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História Destiny - Coincidência ou destino?


Escrita por: vanessadiass e Dydyh

Notas do Autor


E aeee gente! Capítulo pós ENEM pra dar aquela relaxada kkkkkk! Espero que gostem bastante! Não esqueçam de deixar seu comentário maroto no final!
Boa leitura <3
As titias amam vocês *u*
PS: Vocês realmente odeiam o Pedro né? #ForaPedro #PedroCuzão! (kkkkkkkkkkk)

Capítulo 5 - Coincidência ou destino?


Fanfic / Fanfiction Destiny - Coincidência ou destino?

POV Vanessa

– Nessa, preciso fazer uma coisa agora e é urgente.

– O que Pedro? – me virei pra ele rapidamente. E no mesmo instante sou surpreendida com os lábios dele tocando os meus.

QUE PORRA ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!

Senti a mão direita dele em minha nuca e a esquerda na minha cintura. Eu não consegui fechar os olhos, aquilo estava muito errado! Me soltei dele rapidamente.

– Pedro, não! – me virei de costas.

– Eu sei que você também quer, Vanessa.

– Pedro, você sabe que é errado! A gente é só amigo e você sabe muito bem o que eu penso a respeito. – me virei pra ele. Ele estava vermelho.

– Mas é inevitável estar perto de você e não sentir algo a mais, Vanessa. Eu sou completamente apaixonado por você e eu não consigo evitar! É mais forte que eu.

– Então por que você estava com a Renata, Pedro? Ela era só um brinquedo pra você?

– Eu gostava dela, mas nada comparado ao que eu sinto por você.

– Pedro, você não acha que isso estragaria nossa amizade?

– Mano, você me conhece mais do que eu mesmo me conheço. Seria foda pra caralho! E eu não tô te pedindo em casamento, só tô pedindo uma chance pra te mostrar o cara que eu posso ser pra você. – ele deu um sorriso, que meu Deus do céu! – Nessa, eu tô aqui desde sempre. – ele se aproximou – Eu duvido que eu não esteja aqui. – ele colocou a mão no meu coração e estava completamente disparado.

A paranoia de achar que eu gosto dele tá voltando. Meu Deus, isso tá muito errado. Por que meu coração tá acelerado?

– Não vai falar nada? – ele perguntou, erguendo as sobrancelhas. Eu não aguentei. Puxei ele pela nuca e o beijei. Eu realmente não sei o que estou fazendo.

Senti o quanto o corpo dele estava quente e um calafrio percorreu pelo meu corpo quando a mão dele se entrelaçou pelos meus cabelos. Mesmo isso sendo completamente errado, o beijo parecia ser certo, um bom encaixe. Eu não conseguia entender o porquê, mas eu me senti bem com aquilo.

– Caralho hein, me pegou de surpresa! – ele cochichou quando separamos o beijo. Fiquei vermelha de vergonha – Precisa ficar com vergonha não, Nessa, você fez a coisa certa! – mais um arrepio surgiu quando ele passou os dedos pela minha bochecha e me deu um selinho.

Eu não conseguia falar nada. Abracei ele apertado e suspirei. De repente, minha mãe bateu na porta e entrou, sem ao menos perguntar se podia. Me soltei dele rapidamente e olhei pra ela, que estava sorrindo.

– Pensei que estava fazendo as malas pra amanhã. – ela disse meio sem graça.

– Vai viajar? – Pedro perguntou. Com essa loucura toda eu não consegui nem falar com ele sobre isso.

– É, eu vou pro Rio passar o fim de semana a trabalho.

– Que trabalho maravilhoso, né Pedrinho? Ela já foi pra festa e agora vai viajar! Quem dera eu num trabalho desses! – minha mãe disse toda animada e eu ri fraco.

– Ah, então tô indo. Não quero te atrapalhar enquanto você arruma suas coisas. – ele me abraçou de lado.

– Então tá bom. – ri fraco – Até segunda, Pedrinho!

– Até segunda nada! Amanhã eu te levo no aeroporto! – EITA! – Só me passar as horas por mensagem, beleza? – assenti com a cabeça e mandei beijos no ar. Ele se despediu da minha mãe e saiu.

Minha mãe ficou me encarando com um sorrisinho de canto e eu fiquei olhando pra ela também, querendo cavar um buraco no chão e me esconder eternamente.

– As coisas estavam meio quentes quando cheguei né? – ela começou a se abanar com a mão e soltou um suspiro. Essa é a dona Elisa.

– Mãe! – exclamei e ela começou a rir – Não é isso que a senhora tá pensando! – SERÁ?

– Eu tô brincando, Va! – tô dizendo que meu nome tem mais apelido que estrela no céu? – Quer ajuda para arrumar suas malas?

– Precisa não, mãe! Obrigada. – sorri em agradecimento e ela assentiu.

– Bom, vou lá na cozinha fazer um lanche pra você comer, ok?

– Obrigada, mãe! Amo você! – a abracei e ela saiu.

Assim que ela fechou a porta, me sentei na ponta da cama e fiquei me lembrando da cena. Se me disserem que eu estou ficando louca, não duvidarei!

Peguei meu celular na minha bolsa que estava jogada na cama e logo vi notificações de mensagem dele.

Mensagem on

(19:14) Pedrinho: Nessinha, tô te esperando aqui.
                         Vê se não demora!

(19:49) Pedrinho: Caralho, não sabia que eu era um pão pra vc me deixar mofando aqui! PQP hein

(20:55) Pedrinho: Porra, valeu a pena esperar, hein? Meu coração tá palpitando de alegria pra porra! Obg por ter me dado essa oportunidade. Eu te garanto que vou te fazer feliz pra caralho

(20:56) Pedrinho: Só confia em mim!

Mensagem off

Ri e achei fofa a mensagem dele, porem não respondi. Ainda não sabia como encarar essa situação, se eu iria realmente dar essa chance pra ele. Mas eu não queria me arriscar pelo fato de ele ter terminado com a Renata agora. Pra não pensar nas possibilidades, me levantei, peguei um pijama e fui tomar um banho quente. Logo depois, fui comer o que minha mãe preparou e voltei para o quarto.

Peguei mais uma vez o cronograma e li tudo. Encontrei as roupas certas pra cada ocasião, joguei na mala (não estava bagunçada, tá?), peguei calcinhas, sutiãs e tudo que eu precisaria para a viagem e fechei a mala. Acho que exagerei, mas fazer o que né? Como diz aquele ditado: é melhor prevenir do que remediar.

Eu estava super cansada. Arrumei minha cama e deixei tudo organizado para amanhã, me despedi do meus pais porque provavelmente eu não os veria amanhã cedo e me deitei.

