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História Devil Awake - Resistless Impulse


Escrita por: yoongikaebjjang

Notas do Autor


Olá ~

Voltei um pouco mais tarde dessa vez, mas está aí haha
Lembrando que os diálogos que estiverem em itálico estão em outro idioma.

Respirem fundo, e boa leitura ❤

Capítulo 4 - Resistless Impulse


Kyungsoo piscou algumas vezes atônito com a cena que se desenrolou à sua frente. Em um momento estava nos braços de uma entidade que surgiu de seus pesadelos, e com asas negras havia subido ao céu do Egito. Abraçou-o forte e de repente houve um clarão, e no segundo seguinte, quando abriu os olhos estava em seu antigo apartamento que havia ficado com Luhan, em Gwangju.

As luzes estavam apagadas, provavelmente eles estariam dormindo a essa hora. Kyungsoo tentou se distanciar do loiro, mas ele o puxou para perto, num abraço apertado e apoiou a cabeça em seu ombro.

— Naeem — sua voz, trêmula, estava carregada de dor e incredulidade — Como? Eles mataram você. Eles me enganaram. Me disseram que você ficaria seguro se eu fosse embora. Mas aqueles demônios traidores mataram você! Eu senti tanto a sua falta.

Assustado, Kyungsoo se desvencilhou dele, e levantou-se de um salto, tentando ficar o mais longe possível. Não estava entendendo nada do que estava acontecendo. E com um aperto sufocante no coração, lembrou-se de Chanyeol caindo no abismo. Lágrimas caíam incessantes por seu rosto, enquanto o medo de nunca mais ver Chanyeol o dominava.

— Naeem? — o loiro chamou, tentando chegar até ele.

— Por que você continua me chamando de Naeem?! — exclamou com a voz trêmula — Meu nome é Kyungsoo. Do Kyungsoo. E quem é você? Suas asas… eu não estou louco, tenho certeza que você tinha asas negras, mas sumiram! Minutos atrás e você ainda era apenas uma lembrança dos meus pesadelos.

— Mas o que é que está acontecendo aqui?!

Kyungsoo reconheceu imediatamente a voz de Luhan, sentindo a dor de perdê-lo dominando-o mais uma vez. As luzes se acenderam, e Luhan junto de Sehun entraram na sala. O chinês olhou assustado para o homem pelado no meio do cômodo e depois olhou para Kyungsoo, sua face alternando de surpresa para raiva.

— Você perdeu a cabeça, Soo?! Não pode aceitar que terminamos de uma vez por todas? Você está bêbado, por acaso? E o que diabos faz um cara pelado no meio da minha sala? Isso é para me fazer ciúme? É para me fazer correr atrás de você? — gritou indo em sua direção e agarrando-o pela camisa. — Vá embora daqui, agora! — empurrou-o, o fazendo bater as costas contra a parede.

O loiro levantou-se rapidamente e agarrou Luhan pelo pescoço, o levantando do chão logo em seguida enquanto olhava profundamente em seus olhos. Sehun tentou bater nele para fazê-lo largar Luhan, mas foi empurrado para longe, caindo ao chão devido à força com que fora empurrado. Luhan começou a gritar de dor e engasgar, tentando, desesperadamente, se soltar.

— Pare! — Kyungsoo gritou com lágrimas caindo por seu rosto — Não o machuque... por favor.

O loiro lançou-lhe um olhar intrigado, mas acatou o pedido. Virou-se para Luhan e aproximou seu rosto do dele, direcionando um olhar ameaçador para o mesmo.

— Será um homem morto se tocar nele mais uma vez.

Soltou-o, o fazendo cair ao chão. Luhan tossiu algumas vezes e correu para o lado de Sehun, abraçando-o de modo protetor, lançando olhares furtivos para os outros dois. Kyungsoo fechou os olhos, segurando as lágrimas.

— Vamos... vamos embora.

Pegou no braço do loiro e o puxou em direção a porta, deu uma última olhada para Luhan, desejando estar no lugar de Sehun naquele momento — desejando voltar no tempo, para o dia em que conhecera Luhan, e tudo era romance e afeto. Respirou fundo e saiu do apartamento, fechou a porta atrás de si e soltou do braço do loiro.

— Naeem?

O loiro se aproximou, abraçando-o por trás, tentando lhe passar conforto. Soo nem se deu ao trabalho de corrigi-lo. Não entendia porque ele estava o chamando por esse nome, o mesmo nome que Zitao havia pronunciado na tumba, algumas horas atrás. Não entendia porque o estava tratando com tanto carinho e devoção, mas esse abraço era tudo o que ele mais precisava. Saber que Luhan estava com Sehun era uma coisa, mas testemunhar isso com os próprios olhos era totalmente diferente. 

