História Destiny - Sterek - Poisoned

- Cora? – Stiles se assusta com a presença da garota ali. – O que você faz aqui?

Cora não responde. Permanece olhando fixamente para Stiles. Sua respiração estava ofegante, e Stiles não fazia ideia de por quê.

- Cora? – Stiles começa a se aproximar da garota. – Você está bem? Aconteceu alguma coisa? – Stiles começa a se preocupar.

Cora permanece em silêncio, ainda olhando fixamente para Stiles. Stiles chega mais perto de Cora e segura seus braços com suas mãos.

- Cora, por favor, fala comigo. Tem alguma coisa acont... – Stiles é interrompido por Cora, que desmaia em seus braços, fazendo o garoto cair no chão com ela em cima.

Stiles não sabe o que fazer. Nem se mexe. Queria ligar para alguém para pedir ajuda, mas não fazia ideia de para quem. Scott. Isso, Scott pode me ajudar.

Stiles nem se mexe, está com medo de se mexer e acontecer algo com Cora, já que não fazia ideia do que tinha acontecido com ela, só sabia que não era algo muito bom. Stiles pega seu celular no bolso com muito esforço, e então começa a discar o número de Scott.

Oi. Não posso falar no momento. Você já sabe o que fazer... diz a voz de Scott na Secretária Eletrônica.

Droga, Scott!

Stiles não sabe mais o que fazer, não sabe mais para quem ligar. Não acha que Liam possa ajuda-lo, seu pai não é uma opção já que não sabe sobre o sobrenatural.

Algo passa na cabeça de Stiles. Derek. Eu tenho que ligar para ele. Mas como Stiles faria aquilo? Ele com certeza não tinha o número de Derek.

Mas Cora tinha.

Stiles tenta pegar o celular de Cora no bolso de trás de sua calça. Foi um pouco difícil, mas logo ele conseguiu. Procurou o número de Derek na Agenda e discou.

- Cora? – Derek atende. – Onde você está?

- Derek, sou eu, Stiles – responde o garoto.

- Stiles? Onde está Cora?

- Ela está aqui comigo, na minha casa, mas ela desmaiou, está em cima de mim e eu não sei o que fazer – responde o garoto. – Por favor, vem pra cá logo. Ela precisa da sua ajuda.

- Chego aí em 10 minutos – diz Derek, desligando o telefone.

10 minutos?! Isso é muito tempo! Stiles diz para si mesmo em pensamento.

Stiles não se mexe, o que é algo muito ruim para ele que está todo dormente. Ele fica esperando Derek chegar, esperando que ele possa ajudar com o quer que Cora tenha.

Derek chega 12 minutos depois na casa de Stiles, entrando pela janela do quarto do garoto. Ao entrar, vê o garoto no chão com sua irmã desmaiada em cima dele. Derek corre para tentar levantar a sua irmã e coloca-la na cama de Stiles. Ele a levanta e a coloca lá com certa facilidade. Nem se importa muito com Stiles, ou finge não se importar.

- Você sabe o que ela tem? – Pergunta Stiles ainda no chão devido à sua dormência.

- Eu não faço a menor ideia – responde o moreno. – Os batimentos dela estão um pouco acelerados, e ela também está um pouco quente – Derek põe a mão no rosto da irmã. – Cerca de 38,5°C.

- Quanta precisão – Stiles responde com um pouco de seu sarcasmo habitual.

- Eu preciso tirar ela daqui, mas não sei o que ela tem – diz o lobo. – Não vou me arriscar. Vou ficar aqui com ela para ver se alguma coisa muda – diz, decidido.

- Tudo bem – responde Stiles, já conseguindo mexer um pouco a perna direita.

Aos poucos, Stiles começa a conseguir mexer seu corpo, então quando já consegue movê-lo o bastante, ele se levanta. Vai para a cama onde está Cora e se senta na ponta da cama, longe o bastante de onde Derek está.

- O que será que ela tem? – Stiles quebra o silencio que reinava em seu quarto.