Me lembrei de que eu não tinha respondido o Pedro, então peguei o celular e comecei a digitar.

Mensagem on

(23:12) Vanessa: Pedro, eu ainda não sei direito o que pensar sobre isso tudo, mas eu vou confessar que eu senti algo forte naquela hora. Se a gente deve tentar? Não sei... acho que tentar não vai fazer mal. De qualquer forma, a gente vê o que faz quando eu voltar do Rio. Aliás, o voo sai as 7hrs, então vc tem que estar aqui pelo menos até as 6:00. Beijo, Pedrinho! Até amanhã <3

Mensagem off

Sim, acho que estou decidida em tentar algo com ele. Nós nos conhecemos a tanto tempo, sabemos tudo sobre o outro então por que não?

Depois da mensagem fiquei vendo minhas redes sociais, até que recebo uma mensagem da Dy.

Mensagem on

Dy: mozão, como você vai amanhã?

Vanessa: Não sei se comentei com vc do Pedro kkkk mas ele vai me levar amanhã!

Dy: não rola uma carona? Jkkkkk

Vanessa: Claro que simm! Vamos passar ai as 6hrs!

Dy: brigada amor! Ate daqui a pouco!

Vanessa: Até daqui a pouco mesmo kkkkk Beijoss Dy

Mensagem off

Pra buscar a Dy teríamos que ir um pouco mais cedo. Como eu não sabia se o Pedro já estava dormindo ou não, decidi ligar pra ele. No quinto “pi” ele atendeu.

Ligação on

– Eita, aconteceu alguma coisa? – ele atendeu eufórico.

– Não sabia se você tava dormindo, então tive que ligar. Mas enfim, a Dy, uma amiga que vai comigo, pediu uma carona. Eu disse que sim, tem problema?

– Claro que não, princesa! Passo aí mais cedo então.

– Obrigada, Pê! Eu disse que passaríamos lá por volta das 6 da manhã. Ela mora lá no bairro X.

– Ótimo! – ele suspirou – É bom que te vejo mais cedo. – ele riu fraco.

– Ah, Pedro... – eu ri fraco também. Não sabia que ele tinha esse lado tão sentimental.

– Boa noite, Nessinha. Amanhã 05:30 eu colo ai!

– Tchau, Pê!

Ligação off

Santo Deus, eu precisaria acordar muito cedo! Mas é o Rio de Janeiro, né? Acho que a empolgação da Dy passou pra mim!

Virei para o canto e capotei.

***

04:35 e meu relógio já despertou. Sabe quando seu corpo não se move e você tá naquele cobertor quentinho? Era assim que eu me encontrava, mas infelizmente eu tinha que me levantar. Abri a porta sem fazer muito barulho, fui ao banheiro, tomei um banho rápido e tomei café. Depois arrumei meu quarto, coloquei as malas na sala e fui me trocar. Coloquei uma camiseta branca, uma calça rasgadinha e um tênis branco. Na maquiagem, só passei um rímel e um gloss. 5:29 chega uma mensagem do Pedro dizendo que chegou. Peguei minhas coisas e desci. Vi ele encostado no carro e sorri.

– Bom dia, linda! – abracei ele e ele depositou um beijo na minha bochecha.

– Bom dia, Pê!

Ele guardou minhas malas e entramos no carro. Fomos em silencio até a casa da Dy. Pedro buzinou de leve e rapidamente ela apareceu. Ele a ajudou a guardar as malas e fomos em direção ao aeroporto.

– Tá um frio do carai hoje, mano! – Pedro disse, passando as mãos pelos braços e eu a Dy rimos.

Assim que chegamos no aeroporto, fomos para a sala de embarque. Tava tudo às mil maravilhas até que a moça nos informou que o voo só sairia as 8hrs. Eu e o Pedro ficamos sentados esperando e a Dy foi comprar alguma coisa pra comer.

O sono tava grande e na hora que o Pedro gritou, eu me assustei.

– Caralhoo, mano! Que porra cês tão fazendo aqui? – ele se levantou e foi falar com... O Júlio e o Igor?

Que?

Fiquei sentada me perguntando o que estava acontecendo. A essa altura, o Júlio e o Pedro estavam abraçados e nada mais fazia sentido. Vi a Dy chegando e percebi que ela também ficou sem entender nada.

– O que tá acontecendo aqui? – ela perguntou baixo pra mim. Os três pareciam três maritacas gritando.

– Juro que assim que eu descobrir eu te conto! – falei baixo pra ela também. Me levantei e os queridos vieram em nossa direção.

O Igor e a Dy se abraçaram meio de lado e eu fiquei observando o Pedro e o Júlio batendo altos papos. Fiquei muito alheia a situação, até que o Igor solta uma dessas.

– Então era essa Vanessa que você falava quando largou os mano de Osasco né viado? – então eles eram amigos. Meu Deus do céu! Vi a Dy dando uma cotovelada nele e ri baixo.

Tava tudo explicado então. Os retuites do Júlio no Twitter do Pedro, a festinha que fizeram quando eles se encontraram. Era obvio que ele já havia falado de mim pra eles. Socorro!

Do nada eles resolveram sair para andar, deixando eu e a Dy por ali. Mas antes o Pedro me deu um selinho, me deixando roxa de vergonha. Os três foram e eu e a Dy nos sentamos.

– Amiga, você não disse que esse Pedro era seu amigo? Se aparece um desse pra mim eu caso! – rimos alto – Vocês teriam lindos bebes de olhos azuis! – eu revirei os olhos e ela riu.

– Ai, Dy, ele me falou umas coisas muito fofas ontem, sabe? Mas é complicado, porque ele acabou de terminar um namoro e a gente ficou ontem. – ela me olhou super confusa – É, eu sei, é confuso!

– A vida é confusa amiga, acredite!

Ficamos conversando ali por mais um tempo até que o nosso voo foi anunciado, finalmente! Os três apareceram e nós despachamos nossas malas. Iamos andando normalmente. Igor, eu, Pedro, Didy e Júlio, nessa mesma ordem, até que do nada a gente ouve a Dy gritando.

– Aí Ricardo, que susto filho da puta! – fiquei chocada. Olhei para o Igor e ele tava com uma cara de morte que até eu fiquei com medo – O que você tá fazendo aqui?

– Vim fazer isso! – ele puxou a Dy e tascou um beijo nela, mas na mesma hora ela se soltou. Nós três ficamos de boca aberta – Vai dizer que não tava com saudade!

– QUAL É O SEU PROBLEMA? – a Dy gritou. Ela não ficou nada feliz com aquilo. Ela pegou a mão do Igor e o puxou – ME ESQUECE RICARDO!

