História Destiny - Megan

"Tudo na nossa vida não acontece por acaso. Cada coisa tem seu motivo."

    P.O.V Justin Bieber

Saio do trabalho e sinto meu celular vibrar no bolso da calça.

— Oi, Justin? — A voz doce de uma mulher invade meus ouvidos.

— O próprio. — Digo ajeitando a minha gravata.

— Bom,aqui é a Janette,antiga amiga da sua mãe Pattie. Vim para morar na cidade novamente e gostaria de saber onde ela está residindo. — Ela diz e eu me lembro de imediato. Janette era a antiga amiga da minha mãe,ela teve que se mudar para Nova York para cuidar da avó de Megan,filha dela. Parece que todo mundo nessa cidade resolveu se mudar para algum lugar anos atrás! Até Candice!

—Bem,ela está morando temporariamente comigo até eu achar uma casa pra ela. A casa em que antigamente morávamos foi destruída pelo o governo para fazer um prédio. — Digo e entro no meu carro.

— Ah,que triste! O governo não pode expulsar uma pessoa quando bem entender.Mas onde vocês moram?

— Infelizmente o governo pode sim.— Digo e logo em seguida passo o endereço do meu apartamento,eu morava na cobertura.

— Meu deus! Seremos vizinhos então,porque morarei no mesmo prédio que você.— Fala e eu fico surpreso.

— Já prevejo altos chás entre você e a Dona Pattie.— ela ri.

— Você não mudou nada! O mesmo menino brincalhão de sempre.

— É óbvio.— Sorrio,mesmo sabendo que a mesma não veria.

— Vejo você quando chegar aqui! Já que moro no andar de baixo. Tchau pequeno Bieber.— Diz e desliga o telefone.

Guardo o celular no bolso e dirijo meu carro em direção ao prédio,o que demorou um pouco pelo fato do trânsito estar meio trancado. Finalmente paro e eu saio do carro,entro no edifício e subo os andares. Abro a grande porta de madeira rústica e me deparo com a sala vazia,ouvia vozes que pareciam vir da cozinha,caminho até lá e vejo Janette e minha mãe conversando sobre um assunto qualquer,apenas fico de frente para elas.

— Oi? — As duas olham pra mim e Janette levanta para me cumprimentar.

— Justin,olhe pra você! Como cresceu! Está um rapaz tão bonito.

— Obrigada Janette. — Agradeço e sorrio de lado.

— Senta,vamos conversar! — Diz enquanto puxa a cadeira pra mim.

— Oh não,eu vou tomar um banho agora,depois eu volto para todos nós conversamos. — Digo e ela faz uma expressão de "okay".

— Está bem. — Diz e eu subo as escadas. Eu precisava tirar aquele stress de um dia de trabalho.

Ando pelo corredor e acho estranho o fato da porta do meu quarto estar entre-aberta,tem alguém aqui dentro. Olho pela fresta e vejo uma garota olhando os quadros enquanto fitava tudo boquiaberta. Abro a porta e a mesma se espanta.

— A senhorita perdeu alguma coisa?— Encaro a moça,que era muito bonita por sinal,a fazendo cair de costas no chão.

       [...]

P.O.V Megan Scott

Finalmente consegui voltar para Atlanta depois de vários anos em Nova York. Queria voltar para rever velhos amigos e entrar pra faculdade. Eu sempre fui boa com roupas,então quero ser designer. O táxi passava pelas ruas de Atlanta,que então havia mudado muito pelo que eu lembro na infância. Minha mãe falava no telefone com alguém que eu não sabia quem era e também não estava ouvindo a conversa, enquanto eu olhava pela janela daquele transporte. O mesmo para e eu faço uma cara de interrogação quando minha mãe desliga o telefone.

— Mãe,a gente não ia na casa da Pattie?— Falo enquanto desenrolo meu fone.

— Sabe o que é? Descobri que ela mora um andar acima do nosso.— Ela diz e eu sorrio de orelha a orelha. Mamãe faz uma expressão confusa e eu não iria explicar. Eu sou uma pessoa que ama ficar sozinha,então se a Pattie mora um andar encima do nosso,provavelmente minha mãe iria ficar o dia todo enfiada lá dentro e eu ia ficar na minha,nos tempos livres.

Entramos no elevador e logo em seguida já estávamos na frente da casa dela. Bastou três batidas para uma Pattie sorridente aparecer na nossa frente.

— Janette! Megan! Quanto tempo!— Abraça minha mãe e eu.

— Pois é.— Sorrio pra ela.

