- Kate não vai demorar para voltar – Peter avisa. – Alguém aí está perto de se soltar? – Peter considera os olhares para si e o silêncio como um não.
Os quatros lobos – Peter, Derek, Cora e Isaac – que estavam no porão estavam cada vez mais apreensivos. Nenhum deles sabia o que realmente iria acontecer, mas sabiam que com certeza não seria nada bom ao levar em consideração quem Kate era e seu histórico.
Nenhum dos lobos dentro do “porão” sabia o que fazer, e também nem tinham o que faze, afinal, Kate era uma psicopata desalmada, não era alguém com quem se poderia argumentar.
Nenhum dos lobos falava nada, apenas ficavam admirando e, ao mesmo tempo, odiando o silêncio que ali permanecia; um silêncio que era bom e ao mesmo tempo amedrontador; suave e pesado; silencioso e gritante.
Aquele silêncio cheio de prós e contras logo foi quebrado com o som de alguém descendo as escadas do "porão". Kate. Afinal, quem mais poderia ser?
- Espero que vocês estejam se sentindo bem... confortáveis - a mulher diz com um sorriso diabólico após descer as escadas.
Nenhum dos lobos ali sequer abre a boca para falar algo.
- Ah, qual é! Por que vocês estão tão quietos? - A loira pergunta. - Tudo bem. Então vamos nos divertir um pouco...
É tudo que Kate diz antes de chegar até Derek, se abaixar, pegar os cabelos do lobo com força e dizer:
- Você vai ser o primeiro com quem eu vou me divertir.
Derek rosna.
Kate nem dá atenção ao rosnado. Ela e Victoria haviam usado uma dose maior do "líquido" (aquele quem os impede de usar os poderes) em Derek e Peter, então Kate nem precisava se preocupar muito com Derek transformado tentando matá-la. Logo, Kate solta as corrente de Derek e rapidamente o puxa para cima, ficando atrás dele com uma faca no pescoço do moreno.
- Se você tentar qualquer coisa, eu te mato... - disse Kate, sorrindo logo em seguido; um sorriso que logo se tornou uma risada. - Do que eu estou falando? - Pergunta a mulher para si mesma, rindo. - Eu vou te matar de qualquer jeito.
Derek não faz nada, apenas deixa Kate conduzi-lo até as raízes do Nemeton que havia naquele "porão".
- Você não pode me matar aqui – Derek diz ao chegarem mais perto ainda das raízes. - Você vai dar poder ao Nemeton novamente.
Kate apenas ri com o comentário do lobo.
A loira chuta as pernas de Derek fazendo-o se ajoelhar, ficando face a face com as raízes do Nemeton.
Derek fecha os olhos.
- NÃÃÃÃOOOOOO!!!! - Gritava Cora com lágrimas escorrendo pelo rosto.
Quando Kate estava prestes a cortar a garganta de Derek...
- Kate! - Grita uma voz rouca e grossa.
Kate olha para trás e vê quem havia gritado.
- Chris? - A loira diz sem entender o que o irmão fazia ali. - O que você faz aqui?
Chris não responde a pergunta de Kate, apenas diz:
- Solte-os – diz com uma voz autoritária. - Todos eles!
Kate levanta Derek, fazendo-o ficar em pé como na posição inicial, com ela atrás dele com uma faca em seu pescoço.
- Solte-os, Kate! - Chris grita.
Kate ri e diz ainda rindo:
- Você 'tá' zuando, não é? - A loiro pergunta. - Você não pode estar falando sério!
- Se ele não estiver, eu estou! - Disse uma voz feminina.
Melissa.
A mulher apontava uma arma para Kate, com Parrish ao seu lado também apontando.
- Melissa, o que faz aqui? - Chris pergunta sem nem tirar os olhos de Kate.
- Acho que a resposta para isso é bem óbvia - disse a mulher rispidamente.
- Derek! - Stiles grita, agora do lado de Melissa.
- Sti! - Gritam Derek e Cora ao mesmo tempo.
Kate olha para Derek, em seguida para Stiles e começar a alternar rapidamente o olhar entre eles.
- Não brinca! - Diz a mulher rindo. - Sério que vocês dois... - diz apontando para Derek e Stiles. - É realmente algo hilário!
- Solta ele, sua puta! - Stiles grita.
O sorriso no rosto de Kate desaparece.
- Péssima ideia, garoto – diz Kate, encostando mais a lâmina da faca no pescoço de Derek, fazendo um fio de sangue aparecer e Derek gemendo num tom quase inaudível.
- NÃO! - Grita Stiles.
- Kate, é a ultima vez que vou pedir – Chris se pronuncia novamente. - Solte todos eles!
- Ah, vai tomar no cú, Chris! - Kate diz.