Piscou algumas vezes, tentando sem sucesso impedir que as lágrimas caíssem. "Pode chorar, o quanto for necessário." A voz grave de Chanyeol ecoou por sua cabeça, fazendo com que as lembranças de seu amigo caindo no abismo sobrepujassem sua desilusão amorosa. Preocupado, virou-se para o loiro.

— Chanyeol... nós temos que ajudá-lo! Nos leve de volta para o Egito, ele deve estar em perigo agora! Por favor! Você pode, não pode?! Faça aquele clarão novamente, e salve ele, por favor! — olhava desesperado para o loiro.

— Clarão? Aquela claridade veio do portal — o loiro o olhou intrigado — E o que fiz foi nos teleportar.

— P-portal? Teleporte? Como assim?

— O portal para o Submundo. Aquele que se abriu embaixo de mim é um portal para o mundo dos demônios — boquiaberto, e sem entender nada, Kyungsoo apenas o olhava, sentindo o desespero crescer dentro de si — E eu não posso teleportar ainda. Acabei de ser liberto, o resto de energia que havia sobrado usei para nos teleportar para cá.

A cabeça de Kyungsoo parecia dar voltas com toda essa história de portal, teleporte, mundo dos demônios. Mais parecia um grande pesadelo.

— Então, quando você poderá teleportar? — perguntou sem conseguir acreditar que havia realmente dito essas palavras.

— Levará um tempo. Primeiro de tudo, preciso descansar e me alimentar.

Kyungsoo encostou-se a parede perguntando-se quanto tempo esse pesadelo iria durar. Até que começou a olhar para si mesmo, analisando seu estado. Estava imundo, e com alguns arranhões distribuídos nas pernas e nos braços — sem contar com o corte em seu dedo e o resto de sangue seco que havia escorrido por sua mão. Olhou para o loiro, só então dando importância ao fato de que ele estava pelado todo esse tempo.

— Vamos, temos que achar algumas roupas para você.

Pegou em sua mão e começou a puxá-lo, desceram algumas escadas e quando chegaram à portaria do prédio, Kyungsoo olhou preocupado para a rua notando que, apesar de estar bem tarde, ainda haviam algumas pessoas vagando. Um grito escapou de seus lábios ao sentir mãos fortes o agarrando e levantando-o do chão. Olhou assustado para o rosto risonho do loiro que estava a centímetros do seu, e num movimento rápido ele abriu suas asas negras e subiu aos céus.

— Apenas me diga aonde ir.

— Aqui é muito alto! Vamos descer! — gritou assustado.

Agarrou-se a ele, com medo de cair, olhando frenético para baixo, para a cidade toda iluminada. Os fios dourados do outro se balançavam com o vento, e para Kyungsoo era surreal vê-lo a sua frente — mexendo-se; falando; respirando — era como um pesadelo que ganhou vida, e inexplicavelmente o passava a certeza de que não o faria mal algum.

— Mas você sempre gostou de voar pelo céu noturno comigo, Naeem. — seus lábios formaram um bico.

— Eu já disse que meu nome é Kyungsoo!

Um trovão ecoou pelo céu fazendo Kyungsoo gritar e se agarrar ainda mais ao loiro, que não se conteve e o abraçou forte, juntando seus lábios num beijo suave e terno, e separando-se logo em seguida. Encostou sua testa à dele e se manteve de olhos fechados.

— Eu senti tanto a sua falta, Naeem — sussurrou de encontro aos seus lábios.

— Meu... meu nome não é Naeem... — disse baixinho, sentindo o constrangimento o dominar.

— É Kyungsoo. Eu sei. — fitou seus olhos diretamente, deixando-o confuso e envergonhado. Levantou a mão e acariciou seu rosto, admirando seus detalhes — Você deve ser a reencarnação dele. São tão parecidos... é como se o próprio Naeem estivesse em meus braços, me olhando tão intensamente.

Delineou seus lábios com a ponta dos dedos e aproximou seu rosto do dele, sentindo sua respiração contra sua pele. Kyungsoo se sentiu confuso em relação a tudo aquilo. Era estranho, algo inexplicável dentro dele o fazia querer continuar ali, junto a ele, aceitando suas carícias e todo esse afeto que o loiro parecia transbordar. Mas parecia tão errado.

— Ali — Kyungsoo apontou para baixo, desviando o rosto — Ali é a casa do Channie.

