História Destiny - Meteor City X Revenge X Destiny

De certa forma o mundo após aquela porta fora realmente "decepcionante" não que Kalli esperasse um lugar cheio de cores, todos na paz, ou unicórnios coloridos. Mas a primeira coisa que vira foi a areia, a tão sem graça areia que se estendia por quilômetros. E bom o sol, sim, ele era agradável, mas devido a sua pele branca, e a falta de contato a luz solar, com o tempo a exposição por muito tempo começou a criar queimaduras.

"Que lugar lindo..." murmurou em desdém limpando as gotas de suor que começavam a escorrer de sua testa.

Kalli podia conseguir manipular sua habilidade sem dificuldades, mas sua resistência física, e velocidade, era de uma garota normal. Até mesmo em questão do seu "poder", tinha uma enorme fraqueza, pois ela podia manipular apenas seu sangue, e caso ocorresse o acidente como "perder o controle", e derrubar o líquido no chão, Kalli ainda não conseguia separar as substâncias presente no solo, misturado ao sangue, ou seja, ele se torna inútil. E claro que o ser humano possui uma quantia limitada para a perda de sangue, por conta disso seu poder era arriscado.

A garota se esforçava para não cair no chão naquele exato momento. Arfava cansada, e não suportava mais sua roupa com todo aquele sangue, era falta de higiene usar o mesmo vestimento.

Água. Comida. Ela precisava disso imediatamente.

Por que aquele templo precisava ficar tão afastado da cidade? Quantas horas ainda teria que andar?

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Kalli pôde apenas agradecer quando começou a ver barraquinhas cheias de frutas suculentas. Seus olhos brilharam no mesmo momento, e correu para dar uma mordida. Sua alimentação no subterrâneo nunca fora uma das melhores, apenas mingau de aveia.

Mas para a decepção da garota quando ela tentou pegar a fruta, uma mão maior bateu na sua.

"Ei!" Kalli reclamou encarando torto o homem a sua frente, que simplesmente não se importava com as vestes manchadas de sangue da garota.

"Primeiro o dinheiro!" retrucou cruzando os braços, mas Kalli conseguiu apenas olhar sem entender com a palavra 'dinheiro' "Claro, se você tiver" zombou "Agora saia logo daqui! Está atrapalhando meus negócios!"

"Mas eu estou com fome! E sede!" insistiu "Eu nem sei o que é esse 'dinheiro"!"

O vendedor já era acostumado com crianças implorando por comida, e ele realmente estava sem paciência para ouvir as reclamações de pirralhos
"Tch, já mandei sair aqui!" gritou bravo, e no mesmo momento empurrando a menina para trás, que acabou perdendo o equilíbrio, e caiu no chão "Tanto faz, suma logo. Coma a comida do lixo, como os outros fedelhos" resmungou esperando que a criança simplesmente desistisse.

A Ayali apenas continuava no chão, da mesma forma que fora derrubada, ela permaneceu. Sua franja cobria seus olhos, e a cabeça da menina estava baixa, todos pensaram que ela estava a chorar, mas ninguém fez nada, afinal, alí era Ryuseigai.

A última coisa que Kalli estava fazendo era chorar, estava apenas presa em seus pensamentos. O jeito arrogante e superior lembrava a única pessoa que ela viu durante 7 anos...

"Vamos! Não vai comer?!" um riso maníaco se mantinha naquele quarto escuro.

As mãos da garota tremiam com o prato em suas mãos.

"...Me sinto fraca..." murmurou colocando de leve o prato com a comida no chão "Ne... Sacerdote-san, apenas hoje, não há algo com mais proteína?"

Kalli sabia que isso era um pedido inútil, mas quem sabe hoje ele estaria de bom humor.

"Hã?!" o mesmo fez uma careta dando passos pesados até onde a menina estava caída "Se não quiser..." Kalli conseguiu arregalar os olhos quando viu o prato ser empurrado com o pé e toda a comida ser desperdiçada " ...NÃO COMA! AGORA COMO NO CHÃO!" mais risos...

Sim... Mesmo sendo um sacerdote, ele era louco.

Naquele tempo, a garota conseguia apenas abaixar a cabeça e aceitar a humilhação. Mas... Ela realmente não queria mais aceitar isso.

O vendedor sentiu seu corpo paralisar, todos seus músculos contraírem, e a única ação que pôde fazer, era mover os olhos até uma estranha aura assassina. As próprias pessoas por perto conseguiam sentir, mas não eram tão afetados como o comerciante.

