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História Devil Side - Adeus.


Escrita por: minesuga

Notas do Autor


Boa leitura ❤

Capítulo 37 - Adeus.


“Você acha que conhece a morte, mas não conhece até vê-la, realmente vê-la...”


Jungkook.


“...Eu espero que você seja capaz de me perdoar, Jimin.”


As minhas lágrimas despencavam dos meus olhos em direção as folhas do diário, enquanto dolorosamente eu tentava de alguma maneira digerir o quê estava escrito alí. Eu não conseguia compreender como ela havia conseguido seguir depois disso ter acontecido, não era certo ela ter feito isso, não era justo ela ter feito isso com Jimin. Mas eu não podia sentir raiva dela, eu não tinha o direito de julgá-la quando ela já não estava mais aqui para se defender...


— O quê aconteceu, Kook? - meu avô perguntou após ter voltado ao quarto, e ter se deparado comigo naquele estado.


— O senhor pode guardar isso, eu… - eu fiz uma pausa ao tentar enxugar as lágrimas que não cessavam. - E-Eu preciso ver o Jimin…


— Você não esta bem, é melhor tentar se acalmar…


— Eu vou ficar bem, o senhor não precisa se preocupar… - afirmei entregando a ele o diário.


— Jungkook? - eu ouvi seu chamado, mas já era tarde, eu já tinha dado às costas, e seguido para fora daquela casa.


[...]


“— O número discado se encontra desligado, ou fora da área de cobertura…”


Eu descia do ônibus próximo a nossa vizinhança, enquanto mais uma vez ouvia aquela mensagem de voz com o mesmo aviso de antes. As ligações feitas para o número de Jimin, pareciam inválidas desde o momento em que deixei a casa de nosso avô, e isso só me fazia sentir como se estivesse cada vez mais perto de um possível colapso nervoso, pois nunca havia estado tão estressado em toda minha vida.


— Atende essa merda… - eu resmungava ouvindo o som da chamada em espera.


— Advocacia Kim, boa tarde.


— Boa tarde, eu queria falar com o Dr. Kim Johyun, é de extrema urgência…


— O Dr. Johyun não se encontra no momento, o senhor gostaria de deixar algum recado…- Eu desliguei ao ver o carro de Jimin estacionado em frente à minha casa, logo atrás da viatura que também havia sido estacionada alí.


Hesitante, eu segui em direção a porta de entrada sem saber ao certo o quê poderia estar acontecendo no interior da casa.


— Finalmente. - meu pai disse ao se levantar de sua poltrona, e vir até mim.- Estávamos esperando você, Kook. - ele contou ao me abraçar, enquanto sobre seu ombro meu olhar se cruzava com o de Jimin.


— O quê está acontecendo? - perguntei, tentando ignorar o revólver o qual Heo impunha, enquanto o mesmo se mantinha sentado no sofá ao lado de Jimin.


— Você realmente não sabe? - ele perguntou me guiando até a cadeira que havia sido posta diante de Jimin.


— Eu deveria saber?


— Certo. - ele concordou permanecendo de pé ao meu lado. - Eu vou contar o quê esta acontecendo, e talvez possamos nos resolver de uma maneira mais simples.


Jimin mantinha uma expressão serena, mas julgando pelo seu dom de atuar eu não poderia dizer se toda aquela calma que exalava dele era real, ou apenas um disfarce para que suas verdadeiras emoções não influenciassem o julgamento dos dois homens a nossa volta. Talvez a sútil maneira de tentar não me encarar fosse um sinal de que eu estava certo.


— Heo, e eu passamos a noite de ontem em um interrogatório com aquele homem que esfaqueou você, Kook. - eu podia imaginar que tipo de interrogatório havia sido. - Ele não havia dito muito desde a prisão, mas eu queria saber o motivo… Não por ter esfaqueado você, mas sim o motivo que o levou a sequestrar o Dr. Kim, porque esse trecho da história nunca fez muito sentido pra mim.


— Eu também nunca entendi. - comentei desviando o olhar até minhas mãos.


— Quando ele finalmente disse, tanto eu quanto Heo, ficamos em estado de choque. Quer dizer, cogitando que isso fosse verdade, nós estávamos sendo feitos de idiotas, sendo feitos de idiotas por um maldito bastardo que deveria estar morto. - ele contou entre breves risos, como se não pudesse acreditar.


