançarina que vocês verão em suas vidas. Anamika, uma amiga que fizemos na Índia e seu irmão, Sunil. O sr. Anik Kadam, meu chefe e quem nos ajudou em tudo e Deschen, minha sogra. 
-Sejam totalmente bem-vindos - disse ela. - Esta casa é também sua. 
Todos se apresentaram corretamente antes de se sentar à mesa. Para a minha surpresa, o jantar não era nada oriental ou algo do tipo, mas sim de todos os tipos. Certamente, Deschen tivera receio de que a minha família não gostasse da comida. 
Deschen, Mike e Sarah conversaram entre si sobre todos os assuntos. Falaram sobre os filhos, sobre comida, sobre os países de origem. Dava para perceber o laço que fizeram nessa nova amizade.
Tia Jennifer olhava encantada para a beleza de Ren, Kishan e Sunil. Enquanto Ana e Yesubai discutiam algo sobre a Índia com o Sr. Kadam, fiquei contando sobre o país para tia Jen com a ajuda dos meninos. 
-Lá é quente, bem quente. Bem diferente do Oregon ou do Japão - disse Sunil. - Quando mudei de país, comprei uma tonelada de pelo de cordeiro para forrar as minhas jaquetas. Eu andava parecendo uma ovelha. 
-Nunca vi pessoas tão calorosas - falei. - Todos foram muito receptivos comigo. As pessoas são exóticas e as paisagens - suspirei -, ah. 
Mas há algumas coisas que senti falta quando fiquei lá - Kishan se queixou. - Como o chocolate do shopping. Ah, isso me fez tanta falta. 
Tia Jennifer riu. 
-Mesmo que eu ame morar nos Estados Unidos, sinto muita falta da Índia sempre. É algo nostálgico, e voltar para lá, ainda por cima acompanhado de Kelsey...
Dei um beijo em sua bochecha. 
-Vocês fazem mesmo um casal lindo - disse a minha tia. 
-Obrigado - dissemos eu e Ren ao mesmo tempo. 
( . . . ) 
Ao final de nossa conversa, tia Jen conseguira descobrir - perguntando descaradamente - que não, Sunil não namorava e estava disponível. Então ela disse que se não tivesse idade o suficiente para ser a sua mãe, consideraria um casamento. Tivemos uma crise de riso logo a seguir. 
O restante do jantar foi extremamente agradável: Kishan e Yesubai foram brincar com as crianças no jardim, Anamika e Sunil pareciam matar saudades, eu e Ren discutíamos coisas a respeito do casamento. Estávamos radiantes, como se tudo tivesse caminhado com a certeza de que daria certo. E tinha dado. Eu me lembrava disso a cada vez que olhava nos olhos de Ren, vendo a felicidade estampada em seu rosto. Eu simplesmente não conseguia me lembrar de como era a minha vida antes de conhecê-lo, antes de passar tantas coisas ao lado dele. Ele era meu porto seguro, minha alma. 
Não demorou muito para que as crianças se cansassem e nós voltássemos para casa. Minha família se despediu de mim, já avisando para que fôssemos visitá-los quando tivéssemos vontade. Acompanhamos Sunil, Anamika e Yesubai até as suas respectivas casas, mas Ren ficou na minha. Decidi que dormiria mais uma vez ao seu lado, para me sentir o mais próxima o possível. 
- Quer contratar malabaristas e elefantes para o nosso casamento? - ele perguntou, enquanto se deitava. 
- O que? Ficou louco? 
Ren deu risada, mostrando seus dentes brancos e luminosos. 
-Estou brincando. Acho que malabaristas e elefantes tirariam muito a sua atenção. 
-Não quero chamar atenção - rebati. 
-Você já chama. É linda, incrível... 
-Pare. 
-Vai chamar mais ainda com um traje de casamento. 
Atirei uma almofada nele e em seguida me deitei, lhe dando um beijo suave nos lábios. 
-Amo você - falei. - E um elefante não vai me ofuscar.
-Quer um elefante?
-Não! Deixe eles em paz nas suas casas. Me contentaria até com apenas um chá da tarde, desde que fosse com você.
Ele sorriu e beijou minha testa. 
-Me contentaria em viver na floresta, como um selvagem, se a tivesse ao meu lado, Kelsey Hayes. 
O sono começou a vir, eu estava cansada de mais. Quase não ouvi quando ele falou:
-Precisaríamos de um forno para fazer biscoitos. 


Notas Finais




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