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História Devilish Angel - You promise forever and a day and then you take it all away


Escrita por: chapterf0ur

Notas do Autor


Oi gente, tudo bem com vocês?
Como vocês estão no dia de hoje? Desculpem se demorei para soltar o capítulo, juro que não foi minha intenção, mas estou em semanas de provas e estou desesperada, atolada e quase morrendo conforme os dias passam.
Não vou enrolar mais, vou postar e deixar tudo por conta de vocês! ❤

POR FAVOR, NOTAS FINAIS SÃO IMPORTANTES!

Enjoy my devilish girls? ;)

Capítulo 11 - You promise forever and a day and then you take it all away


A semana se arrastava como se quisesse me provocar e acabar obrigando-me a lembrar todos os dias daquela maldita semana que eu tinha um Brian em meu encalço, enquanto eu lutava para desprender-me de modo que acabasse tudo por ali. Mas eu não conseguia. O problema não era ele, era eu. Eu estava sempre onde ele se encontrava, quase que por meras coincidências ou até mesmo, por conta da curiosidade que rondava minha mente. Obviamente que ele não faria nada que colocasse sua reputação à prova de fogo e fizessem com que todos desconfiassem do santo e imaculado Brian Elwin Haner Júnior, mas é que eu não confiava no moreno sozinho, longe de todos os holofotes os quais eram redirecionados a ele. Aquilo era patético, eu sabia, mas não conseguia deixar de sentir o ciúme crescer a cada momento em que eu via alguém ao lado daquele imbecil, mesmo que fosse a aluna mais idiota e infantil da escola, estava perto dele. Quando na verdade, era eu que deveria ocupar o posto ao seu lado. Eu estava ficando maluca, como Gabbe mesmo havia dito, como Maxine estava dizendo há dias, desde quando eu comecei arrastá-la para seguir Brian e dar uma desculpa de que não estava o seguindo. Eu havia me tornado outra pessoa, como se ele acordasse uma besta que corria em minhas veias e nem eu mesma havia conhecimento sobre.

Ele era a causa dos meus problemas e soluções.

Eu só não podia deixar isso claro, explícito ou até mesmo entrelinhas para que ninguém desconfiasse. Apenas eu. Guardando o sentimento dentro de mim, para que eu sofresse sozinha com isso e não envolvesse mais ninguém a isso. Nem mesmo o próprio demônio, cujo seu nome todos nós sabíamos. Brian.

A folga veio para meus braços quando ele notou que não conseguiria mais atingir-me com suas mensagenzinhas e que eu não lhe dava mais trela naquela semana. Eu estava tão perdida em meu próprio mundo, que por um mísero instante, consegui esquecer aquele infeliz do qual estava me sentindo tão apegada. O resto da semana, depois dele ter ‘desaparecido’, fluiu de modo arrastado, porém eu não havia mais as preocupações que eu deveria ter em relação a ele. Além de ter começado os preparativos para o, finalmente, último ano. Formatura, festa, orador, diploma, música dos formandos… Ok, eu não queria sequer saber disso, mas meus pais deram o ultimato, na escola e agora, era obrigada a participar das reuniões que haviam sobre o assunto. Mesmo sendo tão cedo para tal discussão, a escola não perderia a chance de arrancar dinheiro dos pais dos alunos de forma tão discreta como essa.

Cheguei em casa e joguei a mochila com os meus pertences de qualquer jeito na poltrona que George amava sentar e ouvi alguns barulhos vindos da cozinha, direcionei-me até lá e encontrei Ariana ao preparar uma bandeja cheia de sanduíches com patê e algumas outras coisas. Franzi a testa antes de perguntar.

- Vamos ter uma festa em casa?

- Não. – A mulher respondeu sem me encarar. – Os Haner nos convidou para uma pequena reunião de amigos na casa deles. Como bons convidados e amigos, propus a fazer alguns petiscos para que sejam servidos. – Finalmente tive a visão dos olhos cor de âmbar de Ariana, ao ter a mais velha me olhando com um sorriso simples em seu rosto.