Todo mundo ficou quieto, encarando a cara de tacho que o tal Ricardo ficou. A Dy já tinha me falado sobre esse cara. Não gostei dele.

– Boa viagem, Nessa! – Pedro me deu um selinho demorado – Te vejo na segunda, beleza? – eu assenti, sorrindo e me despedi.

Assim que me virei, meus olhos foram diretamente para o Júlio. Ele desviou o olhar bem rápido, mas o que consegui ver foi que ele não tava com uma cara muito legal. Era uma cara de “nada”. Os três se despediram, dizendo que iam se encontrar pra fazer uma coisa que eu não entendi, porque na mesma hora eu me toquei que a Dy não estava mais lá.

Entrei no avião depois do Igor e fiquei à procura da minha poltrona. Quando o Igor se sentou, vi que a Dy estava do lado dele, então presumi que minha poltrona não era ao lado dela. Quando encontrei, dei graças a Deus por ser ao lado da janela. Na mesma hora em que me sentei, o Júlio se sentou ao meu lado. E foi aí que lembrei de todas as coisas que ele fez na festa e eu ri.

– Oxi, tá rindo do que?

– Só queria saber se você já gravou meu nome. – falei rindo e ele me olhou.

– An... – ele começou a falar e eu cortei.

– Vanessa, Júlio! Pelo amor de Deus!

– Ah, mano, relaxa aí! Seu nome é muito comum, dá pra confundir com qualquer outro. – ele disse e eu olhei indignada pra ele.

– Ah, e Júlio é bem diferentão né? Rei de Osasco! – eu ri e ele soltou uma risada meio rouca.

– Pedimos a sua atenção para demonstração do nosso equipamento de emergência. Em caso de despressurização, máscaras individuais cairão automaticamente dos painéis acima de seus lugares. Neste momento, puxe a máscara mais próxima para liberar o oxigênio, aplique–a sobre o nariz e a boca, ajuste o elástico a volta da cabeça e respire normalmente. – uma aeromoça começou a fazer os gestos de como se deveria fazer. Olhei para o Júlio de relance, e ele parecia estar engolindo em seco, com os olhos arregalados. Ri mentalmente – Esta aeronave possui 6 saídas de emergência, observe a indicação dos comissários e identifiquem a saída mais próxima de seu assento. Os cintos deverão estar afivelados sempre que o sinal estiver aceso ou enquanto permanecerem sentados. Mantenham os encostos das poltronas na posição vertical e suas mesas fechadas e travadas. Lembramos ainda que os assentos de suas poltronas são flutuantes.

Coloquei o meu cinto e olhei para o Júlio, que permanecia imóvel, olhando pro nada.

– Júlio, bota o cinto! – peguei no braço dele, que estava gelado – Ou, cê tá bem? – balancei a mão na frente do rosto dele e ele acordou.

– Caralho, que susto da porra! – ele colocou uma mão no rosto – Tá um calor da porra aqui, tô passando mal, mano. – ele tirou o boné e passou a mão nos cabelos. Ele estava muito suado.

– Não acredito que o fodão do Youtube tá com medo de avião! Isso é demais pra mim! – comecei a rir da cara dele – Fica calmo, Júlio! Nada vai acontecer. – peguei na mão dele, que estava fria e instantaneamente ele ficou vermelho. Com aquilo, eu provavelmente corei também.

– Senhor, coloque o cinto, por favor. – uma comissária de bordo falou para o Júlio e ele assentiu com a cabeça – O senhor está bem? Moça, cuide bem do seu namorado, porque parece que a pressão dele caiu. O senhor aceita uma água? – tá de brincadeira! É a segunda pessoa que fala a mesma coisa. Eu não mereço isso!

Ele recusou com a cabeça e disse que estava tudo bem. Ele colocou o cinto e em alguns minutos o avião começou a andar. Quando deu aquela pressão para decolar, ele pegou a minha mão com força.

– Fica calmo, Júlio! – sussurrei pra ele e ele assentiu. Apertei a mão dele com força também e em questão de minutos o avião já estava na horizontal.

Quando eu me dei conta, ainda estávamos de mãos dadas. Meu coração deu uma leve disparada e do nada ele se soltou, provavelmente se dando conta do que estava acontecendo.

– Eu ainda não acredito que você é a namorada do Pedro, mano! Cê disse pra mim que nunca tinha namorado! Caozeira você, hein?

– Nãaaao! – eu disse, de uma forma engraçada – Ele não namora comigo, Júlio.

– Tô zoando, pô! – ele riu – Ele me contou que terminou com a menina esses dias. Mas cês já tão se pegando né? Nem esperou o cara esquecer, né? – me deu uma leve vontade de dar um soco nele agora.

– Isso não é da sua conta, viu querido? – fui um pouco ignorante? Talvez. Isso explica o fato de ele ter ficado calado.

Parece que ele adora me irritar por querer. Uma hora ele parece legal e na outra, parece um saco de chatice.

Coloquei meus fones e comecei a ouvir música. Ficamos quietos até chegar no Rio.

***

Quando chegamos no Rio, saímos do avião em silencio e fomos buscar nossas malas. Demorou um pouco, como sempre. Depois disso, o Igor disse que um carro iria nos buscar e levar a gente pra um hotel. Ele também comentou que seria em frente à praia.

Assim que o carro chegou, guardamos nossas malas e fomos. Todo mundo estava em silencio, acho que por cansaço. Fiquei olhando pra Dy e ela não estava com uma cara tão brava quanto antes. Com certeza eu vou perguntar o que aconteceu lá em SP.

Quando chegamos no hotel, pegamos aqueles cartõezinhos e subimos. O Júlio e o Igor iriam ficar juntos e eu e a Dy também e curiosamente, nossos quartos seriam um de frente para o outro. Eu e a Dy combinamos de descansar um pouco e irmos almoçar depois. Como sempre, o Júlio estava com uma cara não muito agradável. Talvez eu tenha sido um pouco grossa demais.

– Nossa, olha esse quarto, Dy! – eu disse quando abri a porta. Era gigante e tinha duas camas de casal. Vou confessar que amei!

– Eu tô adorando esse trabalho! – ela disse de uma forma engraçada e eu ri.

Escolhemos nossas camas, deixamos as coisas arrumadinhas e trocamos de roupa. Na verdade, eu só coloquei um short e fiquei descalça. Me deitei na cama pra dar uma descansada e esperei a Dy sair do banheiro. Assim que ela saiu, não hesitei em perguntar.

– E ai, mocinha. Já tá melhor? – ela me olhou com um sorrisão.

– Tô melhor sim. Mas o Ricardo só me estressa, sabe?

