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História Devilish Angel - She met the man and she did the smack


Escrita por: chapterf0ur

Notas do Autor


Olá meus amores, como vocês estão no dia de hoje?
Bom, depois de um tempinho, quase um mês completo da finalização de Remember Me, eu volto trazendo mais uma história para vocês apreciarem. Espero que vocês gostem tanto quanto eu estou gostando de escrever e me dedicando para trazer algo legal para vocês.

O Brian, infelizmente não me pertence, mas a Summer sim. Espero que vocês gostem da história e que possamos conversar sobre ela no decorrer da história.

Sem mais delongas, enjoy!

Capítulo 1 - She met the man and she did the smack


Garotos bons não fazem rock n' roll, eu não sou um bom garoto.

         Já dizia Axl Rose e sua imponente voz marcante, suas letras cheias de explosões de ódio e amor. Eu não sou uma boa garota, ele mesmo havia adivinhado assim que entrou em minha vida. Na realidade, todos sabiam e eu não fazia questão de esconder nada disso, nem mesmo de meus pais, um casal conservador, que havia tentado me criar na linha, a risca de algo que eu não fui capaz de seguir. Acredito que meu interior gritava por liberdade, ansiava por algo que eu nunca havia experimentado e aqui estou eu, a verdadeira libido do Diabo, a tentação em carne e osso, o pecado em pessoa. Aquela que nos corredores da escola alguns retorciam a cara e cochichavam, deixando com que algo de podre escapasse, enquanto podia ouvir entredentes de muitos a palavra “vadia” ecoar das bocas imundas deles. Como se eu ligasse. Eu sempre fui assim e não seria a palavra de um bando de babacas que mudaria isso.

         A North West High School sempre foi um exemplo de escola, de uma cidade pequena, onde eu vivia. Um verdadeiro pico de mesmice e tédio. Meus pais perderam as contas de quantas vezes haviam sido chamados na sala daquele diretor asqueroso, que dá em cima de suas alunas, alegando que eu estava perturbando a ordem naquele verdadeiro cativeiro de pessoas, vítimas do sistema em que vivemos. Eu mesma nunca liguei pra isso, confesso, mantenho minhas notas impecáveis e dignas de nunca receber uma bronca por conta disso, porém eu sou boa demais para deixar que a vida passe assim, diante dos meus olhos, sem que eu a viva. Nunca me importei de acender um cigarro de maconha atrás da escola depois das aulas ou de dar uns amassos naqueles atletas que ficavam uma perdição em suas regatas molhadas.

         Mas isso foi até ele chegar.

         Ele, que se mostrou cinco vezes pior que eu. Ele que me mostrou que o Inferno era pior do que eu imaginava. Ele. O maldito filho do pastor da igreja local daquele lugar que eu estava criando asco, que eu queria distância. Depois dele, tudo se tornou pior, tudo pareceu rodar, tudo pareceu desmoronar e eu passei a duvidar da minha própria existência, do meu próprio ser. Do meu próprio eu. Ele era como o Céu, mas também como o Inferno para mim. Uma confusão particular da qual eu jamais gostaria de me desprender. Uma sensação de liberdade me tomava quando estava em cima de sua moto, com o corpo grudado ao dele, mas sabia que logo daria espaço a sensação de prisão que ele causava em mim.

        

 

         - Summer. Acorda. Você precisa ir…

         Respirei fundo e abri as grandes orbes cor de avelã, encarando o teto branco, enquanto eu via a mulher de cabelos castanhos abrir as cortinas e fazer com que eu me deparasse com uma manhã nublada. Ariana passava pelo quarto rapidamente, enquanto me dava um sorriso breve. Tem certeza de que você é mesmo minha mãe, mulher? Pensei enquanto me levantava e suspirava. Mais um dia naquele depósito de loucos que meus amados pais insistiam em chamar de escola, eu realmente preferia ficar em casa e nunca mais colocar os pés para fora daquele quarto, mas Maxine e Gabriel me buscariam a força. Justamente os dois únicos que parecem me entender nessa desgastante vida em que me encontro. Após fazer minha higiene matinal e um banho para acordar, me peguei descendo as escadas, indo em direção a cozinha, onde Ariana observava a um programa matinal e George, meu pai, lia as páginas cinzentas do jornal local.

         - Bom dia, senhores. –  Pigarreei de forma que ambos me notassem.

         - Já de pé, Summy? Sem gritos? Isso é bom, não acha? –  George caçoou e eu simplesmente o ignorei. As vezes gostaria de ter um relacionamento normal com os meus pais, porém eu não conseguia, o que complicava muito, ainda mais o fato de sempre aprontar. –  Quer carona para a escola?

         - Não, obrigada. –  Mordisquei uma torrada que estava ali por cima. - Gabbe e Max estão me esperando. E chegar com o papai na porta da escola não faz muito meu tipo.