- Ah… Entendi. Bom, vou deixar você ai na sua super cozinha feliz. Vou subir. – Virei-me para seguir o corredor até a escada, quando escutei meu nome ser chamado. – O que eu fiz dessa vez, mãe?

- Você vai conosco. Esteja pronta as seis. Seu pai vem nos buscar.

- Oi? Como é? – Eu olhei com uma cara irritada para Ariana. – Não, eu não vou. Os amigos não são meus, eu não tô afim e ninguém me disse nada. Então… Eu não vou.

- Sim, Summer. Você vai, sim. E não me obrigue a te arrastar daqui até lá, não me faça passar vergonha com as suas teimosias. Já não basta você ter largado a escola dominical e deixar o Reverendo a sua espera por quase duas semanas. – Ela bateu com uma travessa de inox na mesa. – Eu quero você as seis em ponto, pronta para sair. Ou eu faço eles virem até aqui, está me ouvindo Summer Aleena Davis?

Grunhi enquanto virava e saía batendo os pés ao subir as escadas, ouvindo Ariana resmungar e bufar enquanto eu me revoltava sobre sua decisão. Eu estava tão bem sem sequer notar ele e agora, graças a teimosia de Ariana, eu seria obrigada a me enfiar no covil do lobo, enquanto eu via o mesmo rir de mim ou fazer coisa pior. Argh! Maldita seja Ariana. Nate se estivesse vivo, coitado, sofreria o mesmo com a mãe obrigando a ele ser amigo de uma pessoa como Brian. As vezes, por mais que seja tamanho egoísmo, eu agradeço por Nate não estar mais aqui, ele sofreria tanto quanto eu nas mãos de Ariana.

Infelizmente não consegui fazer com que minha mãe voltasse atrás em sua decisão de me levar a casa dos Haner, não tinha mais o que fazer. Até implorei a Gabbe e a Max que ambos inventassem um trabalho em trio para eu conseguir despistar tudo, mas não rolou. Ariana me conhecia bem e quando ouviu a voz de Maxine no telefone, soube que eu estava tramando algo, principalmente ao ouvir falar desse trabalho repentino. O que acabou gerando mais uma grande discussão enquanto uma adolescente incompreendida batia seus pés, recusando-se a sair e sua mãe, uma mulher autoritária e manipuladora, fazia com que eu aceitasse suas decisões.

George chegou em casa alguns minutos antes do horário marcado, o que lhe deu uma vantagem sobre descansar um pouco mais, enquanto eu olhava suplicante pedindo ajuda ao meu pai, porém um olhar severo vindo de Ariana, que ainda estava na cozinha, denunciou que se ele fizesse algo, algumas cabeças vão rolar. Infelizmente, por conta das constantes discussões em casa, meu pai havia parado de se intrometer ou tentar ajudar qual lado fosse, sendo assim, se tornando muito mais neutro que qualquer um poderia imaginar. Quando ele via que algo não sairia bem entre eu e Ariana, ele simplesmente se fechava em seu mundo e esperava até a poeira abaixar para tentar se intrometer. Ao me ver descer novamente, George sorriu, com se aprovasse o esforço que eu estava fazendo. Uma calça jeans de lavagem clara combinada com uma camiseta de ombros caídos do The Killers e meus All Stars, faziam parte do que havia escolhido para aquele momento. Minha mãe me olhou de cima a baixo, como se não aprovasse a roupa que tinha escolhido, mas ela preferiu não dizer nada, ela já tinha que concordar que era uma vitória estar me arrastando para aquele inferno de reunião. Meus pais pareciam um casal desses de uma série, bem no estilo de Desperates Housewives, como aqueles vizinhos que trazem uma torta quentinha, recém-assada, para os novos vizinhos. O vestido impecável de Ariana, combinado com os saltos negros e seus cabelos presos em um coque, davam a impressão de uma matriarca preocupada com a família e o lar. Já George, trajava uma calça social e uma camisa de linho azul, ambos impecáveis e como se fossem os líderes de uma família feliz e normal. Não tinham um problema de dezoito anos dentro de casa para se preocupar.

