História Destiny | Suga | PT - Como queres que aceite?

O rapaz aproximou-se de mim, que ainda estava em choque e debruçou-se. Rapidamente estendeu uma mão para me ajudar a levantar. 

"Desculpa, estás bem?" as suas mãos passaram pela minha cara limpando as lágrimas que tinham escapado. O seu toque era igual ao que eu me lembrava. "Yang Mi!! Tinha tantas saudades tuas!" Aquelas palavras pareciam perfurar o meu peito. Eu não o queria ver. Ele foi a razão de todo o meu sofrimento. Eu odeio-o como nunca odiei ninguém.

"Vai-te embora Hyunjoong!"

Reparei que ele mordeu levemente o lábio para não falar. Ele devia querer dizer o mesmo de sempre, já estava farta de o ouvir. Passou a sua mão na minha cara para me limpar a lágrima que me escoria pela cara. Ele baixou-se, pegou nos meus livros e deu-mos. "Eu sempre te amei Yang Mi!"

O Hyunjoong é o meu ex-namorado. Eu apanhei-o com outra, mas ele insiste que me ama. Se ele realmente me amasse nunca me teria traído, muito menos no meu aniversário. Já se passou 1 ano, e eu já o esqueci, simplesmente eu odeio-o.

Vi-o a ir se embora e rapidamente a Lia se aproximou de mim.

"Mi estás bem? O que é que ele te disse?" Eu respirei fundo e fiz-lhe sinal com a cabeça a dizer que não queria falar agora.

"Prefiro falar do Suga." De repente uma mão pousou no meu ombro.

"Yang Mi!" Eu lembro-me daquela voz rouca e segura. Virei-me e vi aquele cabelo vermelho e aquela pele pálida que definem a perfeição.

"Sabes o meu nome?" Ainda estava em choque. Eu achava que ele não existia.

Senti o meu braço a ser puxado e olhei em choque para a Lia que também me olhava perplexa.
Ele puxou-me até à parte de trás do edifício da escola. Ao chegarmos lá, os braços deles envolveram-me. Isto sim foi estranho.

"O que é que estás a fazer?" Ele soltou-me e olhou para mim com um olhar de quem também não percebia o que se passava.

"Ainda não te contaram?" A voz mostrava alguma preocupação.

"Não me contaram o quê?" Eu não estava a perceber.

"Pergunta ao teu pai." Ele foi-se embora deixando-me ali na ignorância. Ouvi aquele som irritante que marcava o início das aulas. Fui a correr para dentro do pavilhão.

Entrei na sala e pedi desculpas pelo meu atraso e felizmente deixaram-me entrar. Rapidamente sentei-me ao lado da Lia.

"O que é que aconteceu?" A Lia estava preocupada, afinal eu fui raptada em plena luz do dia.

"Eu também não percebi. Aquele era O Suga!"

"O QUÊ??" A Lia deve-se esquecer que estamos nas aulas.

"Meninas aí atrás! Quantas vezes vos tenho que dizer para se calarem? Todas as aulas é a mesma coisa. Já estou farta." Coitada da Sra Park, todas as aulas ela chateia-se connosco. Tentem compreender a nossa situação, 2 melhores amigas juntas no canto da sala, falarmos o tempo todo é super normal.

"Desculpe Sra Park!" Rapidamente pedimos desculpas e sentámo-nos caladas. Na verdade escrevíamos o que queríamos dizer."

L: Aquele era o suga?!?!?

M: Ya! E sinceramente não percebi o que é que aconteceu.

L: CONTA!!!! JÁ!!!!

M: Ele levou-me para a parte de trás do edifício e de repente abracou-me!

L: Porque raio?

M: Pois! Eu perguntei-lhe porque é que ele me tinha abraçado e ele perguntou-me se eu ainda não sabia. E como eu não sabia o que raio ele estava a falar disse-me para falar com o meu pai.

L: Tens de lhe ligar!"

Quando as aulas acabaram, comecei a ir para a casa, mas apenas uma frase ecoava na minha mente "Pergunta ao teu pai". O que será que se está a passar.

Eu até lhe queria ligar, mas para quê? Ele vai dizer que está muito ocupado e que tem muito trabalho. É sempre a mesma coisa, nunca tem tempo para mim.