         Sorri em tom de desdém e a cozinha se tornou um cemitério de palavras mortas, onde podia-se apenas escutar as respirações lentas que haviam ali, minha e de meus pais. Não quis prolongar a tortura, sabia que eles estariam melhor sem a minha ilustre presença naquele cubículo, por isso virei o copo de suco que estava a minha frente e retornei ao meu quarto para pegar a minha mochila, descendo as escadas apressada para encontrar meus amigos e ir em direção a aquele inferno de concreto que havia praticamente no centro da cidade.

        

♦ ♦ ♦  

 

         “Olha, lá vem a vadia louca do Nort West.”

         “Piranha, nem parece ser filha de quem é. Meus pais dizem que eles nem tocam no nome dela.”

         “Uma verdadeira vagabunda sem escrúpulos, que dá desgosto aos pais.”

         Argumentos sem fundamentos que eu sempre escutei, desde a primeira vez que coloquei meus pés aqui e resolvi surtar de forma medonha. Filha do casal de advogados mais aclamado da cidade onde vivíamos, Summer Davis, a única filha que Ariana e George Davis tinham. A única que sobrou. Já que perdi meu irmão, Nate, em um acidente de carro aos treze anos de idade e desde então minha mãe faz o favor de colocar a culpa em mim, já que, segundo ela, se eu não tivesse começado a gritar por conta de uma brincadeira que Nate havia feito, não teria feito meu pai nos dar atenção e fazer com que o carro capotasse, depois de desviar de um caminhão. Meu irmão morreu na hora e eu fiquei por dias no hospital. Dias sem receber sequer uma visita, sendo tratada como um fardo. O que eu realmente parecia ser mesmo.

         Maxine e Gabriel eram meus melhores amigos desde um verão em que a família McGivin se mudou para a minha rua, quando eu conheci os dois e desde então, eu não me separei deles. Eles são os únicos capazes de entender o que sinto e de ouvir quando preciso. Além deles, a única coisa que me mantinha ali era as aulas de canto. Não que eu pensasse em ser uma rockstar ou então viver de música, era uma ideia que eu cogitava, mas não sei se levaria a sério, porém as aulas de canto do famoso North West eram coisas das quais eu não poderia viver sem, a música era como um combustível que me mantinha firme e forte, um tipo de energético que fazia com que eu me mantivesse de cabeça erguida em meio as ofensas que tantas pessoas dirigiam a minha pessoa.

         - Você vai para o coral hoje? –  Max me perguntou olhando as horas em seu celular, enquanto saíamos da sala e algumas garotas nos encararam.

         - Vou. É a única parte boa da grade escolar. Tirando os sem noção que tem na turma. –  Sorri brevemente olhando para o horizonte, onde Gabbe vinha desviando de algumas pessoas. –  E como a única parte boa, isso inclui vocês.

         Gabriel ficou no meio, entre nós duas, nos abraçando pelo pescoço e ambos rindo, fomos em direção contraria de muitos alunos que estavam indo embora, diferente deles, nós três ainda tínhamos as nossas aulas no coral. A escola, mesmo depois de grande parte dos alunos irem para suas casas e vidas, ainda mantinha um certo movimento, boa parte desse movimento pertencia a turma do senhor Burks, o professor de coral da North West. Alguns ali dentro daquela sala reviravam os olhos pra mim quando passava, muitos ali nem faziam ideia de quem eu era, eles não passavam de nerds preocupados com suas boas notas e com o curriculum que eles mandariam para as melhores faculdades do país. Max e Gabbe sentaram-se na frente, dizendo alegres saudações a alguns garotos que estavam por ali, enquanto eu ia para o fundo da sala e me jogava em uma das últimas carteiras, colocando meu pé em cima de uma a minha frente. Não era de meu interesse ficar ali na frente, mesmo com Max e Gabbe, até porque ter a cara retorcida diante de Summer Davis não era bem o plano deles e muito menos o meu.

         - Boa tarde turma. Desculpe-me o atraso. – Josh Burks, ou apenas senhor Burks, era um cara de meia idade que parecia sempre estar atrasado, não se sabia com o que, porém ele vivia em seu pequeno mundo particular, o que pode ter grande influência sobre esses atrasos. Já passava mais de vinte minutos quando o senhor cruzou a sala, munido de sua bolsa envelope e algumas pastas, que deveria conter algumas partituras e notas musicais para usarmos na aula. – Teremos novidade hoje em nossa turma.

         Assim que o professor terminou sua breve frase, apontou com a cabeça para a porta e todos nos viramos para ver o que tanto senhor Burks dizia sobre essa novidade. Foi quando tudo começou a mudar, naquele maldito momento. Ele cruzou a sala e todos os cochichos se tornaram burburinhos dos estudantes que gostariam de saber quem era ele, o que ele estava fazendo ali. Carne nova no pedaço. Uma carne bem puritana por sinal, ri vagamente com o meu pensamento, abaixando a cabeça e tentando me controlar para prestar atenção no que o professor dizia. O rapaz estava parado ao lado do senhor Burks, observando atentamente a sala onde alguns gatos pingados estavam espalhados, os cabelos penteados de modo formal, a camisa azul-marinho clara presa até o pescoço, como um verdadeiro nerd daqueles que iam para o grupo de xadrez no fim do dia, porém a camisa demarcava seus músculos fortes, fazendo com que alguns pensamentos surgissem em minha cabeça. Balancei-os, espantando todos eles, afinal aquele moleque era um verdadeiro sem noção. Todos eles eram.