As duas entram em um papo de amigas que não fofocam à muito anos,o que me restava era ouvir música enquanto elas conversavam. Porém,meu celular estava quase sem bateria e pro meu azar eu havia esquecido o carregador.

— Dona Pattie,a senhora podia me emprestar um carregador,por favor?

— Claro querida,tem um no quarto do Justin.— Diz sem muito interesse e volta ao assunto. Subo as escadas e procuro a porta do quarto de Justin. Abro a porta de um e vejo um quarto com a cama toda estampada de rosas. Okay esse era o quarto de Pattie pois ela ama flores. O que me restava era a porta no final do corredor. Abro a mesma e vejo um quarto totalmente luxuoso,uma cama de casal bem no meio e a parede cheia de quadros. Justin era muito bom quando se tratava de decoração,isso eu tinha que admitir. Procuro visualmente o carregador pelo o quarto e o encontro em cima da escrivaninha. Pego ele e em seguida volto minha atenção aos quadros. Em um deles havia uma moça loira sorrindo enquanto Justin estava com as mãos em volta de sua cintura. No outro havia uma foto dela apagando velas de aniversário e Justin sorria ao seu lado. Provavelmente essa era a namorada dele.

— Perdeu alguma coisa senhorita?— Ouço uma voz rouca invadir meus ouvidos,eu me assusto e caio de costas no carpete do quarto.

— Ai!— Digo me levantando e olhando a tela do meu celular: ótimo,agora além de ter as costas doendo o meu celular estava com a tela rachada. Olho para a pessoa e vejo Justin me fitando confuso.

— Posso saber quem é você?

— Justin,não lembra de mim?— Aponto pra mim mesma enquanto sorria. Ele não esboça reação nenhuma e eu bufo.

— Sou eu Megan,toda quebrada mas sou.— Digo sorrindo.

Ele me encara surpreso e parecia não acreditar que era eu,aparentava ter visto um fantasma e não tirava os olhos do meu corpo. Ele volta a me fitar,molhando os lábios com a língua. Caramba! Ele fica tão irresístivel fazendo isso. Além de ele ter aquele corpo musculoso e cheio de tatuagens,os seus olhos caramelados e seu rosto pareciam a de um anjo que acabara de cair do céu.

— Megan,você mudou muito,a última vez que te vi era uma pirralha.— Diz e eu sorrio de lado.

— A última vez que eu te vi você tinha 16 anos e já se achava o adulto.— Debocho e ele faz uma cara divertida.

— O fato é que já que sou mais velho que você,sempre serei mais adulto.— Pisca em minha direção.

— Falou o senhor velhote!— Gargalho o olhando. Ele apenas fica sério.

— Quantos anos você acha que eu tenho Megan?— Pergunta esperando minha resposta.

— Hm sei lá...uns 25,26..

— Eu tenho 29.— Diz com um sorriso de canto.—E você? Tem 17,18?— Rio na hora.

— Eu tenho 21,Justin. Parece que você não é o único adulto por aqui.— Solto uma risada. Ele apenas me olha com uma feição entediada. Volto a encarar o quarto.

— Sua namorada?— Me refiro as fotos na parede. Ele suspira.

— Ela era minha namorada. Nós vivíamos um romance,tudo que importava pra mim era ver ela sorrir,só que um dia enquanto estávamos no sofá a mãe dela chegou e disse que havia recebido uma proposta de emprego em outro país...— Ele faz uma pausa.— Ela havia aceitado e disse que teria que se mudar com Candice para Londres. A Candice no início relutou,mas acabou aceitando pela sua mãe. E então as duas se mudaram. Já faz 5 anos e eu ainda sinto falta.— Ele diz triste enquanto encarava o chão. Eu entendo o Justin. Já sofri por conta de amores,passei noites em claro por uma pessoa,eu já vivi o que milhares de pessoas vivem.

— Eu sinto muito Justin... Desculpe por ter perguntado e...— Me interrompe,me fazendo olhar pra ele.

— Não se sinta culpada Megan,isso é passado. É que as vezes bate aquela saudade. Mas tudo que foi,já foi.— Diz e eu concordo.

— Bom,vou deixar você fazer o que ia fazer,depois te vejo Justin.— Deposito um beijo em sua bochecha e saio do quarto dele. Ele mudou muito,me lembro daquele Justin brincalhão que adorava crianças. Por incrível que pareça,Justin com 16 anos ainda brincava de quebra-cabeças comigo e com todos os meus amigos. Porém ele era totalmente responsável,se achava o adulto por cuidar da gente enquanto nossas mães conversavam. Por isso o chamei disso. Desço as escadas e não vejo minha mãe e nem Pattie. Dou de ombros e pego o carregador,colocando na tomada e conectando no meu celular. Sento no "sofá canto de parede" enquanto abro minha playlist de música. Coloco os fones e ouço a melodia de Umbrella - Rihanna. Começo cantar como se nada estivesse ali.