 

♦ ♦ ♦

 

- Ariana, George. Sejam bem-vindos, queridos. – Suzy Haner sustentava um sorriso em seu rosto ao abrir a porta para nós. – Olhem e ainda trouxeram a pequena Summer. Como está querida?

- Bem…

Sorri para a mais velha depois de abraçá-la gentilmente, afinal, ela não era culpada do filho ser um babaca e de eu ter os pais, ou o melhor, a mãe, que eu tinha. Entramos na casa e eu pude observar mais uma vez a grande casa dos Haner, casa essa que parecia ter mais luxo do que eu me recordava que eles nos ensinavam na escola dominicana, já que o que nos era ensinado, simplesmente era nos livrar do luxo e viver na simplicidade. Coisa que os Haner e seus filhos com toda certeza não viviam. Fomos direcionados ao quintal dos fundos da enorme casa, onde algumas mesas estavam ostentando pratos e petiscos para aquela reunião, vi minha mãe colocar a travessa com os patês em um espaço que tinha ali, enquanto George ia para o lado do Reverendo Haner. Por enquanto não havia visto sequer a sombra de Brian por ali, o que me trouxe um pouco mais de calma, porém não podia esconder a dúvida que me assolava. Onde estaria ele? Será que ele estaria ali conosco, ou então, estaria em mais um de seus passeios? Afinal, era sexta.

- Procurando o Brian, querida? – Ouvi a voz ao meu lado e dei um leve pulo de susto, Suzy Haner sorriu para mim. Vi minha mãe se aproximar também.

- Ahn… Não. Não. Eu estava apenas observando o quintal, sua casa é muito bonita, senhora Haner. – Falei tentando desviar o assunto e a vi sorrir mais uma vez.

- Obrigada querida, mas pode me chamar de Suzy, não há problema algum. – Ela disse e eu assenti com a cabeça, enquanto Ariana tomava seu lado. – Ari, estávamos falando sobre Brian.

- Ele é um menino de ouro, uma graça. Adoro Brian, acho ele uma excelente companhia para Summer. – Minha mãe fez questão de exaltar o filho de Suzy e do Reverendo, a amiga de Ariana abriu um grande sorriso.

- Acredito que ele e Summer se dão bem, principalmente por conta do coral. Eles tem uma ligação só deles, eu posso notar isso. – Suzy sorriu. – Nossos filhos combinam, você não acha Ariana?

Ah, claro. Combinamos muito. Como óleo e água.”, pensei comigo mesma, qual é o problema daquelas duas? Por que elas viam tanto um futuro para Brian e eu? Coisa que nem eu mesma acreditava, afinal, eu e Brian éramos muito diferentes de qualquer coisa que se existe no mundo. E eu nem gostava dele. Do jeito dele. Do cheiro dele. Do sorriso dele… Puta merda. Quem é que eu estou querendo enganar mesmo? Argh!

- Olha quem resolveu se juntar a nós.

Ouvi a voz de Suzy anunciar e imediatamente olhei para a porta que dava no quintal dos fundos, onde alguns amigos e conhecidos estavam reunidos. Primeiramente vi McKenna e seu cabelo cor de caramelo, com um vestido lindo, como se ela parecesse uma boneca, obviamente ela não estava feliz com aquilo, mas precisava manter as aparências. Em seu encalço, eu vi o moreno. Vestido em uma camisa branca, com dois botões abertos, calça social e sapatos. Como um verdadeiro santo de igreja, imagem que ele amava passar para o pai. Revirei os olhos ao ver as pessoas elogiarem o moreno e sua irmã.

- Ora querido, você está tão lindo. – Ariana sorriu ao cumprimentar Brian e ter as costas de sua mão beijadas.

- Obrigado, senhora Davis. Mamãe… – Ele sorriu para a mãe e depois abraçou-a. – Olá Summer.

Olhei para o moreno a minha frente, enquanto ele sustentava um sorriso simples direcionado para mim. Os três esperavam que eu dissesse algo, então eu o fiz.

- Olá Brian.