- Eu já disse que não faço ideia – responde Derek, ácido, fazendo uma cara feia para Stiles.

- Por que você é assim com todo mundo? – Pergunta Stiles, intrigado. Não bravo, somente intrigado. – Eu nunca fiz nada de ruim para você ou para sua família. Me tornei o primeiro amigo de Cora e você ainda me trata desse jeito. Eu tento ajuda-la com o que posso e faria o mesmo por qualquer um, até mesmo por você! E se eu fizesse acho que não receberia nem um obrigado – Stiles desabafa, se exaltando um pouco no final.

Derek só olha fixamente para o garoto com seus olhos de um tom de verde profundo. Derek vislumbra aqueles olhos cor de âmbar, desejando internamente poder mergulhar neles de algum jeito.

Stiles percebe que o moreno não para de encara-lo, então pende a cabeça para o lado com uma expressão de confuso. Derek percebe o que está fazendo, então vira o rosto, que já estava começando a corar, para o lado para que Stiles não pudesse ver. Stiles acha aquilo estranho, mas dá de ombros.

Nenhum dos dois sabia o que fazer, então só ficaram ao lado de Cora a noite toda. Stiles cochilou algumas vezes, acordando sempre com o olhar de Derek sobre ele. Quase não parecia que se preocupava com o estado de sua irmã, mas se preocupava. Quando não estava olhando para Stiles, estava olhando para Cora. Ela era sua única família – tirando Peter – e ele queria ver ela bem.

O xerife não foi para casa naquela noite, o que, para o momento, era algo bom. Quando era por volta das 02:45 A.M., Peter ligou para Derek.

- Onde vocês estão?! – Pergunta se referindo a ambos os irmãos.

- Na casa do Stiles – Derek responde. – Cora tem alguma coisa. Você pode vir para cá?

- Claro. Me mande o endereço – Peter responde, já desligando.

Derek envia uma mensagem com o endereço para Peter, que se dirige logo para a casa de Stiles.

Por ser tarde não havia trânsito nenhum. Peter chegou na casa de Stiles em 6 minutos e, assim como o sobrinho, entrou pela janela do quarto do garoto. Stiles já havia dormido novamente, mas acordou quando Peter adentrou seu quarto.

- O que houve com ela? – Pergunta Peter, aproximando-se da cama onde Cora e os meninos se encontravam.

- Nós não sabemos – Derek responde. – Nós não a levamos para lugar nenhum por que a gente não sabe o que ela tem. Ela está com os batimentos um pouco acelerados e com febre – finaliza.

- Ótimo. Então ela ainda não teve nenhuma convulsão, não é? – Peter pergunta.

- Convulsão?! – Stiles pergunta, apreensivo.

- É, convulsões. Ela deveria... – Peter para de falar, pois naquela hora Cora começa a ter as convulsões que ainda não tinha tido.

Derek e Stiles se levantam de súbito com o susto que levaram.

- Saiam da frente! – Peter grita, se aproximando de Cora e fazendo os outros dois recuarem. Peter tenta parar as convulsões de Cora e consegue, mas isso não durará muito tempo.

- Por que ela está assim? – Stiles pergunta.

Peter não responde.

- Derek – Peter chama. – Preciso de um favorzinho. Você ainda tem os potes com acônito que eram da sua mãe? – Pergunta o cara de olhos azuis.

- Tenho, estão no loft – responde o moreno.

- Ótimo! Eu preciso de um deles. A Cora foi envenenada com Aconitum napellus. Isso não vai matá-la, mas se não fizermos algo logo ela não vai acordar mais. É como uma maldição do sono para lobisomens. Ela ficará viva, mas ao mesmo tempo estará morta – Peter explica a situação de Cora.

- Do que você precisa? – Pergunta Derek.

- Aconitum anthora. Agora! – Peter grita. – Leve Stiles com você.

- Não! Ele vai ficar! – Derek responde, rude.

- Leve-o Derek – Peter insiste. – Ele pode ajudar com algo.