– Eu fiquei de cara quando ele te agarrou e, sinceramente, pensei que o Igor ia voar no pescoço dele. – ri fraco.

– Ah, Nessa, ele é babaca... Não tenho tempo pra essas coisas sabe? Meninos mimados que não sabem o significado do “não” me cansam. E o Igor? Ele é um fofo sabe? Mas tô com medo de misturar tudo e a essa bagaça virar uma zona. Acredita que ele deu defeito lá no avião?

– Deu defeito? – perguntei sem entender.

– É, ciúme, pode? Tô podendo com isso... Mas o assunto do dia é você e o Pedrinho! – digo com uma voz engraçada – Me conta isso direito mulher!

– Primeiro eu preciso dizer que eu não fazia ideia de que eles se conheciam. – falei rindo – Sério, eu conheço o Pedro há anos, Dy. Ele nunca sequer me contou sobre o Igor e o Júlio.

– Quando eu vi aquela cena eu fiquei tipo “o que tá acontecendo aqui, produção?” e a sua cara de “uê?” tava hilária!

– Exatamente! – eu ri com ela – Mas vou procurar saber mais sobre isso.

– Tá, agora me conta tudo sobre o que aconteceu entre vocês.

– Ah, Dy, a minha história com o Pedro é bem louca. A gente se conhece há anos mesmo e eu considero ele como um irmão pra mim, entende? – ela assentiu – A uns três anos atrás ele se declarou pra mim, dizendo que o que ele sentia por mim não era só amizade e que queria algo a mais, só que aquilo não fazia nenhum senso na minha cabeça. O problema é que eu comecei a paranoiar, achando que gostava dele também, mas eu nunca cheguei a contar isso pra ele.

– Mas ele não namorava?

– Pois é! Ele começou a namorar com uma menina do meu prédio e todo santo dia ele tava lá com ela, só que ela nunca foi com minha cara porque ela sabia que o Pedro gostava de mim. E aí ela deu aquele piti que eu te contei, eles terminaram e o Pedro retornou com essa história de gostar de mim.

– Que coisa, hein? – ela riu fraco – Eu duvido que ele gostava dela de verdade, Nessa. No carro hoje de manhã ele te olhava com uma carinha tão fofa. – ela sorriu, provavelmente lembrando da cena.

– E é isso que me corrói por dentro, sabe? Ele diz coisas fofinhas e tudo mais e isso acaba comigo. Ai eu não aguentei, sabe? Eu mesma beijei ele. – ela abriu a boca, como se estivesse surpresa e eu ri.

– Nessinha, Nessinha hein?! Abalando corações!

– Você que o diga, né? Igor só falta babar! – ela riu e ficamos em silencio, cada uma mexendo no seu celular. – Dy, nós estamos no Rio de Janeiro! – me levantei da cama – Vamos sair pra almoçar, fazer alguma coisa!

– Tá certa! – ela riu comigo.

– Vamos almoçar aqui mesmo?

– Ah, sei lá, a gente tá aqui na beira da praia, vamos andando até achar algum lugar legal. O que acha? – ela perguntou enquanto eu calçava meus chinelos.

– Pode ser! – olhei a hora no celular e vi que já se passavam das 14hrs – Vamos logo então? Se não sem chance de achar algum lugar lega! – fui até um espelho que tinha ali no quarto e ajeitei o cabelo. Peguei uma bolsinha pequena e guardei celular, carteira etc – Dy, vamos chamar os meninos?

– Eles não merecem, mas vamos sim! – ela sorriu animada e seguimos em direção a porta – Preciso te pedir uma coisa. – ela disse com a mão na maçaneta e eu olhei assustada.

– Pode pedir, Dy. – fiquei curiosa.

– Não me deixa fazer merda! Se você achar que tô perto disso me amarra e dá uns tapas na minha cara! – eu ri e saímos do quarto.

A Dy bateu na porta deles, mas demoraram para abrir. Ficamos com cara de paisagem, até que alguns minutos depois o Júlio abriu a porta. Detalhe: ele estava sem camisa. Magrinho, mas bonitinho.

– Julinho meu amor! – a Dy disse e ele sorriu. Comecei a perceber que ele tem um sorriso muito bonito – Posso te chamar assim?

– Pode Dy, pode sim! – ele disse rindo meio rouco – Quer entrar? Cadê a... Vanessa né?

– É sim, chama de Vá ou Nessa! – rimos – Não quero entrar não, vim só chamar vocês pra almoçar. Topa?

– OH IGOR, VAMO ALMOÇAR? – ele gritou pra dentro do quarto e eu escutei a resposta “Opa, demorô muleque!” – Vão descendo então Dy, espera a gente lá na recepção, beleza?

– Beleza Julinho! – a Dy olhou pra mim e eu estava na porta do nosso quarto esperando. Descemos rindo e conversando.

Eles nem demoraram muito. Eu e a Dy saímos do hotel e fomos caminhando na frente deles. Atravessamos a rua, chegando no calçadão e andamos uns 15 minutos, até que o Igor parou.

– Ô cambada, aqui parece bom! – nos viramos e ele mostrava um pequeno McDonals do outro lado da rua, a Dy riu e eu ri junto – Ô mano, quE foi? Aqui não tem erro não tio!

– Porra Igor, isso é saudade do trampo? – o Júlio disse enquanto atravessávamos a rua – Pode ser meninas? Ou vocês querem frutos do mar? – ele perguntou fazendo uma voz que fez a gente cair na risada.

– Por mim pode ser Júlio, tanto faz! – eu disse e ele sorriu. Ficamos sorrindo um pro outro por um instante. Eita! – E você, Dy?

– Não se recusa fast food! – ela olhou para o Igor e sorriu – Só acho que vou engordando e ficando horrorosa saindo com vocês! – ela continuava a rir. Louca, tem um corpão lindo e fica ai falando! Ri mentalmente.

– Isso é impossível, Dy! Impossível! – o Igor disse olhando pra ela de cima abaixo.

Quando entramos, eles começaram a atender alguns fãs. Eu e a Dy deixamos eles pra trás e fizemos nossos pedidos. Quando tudo ficou pronto, pegamos e sentamos numa mesa um pouco afastada. Logo os dois chegaram. O Júlio sentou do meu lado e o Igor ao lado da Dy. Comemos tudo sem falar muito e quando terminamos, jogamos tudo no lixo e saímos do restaurante.

– O que vamos fazer agora? – perguntei enquanto atravessávamos a rua para ir ao calçadão.

– Gente, bora sentar ali? – a Dy apontou pra um lugar na areia.

– Bora lá! – Igor concordou.