"Now that it's raining more than ever
Know that we'll still have each other.                                            
You can stand under my umbrella
You can stand under my umbrella

Ellah ellah eh eh "

Começo a encenar como se eu fosse a própria cantora,o meu celular era praticamente meu microfone. Ouço uma risadinha e logo desvio meu olhar para tal direção. Justin me olhava surpreso e sorrindo. Retiro os fones de ouvido e o olho.

— Justin! Você me pegou desprevenida.— ele ri.

— Não estava nada mal,você cantou bem.— eu reviro os olhos.

— Eu nunca cantarei bem Justin,nem tive aulas de música.— Sento-me no sofá.

— Não achei tão ruim assim,qual é? Umbrella,ellah ellah eh eh...— Ele imita minha voz em um tom bem fininho. Dou um mini soco em seu braço.

— Ai! Além de cantora é lutadora de box.— Debocha e eu apenas viro de lado,como se estivesse fazendo drama.

— Menos Justin.— Falo cruzando os braços.

— Sabia que você fica tão bonitinha quando está brava?— Cochicha perto do meu ouvido. Bufo.

— Sabia que você é tão inconveniente quando faz essas piadinhas?— Olho em seus olhos. Ele chega bem perto e sussura em meu ouvido,me fazendo ter arrepios.

— Você não me acharia inconveniente em outros modos.— Pisca e eu o encaro confusa. O que ele quis dizer? Sou impedia de raciocinar por vozes histéricas vindo de outra sala.

— Justin,Megan, o que estão fazendo?— Pattie pergunta nos olhando.

— Conversando?— Ele olha para Pattie e depois pra mim.

— Bom tanto faz,se arrumem,vamos jantar no Shopping hoje.— Diz saindo do cômodo.

— Te vejo depois.— Justin diz.
  
— Vamos filha.— Mamãe me chama. Saio dali e vamos para o nosso apartamento. Nós nem havíamos aberto ele ainda. Adentramos o mesmo e colocamos nossas coisas em qualquer lugar do quarto. Depois organizávamos. Fui até a mala e peguei uma regata preta junto de um short jeans e um tênis. Coisa básica. Levo as roupas até o banheiro e começo a me despir,logo já estava abaixo do chuveiro. Comecei a pensar no que Justin havia me dito. Havia duplo sentido em sua fala?

"É claro que sim sua doida,você é tonta ou se finge?"

"Não pense essas coisas,Justin é apenas um amigo de infância,nada mais que isso."

As vozes martelavam na minha cabeça. Enfim cheguei à conclusão que apenas iria esquecer,não adiantava esquentar a cabeça à toa. O que ele insinuou foi o que eu interpretei.

Saio do box e me seco,vestindo as roupas. Escovo meus cabelos e passo perfume,saio dali,encontrando minha mãe na sala.

— Vamos querida,Justin e Pattie já devem estar nos esperando.
— Diz pegando sua bolsa e desviando seu olhar pro meu celular.

— O que foi isso?

— Eu caí por cima dele mãe,mas vamos deixar isso pra outra hora,estamos atrasadas!— Corto o assunto.

— Ok.

Saímos do apartamento e encontramos Justin e Pattie já nos esperando no corredor. O louro vestia uma regata com uma calça de moletom e um supra. Sorri em sua direção. Ele parecia um anjo que acabara de cair do céu, como um ser humano conseguia ser tão perfeito?

Pattie apenas sorria ao seu lado,esperando que alguma de nós falasse alguma coisa.

— Então,vamos?— Minha mãe quebra o gelo e todos concordam.Descemos e logo já estávamos na frente do carro.

— Hoje é o Justin que dirige!— Pattie fala e todos entram no veículo.

— Socorro! Todas nós vamos morrer de acidente.— Brinco e as duas riem.

— Não tem graça!— Justin fala se fazendo de magoado mas logo em seguida esboça um sorriso de canto.

— Let's go!— Mamãe diz e o louro liga o carro.

— E então Justin, o que faz da vida?— Mamãe pergunta.

— Eu fundei uma empresa de contabilidade recentemente.
Sempre fui apaixonado por isso desde pequeno. Enfim,essa é a minha área.Porém uma grande mulher,digamos,a mulher da minha vida, não está aqui hoje para comandar a empresa do meu lado.— Suspira. Ela era a mulher da sua vida mas hoje mais cedo você falava coisas no meu ouvido - penso comigo mesma.