Contrariado, o loiro os desceu até a casa que foi indicada. Colocou Kyungsoo sobre seus pés e o seguiu até a parte de trás da casa onde haviam alguns arbustos e grandes vasos de flores. Soo empurrou o do centro e inclinou-o levemente para frente, tateando embaixo até que tirou de lá uma chave, suspirando de alívio. Empurrou o vaso de volta no lugar e foi até a porta dos fundos, inserindo a chave e abrindo a porta, agora destrancada. Entrou na casa sendo seguido de perto pelo loiro curioso.

— Em que Era estamos? — perguntou de repente, assustando-o com a pergunta.

— Era...? — Kyungsoo franziu o cenho, refletindo sobre a pergunta estranha enquanto fechava a porta e jogava as chaves sobre a mesinha ao lado da mesma — Estamos em dois mil e dezessete.

— Quanto tempo fiquei selado? — perguntou para si mesmo — A última coisa que me lembro do mundo humano, além de Naeem, era do primeiro Faraó.

— Faraó?! — engasgou, parando no meio do corredor.

— Sim, e do início da construção das pirâmides, quando os humanos derrubaram alguns dos templos que foram construídos pelo rei dos demônios, meu pai. Mas como meu pai os havia castigado por derrubarem seus templos eles pararam de derrubá-los e decidiram construir as pirâmides encima dando a desculpa de que assim os templos ficariam mais protegidos.

— Espere... — o moreno disse com os olhos arregalados, quando finalmente haviam alcançado a sala. Fechou os olhos, respirou fundo, e olhou novamente para o outro, sentindo-se mais confuso ainda — As pirâmides começaram a ser construídas há quase quatro mil anos atrás, significa que você é mais velho do que isso?! E como assim "o rei dos demônios, meu pai"!?

— Quatro mil anos, é? Uau — falou para si mesmo. E, ao olhar para o outro, deu um sorriso diante da confusão exposta no rosto do Soo, e estufou o peito, dando-lhe um sorriso torto — Me esqueci que você não é Naeem. Acho que devo me apresentar corretamente. Meu nome é Kim Jongin. Primeiro Príncipe e Sucessor do trono do Submundo, ou Reino dos Demônios, se preferir. Sou o mais forte da minha espécie, mas meu único conhecimento em magia é o teleporte, o qual eu domino, mas como estou enfraquecido só posso teleportar para lugares nos quais eu ou a pessoa que teleportará comigo tenha um forte vínculo com aquele lugar.

Kyungsoo ficou em silêncio por um momento, sentindo sua cabeça rodar. De início quis rir, mas o olhar firme que o outro lhe lançava não transparecia brincadeira alguma. Andou até o sofá, sentando-se na ponta deste enquanto tentava processar tudo o que ele havia dito. Então, estava diante de um demônio, não um simples demônio, mas o sucessor ao trono, e pior: o mais forte deles. Mas o que mais prendeu sua atenção foi o teleporte.

— Então, foi por isso que você nos levou até o apartamento do Luhan?

Acenou a cabeça em resposta, sem deixar de notar a expressão triste no rosto do Soo.

— Não pude deixar de notar o vínculo forte que você tinha com aquele lugar. Quem era aquele?

— Luhan? — perguntou meio sem jeito, recebendo um aceno de cabeça em resposta. Relutante, olhou para baixo e mordeu o lábio em nervosismo — Ele é meu ex-namorado. Ele me deixou para ficar com Sehun, aquele outro cara... não faz nem dois meses. E o apartamento ficou com ele.

— Você ainda sente alguma coisa por ele.

Não foi uma pergunta. Qualquer um que o visse agora teria a certeza disso. Manteve-se em silêncio, incapaz de dizer qualquer coisa diante dessas palavras.

— E aquele seu amigo? — resolveu mudar de assunto.

— Channie? — notou a expressão no rosto do loiro.

— E esse apelido íntimo? Você está com ele agora? — sua voz transparecia ciúmes e até uma pontinha de raiva, Kyungsoo pôde perceber.

— Bem, não sei dizer ao certo. — ficou constrangido e ao mesmo tempo se sentiu culpado por ainda hesitar em responder uma coisa dessas; inconscientemente remexeu-se, olhando para os próprios pés. — Somos amigos. Ele nunca escondeu que me ama. E, apesar de termos dormido juntos há alguns dias, ainda não consigo ter certeza do que sinto por ele.

O loiro virou-se de costas pra Kyungsoo. Segurando-se para não se transformar. Suas unhas se transformaram em garras pontiagudas e pretas e seus dentes se transformaram em presas. Cerrou seus punhos tentando controlar-se.

— Jongin? — chamou-o preocupado.

Respirou fundo, tentando se acalmar, e ao sentir o toque em seu braço sua raiva se dissipou, e as transformações retrocederam ao estado de antes. Virou-se de frente para ele e o abraçou apertado, aconchegando seu rosto do pescoço de Kyungsoo, sentindo o corpo dele estremecer.