— Eu não entendo…


— Mesmo? Tendo estado tão próximo dele você quer que eu acredite nisso, Kook? - ele me questionou voltando meu rosto em direção à Jimin, segurando o mesmo pelo meu queixo. - Não sabia que esse era o seu irmão?


— O meu irmão está morto… - rebati ao afastar sua mão do meu rosto. - O senhor mesmo disse que ele estava morto, e agora isso… - fingi indignação enquanto me levantava.


— Eu nunca pude ter a certeza de que ele estava morto, e depois de saber a razão…


— Aquele cara é louco, visivelmente uma pessoa perturbada, acha mesmo que pode confiar na palavra de alguém assim? - eu queria persuadi-lo de qualquer maneira.


— Você tem razão. - meu pai concordou com um assentir positivo. - No entanto, durante todos esses anos de trabalho, eu aprendi que é importante seguir nossos instintos. - ele disse recuando até a poltrona, onde em cima de um dos descansos para os braços, seu casaco era repousado.


— O quê é isso? - Heo perguntou ao meu pai, quando o mesmo retirou um envelope do bolso de seu casaco.


— Isso é o resultado de uma tentativa de me precaver, caso os meus instintos estivessem certos, é claro. - ele respondeu, caminhando em direção a cadeira a qual eu me sentava há alguns segundos atrás. - Lembra do dia em que lhe convidei para ir beber comigo? - Jimin fechou os olhos ao abaixar o rosto, era como uma reação de pura decepção. - Você deixou material suficiente naquela garrafa de cerveja, e eu não pude desperdiçar aquela oportunidade. - ele continuou, ao se sentar diante do meu irmão. - Sabe, doutor, era estranho como você parecia sempre estar ligado a nossa história, como coincidentemente possuía contatos naquela clínica, como se mostrou tão dedicado à proteger o Jungkook da prisão…


— É estranho ver alguém se importar com o seu filho, não é? - Jimin o questionou. - É estranho ver alguém dar a ele o quê você nunca teve a capacidade de dar…


Eu fui posto na mira do revólver de Heo, quando o impulso de proteger o meu hyung fez com que eu fosse em direção do meu pai.


— Nem pense nisso. - Heo disse, enquanto Jimin se mantinha imóvel, após receber o tapa que havia lhe marcado o rosto, e interrompido sua fala.


— A mamãe não está mais aqui pra te defender. - parecia que ele já sabia de tudo, talvez até estivesse jogando verde, mas àquelas alturas isso já não importava.


Os ruídos começaram a tomar volume, e por um minuto eu tive a certeza de que ele estava chorando, de que mais uma vez a sua dor estivesse lutando contra ele diante de todos nós, mas na verdade…


— Eu não tenho mais medo de você, Jeon. - Jimin disse entre seus risos após voltar a encarar o assassino de nossa mãe.


— Eu sabia que era você, seu merda…


— Eu duvido, é burro demais…


— Continua me desrespeitando, huh? - meu pai o questionou, após desferir outro golpe contra o rosto de Jimin. - Acho que todo esse tempo sem uma boa surra fez mal à você, bastardo.


— Não! - exclamei, antes que Jimin, sofresse mais uma covarde agressão.


— Não? - ele perguntou franzindo o cenho. - O que exatamente esse merda colocou na sua cabeça, Kook?


— Ele não colocou nada na minha cabeça, ele apenas me contou a verdade…


— Verdade? Ele estava mentindo sobre quem era durante todo esse tempo, e você me diz que ele te contou a verdade? - ele se aproximou fazendo com que Heo, voltasse a monitorar Jimin.


— Eu sei o que fez com a minha mãe.


— Eu não fiz nada com a sua mãe, Kook. - ele rebateu em um tom irritadiço.


— Fez, você matou ela…


Eu senti meu rosto queimar em uma ardência intensa, enquanto um breve zumbido tomava meu ouvido direito. Ele nunca havia me agredido fisicamente, e aquilo só deixou claro a mim o quanto aquele assunto o perturbava, o quanto uma possível culpa ainda estava o corroendo.


— Você nunca mais repita isso, ou eu juro que esqueço de que você é meu filho…


— Você dizia que amava ela. - o hyung disse. - Mas não foi o amor que manteve as suas mãos envolta do pescoço dela, foi a covardia, o medo dela contar a alguém que foi você o responsável pela morte do meu pai…


— Tire o Jungkook daqui. - meu pai pediu à Heo, enquanto encarava Jimin.- Dê adeus ao seu hyung, Kook.


Adeus...não, não poderia ser isso.





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