- Vamos – Derek diz, por fim, saindo do quarto do garoto.

Stiles desce as escadas com Derek e saem da casa de Stiles.

- Onde está o seu carro? – Derek pergunta.

- Eu estou praticamente sem gasolina. Não vai dar para dirigir até a sua casa com o meu carro – Stiles responde.

- Tá, vamos no meu – Derek começa a andar e vai até o seu carro, um lindo Camaro preto, pega as chaves no bolso da jaqueta de couro e abre a porta do carro.

- Uau, que carrão – Stiles diz ao adentrar o carro.

- Cala a boca – Derek diz, ligando o motor do carro enquanto Stiles revira os olhos com a atitude do maior.

Eles seguem o caminho em alta velocidade e em total silencio. Nenhum dos dois diz uma só palavra durante o caminho até o loft de Derek.

Eles chegam em cinco minutos no loft. Derek já sai do carro às pressas adentrando o lugar para procurar os potes com acônito que não fazia ideia de onde realmente estavam. Stiles o ajuda a procurar, mesmo não sabendo o que realmente é.

- Como são esse tal acônito e esses potes? – Pergunta Stiles procurando pelo que vieram buscar.

- São potes normais; o acônito que nós estamos procurando tem uma tonalidade amarelada. Mas se você achar os outros, este deve estar junto – Derek responde. – São plantas azuis, marrons, roxas, amarelas...

- Como essa? – Stiles pergunta, segurando um pote em sua mão e mostrando a Derek.

- Exatamente essa – Derek se aproxima de Stiles e pega o pote de sua mão e sai andando com Stiles atrás de si. Nem sequer agradece.

- Não foi nada, Derek – Stiles diz sarcasticamente.

Algo com certeza inesperado acontece.

Derek se vira e bate em Stiles, que estava atrás dele.

- Desculpa – Stiles diz.

- Obrigado, Stiles – Derek diz.

O quê?

- Eu ouvi direito? – Stiles pergunta com um sorriso bobo no rosto. – Derek Ranzinza Hale agradecendo alguém!

- Stiles, agora não é hora – diz Derek, sério. – Vamos. Cora precisa disso.

Eles saíram do loft e foram para o carro. Durante o caminho começou a chover. Que merda! Odeio chuva! Stiles diz em seus pensamentos.

Eles chegarem na casa de Stiles, saíram do carro, entraram na casa e subiram para o quarto de Stiles todo molhados.

- Aqui está – Derek entrega o acônito a Peter.

Peter abre o pote e retira o acônito de lá, se virando para Stiles.

- Eu preciso de um copo de água, agora! – Diz Peter, com aquela sua voz rouca.

- Claro – Stiles responde e desce para buscar um copo de água. Volta para o quarto e entrega o copo para Peter.

Peter pega o copo e o deixa de lado por um momento. Ele pega a flor, abre a boca de Cora e a enfia lá dentro, o quão fundo ele consegue sem fazer a garota vomitar. Então ele pega o copo e despeja um pouco da água na boca da loba. Se levanta e... nada.

- O que você está fazendo? – Derek pergunta gritando. – Ajude ela!

- Eu já ajudei. Ela precisa comer o acônito. Vai fazer mal no começo, mas ela vai melhorar logo em seguida – Peter responde.

- E como ela vai comer isso? – Derek se exalta.

- Como eu disse, ela está viva, mas também estaria morte se você não tivesse trazido o acônito a tempo. O corpo dela ainda funciona normalmente. Quando ela foi engolir saliva, vai engolir a água que está na boca dela; isso vai fazer com que ela se engasgue um pouco e comece a morder a flor, quando ela for engolir de novo, vai engolir a flor – Peter explica.

- Isso não faz muito sentido – diz Stiles.

- Eu já vi isso antes. Isso foi feito e deu certo. Nós só podemos esperar – Peter finaliza.

Eles realmente tiveram que esperar. Ficaram esperando a madrugada toda. Derek nem ao menos dormiu. Peter e Stiles tiravam uma soneca de vez em quando. Stiles estava dando graças a Deus por seu pai estar na delegacia.