Ele assentiu com a cabeça e simplesmente se afastou, como quem mostra que não queria briga alguma, queria uma trégua. Ele me deixava em paz e eu faria o mesmo por ele. Só que eu não sei se seria tão fácil, ainda mais com o veneno escorrendo por entre meus lábios vermelhos, observei o rapaz se juntar ao pai, George e alguns amigos, que acreditava ser da igreja. Quando notei, Ariana e Suzy já estavam em uma roda mais afastada, conversando como esposas dedicadas ao seu lar, enquanto eu… Bem, eu estava parada no meio do quintal vendo os distintos grupos e chegando a conclusão de que eu não pertencia mesmo a aquele lugar. Eu era um pecado constante para se estar ali, enquanto eles, eram boas almas que com toda certeza tinham seu espaço garantido no Céu.

- Oi Summy. Tudo bem? – Notei alguém falar comigo, quando olhei, McKenna sorria em minha direção. – Você não queria estar aqui né? Assim como eu e meu irmão.

- Eu nunca quero estar onde seu irmão está, Mac. Ai que mora o perigo. – Falei e ela sorriu ao ouvir-me mencionar o apelido. - Ahn… Posso te chamar de Mac, certo?

- Bom, ninguém nunca havia me chamado assim. Apenas de Kenna. Mas se você quiser, pode sim. – Ela sorriu e olhou para o horizonte. – Ele nem se parece com o meu pai. Nenhum de nós se parece. – Achei que ela estivesse falando apenas dela e de Brian, mas lembrei-me que ambos ainda tinham um irmão mais velho. – Brent foi o único que conseguiu escapar da responsabilidade de cuidar daquela igreja. Ele está feliz em Londres, prestes a se casar com alguma britânica e nem liga para cá. Brian me disse na época em que ficou lá, que Brent não menciona nossos pais para ninguém. Apenas se lembra de mim por ser a mais nova e ser tão apegado a mim… Queria ter a sorte que ele teve.

- E por que Brent não mora perto de vocês?

- Medo. Raiva. Decepção. Arrisco até a dizer que tudo isso se tornou ódio. Meu pai vive para a igreja, Summer. Tanto que você pode ver, ele nos controla de modo que nos faça parecer obras divinas esculpidas por anjos querubins, mas não somos. – “Talvez seu irmão seja. Ele sem camisa é sensacional…”, os pensamentos de Summer vagaram por um instante e quando ela se deu conta do que estava pensando, focou novamente na garotinha mais nova. – É foda você não poder ser quem é por causa disso tudo.

- Mac, você tem quantos anos? – Perguntei.

- Quinze. Faço dezesseis no próximo verão. – Olhei para a garotinha quase quatro anos mais nova que eu e ela sorriu. – Bom, já que não tenho muita salvação, vou cumprimentar os amigos de meu pai. Se quiser, meu quarto tem algumas coisas da qual acredito que você goste. Pode ir lá, daqui a pouco eu apareço.

Sorri em forma de agradecimento para McKenna e observei-a ir até a roda onde seu pai e os amigos se encontravam. O Reverendo Haner sorriu ao ver a garotinha mais nova se aproximar dele e a abraçou com tamanha ternura, era difícil acreditar que um homem como ele, que parecia demonstrar tanto amor aos filhos, acabava os privando de uma vida normal para viver a mercê da igreja a qual ele cuidava com tanta devoção. Observei meu pai assim que senti seus olhos pousarem em mim, ele sorriu, um sorriso igual ao meu. Talvez uma das poucas coisas que temos em comum por conta da genética. Eu podia ter minhas desavenças com ele e com Ariana, na verdade mais com a mulher, mas eu não podia negar, George era um cara incrível e sempre fez de tudo por mim e por Nate, principalmente por meu irmão ter sido o companheiro do meu pai. Eu sabia que ele sentia falta do mais velho, assim como eu sentia, e que ele buscava esquecer tudo comigo, mas eu não dava trégua, eu havia me fechado para o mundo depois de tudo o que havia acontecido.

- O que você tanto olha ai, Summer?