— Me desculpe. Eu sei que você não é o Naeem. Mas seu rosto, sua voz, tudo em você me lembra ele. Ouvir você falando, é como ouvir Naeem falando. E ouvir você dizendo que dormiu com alguém ou que ainda ama alguém... eu não sei se posso suportar.

Sem palavras, e sem saber muito bem o que fazer, Kyungsoo apenas o abraçou de volta. Tentando confortá-lo. Passado um tempo, soltou-se do abraço, e o conduziu até o andar de cima para um quarto grande e limpo, com poucos móveis e uma cama espaçosa no meio.

— É aqui que você dorme? — Jongin perguntou, um pouco impressionado com tudo ao seu redor.

— Não. Esse é o quarto do Chanyeol hyung. Acredito que as roupas dele vão servir melhor em você do que as minhas.

Andou até o banheiro que havia no quarto e o empurrou para debaixo do chuveiro.

— Tome um banho, por enquanto. Vou deixar a roupa em cima da cama.

Ia sair do banheiro, mas Jongin o puxou pelo braço, olhando curioso para o chuveiro.

— Como isso funciona?

Soo estendeu a mão e ligou o chuveiro, percebendo o espanto no rosto dele. Queria rir, mas sabia que não era a hora certa. Indicou onde ficava o sabonete, shampoo e condicionador antes que perguntasse qualquer coisa e resolveu ir pegar uma roupa para ele. Abriu o guarda-roupa do Chanyeol, escolheu umas roupas confortáveis para Jongin e as ajeitou na cama logo em seguida. Pensou onde estaria Chanyeol a essa hora, se ele estava machucado, com fome ou medo, mas balançou a cabeça, tentando afastar esses pensamentos que invadiam sua mente a todo o momento — ignorando principalmente o medo crescente de pensar na possibilidade dele estar morto. Teria que esperar pacientemente até o loiro recuperar suas energias.

Foi até o quarto ao lado, entrou no banheiro, se despiu e só então reparou em todos os arranhões em seu corpo. Isso iria doer. Ligou o chuveiro e fez uma careta de dor quando a água quente tocou a pele ferida.

Após acostumar-se à ardência, e conforme se lavava, lembrou-se do banho que havia tomado com Chanyeol e de como aquelas sensações haviam ficado cravadas em suas memórias. Sentiu um aperto em seu coração, e algumas lágrimas caíram de seu rosto, apenas ao imaginar quando poderia vê-lo novamente. Sentia como se tudo o que acontecera fosse sua culpa. “Não devia ter ido ao Egito para começo de conversa! Chanyeol ainda estaria vivo se eu não tivesse entrado naquela pirâmide...” sua cabeça o acusava. Encostou-se à parede, deixando que a água caísse livremente. Deslizou até cair sentado ao chão, e escondeu o rosto com as mãos, incapaz de fazer outra coisa além de chorar, sendo dominado tanto pela dor física, dos cortes e arranhões; quanto pela dor emocional, a dor imensurável que sentia ao imaginar o que acontecera com seu amigo.

Passados alguns minutos, levantou a cabeça, impedindo-se de continuar a chorar. Era só o que fazia, desde o término com Luhan. Estava cansado disso, dessa sensação de impotência. Por Chanyeol, não demonstraria fraqueza. Não se importava com o que teria que fazer, iria encontrá-lo. Iria salvá-lo.

Levantou-se, desligou o chuveiro, enrolou-se na toalha e foi para o quarto se vestir. Depois voltou para o quarto ao lado, verificar o loiro, e deu um suspiro, grato por ele já estar vestido.

— Está com fome? — Soo perguntou, recebendo um aceno em resposta — Então, o que você come? — perguntou inseguro.

— Basicamente, tudo. — arqueou a sobrancelha, confuso.

Envergonhado com a pergunta boba que fizera, o guiou até a cozinha, preparando algo para eles. Passados alguns minutos que haviam terminado, Soo lançou lhe um olhar interrogativo.

— Agora que já terminou de comer, podemos ir atrás do Channie?

— Não. Não é assim tão rápido para recuperar minhas energias. — Kyungsoo o encarou por longos segundos e então se levantou irritado dando alguns passos pelo cômodo, numa tentativa de extravasar sua indignação, sendo acompanhado pelos olhares intensos que o loiro mantinha sobre si.

— Mas, você disse que se alimentar e descansar ajudaria a se recuperar!

— E ajuda, mas se quiser uma recuperação mais rápida, preciso de outro tipo de alimento.