– Ai, gente, acho que vou dar uma caminhada no calçadão. – eu disse. Eu realmente queria conhecer mais o local – Vocês me esperam aqui? – eles assentiram.

– Espero sim! Deixa o celular ligado, amor. – a Dy disse e eu revirei os olhos, rindo.

Sorri pra eles e fui andando. Do nada ouço alguém correndo e pegando no meu ombro.

– Pode deixar que eu vou com você, Vanessa. – era o Júlio. Por um momento o meu coração disparou. Acho que pela emoção de ouvir ele dizer meu nome corretamente.

– Olha que eu ando pra caramba, hein? – eu ri – Não quero ninguém ofegante não!

– Tá vendo meu porte físico aqui não, querida? – ele forçou o braço e eu ri. Fomos caminhando em silencio, só ouvindo o barulho do mar e dos carros passando em volta.

– Júlio, desde quando você conhece o Pedro? – falei quebrando o silencio, querendo matar a minha curiosidade.

– Mano, faz muito tempo. Desde quando a gente era moleque. A gente brincava na rua, tá ligado? Saudades desse tempo. – ele suspirou.

– Nossa, faz tanto tempo assim?

– É, mano. Parece que foi ontem que a gente fez o desafio da canela. – ele riu e eu fiquei sem entender.

O silencio retornou.

– E vocês estão juntos há quanto tempo? – foi a vez dele de quebrar o silencio.

– A gente não tá junto! – eu ri – Mas eu conheço o Pedro faz uns 5, 6 anos por aí. Ele é como um irmão pra mim, sabe?

– Eita, não sabia que irmãos se beijavam. – ele riu sarcástico – Tô por fora das novidades!

Lá vem ele querendo me irritar.

– Nem sei qual é o lance entre vocês, mas toma cuidado com o Pedro. Ele pode te fazer de gato e sapato assim. – ele estalou os dedos.

– Eu conheço ele muito bem, ele não é assim!

– Será que conhece? Ele nunca tinha falado sobre nós... Será que ele já te contou sobre tudo que já fizemos juntos?

– Eu não sei e nem quero saber. O que eu sei é que eu conheço o Pedro há tempos e eu sei como ele é. Ele não é mais moleque. Ele mudou!

– Então cê admite pra mim que ele era pegador? Aquele olho azul e cara de bom moço não engana ninguém, Vanessa! – ele disse e eu suspirei fundo. Quem ele acha que é pra falar assim do meu melhor amigo?

– Não tô entendendo você querendo me alertar desse jeito.

– Mano, só tô avisando que eu sei o que ele é capaz de fazer.

– Júlio, eu sei do que tô falando! Ele não seria capaz de fazer nada para me magoar!

– Então beleza, cara. Faz o que quiser! – ele ficou sério.

– Ainda não entendi esse super alerta seu.

– Olha, Vanessa. – ele parou e se virou pra mim – Cê parece ser uma garota muito legal e tal. Seria covardia deixar qualquer coisa de mal acontecer com você. Sem contar que eu vi a Didy e o Igor se dando bem, então achei que seria legal se a gente começasse a se dar bem também. – ele falou e foi andando rápido para a direção oposta.

Eu fiquei parada, vendo ele se distanciar. Ele estava certo. Precisávamos nos dar bem.

Corri em direção a ele e puxei o braço dele.

– Eita, porra! Que unha grande do caralho! – ele disse de uma forma muito engraçada e eu comecei a rir.

– Você é muito idiota, Cocielo, de verdade. Mas eu apoio a sua ideia de sermos amigos! – estendi a mão pra ele e ele apertou.

– Beleza então, coisa chata! – ele sorriu.

– Sem apelidos carinhosos, por favor! – eu disse rindo e voltamos a andar em direção a Didy e o Igor.

Andamos o caminho todo rindo e fazendo piadinhas. Quando chegamos perto dos dois, eles estavam de mãos dadas. Que cena mais fofa! Sentamos do lado dos dois e fomos assistir ao pôr do sol.

– Gente, é sério! – olhamos para a Dy – Sem dúvidas esse pôr do sol é a coisa mais linda que existe! – ela disse com um sorriso bobo.

– Eu conheço uma mais bonita! – o Igor disse e a Didy sorriu. Esses dois ainda vai dar o que falar!

POV Dy

Fui pra casa de decisão tomada!

No caminho coloquei o celular no viva voz e liguei pra minha mãe, dona Célia, peça rara!

Ligação on

Dy: Oi mãe? Tudo bem?

Mamy: Olha só quem lembrou que tem mãe! – claro que tenho, olha a Duda ai! Engoli minha malcriação – Tá tudo bem?

Dy: Tá tudo indo dona Célia! – nós rimos – Tô dirigindo então vou falar bem rápido ok?

Mamy: E quando não é rápido hein Didy? Tem 2 anos que você não vem me ver! – bufei, mas deixei–a terminar – Poxa, você ia ser tão feliz aqui! Lembra como éramos felizes? – minhas lembranças de quando morei com ela eram outras, mas ok!

Dy: Mãe, me escuta tá! Eu tenho uma lista enorme de motivos pra não ir pra Floripa, não vou explicar todos eles, mas o principal é que eu realmente não quero abandonar tudo que tenho aqui!

Mamy: eu já sabia disso, você é completamente diferente da sua irmã! Ela viria na hora! – ela disse já brava.

Dy: Talvez o fato de ela ter vivido com a senhora quando você era outra pessoa... Mas não liguei pra falar sobre isso. – falei tentando fugir do assunto.

Mamy: Você e suas acusações injustas! – respirei bem fundo. Entrei na garagem de casa – Eu fui meio irresponsável? Claro que fui! Mas isso te ajudou a ser quem você é hoje!

Dy: Obrigada mãe! Por tudo! – comecei a chorar de novo, tô muito mole hoje – Por ter me deixado sozinha por 5 dias quando eu tinha 10 anos e por todas as outras coisas legais que a senhora fez. – respirei fundo – Eu realmente não quero falar sobre isso mãe! Eu te amo, mas não vou morar ai! Felipe me ofereceu um apartamento, tem uma amiga que vai morar comigo e é isso, só queria avisar!

Mamy: Você vai se sustentar como?

Dy: Pelo menos pra isso o seu ex marido serve. – eu ri e ela me acompanhou, diferente da minha irmã, minha mãe nutria por ele a mesma magoa que eu – Tem a poupança, tem a pensão que não é pouco e agora tô trabalhado...

Mamy: Eu perdi a chance de te controlar faz muitos anos, se você quer assim por mim tudo bem! – ri alto – Sabe que se precisar de qualquer coisa...

