História Deus não está Morto - Cap 4 - Livro 1 - Graça e fé

Alisa

   “ Querido diário.

   Didi, hoje foi legal... É sempre gostei de conhecer pessoas novas. Hoje conheci mais duas, o George e Marrie.

   O George é bonitinho... Tá bem bonito, ele é fofinho e Didi, não espalhe tá, ele acredita em Deus. BAFO!

   Desculpa Didi. Não é lá uma bomba, mas é legal, sem contar que ele é lind...

   Voltando.

   Tem a Marrie, o George disse que é irmão dela, não levei muita fé, mas ela bem legal, digo... É legal.

   Tá tirando isso vi meus amigos, a Ju e Pedro estão os mesmos. A Ju “mega caidaça” pelo Diego ainda, e Pedro, Didi deu pena, a mãe dele foi presa, tipo cadeia. É quem disse que a fé não atrapalha relação.

   E Didi, minha mãe me deu bronca,... Bem, não foi uma bronca, foi mais para um “chamar de atenção”. Tudo porque eu disse “Deus te abençoe”, minha mãe tem que parar de culpa-Lo pelo que ouve com o papai.

   Mas voltando a falar do George, sim quero falar dele, Didi ele é incrível, até que daria um belo “boy”. Calma... Não!

   Tenho que conhecê-lo e depois quem sabe.

   Didi foi bom falar com você. Até amanhã. Bons sonhos.”

   Fechei meu diário e desci para a cozinha.

   A noite começara chuvosa, um tempo doido. Minha mãe estava na cozinha com uma taça de vinho na mão, apoiada na ilha da cozinha, não aparentava embriagueis – que noticia boa. Ela parecia meio triste. Me aproximei aos poucos.

            - Mãe, a senhora está bem? – Perguntei notando marcas de lagrimas no rosto dela.

            - Sim, filha. – Ela disse passando a mão no rosto, com certeza para limpar as lagrimas. - Eu estava matutando... – Me aproximei mais um pouco, percebi que tinha uma foto sobre a ilha. – Você se lembra dessa? – Ela deslizou a foto para mim e eu a peguei. – Era seu aniversário, você ia fazer 10 anos, nos fomos ao parque, você estava de patins. Sua primeira patinada. – Flashs de memória começaram a vir a minha mente. – Eu e ele íamos de mão dada e você foi à frente, só que você caiu de cara. – Dei uma leve risada e cheguei mais perto. – Você caiu e ficou lá no chão, corremos até você e a acudimos. – Ela começou a alisar o meu cabelo, me olhando de um jeito doce que só ela faz. – Você abriu os olhos e disse “doeu”. – Eu ri. – Mas você não chorou, pelo contrario se sentiu bem, e sabe por quê?

            - Porque vocês estavam comigo. – Eu disse.

   Ela me puxou e demos um abraço. Fazia tempo que não fazíamos isso.

            - Te amo mãe.

            - Te amo filha. – Ele beijou minha testa. – Agora vai se arrumar.

            - Pra quê?

            - Que tal jantar fora?

            - Tô dentro. – Fui correndo para a escada.

            - Filha... – Eu parei e a olhei. – Me desculpa por mais cedo.

   Deu um sorriso e corri para o meu quarto.

...

Julia.

            - Oba! Lasanha! – Disse.

            - Com fome, Ju?

            - Sim. – Respondi.

            - Chame seus irmãos.

            - Ok. Oh Cambada!  - Gritei.

            - Julia! – Ela gritou. – Não grita.

            - Ok.

   Chegou o batalhão. Meus irmãos vieram como uma bala e o silêncio, bem ele sumiu.

            - Calma tem comida pra todos. – Disse minha mãe.

            - É. – Meu pai apareceu veio sentar-se à mesa. – Esfomeados. – Beijou minha mãe e depois deu uma piscada para mim.

            - Oi Pai.

   E comemos nossa refeição.

...

Marrie.

    A camisa da mãe do George caiu como uma luva em mim. Fiquei feliz que me receberam bem e me hospedaram.

    Agora confiava quase totalmente nele. Depois de tudo que ele está fazendo por mim, como não? Quantos desconhecidos você conheceu que te viram chorando e te reanimaram, revitalizou sua fé e ainda ofereceu sua casa para você morar?

   Me sentia abençoada.

    Saiu do banheiro no quarto dele e desci as escadas. Das escadas já dava para sentir um cheiro muito bom e delicioso. Olhei para cozinha e o jantar estava à mesa. E George e seus pais me esperavam.

            - Está com fome? – George me perguntou.

            - Faminta. – Respondi.

    Assentei-me na mesa do lado George.

    Os pais dele começaram a dar as mãos. Depois deram a mão para ele e ele me deu mão. Eu fechei dando a mão para a mãe dele. Eles fecharam os olhos, eu os segui.

            - Obrigado Deus. – O pai de George começou a orar. – Obrigado por essa comida, pelo seu cuidar e por essa visita que com nós está. Continue nos abençoando e em nome do teu filho Jesus...

            - Amém. – Dissemos juntos.

    E nos colocamos a comer e não sei por que, por debaixo da mesa George segurava minha mão. Não me incomodei, pelo contrario me sentia bem.

...

            - Oi pai.

            - Oi filha.

            - Cadê o Pedro?

            - No quarto.

            - Ok.

   Ela subiu a escada e bateu na porta do quarto do Pedro.

            - Mano, você está bem?

            - Tô. – Ele respondeu tristemente.

            - Ok. – Ela respeitou a privacidade do menino e fechou a porta do quarto.

   Olhando as gotas da chuva explodindo contra o vidro da janela, Pedro ficava sem vida, com um vazio no peito. A tempestade lá fora não era nada comparada a que havia dentro dele.

    E em meio à escuridão do quarto, ele chorava amargamente com um pesar no coração.