História Deus não está Morto - Cap 8 - Livro 1 - Graça e fé

   William

   Aproximei-me devagar e calmamente da cama onde Melissa estava em meio ao quarto onde persistiam tons de cinza e branco.  Ela estava diferente, eu conseguia sentir.  Seu rosto não dizia nada, nenhuma feição, nem pistas, mas seus olhos expressavam alguma emoção que não conseguia distinguir o que era, porém era notável que era algo sério.

            - Desculpe atrapalhar a festa. - Ela disse.

            - Que isso… - Eu abri um sorriso. - Simon ainda está na festa, ele até te mandou beijinho. - Ela riu. - Mas e você o quer me falar?

         - Willian, você sabia que não gosto de hospitais. - Ela dizia enquanto eu me aproximei e sentei na cama. – Meu pai morreu há um ano num hospital, minha mãe desde muito cedo ia e vinha no hospital para cuidar dos diversos problemas que ela tinha que por acaso eram muitos. - Ri. - Meu marido morreu num hospital… - O semblante dela mudou um pouco parecia mais triste. – E agora estou aqui... Você sabe quando parece que a sua vida sempre segue para o mesmo caminho.

            - Mas sua vida não foi só isso. – Disse.

            - Só que é isso que eu quero te dizer, o acidente desfigurou todo o carro e a parte do piloto foi totalmente amassada, o estrago foi muito grande. Os médicos me disseram que acidentes assim são muito graves e podem levar até a morte ainda mais que eu estava sem cinto e eu estou apenas com o braço quebrado e alguns arranhões. – Ela levantou o lençol e mostrou o braço enfaixado. – Acho que sou uma pessoa de sorte.

            - Eu acho que é outra coisa que você tem e nem percebe...

            - Não... Não diga.

            - Melissa como você ainda se recusa em não acreditar em Deus?

George

   Alisa estava aliviada, sua alegria era notável e estávamos todos felizes por ela. Ju estava mais afastada não de distancia, mas de pensamento. Isso era aparente. Um sorriso meio superficial, mas com sentimentos, porém sua mente estava distante. Não parava de prestar atenção no celular. Era meio inapropriado. Preferi não opinar, vai saber se era algo de importância?

   Marrie parecia estar bem feliz. Ela e Alisa conversavam no outro lado do corredor, eu e a Ju no sentamos no lado oposto do corredor. Ela sempre levantava o olhar para me ver e depois voltava para a conversa. De um jeito doce e meigo.

   Deus, eu acho que estou me apaixonando por ela.

   Olhei para a Ju e ela estava mexendo no whatts, ao notar meu olhar ela bloqueou a tela.

            - O que foi Julia? Com quem estava falando? – Perguntei com um tom mais doce para não ser muito evasivo.

            - Nada, um amigo meu está com problemas e estou tentando ajudar. – Ela me respondeu.

            - Se quiser ajuda estou aqui. – Disse.

            - Tudo bem. – Ela assentiu.

Marrie

            - Ainda bem que ela está bem né?

            - Sim, podia ter causado um estrago maior.

   Acho que eu e Alisa estávamos nos dando melhor, no começo achava que ela tinha alguma coisa contra mim por causa do George, mas hoje nem estava importando.

Alisa

   É que dia louco. Mamãe fala de Deus, agora sofre um acidente, festa do Simon, eu coversando com a Marrie de boas, Ju distante, Pedro sumido e o Willian e minha mamãe conversando sozinho em particular. Muita coisa para processar, vai ser muita coisa para o Didi aguentar.

            - Marrie, o que você acha de outro dia ir à minha casa?

            - Jura? – Ela disse meio que assustada com o meu pedido.

            - É, vai ser legal, para nos conhecermos mais.

            - Tá, pode ser.

Willian

            - Melissa, você teve um livramento enorme, e você não é capaz de dizer que foi obra de Deus?

            - Willian, Deus não curou minha mãe, Deus não salvou meu marido, Deus não evitou meu acidente.

            - Mas ele te salvou de uma morte certa.

            - Mas... – As lagrimas escorriam pelo seu rosto.

            - Melissa, por que você se recusa em acreditar. – Eu segurei a mão dela.

            - Eu não...

            - Diz.

            - Eu não consigo... Não sei o que dizer, Ele me tirou muita coisa.

            - Mas olha... Eu sei que ele não fez isso, mas mesmo assim ele te deu muito mais coisas. – Ela se ajeitou se erguendo um pouco sua parte superior do tronco. - Uma filha linda, um marido que morreu feliz e que certamente acreditava com todas em um Deus que teria de qualquer jeito o melhor pra ele, sem se importar com a morte ou vida. – Ela aproximou seu rosto meu. – Você me conheceu e o Simon também, Deus te usou para abençoar minha vida no momento que eu mais precisei, no momento que pensava em desistir de tudo, da vida, do mundo... – Me aproximei do rosto dela. - Foi você e Deus te usou, talvez você pense que sua vida é só lamento e tristeza,... – Comecei a chorar. - Perdas e um hospital, mas Deus sempre te abençoou e te usou pra me abençoar. Você...

   Ela me calou com um beijo. Não consegui reagir, só deixei.

   Foi uma sensação tão boa, nos lábios se encontrando e nossas emoções explodindo.

   Ela parou e me olhou nos olhos.

            - Com certeza, Deus não está morto. – Ela disse em meio as lagrimas.

            - Por quê? – Perguntei surpreso.

            - Por que na noite que perdi meu marido Deus me deu alguém tão bom quanto... – Por meu rosto escorria lágrimas assim como o do dela. – Você.

   A beijei e a abracei com muita alegria, não só porque eu a amava, mas também porque ela finalmente confessou o que eu tinha plena convicção.

   De que Deus não estava morto.