Alisa
“Didi, por enquanto o dia está sendo bom, tirando a parte do Carlos, está maravilhoso. Não sei qual é o problema dele, mas não sei se posso ficar tranquila, tipo ele parecer querer bancar o terror sobre a gente.
A Ju continua abalada pelo Pedro. Eu também sinto a falta dele, afinal o Pedro é um grande amigo e vai demorar até me acostumar com a sua ausência.
Mas, Didi, hoje não vou falar do George e da Marrie, vou falar de mim. Estou gostando de um carinha da sala, o Josh, ele parece ser gente boa, agora tem um problema, será que ele tem algo com a minha fé? Mas comentários a parte ele é um gato e um tremendo cavaleiro, desde a festa do George a gente tem se falado e parece que pode ter algum clima, porém encare isso como especulação.
Ai, Didi, tô sem mais o que falar, vou descer que daqui a pouco ele estará aqui, Bjs.”
Desci as escadas e fui surpreendida pelo abraço do Simon.
- Alisa, hoje tem filme, né? - Ele me perguntou também me dando um beijo.
- Sim. - Respondi o pegando no colo.
- E pipoca e sagu. - Minha mãe disse saindo da cozinha com uma travessa enorme de pipoca em uma das mãos. - Qual vai ser o filme da vez, Willian?
- Bem… - Me virei e percebi que Willian estava frente a TV configurando a tela. - Pense em começarmos com Beleza Oculta do Will Smith…
- Esse é muito bom. - Comentei. - É muito lindo.
- E depois, pensei em ver a animação dos Dez Mandamentos.
- Eu amo esse filme. - Disse.
- Também, pai. - Simon concordou.
- Isso mesmo, querido. - Minha mãe disse o beijando em seguida colocou a travessa de pipoca em cima da mesa de centro.
- Vem com o pai, Simon. - Willian o chamou e ele desceu do meu colo, e todos se acomodaram no sofá.
- A mãe, eu convidei um amigo de escola, tá? - Disse me sentando no mesmo.
- E quem é? O George? Marrie?...
- Não, mãe, é um amigo meu, vocês ainda não o conhecem. - Respondi.
- Uhm… É só um amigo? - Ela disse como quem insinuava algo.
- Sim, mãe. - Disse meio envergonhada.
- Tudo bem. - Ela disse e a campainha tocou. - Deve ser seu “boy”. - Apenas mostrei a língua como quem dissesse “sua boba” e ela fez a mesma coisa. Caminhei até a porta e a abri, e acabei me surpreendendo.
- Oi, Lisa.
- Ju… - Disse surpresa e fiquei parada olhando pra ela, sem dúvida não a esperava.
- Eu posso entrar? - Ela perguntou.
- Claro! - Respondi sorrindo dando a um abraço, e ela entrou.
- Eu não estava me sentindo bem em casa, então lembrei que hoje é sempre dia de cinema na tua casa, então...
- Tudo bem, sinta-se em casa, como sempre.
- Oi, Ju, sente-se aqui. - Minha mãe disse e ela assentiu se dirigindo para sala.
- Já assistiu Beleza Oculta? - Perguntei.
- Não, mas só ouvi coisas boas sobre ele.
- Ele é bem massa. - Minha mãe disse. - Mas e você, Júlia, está bem? - Minha mãe perguntou. - Alisa me disse que você não estava muito bem.
- É, mas com o tempo vou ficar bem. - Ela respondeu meio sem jeito.
- Entendo, mas podes sempre contar conosco, você é sempre bem vinda aqui em casa. - Minha mãe disse e eu sorri, não sabia que minha mãe tinha um laço de amizade tão grande com meus amigos.
A campainha tocou novamente.
- Acho que agora é ele. - Disse esperançosa e ignorando o sorrisinho da minha mãe, fui até a porta e tive outra surpresa.
- Você é Alisa? - Um homem me perguntou, era um homem, policial ou algo do tipo e estava acompanhado de outros dois homens enormes.
- Sim, por que? - Perguntei sem reconhecer quem era.
- Você irá comigo até a delegacia. - Ele me disse me pegando pelo braço e me algemando.
- O que? - Entrei em pânico. - Mãe!
- Filha. - Ela respondeu, todos correram até a porta, mas os outros dois homens os barram.
- O que está havendo aqui? - Willian perguntou.
- Ela está sendo levada para cadeia. - O homem o respondeu.
- Sob que acusação? - Ele retrucou tentando passar pelos dois caras, mas eles eram duas muralhas.
- Violação da lei e influenciação contra a lei. - Ele me empurrou até a viatura.
- Contra quem? - Willian deu um último grito, enquanto minha minha mãe gritava pelo meu nome tentando passar pelos dois homens.
E fui jogada para dentro da viatura e ela seguiu um caminho, só pude ouvir os gritos da minha mãe, do Willian e dos demais. Estava apavorada, tentando entender o que estava havendo, será que descobriram que ainda sigo a fé cristã? Será que vou ser morta? Não sabia o que pensar, estava em pânico.
E, virando a primeira esquina, olhei para fora e meus olhos se cruzaram com os do Josh que tinha um buquê na mão, eu nem tive tempo de falar nada, e a viatura fez ele sumir da minha vista. E isso me fez ficar pior ainda.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.