— Que tipo? — parou no mesmo instante; uma pontinha de medo preenchendo o lugar da curiosidade.

— Sangue humano. — respondeu firme; seus olhos penetrantes não desgrudavam do Kyungsoo; quase como se o estivesse desafiando a lhe dar sangue.

O moreno fechou os punhos com força, respirou fundo, e então os abriu novamente, dando passos lentos em direção ao loiro. A hesitação estava expressa em seu rosto, e Jongin o observava atentamente; a ansiedade que o preenchia aos poucos era exposta ao morder os próprios lábios.

Kyungsoo estendeu o pulso devagar, mas surpreendeu-se quando o loiro o puxou para seus braços e prendeu seu corpo junto ao dele, encostando os lábios levemente em seu pescoço, sentindo seu doce aroma, enquanto o envolvia a cintura fina do moreno com os braços. Kyungsoo fechou os olhos, com um pouco de medo. Jongin beijou seu pescoço, sentindo suas presas crescendo. Encostou-as à pele alva e lentamente as cravou ali. Quando começou a sugar seu sangue, pôde sentir o corpo do moreno paralisar sob seus braços.

Tentou ao máximo não causar dor a ele, mas quanto mais bebia, mais o desejo selvagem de possuí-lo ali mesmo o preenchia, o fazendo sugar o sangue com mais avidez, machucando-o com suas presas no processo.

Fazia milênios que sequer uma gota de sangue havia tocado seus lábios. Mas lembrava-se como se fosse ontem, o corpo perfumado e desnudo de Naeem encostado ao seu enquanto bebia de seu doce sangue. Kyungsoo tinha o mesmo perfume, suave e embriagante. Porém, seu sangue era diferente, era amargo e fazia sua garganta queimar ao clamar por mais. Seu sangue era igualmente viciante, assim como seu corpo.

Sentiu a ereção de Kyungsoo encostar à sua perna. Excitação sexual era uma consequência da mordida; uma vez que se acostumasse ao fluxo, seu corpo passa a responder ao desejo de quem está bebendo. E Jongin ansiava por seu corpo, seu sangue e seu coração.

Um gemido deixou os lábios de Kyungsoo, fazendo Jongin apertá-lo ainda mais contra seu corpo, fazendo suas intimidades encostarem através da roupa. O moreno fechou os olhos, tentando manter-se em pé enquanto seu corpo todo era tomado por um desejo enorme e insano, que parecia fazê-lo incapaz de pensar em qualquer outra coisa que não fosse às sensações que preenchiam cada parte de seu corpo.

A respiração acelerada de ambos, a fricção de seus corpos, e todos os gemidos misturados ao desejo que sentiam cada vez mais tornava o cômodo irracionalmente quente.

Jongin apertou sua cintura com força, e levou a outra mão à nuca de Kyungsoo, entrelaçando seus dedos aos fios escuros dele, e os puxou suavemente. Com um esforço tremendo afastou sua boca apenas alguns milímetros e lambeu a ferida, sabendo que cicatrizaria logo em seguida.

Sugou as últimas gotas de sangue, encostou os lábios ao seu pescoço e os manteve pressionados ali. Estavam ofegantes, e mal tinham forças para manter-se em pé.

Kyungsoo sentiu o cabelo de Jongin encostar-se aos seus dedos minimamente, e imaginou quando tinha o abraçado, pois não conseguia se lembrar. Estava tão perdido nas sensações que mal havia percebido seus atos. Envergonhado, e repassando mentalmente tudo o que acabara de fazer, afastou-se de Jongin — mesmo que seu corpo clamasse pela proximidade.

Olhou para baixo, constrangido, notando que suas pernas ainda se encostavam. Levou uma das mãos à cabeça, puxando os fios morenos para trás, apenas para caírem à frente novamente. As mãos quentes de Jongin permaneciam em sua cintura, quase como uma tentação; como se o chamasse para perto.

Ainda ofegante, levantou o olhar, encontrando os olhos amarelos e enigmáticos de Jongin. Não conseguiria mover-se, mesmo se quisesse. A confusão tomava conta de sua mente — e, principalmente, de seu coração.

Abriu a boca, mas não conseguiu pronunciar uma palavra sequer, fechando-a logo em seguida. Jongin sorriu tristemente. O puxou para perto, e apoiou a cabeça em seu peito, sentindo o coração do Kyungsoo bater acelerado.

— Não precisa dizer nada, Kyungsoo. Eu entendo o quanto é inexplicável tudo isso. É confuso... até mesmo para mim. — sua voz tornou-se um sussurro, fazendo o coração de Kyungsoo saltar a cada palavra; Jongin fechou os olhos, tentando impedir as lágrimas — Mas eu preciso te sentir agora. Mesmo que seja só agora, me deixe te abraçar.