Ouvi a voz como um sopro, próxima de mim, não ousei me mover um centímetro. O moreno estava mais perto do que eu podia sentir, do que qualquer um duvidaria. Por sorte, não havia ninguém olhando aquela cena, apenas eu e ele vivendo algo escondido sob os panos sujos com os nossos possíveis pecados. Senti sua mão tocar meu braço e imediatamente um arrepio tomou conta de mim, enquanto um rastro de calor surgia no lugar em que ele havia me tocado.

- Nada que seja da sua conta, Haner. – Bufei e livrei-me de seu toque. Ele não recuou.

- Ora Summy, porque tamanha raiva? Estamos juntos, acompanhados de nossos pais, os amigos deles e ainda assim, você insiste em amarrar essa sua cara tão angelical? – Ele riu e eu revirei os olhos. – Senti sua falta.

- Mas eu não. Se toca Haner, sai daqui.

- Meu Deus, eu estou sendo expulso da minha própria casa. – Ele usou o seu ar dramático e depois caiu na risada. – Porra Summer, acho que você se esqueceu de um pequeno detalhe.

Era incrível como aquele imbecil conseguia me tirar do sério sem sequer fazer esforço, parecia que era uma coisa dele, apenas dele e de mais ninguém. Eu não me sentia assim com mais ninguém, era apenas ignorar e pronto, não havia mais nada. Mas ele… Ele parecia ter o talento para me tirar do sério e o fazia com maestria, esfregando em minha cara o quanto ele poderia fazer isso. Olhei para ele com uma cara e virei o olhar, concentrada em encarar qualquer coisa que não fosse o filho do Reverendo Haner, que pareceu criar raízes e ficou ali comigo, me olhando.

- O que foi cacete? Nunca me viu? – Bufei irritada.

- Eu na verdade quero uma coisa… – Ele deu um sorriso maroto – Espero que você aceite tomar um sorvete comigo. – Ele sorriu convencido. – É um convite…

- Recusável. Sim, eu sei. – Eu sorri em resposta. – Eu não vou.

- Brava por esses dias, Summy? Se eu fosse você, não ficava assim, pode ficar sem muitas coisas que você deseja na vida…

A cara de Brian foi o estopim para algo se acender dentro de mim, como algo inflamável, que pega fogo rapidamente. O imbecil estava jogando baixo comigo e ele sempre conseguia algo de mim no fim das contas. Eu o encarei com a maior cara de idiota, enquanto eu o via sorrir na minha direção, como se planejasse algo.

- O que você pensa em faz… – Mas antes que eu terminasse a pergunta, ele deu meia volta em seus calcanhares e saiu andando na direção de meus pais. – Brian! Onde você vai?

Não obtendo resposta do moreno, comecei a caminhar pelo grande jardim atrás dele, que já se aproximava rapidamente da roda de amigos, onde seus pais, meus pais e os amigos deles estavam. O notório grupo reparou na presença de alguém mais, tendo Brian com um sorriso presunçoso e angelical em seu rosto. Fingido filho da puta!

- Senhor e senhora Davis, posso-lhes fazer um pedido? – Ele sorriu enquanto meu estômago revirava.

- Claro rapaz, o que quiser. – George respondeu. Isso, parabéns pai, assinou minha morte. Dei um tapa em minha testa e vi algumas pessoas olharem na minha direção.

- Eu gostaria de levar Summer para dar uma volta, será que poderíamos? Acredito não ser nenhum problema, certo?

E a bagunça estava armada. Ariana o encarava com certa felicidade estampada em seu rosto, enquanto alternava entre olhar para Brian e para mim, que mantinha a feição séria, esperando que George não concordasse com aquilo. Ele me encarou sério, enquanto eu balançava a cabeça negativamente de leve, para que ninguém notasse. Nem mesmo ele notou.

- Claro, por quê não? Summy, querida, quer ir? – Os olhos foram direcionados a minha pessoa.

Não, não, não.

- Sim.