Lembro-me de quando ele pegava em mim e me punha as suas cavalitas enquanto corria pelo parque. Belos tempos.

Ganhei coragem e peguei no telemóvel, fui aos contactos e encontrei "압바" (appa [pai]) e carreguei no botão para lhe ligar. Ouvi aquele som ensurdecedor, até que de repente ele parou.

"Yang Mi! Tens de ser rápida!" Eu sabia, como sempre ele está demasiado ocupado para falar comigo.

"Disseram-me que tinhas que me contar alguma coisa e eu não sei o que é." Como é que eu lhe explicava o que é que tinha acontecido.

"Quem é que te disse isso?" Ele parecia estar em choque e um pouco receoso.

"Min Yoongi!" Tentei ser o mais clara possível ao dizer o seu nome.

"Yang Mi, eu já avisei a Harya, hoje vamos jantar fora. Veste o que a Harya preparou. Isto é bastante importante."

Ele desligou o telefone. Também o que é que eu estava a espera.
Já estava perto de casa, mas isso não me impediu de correr. Eu até estava ansiosa por estar com o meu pai, já não o vejo à cerca de 2 meses.

Quando cheguei procurei a Harya e fui encontrá-la no meu quarto. Ela tinha nas suas mãos um vestido lindo. Era vermelho, com apenas uma alça. Ele apertava levemente na cintura num pequeno laço, deveria ficar-me pelos joelhos.

"Harya, esse vestido é lindo. Mas aonde é que eu e o pai vamos comer?" Por muito lindo que fosse, não é um vestido para um simples jantar. Mais parecia que íamos a uma daquelas festas que os famosos fazem e conhecendo-o como conheço era bem possível.

"O Sr. Lee só me disse que era um jantar muito importante e que tinhas de ir de vestido de gala. Desculpe menina por não lhe poder dizer mais nada."

"Harya! Quantas vezes tenho de te dizer para não me tratares nem por você nem por menina. Há quantos anos estás comigo? Tu és como uma mãe para mim." Era sempre a mesma coisa, ela desde que veio pra cá que me chama de menina. E eu, desde pequena que lhe digo para ela me tratar por você, eu não sou nenhuma snob ou uma rainha que precisa ter criados a enaltecer o seu grande nome.

"Desculpa Yang Mi..." eu fiz aquela tosse fingida como quem diz para ela corrigir o que acabou de dizer "Apenas Mi, já sei! Mi, tens de te preparar. Vá!" Ela saiu do meu quarto e eu fui tomar um banho muito rápido e vesti-me e pus alguma maquilhagem. Apenhei o meu cabelo e calcei os meus saltos vermelhos.

Desci as escadas e procurei-a "O que achas Harya?" Ela voltou-se para mim é sorriu.

"Estás linda!" Sorri levemente com a sua frase.

Este momento foi interrompido pelo som bruto da campainha. Fui abrir a porta.

"Pai! Chegaste! Tinhas tantas saudades tuas" ele deu-me um grande abraço.

"Desculpa Yang Mi, tu sabes que o pai te ama!"

Eu anuí com a cabeça e voltei a abraçá-lo com força. Sentia-me segura.

Despedimo-nos da Harya e fomos para o carro do meu pai. Durante a viagem houve um silêncio um pouco constrangedor, mas eu não me atrevia a quebrá-lo.
Rapidamente chegámos a um restaurante, aquilo mais parecia um hotel 5 estrelas.

Entrámos e um senhor levou-nos até uma sala.
Quando lá chegámos, encontrámos apenas uma mesa onde um senhor e um rapaz estavam sentados.
"Pai aqui não há mesas livres."

"Não é preciso! Nós não vamos jantar sozinhos." Como assim?!?!? Eu achava que ia jantar com o meu pai, sozinhos!

Ele começou a andar e eu fui atrás dele. Estava nervosa, normalmente nao me sinto muito confortável ao lado de pessoas que não conheço bem. E agora nem sabia quem eram as pessoas.

"Boa noite, Sr. Min, esta é a minha filha, Lee Yang Mi."

