Passei o dia treinando só para ver se Xavier me liberava do castigo mas isso não aconteceu.Não tinha outro jeito,eu teria que fugir.Poderia nem ir,mas eu precisava vê-lo,sentir seu cheiro,seu toque.Minha vida é complicada e há coisas que não ouso contar a mim mesma por medo do passado,mas me afastar de Alex acabaria me matando.Me envolver com ele seria o mesmo que destrui-lo,poderia evitar isso mas não tenho força e nem quero.Alex Summers é a única pessoa que me faz sentir segura e nem com minha irmã é assim,na verdade as vezes me apavoro ao vê-la.
Visto meu vestido"perigoso",como dis Denise.Ele é azul,justo ao corpo,tem um decote comportado e pequenas fendas laterais.Só o usei duas vezes e cheguei a acreditar que ele me trazia má sorte.Hoje é o dia de provar a mim mesma que estava errada.Visto meu sobretudo branco e olho pela janela.O jardim está vazio.Jogo a corda para fora e a amarro na janela.Desço por ela e corro para o portão.Alex está me esperando escorado no carro de braços cruzados.Ele me vê e se aproxima da grade
-Demorei muito?
-Três minutos-olha o relógio
Empurro a grade mas ela não abre.
-Droga.Está trancada-reclamo
-Você não tem a chave?
-Não.
-Peça a Xavier
-Não posso.Estou de castigo
-O quê?
-Eu sei,é um absurdo.
-O que faremos?
Procuro outra saída até que encontro a solução.Percorro o jardim e encontro uma escada.A levo até a grade e subo.
-Consegue me segurar?
-Pula-ele manda
Salto a grade e sou aparada por Alex que me hipnotiza com seus olhos azuis.Entramos no carro e vamos para New York.
O carro para na frente de um luxuoso restaurante.Entramos e me impreciono com a quantidade de ouro no lugar,não é a toa que o nome do restaurante é Golden.Alex puxa a cadeira para que eu me sente e senta-se de frente para mim.
-Desejam algo para beber?-pergunta a única garçonete do lugar.Porquê não é um homem?
-Tem alguma preferência?-pergunta ele
-Vai me deixar escolher?
-Tem razão.O seu melhor vinho branco para mim e água para ela
Balancei a cabeça sabendo que o jantar começou mal
-Não.Esqueça a água.Dois vinhos brancos-completa ele
A moça saiu e voltamos a ficar sozinhos
-Vai mesmo me deixar beber?
-Acho que você sabe se comportar
-Rá.Você não me conhece mesmo.
-Está dizendo isso pra me provocar?-ele me lançou um olhar que fez algo dentro de mim se comprimir de desejo.
Mexo-me na cadeira até que a garçonete volta com nosso vinho
-Aqui está.Aproveitem-Diz olhando fixamente para Alex ao dizer a última parte
-Vamos brindar-diz ele
-A que?
-A essa noite e a nós.
Talvez eu estivesse errada sobre minha roupa dar azar.O jantar foi incrível.Alex fez insinuações e elogios que adorei ouvir apesar de fingir que não.Ficar perto dele me confortava e incendiava.Tentei manter a calma quando ele me tocou ao me passou a taça de vinho,sei que ele também sentiu porque me encarou por um bom tempo até soltar a taça.
-Vão pedir sobremesa?-pergunta Grace,a garçonete
Estava rezando para que ele dissesse não.Não aguentava mais olhar para ele,mais alguns minutos e perderia a cabeça.
-Não-responde ele olhando para mim.
Alex paga a conta e a hostes me entrega uma sacolinha de papel.
-Voltem sempre-diz sorrindo
Agradeço e saimos.Abro a sacolinha e aprecio o presente.É uma pulseirinha de ouro
-Que linda.
-Droga.Isso não vale-reclama ele
-O que foi não gostou?
-Não é isso.É que ela estragou a surpresa.
Só entendi o que ele estava falando quando colocou no meu pulso uma linda pulseira de rubis com um pingente de coruja que ele havia comprado e que era incrivelmente linda
-Alex eu...
-Não diga que não-implora
-Mas...-desisto de falar quando ele encosta a testa na minha
-Vamos dar uma volta?
-Claro.
Jogo o saquinho no banco de trás do carro e o sigo
-Gostou do jantar?-pergunta enquanto andamos um ao lado do outro
-Adorei.
-Demorei duas horas no telefone tentando fazer uma reserva
-Sério?
-Sim,mas valeu a pena.
Sorri sem querer
-Você já foi até o central parque á noite?
-Não,nem de dia.
Ele parou bruscamente e me observou com atenção.
-Me diz que está brincando.
-Não.Eu nasci em Portland,quando me mudei não tive tempo.
-Então minha missão hoje vai ser te levar ao central parque
Continuamos a caminhar e ele segurou minha mão.Minha mão fria esquentou ao tocar a dele e uma corrente elétrica percorreu meu corpo.
O central parque era lindo á noite iluminado por alguns portes.Nos sentamos em um dos bancos e ele não soltou minha mão.
-É lindo-digo
-É-me olha e sei que não está falando do parque
-Por favor pare de me olhar assim-peço
-Não posso.Eu realmente não sei o que você está fazendo comigo.Adoro estar com você e odeio quando não te vejo.
Meu coração está pulando do peito
-Eu sei que não nos conhecemos o suficiente mas não quero ficar mais nem um segundo sem você.Preciso saber se você vai me dar uma chance e vai me deixar entrar na sua vida.
Fiquei sem palavras.Dizer sim complicaria tudo e não tenho certeza se ele conseguiria lidar comigo
-Posso pensar?-foi o que me ocorreu na hora
-Claro-sua voz tremeu e sei que é pela decepção
Mesmo com a minha resposta ele não soltou minha mão até chegarmos no carro.Mas ao voltarmos para o instituto ele não falou nada pelo caminho.Me senti mal e triste.Ele abriu a porta e me puxou para fora do carro com delicadeza
-Está entregue em segurança.
Seus olhos tristes me encheram de angustia
-Obrigada pelo jantar-agradeci
-Por nada-um sorriso fraco se formou e apagou em seu rosto .
Respirei fundo e criei coragem
-Alex eu sei que minha resposta não foi o que você queria ouvir mas é que você não me conhece o bastante para tomar uma decisão dessas.
-Entao me deixa te conhecer melhor-ele se aproximou e eu prendi a respiração
-Você não sabe o que está pedindo...
-Eu sei sim,estou pedindo uma chance.Uma chance de te provar que sou exatamente o que você quer e você é exatamente o que eu preciso.
Seus lábios tocaram os meus e eu derreti mais uma vez,dessa vez seu beijo teve mais paixão e carinho,apesar de amar seu lado bruto,foi bom sentir seu lado sensível.
-Sim-sussurrei com os lábios ainda nos dele
Ele sorriu e me beijou com mais força.No momento entendi que mesmo que mil homens passem pela minha vida,nenhum será como Alex e não serei de nenhum como sou dele.
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