"Eh? O que você disse mesmo? Comer do lixo?" um riso anasalado escapou dos lábios da mesma.

A face era novamente aquela monótona, que mataria aquele homem neste exato momento, na frente de todas essas pessoas.

"Eu vou querer cinco maçãs" uma voz calma interrompeu a situação, e Kalli deixou sua aura assassina sumir.

"S-S-Siim..."

O vendedor segundos depois conseguiu relaxar o mínimo, e com as mãos tremendo atendeu o pedido do cliente. Kalli piscou sem entende ainda sentada no chão, ninguém normal conseguia agir de uma forma tão serena como o homem de cabelos negros fez, ao sentir sua intenção assassina.

"Aqui" a Ayali logo pôde ver o rosto daquele desconhecido, em sua testa havia uma fita que parecia prender seu cabelo ao mesmo tempo "Pode pegar" ofereceu mostrando uma maçã.

"Obrigada" levantando-se do chão rapidamente aceitou a fruta, e a devorou "Humm~ Isso é muito melhor que aveia~" cantarolou.

A pessoa que havia lhe oferecido comida, parecia analisa-la por um tempo, algo que não passou despercebido por Kalli.

"E... Por que você me ajudou?" indagou enquanto acompanhava o homem pelo caminho "Tem costume de ajudar crianças passando fome?" indagou quando recebeu uma segunda maçã, mas para evitar favores, recusou.

Este manteve-se em silêncio, e observou a face curiosa da menina.

"Não. Apenas uma coisa me chamou atenção"

O primeiro pensamento que veio na cabeça de Kalli foi o sangue em suas roupas, mas isso logo se desfez ao lembrar que nem o vendedor, e nem ninguém se importou com isso.

"E isso foi...?" levantou as sobrancelhas.

"Nen, você sabe o que é?" a criança 
negou no mesmo momento "Foi o que eu imaginei. O hatsu liberado estava sem controle"

Kalli apenas fez bico, ela realmente não sabia sobre o que esse estranho estava falando. E nem o porquê de ainda estar o seguindo, daqui a pouco ele pensaria que ela era como um cachorrinho a procura de comida... E isso era realmente desagradável de se imaginar.

"Er... Obrigada pela comida... qual era o nome dele mesmo?"

Esta parou os lados enquanto encarava o olhar calma, até calmo demais, do outro.

"Chrollo Lucilfer" 

"Então... Obrigada Chrollo-san" a garota deu um sorriso "Ah sim, o meu nome é Kalli. Kalli Ayali" o moreno levantou as sobrancelhas ao ouvir o segundo nome "E da próxima vez que nós nos encontrarmos, prometo devolver sua comida" acenou enquanto começava a andar para os lados de um modo infantil.

Realmente aquela afirmação final, havia sido um tanto engraçada.

O homem apenas suspirou quando observou a menina seguir seu caminho meio perdida. Ela provavelmente sabia usar Nen sem saber o que era, afinal, naquele momento, não era apenas uma intenção assassina, mas um Hatsu sem controle.

"Danchou" uma mulher alta e loira se aproximou quando observeu seu líder parado no meio da rua fitando o nada.

"Pakunoda, então você também voltou para Ryuseigai" 

 A mesma assentiu, e ao se aproximar mostrou um jornal com as notícias do dia.

"Descobririam sobre os corpos dos Kurtas" afirmou, mas a cabeça da aranha não mostrou tanta surpresa, ele até achou que 6 semanas era muito tempo "Mas olhe a notícia ao lado" no momento quando leu do que se tratava, seus olhos abriram em surpresa "Os Ayalis estão mortos"

Eu sou Kalli. Kalli Ayalli.

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O ódio é uma linha infinita, nunca se sabe se algum dia acabará. Quando uma vingança completa, outra logo em seguida é formada.

Quando Helli decidiu exilar sua filha, naquele momento, ela já havia começado esse ciclo hostil. No momento em que Kalli optou por matar seu clã, uma volta já havia se dado. E agora outra estava para se inciar.

Das lágrimas e soluços intermináveis infantis, passavam a se tornar risadas psicóticas, que se misturavam ao choro.

"Kaasam... Tousan... Eu juro" suas pupilas dilataram enquanto misturava todas suas emoções no momento "...Ela irá pagar...!"