Sem palavras, o moreno apenas o abraçou, sentindo o corpo de Jongin tremer aos poucos enquanto ele chorava. Sentia-se, acima de tudo, confuso. E partia seu coração vê-lo desse jeito. Entrelaçou os dedos aos fios dourados, acariciando sua cabeça delicadamente. Inexplicavelmente, quase podia sentir a mesma dor que o loiro, como se houvesse uma conexão entre eles. E antes que desse por si, pegou-se recitando as mesmas palavras que seu amigo havia dito no avião, quando estava chorando por Luhan.

— Pode chorar, o quanto for necessário.


♦♦♦

 

O ar úmido e fétido impregnava seu nariz, quase o impedindo de respirar. Tateou em volta, sentindo o chão empoçado abaixo de si. Sentou-se, arrependendo-se logo em seguida. Sua cabeça doía tanto que mal podia abrir os olhos. Levou as mãos à cabeça, sentindo algo pegajoso em seus cabelos. Quando conseguiu abrir os olhos, demorou alguns minutos para se adaptar àquele ambiente escuro. Olhou para suas mãos, assustando-se ao ver sangue. Voltou a mão à cabeça. Quase todo seu cabelo estava pegajoso, e escorria alguns filetes de sangue por seu rosto.

— Não se preocupe. Não irá morrer por causa desse sangramento.

Virou-se em direção à voz, em posição de defesa, e assustou-se ao notar os olhos brilhantes de Zitao. Demorou alguns segundos, mas percebeu que estavam num tipo de cela. Não haviam grades, nem janelas, apenas um quarto grande, vazio e molhado, que parecia ter sido esquecido por anos. O chão era pedregoso, com algumas valetas dispostas em cada dois a três metros, e metade do cômodo parecia estar com água. A iluminação do ambiente era quase escassa, e vinha da única entrada daquele lugar, um grande portal de pedra, decorado com ferro retorcido na parte de cima.

— Onde estamos? — perguntou com a voz trêmula.

Zitao estava sentado no canto, com correntes grossas prendendo seus braços à parede. Sangue escorria do canto de sua boca, e suas roupas tinham rasgos, manchados de sangue, mas a pele exposta não parecia ter corte algum.

— Masmorra. A Masmorra Norte, para ser mais exato. Onde prendem os infratores que ainda não foram julgados.

— Mas, você é o único que está preso — deixou escapar.

Zitao riu, seus olhos brilhando através da penumbra.

— Você é apenas humano. Sua existência não é mais importante do que a de uma formiga para eles. Com apenas um estalo conseguem dar fim à sua vida. — Lentamente pôs-se em pé, as correntes esticaram-se, mas não se partiram; Chanyeol o observou, sentindo um medo crescente se apoderando de seu corpo — Porém, eu sou um deles. Quebraria esse lugar inteiro se quisesse. Mas há leis a se cumprir e, além disso, fiz um juramento à Sua Majestade, e por isso devo pagar por meus erros.

No exato momento em que Zitao terminou de falar, quatro homens entraram pelo portal. Eles trajavam roupas medievais, com armaduras e espadas. Três deles tinham o rosto coberto por um elmo, deixando apenas os olhos à mostra. O quarto homem estava sem elmo, e desarmado. Seu rosto, emoldurado por cabelos longos e negros, era passível de emoções, porém, seus olhos verdes expressavam mais do que o suficiente, e havia um estranho brilho neles.

Zitao. Há quanto tempo. — sua voz, firme e rouca, reverberou pelo ambiente, fazendo Chanyeol estremecer.

Minseok. — em seu rosto havia um sorriso repuxado, mas em sua voz havia um certo receio.

Nosso rei o aguarda.

O chinês riu soprado, e em seguida tencionou os músculos, fazendo com que as pesadas correntes se estilhaçassem quase que instantaneamente, caindo aos seus pés logo em seguida. Os três homens de elmo, sacaram suas espadas e postaram-se em volta do Zitao, mas o chinês apenas andou em direção à saída, com os homens o seguindo a cada passo.

Minseok olhou para o fundo da sala, imerso em pensamentos. Cerrou os punhos, e respirou fundo. Virou-se para Chanyeol. Ele estava encolhido ao lado da parede, tremendo e de olhos fechados. Andou até ele, puxou-o pelo braço, o fazendo levantar. Fitou os olhos vidrados do outro e, sem dizer uma palavra, o empurrou para fora da sala, o obrigando a segui-lo.