" Boa noite" disse enquanto me curvei num ângulo recto perfeito. "O meu nome é Lee Yang Mi e tenho 17 anos." Soltei um pequeno sorriso, mas este rapidamente desapareceu. Ao olhar para a frente reparei que era ele.

Aquele cabelo vermelho nunca me iriam enganar. Eu estava chocada, nem queria acreditar que ele estava ali. O meu coração batia como naquele sonho da última noite. Nós estávamos em silêncio a olhar um par o outro.

"Boa noite Yang Mi, boa noite Chung-ho , este é o meu filho. Vocês estão na mesma escola." Ele disse com um leve sorriso.

"Nós estamos em turmas diferentes, mas eu já a vi algumas vezes por lá." a sua voz rouca ecoava nesta sala gigante, onde apenas nos os 4 estávamos.

"Meninos, nós temos de falar com vocês." A voz do Sr. Min perfurou o silêncio que se tinha causado. "Eu e o Sr. Lee estivemos a conversar e decidimos que vocês vão começar a passar mais tempo juntos e vão se conhecer melhor. Mas acho que já perceberam o que vai acontecer mais tarde."

O QUÊ? Esperem como assim, mas eles não podem decidir isto por nós. Olhei para o Yoongi e ele parecia estar muito calmo. Eu acho que ele já sabia, tanto pela sua calma como o que se passou hoje durante a tarde. Já eu, estava em choque e a tentar assimilar o que tinha acabado de ouvir.

"Pai! Como assim? Tu não podes decidir estas coisas por mim! Peço desculpas mas eu não vou fazer isso."

Levantei-me e saí do restaurante. Ao sair reparei num pequeno banco de jardim um pouco mais a frente. Decidi ir lá sentar-me.

Sentei-me e que tentei perceber o porquê de isto ter acontecido, mas o frio começou a fazer-se sentir. O meu corpo tremia com cada fio de vento que passava, mas eu não queria ir lá para dentro. Senti uma presença ao meu lado.

"Eu sou assim tão mau que te faça não quereres casar comigo?" Ele disse enquanto me punha o seu casaco nos meus ombros.

"Não é isso Suga..."

"Suga!' Interrompeu-me-me "como é que sabes a minha alcunha.

Ai Yang Mi, porque é que falaste. E agora? Desculpa tenho que te mentir.

"A minha amiga viu-te lá na escola e falou-me de ti. Ela as vezes é um pouco observadora. Mas respondendo a tua pergunta" tentei mudar de assunto "eu apenas queria ter direito a escolher quem amo."

"Eu percebo-te, mas eu vou-te contar o porquê de sermos nós os dois. O teu pai está com um grande trabalho em mãos e o meu pai é o patrão dele." Ok. Déjà vu. Parece quase o sonho. "O meu pai quer que eu fique a tomar conta da companhia daqui a alguns anos, mas como tu sabes, atrás de um grande homem há uma grande mulher. Conhecendo o meu pai como conheço, quando ele soube que eras uma boa aluna ficou logo interessada em ti e se isto não correr bem, a carreira do teu pai pode estar em risco."

"O quê? Isso é de loucos!"

"Yang Mi!" Ele agarrou nas minhas mãos. A sua pele era tão suave. "Peço-te que faças isto pelo teu pai. Quem sabe, não possas realmente vir a gostar de mim." Larguei as mãos dele e dei-lhe um pequeno soco no braço.

"Pabo (parvo)! Ok! Mas não tenhas muitas esperanças, só faço isto pelo meu pai."

Nós voltámos para dentro e sentámo-nos novamente a mesa. Eu pedi desculpas pelo meu comportamento e disse que iria fazer o que eles tinham planeado.

Eles disseram que durante o secundário iríamos só nos conhecer, mas assim que o acabarmos iríamos marcar a data do casamento. Sinceramente não quero saber. Eu tenho de ajudar o meu pai. Por muito que odeie o facto de ele nunca estar comigo, ele é a única pessoa que  eu sei que nunca me vai abandonar.

Fomos para casa e eu rapidamente me fui deitar. Só de pensar que amanhã temos aulas outra vez.

Liguei o despertador e mandei um SMS à Lia a dizer que poderia chegar atrasada no dia seguinte. Adormeci profundamente.