Nessa noite, ambos sonharam um com o outro. Reviveram o momento em que se viram na praia, várias vezes nas suas mentes, como se procurassem voltar atrás no tempo e olharem-se uma vez mais daquela forma intensa. Acordaram de manhã, cada um nas suas casas, estavam suados e cheios de calor, sem saber o que estava a acontecer-lhes naquele momento.
S/n tomou um banho quase de água fria para tentar refrescar as ideias e todos os seus pensamentos, vestiu uma roupa simples porque ia ficar o dia em casa, e desceu até à cozinha, onde encontrou a sua mãe a cozinhar.
- Não estás bem filha. – Disse a mãe dela. – O que se passou?
Como sempre tiveram uma boa relação, nunca mantiveram segredos uma da outra, S/n contou tudo o que se tinha passado com o tal rapaz na praia, no dia anterior, a forma como se olharam durante todo aquele tempo e a forma como aquele mesmo rapaz tem preenchido os seus pensamentos. Depois de ter explicado tudo, a mãe de S/n sorriu de forma bastante sincera. Pode até dizer-se que tinha uma lágrima no canto do olho.
- Mãe, por que estás assim? O que é que eu disse? – Perguntou S/n, sem entender nada do que estava a acontecer.
- A Kim teve razão quando disse que parecia uma ligação aquilo que tu e esse rapaz fizeram quando se viram. Porque foi mesmo isso que aconteceu.
- O quê? Mãe, estás a gozar comigo? Aish… nem acredito que até a minha mãe goza comigo…
- Não estou a gozar filha, é mesmo a sério. Isso é algo que acontece com as pessoas que estão destinadas a ficar juntas. E se essas duas pessoas não se voltarem a encontrar nos 3 dias seguintes após a ligação acontecer… elas morrem…
- Calma… tu não estás a gozar…
- Não. É muito a sério… aconteceu-me o mesmo com o teu pai… e com os teus avós também… e com algumas amigas minhas, etc. Quando duas pessoas estão destinadas uma à outra, acontece esta coisa a que chamam ligação… as pessoas ficam a fixar o seu olhar uma na outra até que acabam por voltar à realidade, por assim dizer. E sim, pode acontecer mesmo com pessoas que nunca se viram antes na vida.
- Ah… então isso quer dizer que aquele rapaz… é como se fosse o amor da minha vida?
- Não é como se fosse, ele é mesmo. – Disse a mãe de S/n. – E se não o encontrares em 3 dias, ambos morrem.
- E tu dizes isso assim nas calmas? Eu posso morrer se não o voltar a encontrar… a cidade é grande e eu não sei nada sobre ele. Como é que o vou conseguir encontrar? Mas calma… depois de o encontrar, o que é que acontece?
- Nessa altura vocês é que sabem… ele provavelmente já deve saber isto que eu te contei… mas não sabes nada sobre ele?
Enquanto S/n e a sua mãe conversavam sobre Changkyun e sobre formas possíveis de ela voltar a encontra-lo, Changkyun estava na sua casa, a ter uma conversa parecida com o seu avô materno.
- Então isso quer dizer que se não a encontrar… eu posso morrer? – Perguntou Changkyun.
- Sim, meu neto… - Respondeu o seu avô. – Quando eu e a tua avó tivemos essa ligação… só nos voltámos a encontrar no último dia possível… foi como se fosse um milagre voltarmos a encontrar-nos… pensei mesmo que fosse morrer porque não a encontrava em lado nenhum… mas tudo mudou quando ela apareceu na cabina do autocarro, encharcada por causa da chuva… à procura de um abrigo.
- Então foi assim que se conheceram… sempre me tinha perguntado como teria sido…
- Sim, foi assim, e estou muito grato por ter chovido naquele dia.
- Mas isto é uma coisa que acontece com toda a gente?
- Nem toda a gente pode ter a ligação… há pessoas que passam uma vida inteira sem saberem o que é a ligação… há também pessoas que têm o amor das suas vidas do outro lado do mundo e nunca chegam a saber…
- Uau… eu não fazia ideia que o amor era assim…
- O amor é algo complicado. Mas eu espero que encontres essa rapariga o mais depressa possível. Vais ver que vai acontecer.
- E depois de a encontrar? O que é que eu faço?
- Isso já é convosco. – Disse o avô de Changkyun. – Vocês é que vão saber o que fazer quando se encontrarem.
Após ter tomado o pequeno-almoço, S/n voltou para o seu quarto. Ligou às suas amigas a dizer tudo o que a sua mãe lhe tinha dito e perguntou se alguma delas tinha ouvido o nome que os amigos do rapaz estavam a gritar, no dia anterior. No entanto, foi como se o nome se apagasse das mentes das 3 raparigas e elas não conseguiram dar nenhuma resposta a S/n.
- Boa, parece que não vou ter ajuda nenhuma para o encontrar… nem acredito que se não o encontrar vou morrer…
S/n falava consigo mesma. Deitou-se na cama e fechou os olhos na esperança de lhe ocorrer alguma forma que a fizesse encontrar o rapaz. No entanto, a única coisa que ela via assim que fechava os olhos era a imagem do rapaz. Ela ainda não entendia como é que tudo isto era possível, mas a mãe dela disse-lhe que era o Destino e o poder do Amor. S/n continuava sem entender como é que era possível alguém que ela nunca viu na vida ser o amor da vida dela e a sua mãe disse-lhe que o poder do amor era algo extraordinário e inexplicável.
Changkyun saiu de casa assim que tomou o pequeno-almoço. Ele ia fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para voltar a encontrar a rapariga que ocupava constantemente a sua mente. Voltou à praia na esperança que ela lá estivesse. Recordou o momento em que os dois se olharam, uma vez mais, sorriu após passar pelo mesmo local e passeou na praia durante algum tempo. Olhava à sua volta para ver se a encontrava, mas foi em vão… ela não estava presente…
Nem S/n nem Changkyun faziam ideia da forma como se poderiam voltar a encontrar. E algo importante que eles não se poderiam esquecer é que as suas vidas dependem disso…
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.