Dei meu ultimato e notei que até mesmo Ariana respirava fundo, aliviada que eu tivesse aceitado seu pedido. Afinal, já pensou tomar uma bota da própria filha na frente de todos? Eu cometeria um erro, Ariana me espancaria em casa, como fizera na primeira vez em que aprontei. As mulheres comentavam o quanto Brian parecia um lorde, sendo educado e pedindo aos meus pais para sair comigo, como antigamente. Eu pude ver McKenna rir mais ao fundo, sabendo quem era a verdadeira peça ali próxima a todos nós. Apenas nós duas sabíamos da verdade.

- Tudo bem. Então, vamos Summer?

O moreno me deu seu braço, para que eu entrelaçasse o meu ao dele, porém apenas me apoiei, enquanto ouvia mulheres suspirarem com o ato e até ouvir da boca de um dos amigos de George e Reverendo Haner que logo menos nos casaríamos. Pelo amor de Deus, alguém avisa a esse maluco que eu só tenho dezoito anos, por favor? Enquanto caminhávamos para longe dos olhares curiosos, os pensamentos invadiram minha cabeça e eu me vi, vestida de branco, entrando na igreja da cidade, caminhando em direção a Brian, que estava no altar, esperando-me para tornarmos um casal.

- Ouviu, Summer?

- Ahn…? – Voltei de meus devaneios bruscamente. – O que você disse?

- Vou buscar uma blusa, eu já volto.

Dei de ombros e o vi sumir para dentro de casa. Perdida em meus pensamentos totalmente estranhos, não havia notado que já estávamos do lado de fora da casa dos Haner, onde do hall eu podia ter uma plena visão da rua e bem próximo dali, da igreja que o pai de Brian cuidava. O movimento estava nulo na rua, a não ser por eu ter percebido algo.

- Ahn… Brian? – Não precisei virar-me para ter a certeza de que ele estava ali. – De quem é aquele Impala preto ali parado?

As mãos do moreno pousaram meus ombros antes mesmo de eu terminar a frase. Senti queimar, necessitando por mais daquele simples toque, porém ignorei e tentei me manter totalmente calma. Brian tonou-se sério em questão de instantes, não que eu ligasse, mas quando ele ficava daquele jeito, se tornava um brutamontes grosso e isso sempre resultava nas brigas mais estúpidas nos envolvendo. Ele, assim como eu, tentava identificar a quem pertencia o Impala preto, já que pelo que sabíamos, nenhum dos amigos de nossos pais tinham sérias paixões por carros antigos. O vidro se abaixou e notamos uma figura nos encarando, Brian se tornou uma carranca quase que imediatamente. Me puxou de volta.

- Ei, para onde estamos indo? Não íamos tomar um sorvete?

- Mudanças de plano. – Quando eu ia perguntar algo, ele me interrompeu. – Por favor Summer, não me faça mais perguntas.

E assim, ele me puxou para dentro de sua casa, mais uma vez, enquanto deixava-me ali parada e ele subia a duros passos para o seu quarto.

 

♦ ♦ ♦

 

- Como é? É sério isso?

- Uhum. – Respondi com a boca cheia de pipoca. – Estou começando a achar que o filho do Reverendo sofre de um sério distúrbio de bipolaridade. Tipo aquele do Axl Rose, que uma hora ele tá tranquilão e de repente, BUM, sai jogando as coisas nos outros. Ele me deixou plantada no pé da escada, sem dizer nada Gabbe. Quando Suzy me viu voltando, como um cãozinho com o rabo entre as pernas, logo tratou de ir ver o que tinha acontecido. Deve ter achado que eu maltratei o babaca do Haner. As pessoas me olhavam com pena, como se ninguém nunca tivesse levado uma bota na vida. Você sabe que eu odeio quando as pessoas me olham com pena.

- Queria ter visto a cena por um único motivo… Seu pai. – Começamos a gargalhar alto, enquanto o Sol de fim de tarde batia em nossos corpos. – Ele deve ter ficado irado com a proposta de Brian.

- E como ficou, faltou virar um pimentão. – Eu ri, mas me tornei séria em seguida. – O pior foi um dos amigos dele dizendo que eu e Brian logo nos casaríamos. E não para por ai, estranhamente, eu imaginei a cena depois… – Bufei. – Esse cara está me deixando maluco, Gabbe. Eu não sei mais o que faço.