Derek não fechava os olhos, praticamente. Ficara vigiando Cora a noite toda; e quando não estava olhando para Cora, estava olhando para Stiles.

Peter estava acordado e percebeu sobre onde os olhos verdes do sobrinho estavam. Stiles.

- Ei, Derek – Peter começa. – Dá para parar de comer o garoto com os olhos?

Peter ri.

- Como é? – Stiles pergunta, coçando os olhos ao acordar.

- Nada – Peter começa a assobiar para disfarçar.

- Que horas são? – Stiles pergunta.

- 06:51 – Peter responde ao olhar seu relógio de pulso.

- Vou fazer café da manhã – Stiles olha para Cora ao seu levantar. – Nada ainda? – Pergunta com um tom de preocupação.

- Não – Derek é quem responde.

- Na verdade, se você prestar bastante atenção, ela está ótima. A febre passou durante a madrugada e os batimentos estão normais. Ela deve ter engolido o acônito e a gente nem ao menos notou – Peter diz, sorrindo.

- O quê? – Derek pergunta. – Como assim?

- Ela deve ter engolido o acônito e melhorou. Pode ver, ela está bem.

Derek se levantou em um salto e foi para o lado de sua irmã colocando a mão em seu rosto e vendo que a garota já não estava mais com febre. Abraçou-a e... começou a chorar?

Ao ver Derek chorando ele soube, soube naquele exato momento, que Derek não era mau. Ele só não gostava muito das pessoas. Mas ele amava a família. Talvez amasse até mesmo seu tio Peter.

Stiles derramou algumas lágrimas ao ver aquela cena, mas começou a chorar de verdade quando ouviu...

- E aí maninho – era Cora falando com uma voz fraca, como de alguém doente. Mas isso era normal, afinal ela foi envenenada.

Ao ouvir as palavras da irmã, Derek chorou ainda mais. Dava para ver seus ombros subindo e descendo com os soluços que dava. Stiles desceu e foi fazer o café da manhã.

- Que bom que você está bem – diz o moreno, já secando as lágrimas que brotavam de seus olhos.

- E vou ficar novinha em folha logo, logo – diz a loba, tentando um sorriso, mas sem muito êxito.

- Quem fez isso com você? – Derek pergunta alterando seu tom de voz.

- Eu não sei. Eu acho que foi algo numa bebida – Cora tenta explicar. – Derek, posso falar a sós com o tio Peter?

Tanto Peter quanto Derek ficam surpresos com o que a garota diz, mas Derek assente e os deixa a sós. Derek desce as escadas e encontra Stiles na cozinha.

- Ela está bem – Derek diz e o garoto se vira para ele.

- Que bom – Stiles responde com um sorriso.

- Stiles, eu... – Derek começa a falar, mas quase não consegue. – Eu quero agradecer você por ter me ajudado a salvar minha irmã. Se você não tivesse me ligado, ela já estaria “morta”.

- Como eu disse antes, eu faria isso por qualquer um – Stiles fez uma pausa. – Até mesmo por você – finaliza, corando um pouco.

Stiles sabia que lobos eram rápidos, mas não sabia que eram tanto. Não teve nem tempo de respirar direito, quando percebeu estava sendo beijado... por Derek.

Stiles, mesmo sem saber por quê, só retribuiu o beijo. Foi um beijo ótimo. Ele nunca tivera um beijo assim, nem mesmo com Liam. Foi tão apaixonado, quente, macio e cheio de... tesão? Quando o ar lhes faltou, eles se desvencilharam e colaram as testas uma na do outro.

- Derek... – Stiles começa, mas é interrompido por... outro beijo de Derek? Stiles morreu e foi para o paraíso, essa era a única explicação.

Esse beijo foi mais rápido do que o primeiro. Ambos estavam um pouco ofegantes devido à falta de ar. Derek simplesmente disse enquanto tentava recuperar o fôlego:

- Obrigado...