Dy: Eu sei mãe, a senhora está ai! – suspirei, ainda com a voz embargada pelo choro recente – Vou desligar por que já tem uns 10 minutos que tô na garagem e não entrei em casa! Tchau mãe! Fica bem!

Mamy: Tchau filha! – escutei ela falando com alguém – Beijos.

Ligação off

Sequei meu rosto e entrei.

Me joguei no sofá da sala, olhei o timer da tv e tava lá 20:00! Ainda tenho malas pra arrumar, que belezinha de dia! Fiquei em silencio por um tempo e podia sentir os dois me olhando.

– Gente, cadê a Lua? – perguntei e meu cunhado respondeu.

– Vai dormir na casa da Carol. – ele respirou – Você pensou sobre tudo que a Duda te disse?

– Pensei sim. – eles me olhavam cheios de expectativa – Teria problema se uma amiga morasse comigo? – eles riram e eu revirei os olhos.

– Eu sabia que você ia escolher isso, podemos ir amanhã conhecer o apartamento, você chama sua amiga! – a Duda disse.

– Ah, pode ser! – olhei pra tv e apareceu um comercial com o Cristo Redentor, o que me fez lembrar da viagem – Não, pera! Amanhã vou pro rio, e falando nisso preciso fazer as malas. – disse me levantando do sofá.

– Ei, espera, como assim “vou pro rio”? – eles perguntaram em sincronia e eu ri.

– Viagem de trabalho queridos, quem tem o melhor trabalho do mundo? – eles riram, eu dei um beijo em cada um e sai.

Quando cheguei no topo da escada olhei pra trás e vi os dois abraçadinhos no sofá, um dia quero ter alguém assim. Entrei no meu quarto sorrindo pela cena que tinha acabado de ver escutei meu celular tocar na bolsa, corri atender. Quando olhei o display estava lá “Rick <3”, serio Deus? Essa hora? Como já tava ignorando ele por quase dois dias resolvi atender.

Ligação on

Dy: Fala Ricardo! – curta e grossa, tô sem tempo e sem animo pra ladainha.

Rick: Tô tentando falar com você desde ontem, aconteceu algo? – respirei fundo, filtrei toda a grosseria e fiz o mais educado que deu.

Dy: Talvez, só talvez, eu não tenha respondido de propósito. – ele ficou mudo – Mas diga, o que você quer?

Rick: A gente precisa conversar! – bufei.

Dy: Rick, a gente já conversou... Não tem mais nada que eu queira ouvir ou dizer. Eu tô cansada, meu dia foi uma droga, eu ainda tenho que arrumar minhas malas, tenho que pegar um avião amanhã 7h da matina... – ele escutava tudo sem dar um pio – Tô de ressaca... me poupa!

Rick: Tá bom Dy, a gente se vê amanhã!

Ligação off

Bufei joguei o celular na cama. Abri o guarda roupa e fiquei olhado pra ele sem saber o que levar, desisti momentaneamente de fazer as malas e fui tomar banho.

***

23h

Depois de muito escolher, pensar, repensar, ler e reler o cronograma consegui arrumar minha mala. Me sentindo exausta tanto física quanto emocionalmente decidi deitar, coloquei o celular pra carregar na mesa de cabeceira, apaguei a luz e deitei. Como não podia ser perfeito, quando eu comecei a relaxar meu celular tocou, levei uns segundos pra decidir se ia atender ou não.

Olhei o display: “Igor”, fiquei animada automaticamente.

Ligação on

Dy: Alô?

Igor: Eu disse que ligava pra saber se você tava bem. – eu sorri ao ouvir a voz dele – E ai meu anjo, tá melhor?

Dy: E não é que você ligou mesmo? – ri baixo, afinal já estava todo mundo da casa dormindo – Obrigada por se preocupar, mas já tô bem! Eu sofro só até tomar a decisão, depois que tomo é só lidar com as consequências!

Igor: Nossa que mulher madura! – nós rimos – Preparada pra passar o fim de semana comigo? – senti a malicia de longe, e não posso negar que estava sendo divertido flertar com ele.

Dy: Nasci preparada Igor! – ele riu, escutei vozes ao fundo – Acho melhor você voltar pra seja o que lá que você tava fazendo! – ele riu alto e eu segurei o riso – Obrigada por se preocupar!

Igor: Tô aqui no T3ddy gravando. – suspirei, era bom fala com ele – Nos vemos amanhã no aeroporto!

Dy: Vai lá! – pensei em dizer que adoro ele e o t3ddy juntos, mas deixei pra lá – Boa gravação e até amanhã!

Igor: Boa noite linda, até! Beijo!

Dy: beijos!

Ligação off

Antes de dormir resolvi mandar mensagem pra Nessa.

Mensagem on

Dy: mozão, como você vai amanhã?

Nessa: Não sei se comentei com vc do Pedro kkkk mas ele vai me levar amanhã! – Pedro né? É namoradinho dela, certeza!

Dy: não rola uma carona? Jkkkkk

Nessa: Claro que simm! Vamos passar ai as 6hrs!

Dy: brigada amor! Ate daqui a pouco!

Nessa: Até daqui a pouco mesmo kkkkk Beijoss Dy

Mensagem off

Coloquei o celular de volta no carregador, virei pro lado e dormi.

***

Acordei 5h, sim 5h da fucking manhã!

Tinha combinado da Nessa passar aqui me pegar, acho que o Pedro ia levar ela e meio que é caminho sabe?

Coloquei uma saia jeans branca e uma regata da mesma cor, um quimono preto, tênis preto, óculos escuros pra disfarçar a cara de quem dormiu pouco. Tentei fazer o mínimo de barulho ao descer minha mala pra sala. Terminei todo esse processo era 5:50, então na teoria ainda tinha 10 minutos pra enrolar.

Fui até a cozinha, engoli uma barrinha de cereal com um copo de café e escrevi um bilhetinho pra minha irmã.

“Duda, Fê e Lua!
Não sou boa com palavras vocês sabem!
Mas obrigada por tudo, vocês são minha melhor parte!
Até domingo, amo vocês!”

Escutei a buzina e sai.

Não pegamos transito, então chegamos no aeroporto em 20 minutos, o trajeto foi tranquilo, o tal Pedro era muito engraçado e ficava olhando pra Nessa de um jeito fofo. Ele estacionou e entramos, fomos direto pro salão de embarque. Eles dois sentaram lá (a moça do balcão nos avisou que o voo ia atrasar), e eu fui comprar um café.

Havia um pouco de fila, mas não demorei mais que 10 minutos, quando voltei vi uma cena estranha, o Pedro e o Júlio abraçados, o Igor com um sorrisão enorme e a Vanessa com cara de ué.