Chris olha com uma cara amedrontadora para Kate, mas a mulher nem parece se abalar.
- Largue ele – Stiles pede com os olhos já marejados. - Por favor... solte-os.
- Awn, que bonitinho – Kate diz com certo desdém. - Não é só porque tem água saindo de seus lindos olhos que eu vou mudar de ideia.
Kate aperta ainda mais a faca contra o pescoço de Derek, fazendo sair ainda mais sangue e o fazendo gemer de dor num tom mais perceptível.
Chris ergue a arma que segurava e ergue em direção a Kate.
- Se você tentar atirar, você vai acertar o lobinho aqui – Kate adverte.
Então Chris faz algo que ninguém ali jamais imaginou: o homem redireciona a arma que apontava para que Kate. Agora a arma apontava para a própria cabeça.
- Não seja tolo, Chris! - Kate grita.
- Pai, o que o senhor está fazendo? - Allison finalmente se manifesta.
- Alli, saia daqui – Chris ordena sem nem olhar para a filha.
- Pai, por favor, não faça isso – Allison pede com a voz já embargada por estar segurando o choro.
- Chris... - Kate ia começar a falar, mas foi impedida. Parrish havia atirado conta a mulher em sua perna que estava à mostra.
Kate urra de dor e baixa a guarda por alguns segundos, tempo suficiente para Derek inverter as posições, ficando, assim, atrás da mulher com sua garras em seu pescoço.
- Acho que passou o efeito daquele líquido - Derek zomba e Kate se debate para tentar se soltar.
Derek havia esquecido de algo, só não lembrava exatamente do quê...
A faca.
Kate ainda estava com a faca e já estava pronta para enfiá-la em Derek, coisa da qual ela foi impedida de uma maneira bem dolorosa.
Melissa atira, dessa vez na mão de Kate, fazendo-a largar a faca e fazendo Derek chutar a faca para longe.
- Sua vaca! - Kate xinga.
- Stiles, ajude os outros a se soltarem – Derek ordena ao garoto, que assente e se aproxima de Cora.
Após Stiles soltar Cora e Isaac, ele se direciona para Peter, mas para abruptamente e pergunta:
- Onde está o Scott?
- Ele fugiu há bastante tempo – Peter responde. - Não fazemos ideia de onde ele pode estar.
- Ele está lá fora, aqui perto – Chris se intromete. - Está desmaiado, mas está bem.
Ao ouvir isso, Melissa rapidamente sobe as escadas de volta para a floresta para procurar seu filho, juntamente com Allison.
Stiles foi soltar Peter.
- Sabe, Kate... - Peter se pronuncia enquanto massageia os pulsos que estavam presos. - Eu até poderia te matar agora, mas ainda não passou o efeito daquela coisa em mim. Mas também... por que negar tal prazer ao meu querido sobrinho?
Derek, ao ouvir isso, chuta as pernas de Kate, fazendo-a se ajoelhar e ficar cara a cara com as raízes do Nemeton da mesma forma que ele havia ficado.
- Derek, não faça isso... - Chris pede.
Derek revezava seus olhares entre Kate, Chris, Peter e Stiles: Kate gemendo de dor; Peter com um sorriso malévolo no rosto; Chris com um olhar quase de súplica e Stiles sem esboçar emoção alguma.
- Solte-a! - Ordena uma voz feminina.
Derek volta seu olhar para Victoria, que estava agarrada de Liam com uma arma apontada para sua cabeça.
- Victoria, o que você está fazendo? - Pergunta Chris para a sua esposa.
- Eu estou apenas fazendo o que tem que ser feito – a mulher diz.
- Não se esqueça, Chris... - Kate diz, ofegante. - Nós caçamos aqueles que nos caçam.
Chris fica calado, assim como todos ali. Logo esse silêncio é quebrado com um rugido e rapidamente Cora se joga em cima de Victoria, deixando Liam livre e jogando a arma da mulher para longe.
Cora prende cada braço de Victoria com uma mão sua enquanto fica em cima da mulher, deixando-a imobilizada.
Chris olha de volta para Kate e Derek e vê que a loira tirava algo de um bolso.
- KATE! - Chris grita, mas já era tarde.
Kate enfiou a faca na perna de Derek, fazendo o lobo urrar de dor e rasgar a garganta da mulher – mesmo não querendo. Derek soltou a mulher, que caiu sobre as raízes do Nemeton com o olhos abertos, mas já sem vida.
Todos olhavam para aquela cena imóveis e sem expressão alguma em seus rostos, exceto Victória que tinha uma expressão de incredulidade e fúria.
A mulher pegou uma faca que tinha escondida e enfiou no lado de Cora, fazendo a garota gritar de dor e cair para o lado, libertando-a.