— Qual era o nome dela?— Mamãe pergunta.

— Candice.. O que me resta dela são apenas os bons tempos.— Sorri para si mesmo.

— Ela era a melhor nora que já tive, e não sei se outra a substituiria.— Pattie confessa. Eu apenas observo tudo calada.

— Claro que não,Candice é insubstituível,mesmo que eu arrume outra.— Fala e eu os olho incrédula. Eles falam de pessoas como se fossem coisas descartáveis. "Candice é insubstituível,mesmo que eu arrume outra." Será que ele não pensa que se a outra pessoa namorar com ele,ela também terá sentimentos? Eu ia abrir a boca pra falar,mas sou impedida por mamãe puxando um assunto eufórico com Pattie. Reviro os olhos. Minha mãe sempre dá um jeito de cortar minha fala. O tempo passa e logo sinto o carro ser estacionado.

— Chegamos!— O louro exclama.

Saio do carro,acompanhada das duas mulheres e Justin. Caminho no estacionamento enquanto minha mãe falava com Pattie. As duas desviam o olhar para ele e para mim.

—  Então,onde jantamos?— Pattie diz.

— Em qualquer lugar que tenha um hambúrguer .— Falo entediada.

Eles assentem e logo estávamos no Subway,nós sentamos em uma mesa enquanto Justin faz o pedido. Ele volta com um sorriso e se senta junto à nós.

— E então Janette,como tem se virado esses anos todos?— Justin diz a fitando. Mamãe me olha e depois começa a falar.

— Vocês se lembram que eu me mudei para cuidar da Avó de Megan,ela estava doente e não havia ninguém para cuidar dela. Quando a Megan completou 16 anos,Chloe morreu. Minha filha ficou muito triste. Com isso decidi que estava na hora de voltar,porque eu sempre quis voltar para cá,para Atlanta. Seria melhor para Megan também. Arrumei um emprego melhor,trabalhei durante anos e hoje finalmente consegui vir com Megan. Definitivamente esse lugar nos faz mais bem do que qualquer outro lugar. Aqui é a nossa terra.— Mamãe fala emocionada. Eu sorrio de canto.

— Eu me sinto melhor aqui,na presença de vocês,lá em Nova York eu não tinha muita companhia. E a companhia que eu tinha me traiu.— Comento e Justin olha pra mim.

— Como assim?— Se faz de desentendido.

— Eu também já tive um grande amor Justin, fui trocada e apunhalada pelas costas quando esperava que aquela pessoa cuidasse de mim. Porém ela só soube destruir minhas estruturas. Só que hoje isso é passado,estou mais forte do que nunca.— Digo mais para mim mesma do que para as pessoas que me encaravam na mesa. Eu já fui enganada,como toda boa pessoa. Eles dizem que te amam mas na primeira oportunidade arrumam um jeito de te magoar. Comigo não foi diferente. Josh me traiu quando eu mais precisava dele. Justin ia falar algo mas o pedido chega.

— Hm,hambúrguers.— Falo e como um pedaço.

— Megan sempre gulosa!— Pattie comenta e todos riem.

— Claro!— Exclamo divertida.

— Isso não é nada perto dos grandes Milk-Shakes que ela tomava em Nova York!— Mamãe fala e eu a olho incrédula.

— Mãe!— Reviro os olhos e cruzo os braços.

— A Megan fica tão bonitinha quando está brava!— Justin repete sua fala de horas atrás. Reviro os olhos.

— Acontece que a Megan aqui não gosta que a chamem de bravinha e muito menos que falem coisas em seu ouvido. Aliás acho que vou pegar um ar. Já volto.— Falo cínica e saio,deixando mamãe e Pattie com cara de desentendidas. Vou para fora do Shopping e sinto uma mão segurar meu braço.

— Por quê fez aquilo? Eu fiquei devendo explicação à elas.— Encaro aqueles olhos caramelados me fitando.

— Que pensasse antes de falar.— Disparei.

Ele começa a rir, e logo se aproxima.

— Você está brava pelo o que eu disse a você mais cedo?— Passa a língua entre os lábios. Fico estática e o encaro... Se ele ama tanto a Candice,não falaria essas baboseiras!

— Sim...— Falo meio nervosa e ele me fita.

— Então me desculpe,pois só falei a verdade.— Fala com um sorriso de canto. O olho incrédula.

— Como pode se garantir tanto?— o cutuco. Ele me encara.

— Tenho meus motivos.