Cheguei perto dela.

– O que tá acontecendo aqui? – perguntei baixinho enquanto o Pedro, o Júlio e o Igor se cumprimentavam escandalosamente.

– Juro que assim que eu descobrir eu te conto! – ela disse baixo e ficamos olhado eles.

Eles terminaram de se abraçar e vieram na nossa direção. Sorri quando meu olhar e do Igor se encontraram, ele me olhou de cima a baixo e fez uma cara muito engraçada.

– Oi Didy! – o Júlio disse me deu um beijo no rosto.

– E ai Júlio, tudo bem? – ele sorriu em resposta, enquanto isso o Igor veio e colocou o braço nos meus ombros e deu um beijo no meu rosto.

– E ai linda, tá bem? – olhei pra cima (não sei bem se eu sou baixinha ou ele cresceu de mais) – Tá com cara de sono, dormiu não? – ele disse rindo.

– Não sei se você lembra, mas era meia noite eu tava no telefone com você! – ele riu alto – Mas tô bem, e você?

– Melhor agora! – paramos a conversa paralela e voltei minha atenção pra situação bem estranha a nossa frente – Então era essa Vanessa que você falava quando largou os mano de Osasco né viado?

– Igor! – dei uma cotovelada na costela dele e ele se encolheu – Cala a boca, você não tá sentindo o climão? – falei bem baixo, ele sorriu e me espremeu mais.

Visto que o nosso voo tava previsto pras 8h os meninos decidiram ir dar um volta, sei lá, sei que eles saíram e ficamos eu e a Nessa sentadas lá.

– Amiga, você não disse que esse Pedro era seu amigo? Se aparece um desse pra mim eu caso! – rimos alto – Vocês teriam lindos bebes de olhos azuis! – ela revirou os olhos e eu ri.

– Ai, Dy, ele me falou umas coisas muito fofas ontem, sabe? Mas é complicado, porque ele acabou de terminar um namoro e a gente ficou ontem – olhei confusa – É, eu sei, é confuso!

– A vida é confusa amiga, acredite!

Continuamos ali conversando até que o nosso voo foi anunciado, os meninos brotaram do nada e fomos despachar as malas, eu ia caminhando entre o Júlio e o Pedro e tudo estava lindo até ai, do nada senti alguém segurar meu braço, virei pra trás de uma vez.

– Aí Ricardo, que susto filho da puta! – todos eles pararam e o Igor me olhava como quem pergunta “precisa de ajuda?”, neguei discretamente, mas ele permaneceu grudado em mim – O que você tá fazendo aqui?

– Vim fazer isso! – ele me puxou e me beijou, eu me desvencilhei dele e ele sorriu – Vai dizer que não tava com saudade! – meu sangue ferveu.

– QUAL É O SEU PROBLEMA? – respirei bem fundo, grudei a mão do Igor e puxei ele, ele não tava com uma cara boa – ME ESQUECE RICARDO!

Sai andando e puxando o Igor, nem ele nem ninguém teve coragem de falar nada, e eu também não queria ouvir nada, eu queria era matar o idiota do Ricardo! Argh!

***

Meio que os deixei pra trás na hora de embarcar, eu tava muito brava e precisava respirar. Sentei na minha poltrona, – era a do canto OBRIGADA DEUS – coloquei meus fones e quase ri com o que eu tocava “Partiu – Mc Kekel” (queria entender como essas coisas ficam salvas na minha playlist) e fiquei de olhos fechados esperando a Nessa.

Senti alguém encostar–se ao meu braço, abri os olhos e era o Igor, ele sentou do meu lado, pegou minha mão e ficou desenhando linhas imaginarias nela.

A aeromoça deu todas as orientações e o avião decolou, ficamos em silêncio por uns 10 minutos, depois desse tempo ele puxou delicadamente um dos meus fones.

– Quem era aquele cara? – ele não tava curioso, ela tava dando piti.

– Meu ex! – ficamos nos encarando.

– Seu ex vem no aeroporto e te beija? Que legal! – respirei bem fundo, tomei um gole da minha agua e filtrei todos os palavrões – Você não vai falar nada?

– Igor, – dei uma pausa – você só viu o beijo? Você não me viu gritar com ele não? – bufei – Não que eu te deva satisfação ou qualquer coisa do tipo! – ele ameaçou falar, eu ergui um dedo pedindo para continuar, tava me esforçando muito pra falar baixo – Eu terminei com ele no dia da Fanfest, ontem ele me ligou e eu mandei ele a merda, e ai ele gênio que é deve ter achado que me beijar a força era exatamente o que precisava pra nós voltarmos. – comecei a resmungar pra mim mesma – Voltar? Não sei com o que... Nem tínhamos nada pra começo de conversa...

– Tá! – ele cruzou os braços e ficou emburrado na poltrona dele, eu mereço! Nem tenho nada com o garoto e ele tá dando defeito!

Ficamos mais um tempo em silencio e confesso que isso tava me incomodando, eu queria que ele me abraçasse. – Dy, se controla mulher! – Pensei comigo mesma. Fiquei fitando a janela quando senti braço dele passar por trás do meu pescoço, sorri sem olha–lo. Ele colocou seu fone no meu ouvido, sorri grande quando identifiquei a música.

“..Vai pensando que ela é fácil rapaz
Ela não é daquelas minas "tanto fez, tanto faz"
Não cabe naquela rima de alguns anos atrás
Nem combina com as mulheres vulgares
Uma noite e nada mais
Ela tem cores, curvas, sabores
Coisas que seduz e,
Eu levo flores, som de cantores
E ela ama ouvir
Se der minha hora preciso ir embora
Mas ela me impede
De um jeito louco, "fica um pouco"
Sou incapaz de ir...”

 

– Idiota! – falei rindo – Tô esperando minhas flores! – ele riu.

– Eu sei que sou idiota! – se aproximou do meu ouvido e sussurrou – Flores dou pra quem tá morta, pra quem tá viva...– comecei a rir incontrolavelmente

– Cala a boca, eu conheço isso, nem ousa terminar! – Ficamos assim até chegar no Rio.

***

Do aeroporto fomos com uma van da Coca ate o hotel, subimos pro quarto e fiquei conversando com a Nessa.

Já passava das 14h quando decidimos almoçar. 

– Ah, sei lá, a gente tá aqui na beira da praia, vamos andando até achar algum lugar legal. O que acha? – perguntei pra Nessa que colocava um chinelinho.

– Pode ser. – ele olhou a hora no celular – Vamos logo então? Se não sem chance de achar algum lugar lega! – peguei minha carteira e celular e ia em direção a porta – Dy, vamos chamar os meninos? – ela perguntou com uma cara muito engraçada.