Victoria subiu em cima de Cora, arrancou a faca que estava fincada na garota e estava prestes a enfiar a faca no rosto da garota quando Liam pula em direção a Victoria, rolando com a mulher. Vicotria fica em cima de Liam. A mulher ia golpear Liam, mas foi impedida por uma dor lancinante.
Parrish havia atirado em Victoria.
Chris rapidamente corre em direção a esposa, a tira de cima de Liam e a deita em seu colo, ficando sentado no chão.
- M-me pe-perdoe – a mulher falava com dificuldade. - Eu fiz o que achei que seria m-melhor para nós...
- Isso não importa agora – Chris diz. - Você tem que aguentar, eu vou te tirar daqui...
Chris ameaça se levantar, mas Victoria o chama.
- Por favor, Chris... - a mulher diz tentando falar de forma clara. - Diga a Allison que eu a amo e que eu jamais quis magoa-la quando capturamos Scott. Diga a ela... diga... - foi tudo que Victoria conseguiu dizer antes de partir para sempre.
Todos saíram dali, deixando Chris sozinho com os corpos da esposa e da irmã.
Enquanto saiam do "porão", Allison viu que, nem Kate, nem seu pai, nem sua mãe havia saído ainda (sim, Allison viu quando sua mãe apareceu, mas ficou com Melissa e Scott). O coração da garota logo se apertou e ela saiu correndo. Allison entrou novamente no "porão" e se escutou um alto grito na forma de um 'não' choroso.
Todos – exceto Allison e Chris – estavam ali, perto de Melissa e Scott. Stiles e Isaac se abaixaram para ficarem mais perto do moreno. Scott estava bem, só estava dormindo.
Melissa decidiu levar o filho para casa e disse aos outros que não queria visita nenhuma no momento.
A mulher se foi junto de Isaac e Parrish, que carregava Scott.
Derek ia se aproximando de Stiles, que observava o amigo ser levado embora.
- Stiles... - o lobo chama, colocando a mão no ombro do menor, mas Stiles se desvencilha.
- Agora não, Derek... por favor, agora não - Stiles pede com certo peso na voz.
Liam se aproxima de Stiles e entrelaça sua mão com a do amigo. Derek fica um pouco enciumado, mas já sabe do tipo de relação que Stiles e Liam têm.
Liam começou a puxar Stiles, que logo entendeu que era para eles irem embora, então apenas o acompanhou calado.
Liam olhou para trás, para Derek, e disse:
- Depois, okay?
O lobo apenas assentiu e deixou os "irmãos" irem embora.
Derek foi logo depois, junto de Cora e Peter.
- Sti, como você está? - Liam pergunta.
Os garotos já se encontravam no quarto de Stiles. O xerife estava em casa e ficou sabendo de tudo que havia acontecido assim que os meninos chegaram à casa.
- Bem... eu acho – Stiles responde sem emoção alguma.
Liam franze o cenho.
- Você sabe que eu sei quando você está mentindo, não sabe? - Liam pergunta, mesmo sabendo a resposta.
Stiles olha para o loiro e não se segura: ele abraça o loiro e logo começa a chorar e derramar todas as lágrimas que estava segurando.
- Shh... Shh.. Vai ficar tudo bem, Sti – Liam dizia enquanto afagava os cabelos de Stiles.
Depois de um tempo tentando acalmar Stiles, o loiro se pronuncia:
- Acho melhor você descansar, Sti.
O castanho apenas assente com a cabeça e se deita direito em sua cama; Liam ajuda Stiles a se cobrir.
O loiro dá um beijo na testa de Stiles e se vira para sair, mas é impedido por Stiles que segurava seu braço.
- Dorme comigo? - Stiles pede com uma carinha de cachorro abandonado, o que arrancou um sorriso de Liam.
O loiro foi para o outro lado da cama e se deitou, se cobrindo também e abraçando Stiles por trás para oferecer um pouco mais de segurança para o garoto de olhos âmbar.
Stiles adorava tudo aquilo, o fato de estar com Liam mesmo depois do término deles. Ele amava Liam, amava Liam estar sempre com ele, e esperava que isso nunca mudasse.
Os dois garotos logo caíram no sono e dormiram o dia e a tarde toda sem despertar nem uma vez.
Em algum lugar, na floresta talvez, tudo que só se ouvia era o barulho do vento, não havia nem som de animais. Era noite e havia começado a chover, uma chuva realmente forte, mas isso não era incomum em Beacon Hills, mas o que aconteceu em seguida era: do chão molhado surge uma mão, uma mão que saia direto da terra. Em seguida saiu outra mão, e logo as duas começaram a abrir um caminho. Não havia ninguém ali para presenciar aquilo, o que claramente era bom. Ou não.
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