- Realmente. Para alguém que sempre me disse que não casaria e nem ter filhos, o Brian conseguiu bastante coisa… – Gabbe caçoou e eu dei um leve tapa nele. – Mas ei… E o Impala lá parado?

- Estranho, não é? Havia um cara dentro dele, eu o vi após ficar encarando o carro com Brian. Ele estava de óculos aviador no rosto, mas sua feição era tranquila, como um ceifador quando busca sua vítima. – Arrepiei-me só de lembrar do carro parado na porta da casa dos Haner. – Foi estranho demais.

- Você acha que ele pode ter algo a ver com isso? – Gabbe questionou.

- Eu realmente não sei. – Empurrei o pote com as pipocas para Gabbe e me deitei sob o gramado, fixando meu olhar nas nuvens, agora constantes, no céu de fim de tarde. – Poderia ser alguém do Devilish. Mas por quê se arriscaria em ir até a casa de Brian, sendo que ele é o cara mais falso que já conhecemos? Tem algo errado ai e eu vou descobrir o que é.

Gabbe examinou meu rosto e deu de ombros, eu talvez deveria fazer como ele mesmo havia dito e parar com tudo isso, afinal, poderia dar uma merda sem tamanho e quem acabaria sendo gravemente ferida seria eu. Mas eu simplesmente não conseguia. Ainda mais sabendo que possa existir algo por trás de tudo isso. Eu tinha que descobrir o que era, ou ficaria maluca, mesmo que eu me enfiasse em uma grande enrascada, eu tinha que desvendar os segredos de Brian Haner, o filho do Reverendo.

 

♦ ♦ ♦

 

- Eu já disse não, Summer. Você não vai.

- E por que não? De qualquer forma, você não manda em mim. Eu vou sim e ponto final! – Bati o pé e temi que meus pais acordassem com o barulho. Ele revirou os olhos.

- Ache alguém que te leve então, eu não vou te levar. Eu já avisei. – Ele foi curto e grosso. – Comigo, você não pisa no Devilish.

- ARGH BRIAN! Por que você tem que ser tão pau no cu as vezes? – Bufei. – E qual seria a porra do motivo para que você não me leve? Me diz? Há algo que eu não sei e você quer esconder de mim? Toda vez que eu toco no nome do maldito lugar, você muda, você vira um bicho e fica puto sem razão. Você esconde alguma coisa de mim, que eu sei. – Eu senti a raiva queimar, eu não podia estar com ciúmes dele. Não mesmo. – Se é outra pessoa, não tem problema, eu vou entender e…

No instante em que eu ia terminar de falar, ele começou a rir alto, temi até que meus pais pudessem escutar a risada escandalosa de Brian vindo do meu quarto. Ele parecia se divertir com o que eu havia dito para ele há alguns segundos. Apenas cruzei meus braços e esperei o acesso de risada do moreno cessar, para entender do que ele tanto ria. Vi Brian controlar sua risada, enquanto puxava o ar para os pulmões e batia em sua coxa, arqueei as sobrancelhas e esperei explicações.

- Acabou? – Perguntei. – Se meus pais acordassem, eu ia jogar você em cima deles, pra largar de ser babaca.

- Você consegue ser tão engraçada, Summy. – Ele ameaçou a voltar a rir. – Muito engraçada por sinal. Você acha mesmo que eu tenho alguém? E que se eu tiver mesmo, eu ia te falar? Caralho, vou morrer de rir. – Ele voltou a rir, enquanto eu o encarava com uma cara nada boa.

- Eu achei sim, afinal… Estamos juntos faz mais de um mês… – Senti a voz falhar enquanto eu fazia o meu papel de boba da corte. Devia ter ficado quieta.

- Juntos? – Brian questionou. – Você está achando que nós estamos em um tipo de relacionamento ou coisa do tipo? É sério? Não me diga que você contou os dias do mês e esperava que eu aparecesse aqui e lhe dissesse, feliz aniversário de pegação, Summer! – Ele debochou. – Você ficou maluca? Nós não temos nada, tá entendendo? Nada! Minha vida não é da sua conta e nem me interessa a sua vida. Gata, não é só porque estamos dando uns amassos, que estamos namorando. Você deveria saber, North West Girl. – Ele riu arrogantemente.