         - Apresente-se a sala, meu jovem.

         - Ahn… Sou Brian. Brian Haner. – Brian Haner? Espera. Eu só conheço um Haner e é o… – Sou filho do Reverendo Haner, pastor da igreja local. – O garoto falou tímido, como se estivesse prestes a ter uma síncope de nervoso.

         - Brian se juntou a nós há poucos dias, porém não pôde comparecer durante esse tempo por problemas, mas agora ele será nosso companheiro de coral e na escola. Bom rapaz, seja bem-vindo.

         O garoto sorriu tímido e escolheu um lugar próximo a Max e ao Gabbe, como eu já imaginava. Observei o garoto de costas para a minha pessoa e ri, como que pode, mais um nerd alienadinho para a coleção. Então era dele que meus pais falavam tanto nas tardes de chá com o Reverendo e sua esposa, esse tapado que se encontra na minha frente. É, realmente, um cara de fibra moral e que se preocupa com o seu próximo, um cara que não deve nem saber onde fica seu pau. Um cara excepcional.

         – Summer? Summer, oi? – Acordei de meu breve devaneio com a voz do senhor Burks me chamando. – Você poderia ensinar as últimas lições ao Brian? Acredito que você e ele podem se dar bem, você entende bem das últimas aulas. – Assenti, acho que seria divertido caçoar um pouco do bom samaritano, pureza em pessoa. – Bom, como hoje Brian está ingressando a turma, vou dispensar vocês mais cedo, porém treinem o que lhes foi passado e eu quero que vocês apresentem uma música na próxima semana. Pode ser sobre o que vocês estão sentindo, estão passando, estão querendo… Enfim, desde que seja apresentada uma música, valendo nota. Ok? – A sala confirmou em uníssono e todos se levantaram, indo em direção a porta para irem embora da escola, assim como eu fiz, me juntando a Maxine e a Gabriel, grudando em seus braços para nos livrar daquele lugar. Antes de irmos, passei próxima ao garoto, filho do Reverendo Haner, pude sentir seu cheiro de longe, um cheiro que lembrava o amadeirado e… Nicotina? Deveria estar delirando, cutuquei sua costela e fiz o rapaz dar um pulo assustado.

         - Ei, Maria Santíssima. Seus pais sabem onde fica minha casa, peça o endereço a eles. Te espero lá, mas não ache que vamos cantar louvores ao Senhor, porque eu não sou desse tipo.

         Maxine e Gabriel tentaram esconder o riso que lhes veio até a garganta, enquanto eu via uma face assustada me encarando com grandes orbes marrons. Ignorei o fato do cara ser um verdadeiro puritano e lhe mandei um beijo, o que deixou o rapaz mais assustado. Engraçado seria deixar aquela imagem de bom moço surtada ao me ver, aprontar um pouco seria muito bom, por sinal. Meus pais são amigos do Reverendo Haner e de sua esposa há anos, um laço que se tornou mais forte após a morte de Nate, já que minha mãe buscou amparo na igreja e na religião. Mais um fato para ela não me amar como deveria. Ela me obrigava a ir para os cultos todo domingo de manhã, até um belo dia, mandar-lhe ir tomar onde o sol não bate e a briga dentro de casa se tornou pelo menos cem vezes pior. Meu pai não a culpava, afinal ele entendia a dor dela, apenas não achava certo que eu fosse obrigada a ir para a escola dominicana, as sete horas da manhã de um domingo. Porém, até ele desistiu de mim, ainda mais após de tentar conversar com Ariana e ela berrar aos quatro ventos que ele deveria ficar ao lado dela como mãe e não ao meu como filha. Ariana Davis sabia ser uma mulher manipuladora quando queria e quando lhe cabia. Desde então, nossas conversas são resumidas a monossílabas ou algum barulho que mostre concordância. Desviei-me dos meus pensamentos e me enturmei no assunto que Max e Gabbe puxavam sobre algum CD. Quando vi o portão, puxei meus amigos pelo braço de ambos e rumamos em direção a saída da escola.

         Em direção a liberdade.


Notas Finais


Eu acho que pra um primeiro capítulo está bom, certo? Comecei ela faz um bom tempinho e estou me dedicando cada vez mais. Espero que vocês gostem da Summer e dos personagens que vos apresento aqui.

Qualquer coisa é só me chamar, que estaremos ai. Logo menos volto com o próximo capítulo de Devilish Angel.
Um beijo, docinhos. xoxo <3


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