Era um corredor comprido e estreito, mas conforme avançava no corredor, a luz inundava o ambiente e um som crescia ao fundo, preenchendo seus ouvidos. Era um tipo de melodia de harpa; uma melodia que não combinava em nada com esse lugar sombrio.

Chegaram ao final do corredor sem janelas, e subiram lentamente os degraus de pedra. Ao chegar ao topo, Chanyeol viu-se percorrendo corredores de pedra lisa, tochas em cada lado das paredes, intercaladas com passagens e quadros gigantescos.

Em um dos quadros aparecia um homem de semblante sério e olhar solitário, seus cabelos eram loiros e escorriam atrás de si. Suas vestes eram brancas com detalhes vermelhos, ele estava num trono dourado, uma das mãos estava levantada e uma pequena bola de luz pairava a alguns centímetros no ar sobre sua mão.

Teve calafrios ao perceber os olhos do quadro acompanhando seus passos através do corredor. E forçou-se a olhar para frente, notando que Zitao estava a alguns metros de distância, rindo por ter visto a expressão de medo no rosto de Chanyeol. Ele, com certeza, sabia dos quadros.

Uma porta enorme apareceu ao virarem o último corredor. Era uma porta de madeira talhada com uma grande fênix dourada esculpida na madeira. Minseok bateu uma única vez, nenhuma palavra foi necessária. E ela se abriu, ruidosamente, revelando um grande salão branco.

Pilastras de quartzo sustentavam o teto elevado cheio de pinturas. Aos lados, grandes janelas iluminavam o salão. Um único tapete vermelho e dourado seguia da entrada até a escadaria que levava ao trono elevado.

Haviam duas mulheres ao lado do trono, na parte baixa. Suas vestes eram brancas, e esvoaçantes. Seus cabelos trançados eram ruivos e estavam de lado, caindo até seus pés encobertos pelo tecido do vestido. Uma delas tocava harpa, e a outra cantava.

Chanyeol estava fascinado pela voz e melodia tão suaves. Mesmo não entendendo sequer uma palavra daquele idioma, a música transmitia sentimentos tão intensos para Chanyeol, que pareciam inundar seu coração de amor e dor, ao mesmo tempo.

Subitamente, ao sentir o tapete macio sob seus pés, lembrou-se de Kyungsoo caído ao chão, sendo agarrado pelo homem loiro e de asas negras e majestosas. Podia apenas ser sua imaginação, mas, naquele momento, sabia que havia perdido Kyungsoo. Para sempre. E sentiu-se quebrado por isso.

O aperto em seu coração se intensificou, e algumas lágrimas caíram por seu rosto, mas nem se importou em secá-las ou escondê-las. Afinal, o coração de Kyungsoo nunca foi seu de verdade.

"Eu mesmo me iludi. Preferi ter esperanças e ignorar a verdade. E a verdade é que o Soo nunca poderá me amar. Sou apenas um amigo para ele. Nada mais que isso." Pensou, sentindo as lágrimas pesarem cada vez mais. Sentia-se, acima de tudo, um tolo. Não poderia jogar a culpa em Kyungsoo, mesmo se quisesse. Ele mesmo se expôs a esse sofrimento.

Mas, mesmo assim, amar não é uma escolha. Não é um sentimento que decidimos ter. Apenas sentimos, quando menos esperamos.

E Chanyeol o amou. Tão intensamente quanto pôde.

Isso deveria bastar.

Não é?

Zitao.

Uma bela voz ecoou pelo grande salão. Todos pararam a alguns metros da escadaria que levava ao trono, e fizeram uma pequena reverência.

Majestade.

Ouviu Zitao dizer, ajoelhando-se em seguida. Chanyeol ficou chorando em silêncio, olhando para os próprios pés, enquanto Minseok postava-se em sua frente.

Recebi notícias nada convenientes. — o rei disse, sua voz sobrepunha-se à melodia, ecoando pelo ambiente — Receio que me deve uma explicação.

O rei estreitou os olhos, quase podendo ver através de sua alma. Zitao sentiu um peso gigantesco sobre suas costas, era como se seu corpo todo ficasse pesado, em um único instante. Apoiou as mãos no chão, tentando segurar-se para não ser esmagado por uma força invisível. Uma gota de suor caiu por sua testa; o esforço era evidente em seu rosto. O rei suavizou o olhar, e Zitao soltou o ar com força, voltando à posição de joelhos.

Fui eu. Eu o levei até lá. Conduzi o escolhido até a tumba, até a entrada secreta da pirâmide. — Zitao engoliu em seco, fechando os olhos com força — O primeiro príncipe foi liberto.