- Mas… E você com ciúmes do Ian? Aquele dia no parque? – Eu perguntei sem entender nada, mas podia sentir as lágrimas querendo sair.

- Teatro. Já ouviu falar? Você faz o mesmo, Davis. Apenas diversão, passatempo. – Ele soprou as palavras tranquilamente. – Bom, preciso ir. Nos vemos depois.

Eu estava estática, olhando o moreno se afastar, tentando absorver tudo aquilo o que ele havia acabado de me dizer. Eu era apenas um passatempo pra ele. Apenas. Eu não estava acreditando naquilo. Eu o encarei, saindo do transe, enquanto o via abrir a porta balcão, pronto para sair.

- Eu… Não quero ver você, nunca mais Haner.

- Você sabe que não conseguiria, Summer. – Ele respondeu e me olhou, jurei ver um traço de pena cruzar seu rosto.

- Vá para o inferno, seu maldito!

E no ímpeto do momento, taquei a primeira coisa que vi, um porta-retratos, que continha uma foto minha e de Gabbe. Em seguida, voaram todas as coisas que estavam ao meu alcance, enquanto eu via o moreno desviar e sair correndo pela varanda, até sumir de vista. Eu me joguei na cama e deixei com que as lágrimas varressem meu rosto, molhando-me por completo e liberando tudo o que estava sentindo. Eu sabia que ele era um cafajeste, mas imaginei que não seria a esse nível tão sujo e baixo. Como ele pôde? COMO? Eu acho que agora eu via sentido no que Gabbe dizia. Eu concordava com o meu melhor amigo. E isso não era nada bom. Peguei meu celular e mandei uma mensagem ao loiro, com sorte ele estava acordado ainda.

Você tinha razão Gabbe, eu o odeio!”

O que houve, Sum? Ele te maltratou de novo?”

Sou o passatempo favorito dele, onde tudo é um teatro para ele (:”

Eu avisei. Alerta: relacionamento abusivo!”

As palavras de Gabbe não deixavam mentir, eu estava me enfiando mesmo em um relacionamento abusivo. Estava? Eu não sabia o que dizer, a única coisa que eu sabia naquele instante era que doía tanto, que eu só queria ficar deitada em minha cama e nunca mais colocar a cara para fora daquele quarto. Ora Nate, queria que você estivesse aqui para ensinar uma boa lição ao moreno que entrou em minha vida, deixando-me despedaçada e com o coração na mão, como se eu tivesse levado cinquenta facadas sem dó alguma. E foi com os pensamentos enevoados, que peguei no sono, entre lágrimas e choro.


Notas Finais


Bom, espero que vocês tenham gostado do capítulo moressssss ❤

Momento desabafo: É A ÚLTIMA VEZ QUE FAÇO ISSO, DE VERDADE! Além de estar atolada de verdade, eu venho sentindo que vocês não andam comentando a fanfic como antes. E isso me traz muito desanimo, sério mesmo. Eu ODEIO cobrar as coisas das pessoas e acho que cada um sabe o que faz, mas nos últimos dias venho pensando seriamente em excluir a Devilish Angel. E não, eu não estou brincando, é complicado, já que as pessoas não podem pelo menos deixar um "continua" pra mostrar que está gostando. Eu não vou pedir mais nada, acho que vocês já fazem demais em estar aqui, mas me desculpem, eu não consigo ir longe assim... Me falta vontade e disposição. Então peço imensas desculpas a quem lê, a quem comenta e a quem fala comigo sobre a história, que quer ver ela indo para frente. Vocês são incríveis e se em algum momento a DA for excluída, eu espero demais que um dia vocês possam ler o final dela. Me desculpem pelo desabafo, espero que não levem para o lado pessoal, afinal eu sei que todo mundo tem vida também.

Amo vocês e até a próxima! ❤


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