História Deus não está Morto - Cap 6 - Livro 1 - Graça e fé

...

George

   Hoje o dia estava extremamente chato, a única coisa que dava um pouco de animo era a Alisa puxando papo comigo, conhecer mais a Julia e a Marrie.

   Pensei nela a tarde toda, em meio a devaneios seu rosto vinha a minha mente. Fiquei pensando se ela ia gostar de ter saído com a minha mãe para fazer compras, - É, ela é mulher, então deve gostar. – como ela estava lidando com essa nova realidade, eu sabia que ela estava feliz, mas não sabia se estava bem, não sei como reagiria se meus pais me jogassem na rua. Mas admito que eu também pensei bastante na Alisa. Por quê? Nem eu sei. Ela era legal, amiga, companheira... E não me dedurou. Não sei, tem uma bola de emoções e sentimentos na minha cabeça, às vezes nem sei se eu estou pensando ou meus pensamentos que vem a tona.

   Tentei ignorar meus pensamentos e me foquei na aula, mas foi ai que a porta da sala abriu.

            - Bom dia classe, - Disse a diretora. - Essa é a nossa nova aluna Marrie, ela veio transferida de outra escola e vai passar o ano letivo com vocês.

   Não acreditei, era Marrie de verdade.

   Ela deu um sorriso quando me viu.

   A diretora saiu e ela foi se sentar bem no meu lado. Fiquei feliz.

            - Como assim? – Sussurrei. – Como conseguiram te transferir?

            - George, sua mãe foi muito legal comigo, cara você tem a melhor família. – Ela respondeu. – Fomos às compras de manha e quando chegamos seu pai estava com todos os comprovantes legais referentes a mim.

            - Como?

            - Ele disse que foi no tal lugar da prefeitura ver se achava meus documentos e descobriu que estavam todos em nome do estado.

            - O que? – Tipo como assim, não me refiro ao tempo de ter acontecido isso, até o porquê a burocracia aqui é bem rápida, mas quem levou os papeis dela?

            - Parece que meu pai meio tinha convicção de que alguém me ajudaria.

            “Acho que sei quem é esse alguém.” Pensei.

            - Agora sou oficialmente um Mikals. – Nem liguei para turma e a abracei com força, estava muito feliz.

            “Só pode ser coisa de Deus.”

            – Pera aí aquela é a Alisa? – Ela perguntou apontando para Alisa que estava entrando pela porta.

            - Sim. – Respondi.

   Alisa viu Marrie e abriu um sorriso. Veio correndo e a abraçou. Sorte que a professora não estava na sala.

            - Bem vinda à turma. – Disse Alisa.

            - Valeu. – Ela agradeceu.

Julia

   Reparei que George, Elisa e a garota nova estavam conversando, mas nem fiz questão de ir lá pra saber mais, tinha outra coisa que estava me deixando muito mais incomodada. Pedro. Já havia perdido as contas de quantas vezes liguei pra ele, mensagens nem se fala. Estava muito preocupada. Nem olhar pro Diego mudava meus pensamentos.

   Pedro não sai da minha mente.

...

Melissa

   Peguei meu carro e sai, tinha que comprar algo bonito para o Simon.

   Foi nas lojas de brinquedos. Pelúcias, carrinhos, bonecos, com certeza algo ali ia fazer Simon feliz. Meu celular tocou, vi quem era, Alisa. Atendi.

            - Eu já te avisei pra não me ligar da escola. – Disse.

            - É sei, mas mãe, a senhora pode avisar o Willian que eu vou levar mais uns três amigos comigo?

            - Alisa, você convidou seus amigos sem saber se podia levar mais gente.

            - Vai mãe, por favor. – Ela implorou.

            - Tá, mas vai custar várias louças.

            - Tá...Tá...

            - Agora vai estudar, Pestinha.

            - Mãe olhe bem, se eu sou pestinha e sou sua filha isso a faz uma...

            - Tchau, Alisa. – Desliguei o telefone ouvindo os risos dela.

   Achei o brinquedo perfeito, comprei com cartão e foi para o carro.

...

Alisa

            - E ai, tudo certo? – Perguntou Marrie.

            - Pelo desenrolar da carruagem, sim. – Respondi.

            - Pelo desenrolar da carruagem? Isso não faz nem um sentido. – Disse George rindo.

            - Tá... A gente se vê na praça tá.

            - Ok. – Disseram George e Marrie indo embora.

            - Vamos para minha casa? – Perguntei a Julia.

            - Vamos.

   Fomos até minha casa, vínhamos conversando, mas era notório o tom de preocupação na voz dela. Chegamos em casa, não havia ninguém.

   Subimos direto para o quarto e nos trocamos, emprestei um vestido meu pra ela. Depois que nos trocamos pedi licença a ela para escrever pro Didi, ela concordou e desceu para a sala de estar.

            “Querido Diário.

            Didi, eu tenho de ser rápida, quase não ia te contar nada hoje, mas até que deu tempo.

            Hoje minha mãe citou Deus, Eba!! Será que ela ta voltando a ser como era antes?

            Didi, hoje também a Marrie entrou na nossa turma e George estava lindo como sempre... O quê? Apaga essa parte.

            A Ju tá bem preocupada com o Pedro. Acredita Didi que ele nem foi pra escola hoje. Acho que ai tem um romance.

            E agora já vou terminar porque tenho que ir à festa do Simon. Vou levar a Ju, o George e a Marrie, minha mãe vai também quem sabe num rola um primeiro beijo dela e do Willian. Seria bom.

            Tchau Didi, tenho que ir, falô.”

   Fui direto para o banheiro arrumar minha maquiagem.

Julia

   Alisa demorava, mas isso não era meu maior incomodo. Advinha. Pedro. Ele ainda não havia me dito nada, nenhum sinal de vida, nenhum sinal de morte. Nada.

   Já estava impaciente.

   Liguei meu celular. Mensagens, nada. Ligação, nada.

   “Mais que droga.”

   Foi desligar o celular até que ele vibrou, vi a notificação: Pedro. Corri para abrir o whats e vi a mensagem.

            “Oi.”

...

Melissa.

            - Então tudo bem... Ótimo! Tchau, até daqui a pouco. – Desliguei o telefone.

   Tava tudo certo, já havia avisado Willian sobre os amigos da Alisa, agora só ir pra festa. Ainda estava dirigindo, virei o corpo, guardei celular na bolsa no banco de trás, ouvi uma leve buzina, depois outra um pouco mais forte e outra bem grave. Olhei para frente e vi um farol. Um carro vinha bem na minha frente. Virei o volante com tudo, mas...