– Eles não merecem, mas vamos sim! – sorri animada, meus Deus o que tá acontecendo comigo? – Preciso te pedir uma coisa. – eu disse com a mão na maçaneta e ela me olhou intrigada.

– Pode pedir, Dy. – ela ficou esperando eu continuar.

– Não me deixa fazer merda, se você achar que tô perto disso me amarra e dá uns tapas na minha cara! – ela gargalhou e eu sai do quarto, o deles ficava em frente.

Bati na porta e eles demoraram abrir, eu sei que podia mandar mensagens e tal, mas preferi assim. Depois de uns 5 minutos o Júlio veio atender sem camisa, confesso, não era malhado, mas era bonito.

– Julinho meu amor! – ele sorriu – Posso te chamar assim?

– Pode Dy, pode sim! – ele disse rindo meio rouco – Quer entrar? Cadê a... Vanessa né?

– É sim, chama de Vá ou Nessa! – rimos – Não quero entrar não, vim só chamar vocês pra almoçar. Topa? – ele gritou, virado pra dentro do quarto.

– O IGOR, VAMO ALMOÇAR? – escutei a reposta de lá de dentro “Opa, demorô muleque!” – Vão descendo então Dy, espera a gente lá na recepção, beleza?

– Beleza Julinho! – nota mental, preciso arrumar um apelido menor pra ele, olhei pra trás e a Nessa tava na porta do quarto me esperando, ele voltou pra dentro do quarto e eu e Nessa descemos rindo e conversando.

Não esperamos por eles mais do que 10 minutos, saímos eu e a Nessa na frente e eles a uns 2 ou 3 passos a traz, fomos caminhando pelo calçadão até achar um lugar bacana. Andamos por uns 15 minutos até que o Igor parou.

– Ô cambada, aqui parece bom. – nos viramos e ele mostrava um pequeno McDonalds do outro lado da rua, comecei a rir – Ô mano, que foi? Aqui não tem erro não tio!

– Porra Igor, isso é saudade do trampo? – o Júlio disse enquanto atravessávamos a rua – Pode ser meninas? Ou vocês querem frutos do mar? – ele perguntou fazendo uma voz que fez eu e Nessa cair na risada.

– Por mim pode ser Júlio, tanto faz! – a Nessa disse e ele sorriu, coisa rara eles trocarem meia dúzia de palavras sem se agredir – E você Dy?

– Não se recusa fast food! – olhei pro Igor e ele sorriu, ai caralho que sorriso! – Só acho que vou acabar engordando e ficando horrorosa saindo com vocês! – eu disse rindo.

– Isso é impossível Dy! Impossível! – o Igor disse me olhando de cima abaixo enquanto entravamos no Mc, se eu fosse capaz teria ficado vermelha.

É obvio que quando entramos lá eles atenderam fãs, afinal adolescentes e fast food não se largam. Deixamos eles atendendo o povo e fomos fazer nossos pedidos. Quando ficou pronto pegamos e fomos pra mesa, logo em seguida eles chegaram.

***

Terminamos de comer, foi bem divertido sabe? Rimos muito, parecia que nos conhecíamos a anos. Jogamos os restos no lixo e saímos do restaurante, meu que vista linda! Areia bem branquinha, o sol já estava mais fraco o mar azulzinho (nem parecia aquele Rio que passa no jornal), fiquei distraída com a vista até a voz da Nessa me tirar dos meus devaneios.

– O que vamos fazer agora? – ela perguntou enquanto atravessávamos a rua de volta para o calçadão.

– Gente, bora sentar ali? – apontei pra um lugar vazio na areia e olhei pro Igor, ele concordou de imediato.

– Ai gente, acho que vou dar uma caminhada no calçadão. – olhei pra ela concordando – Vocês me esperam aqui?

– Espero sim! Fica com o celular ligado, amor! – ela revirou os olhos e eu ri.

Tirei meu chinelo e comecei a andar na areia sem olhar pra trás, cheguei próximo ao mar (mas onde a agua não chegava a me molhar) e sentei, logo na sequencia vi o Igor sentar do meu lado.

– Cadê o Júlio? – perguntei sem me virar pra ele.

– Foi com a Vanessa, a doida queria andar sozinha por ai, acredita? – ficamos em silencio por um tempo – Não gostei daquele cara! – ele disse eu ri alto.

– Jura? Nem percebi – disse encostando minha cabeça no ombro dele – Eu odeio quando alguém acha que tem poder sobre mim. E é isso que ele pensa.

– O que te deu pra se envolver com um mauricinho desse? – rimos – Só de olhar eu sei que ele não faz seu tipo...

– A é? – disse rindo, ele puxou minha mão e entrelaçou nossos dedos, era uma sensação muito boa, nunca fiquei de mão dada com o Ricardo – E quem faz meu tipo senhor?

– Você precisa de um cara vida loca, alguém que viva o mundo com você – rimos alto – Alguém do fluxo tá ligado?

– Ah, aquele seu amigo parecia bem vida loca, tem o número dele aí? – ele revirou os olhos – Era Thiago eu acho, não era? – falei provocando.

– Para mano, tô pistola agora! – ele disse e depois sorriu torto – um saco esse negócio de trabalhar junto com você!

– Eu também acho, onde você tava nas baladas da vida que não te achei antes? – perguntei em tom de piada, mas lá no fundo eu realmente dormi ontem pensando nisso.

– Ah gatinha, as baladas da zona sul estão bem longes dos pancadões de Osasco! – virei meu rosto pra ele e ele encostou nossas testas, fechei os olhos e fiquei ali só sentindo a vibe do lugar.

Ficamos assim por muito tempo, eu queria muito beija–lo, mas isso era tão errado! E se eu deixo isso acontecer e depois tudo vira de pernas pro ar, esse trabalho é importante, a questão aqui é: quão importante esse trabalho é e por quanto tempo eu vou resistir?

De repente percebi o Júlio e a Nessa se aproximando, o Júlio olhava com uma cara engraçada e a nessa tinha uma interrogação tatuada na testa, eles sentaram do nosso lado e ficamos os 4 idiotas olhando o por do sol.

– Gente, é sério! – eles me olharam – Sem dúvidas esse pôr do sol é a coisa mais linda que existe! – falei abobada.

– Eu conheço uma mais bonita! – o Igor disse e eu sorri, seria presunção minha achar que era de mim que ele falava? Talvez, mas foda–se.


Notas Finais


Eita genteeeee! E ai, o que acharam? Estamos amando os comentários de vocês, viu?
Um beijo, Vanessa e Dy! <3


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