A música parou de tocar, e um silêncio sepulcral dominou o salão. E mesmo Chanyeol não entendendo nada do que foi dito, deduziu ser algo muito grave. Lentamente, levantou os olhos, notando a belíssima decoração a sua frente. Atrás do trono, havia um grande estandarte vermelho, que descia do teto até o chão. As extremidades do estandarte eram douradas, e no final, haviam franjas douradas encostando no chão extremamente limpo, e bem ao meio do estandarte, havia uma grande fênix dourada.

O trono era todo dourado, com acolchoado vermelho. E, ao descer o olhar para a pessoa sentada nele, congelou-se.

Era tão magro quanto o homem na pintura do corredor. Seus cabelos loiros escorriam por seus ombros, caindo lisos até seu colo. Seus olhos eram vermelhos, e sua boca era de um rosa claro. Uma coroa dourada, adornada com rubis, parecia caber perfeitamente em sua cabeça e, despontando para os lados, haviam orelhas finas e pontudas, assim como orelhas de elfos. Sua camisa era branca e larga, e sua calça era preta, parecendo justa demais em seu corpo. Usava um cinturão de couro, e uma bota marrom de couro que ia até os joelhos. E, preso ao seu ombro escorrendo por suas costas, estava uma capa grande e vermelha. Suas pernas, antes cruzadas, desceram, e ele se pôs em pé, direcionando um olhar fulminante para Zitao.

Todos no recinto se dobraram ao chão, sentindo um poder intenso os forçando para isso. As pilastras começaram a trincar, algumas delas cedendo sob o poder intenso. O único a não se dobrar foi Chanyeol, que estranhamente não sentiu nada, apenas assombro.

O rei virou-se em sua direção, olhando-o nos olhos pela primeira vez.

Você. Quem é você? — perguntou intrigado.

Chanyeol olhou para os lados, assustado. Sua boca abria e fechava, as palavras presas à garganta.

Ele é um humano. Não consegue entender nosso idioma.

Zitao esforçou-se em dizer. O peso era intenso demais para suportar.

Naeem era humano e, mesmo assim, falava perfeitamente nosso idioma. — o rei retrucou, irritado.

— Apenas porque Wu Yifan e o primeiro príncipe o ensinaram!

Zitao gritou, sentindo uma dor esmagadora.

— Qual é o seu nome? — o rei perguntou; uma expressão séria tomando conta de seu rosto.

— Park Chanyeol — disse assustado.

O rei desceu as escadas devagar, chegando cada vez mais perto, até parar de frente para Chanyeol, e olhar diretamente para os olhos assustados do outro, centímetros acima de sua cabeça.

Instantaneamente, a pressão que estava sobre os outros, cessou. Mas estavam ofegantes demais para levantar-se. O rei semicerrou os olhos, não os desviando dos de Chanyeol. O ar da sala ficou pesado, de uma hora para outra. Até mesmo respirar era uma tarefa difícil. Mas o humano parecia imune a qualquer uma dessas coisas.

Confuso, Chanyeol desviou o olhar, notando algumas partes da sala desmoronar e cair ruidosamente ao chão. Até que o rei soltou um murmúrio de dor, e deu um passo para trás, segurando a cabeça com as mãos. Seu corpo tremia um pouco, suas sobrancelhas estavam franzidas, e seus olhos se fecharam com força.

Chanyeol não entendia nada. Apenas olhava-o, enquanto seus sentimentos conflitavam entre medo e preocupação.

Rei Baekhyun! — Minseok exclamou, correndo para tentar socorrê-lo, mas foi afastado rudemente pelo rei enfurecido.

— Quem é você!? — o rei gritou, encarando o Park.

Olhavam-no com assombro, inclusive Zitao, que não se surpreendia com nada, estava boquiaberto. Chanyeol encolheu-se minimamente. Nunca um humano havia conseguido resistir ao poder esmagador deles, ainda mais do rei. Era mais do que assustador.

— Sou Park Chanyeol — disse baixinho — Descendente distante dos elfos da floresta. Nunca acreditei de verdade nessas coisas, mas, agora, não sei exatamente em quê devo acreditar.


Notas Finais


POR ESSA VOCÊS NÃO ESPERAVAM, NÃO É MESMO?? :v

Sabe, sempre dá um frio na barriga quando venho atualizar a fanfic, fico super ansiosa imaginando o que vão pensar do capítulo haha...
Espero que tenham gostado desse capítulo. Obrigada a todos que estão acompanhando a fanfic, agradeço de coração! ❤
Não vou colocar prazos para o próximo capítulo, porque to meio apertada com os trabalhos da faculdade, mas assim que desapertar eu atualizo, tá? Devil Awake é meu xodó, e vou fazer de tudo para atualizar sempre que possível ❤❤

Um beijão, e até o próximo ~


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