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História Devilish Angel - Caught me by suprise, I wasn't looking where I was going


Escrita por: chapterf0ur

Notas do Autor


Oi oi gente, como vocês estão no dia de hoje!
Antes de tudo, quero desejar a vocês um FELIZ ANO NOVO, que esse 2017 seja repleto de coisas boas e que não seja tão ruim (em alguns pontos) como 2016 foi.

Então venho nesse final de 2016 trazer um especial para vocês. O capítulo de hoje é especial por esse 2016 e que seja um símbolo entre nós, para que vocês continuem comigo, nesse mundo louco da Summer e do Brian. Agradeço por tudo o que vocês tem feito pela Devilish Angel e que eu possa contar com vocês em muitas outras histórias!

Estão prontas para o último capítulo de 2016, garotas?
Enjoy my devilish girls! ❤

Capítulo 14 - Caught me by suprise, I wasn't looking where I was going


O N E  M O N T H  L A T E R

 

- Summer, acorda pra vida, por favor? – Gabbe pediu-me, girando pelos ombros e fazendo com que parássemos no meio do corredor, na hora do intervalo.

- Gabbe, pare com isso! Por favor. – Revirei os olhos e vi que Maxine nos olhava. – Não é nada do que você está pensando.

- Da última vez, foi. – Ele disse convicto. – Summer, acorda pra vida. Você está vivendo um relacionamento abusivo, até demais pro meu gosto.

- É Sum, dessa vez preciso concordar com o meu irmão e olha que eu custei a acreditar quando você disse. – Max deu sua opinião e eu respirei fundo, pronta para dar um chilique.

- Ok, tudo bem. Agora podemos ir aproveitar nosso intervalo?

Bufei mal humorada e os meus dois amigos resolveram colaborar, grudando em meu braço e andando em direção ao pátio, onde todos aqueles animais exóticos da North West estavam. O fato era: Gabriel e Maxine tiraram o mês para me encher, já que os próprios acompanhavam de perto minha confusa história com Brian. O garoto ainda estava agindo com um verdadeiro pau no cu, ou até mesmo, pior do que era. Não que eu estivesse exigindo que ele me assumisse para o mundo inteiro, mas pela conversa que tivemos, achei que algo mudaria.

Eu estava enganada.

Fazia um mês que tivemos nossa conversa na sala da casa dos Haner, que Brian mantinha escondido, sem explicação. Mas da mesma forma que havia acreditado em tanta coisa, aquela foi uma das mais graves na qual eu já tinha caído. Um conto do vigário. Brian se mostrou o mesmo cara de quando eu conheci, pra falar a verdade, ele nunca mudou, apenas me disse coisas bonitas e que se fodesse todo o resto. Gabbe e Maxine achando isso muito estranho, diziam que eu estava submissa demais a ele, que eu fazia tudo o que ele desejava, o que era mentira. Eu apenas mantinha-me na minha para não gerar mais brigas ou discussões, já que isso sempre acontecia quando pedia para ir ao Devilish junto com ele e ele bradava aos quatro ventos que não. Em uma dessas nossas brigas, eu e Brian estávamos falando tão alto, que chegamos a acordar meu pai. Dali, saiu mais uma mentira, enquanto Brian estava escondido na penumbra, debaixo da minha cama.

O fato era que eu faria muita coisa por aquele garoto, mesmo que não parecesse, eu faria sim. Apenas suas atitudes que me tiravam do sério em quaisquer circunstâncias, afinal, ele estava sempre me provocando de modo que acabasse com a paciência e sanidade que eu tinha, fazendo-me render aos seus pedidos, como um cachorrinho. Eu não sei se isso era bom ou ruim, apenas sabia que Gabbe e Max, no final das contas, estavam mais que preocupados comigo e faltaram me bater quando lhes contei a missa inteira.

No pátio, o sinal já tocava e eu não havia tido sequer uma visão do moreno dos olhos cor de chocolate, procurei-o insistentemente no meio das pessoas, caçando com os olhos, mas a cada olhada pelo pátio, era uma verdadeira tristeza que batia em minha porta, já que seus olhos não estavam ali para sorrir em minha direção.

 

♦ ♦ ♦

 

A sexta-feira havia se aproximado rapidamente, tirando toda a atenção que eu tive durante a semana na escola, principalmente por estar tão envolvida com a história da formatura, na qual George e Ariana inventaram para a minha cabeça. Eu olhava o reflexo no espelho do banheiro, buscando saber se estava satisfeita ou não com a maquiagem que havia feito. Ouvi um ruído e cruzei a porta do banheiro, em direção ao meu quarto, em questão de segundos. O moreno trajava sua jaqueta tão conhecida, enquanto fechava a porta balcão, de costas para a minha pessoa. Assim que me viu, sua face se tornou séria, pesada.

- Onde você vai?

- Ao Devilish. Com você. – Respondi, tentando parecer obvia.

- Você não vai ao Devilish, Summer. Já falamos muito sobre isso, não acha? – Ele rosnou.

- E você acha que manda em mim. – Retruquei. – Brian faz semanas que não coloco meus pés lá. Por que não posso ir junto com você? Quando essa merda toda começou, lá era o seu lugar preferido para me levar.

- Você só foi lá três vezes. Apenas. E uma ainda foi sem a minha pessoa, me procurando. Se lembra? – Ele sorriu brevemente. – Querida, você não vai querer ir comigo até lá. Não hoje

- Só não quero, como eu vou. – Respondi irritada indo em direção a porta balcão do quarto. – Anda, Brian. Não temos a noite inteira.

- Eu não vou a lugar nenhum! – Quase berrou. – Vou ficar aqui com a senhorita teimosia em pessoa, já que ela tirou o dia para parecer uma criança mimada.

- Mimada, eu? É sério Haner? Você quem faz essa putaria toda e só porquê eu quero ir com você a porra do pub e eu sou uma criança mimada? – Bati os braços na lateral do corpo. Abri a porta irritada, enquanto me voltava para Brian. – Quer saber? Vá embora, eu não quero você na minha frente. Some, Haner.

E sem dizer um “a”, ele cruzou o quarto rapidamente, descendo pelas escadas onde as plantas trepadeiras de Ariana viviam. Sem dizer nada, sem mostrar insistência, sem mostrar que queria ficar. Eu muito menos esperei ele ir embora, quando ouvi o ronco do motor da Harley Davidson, eu já estava no meu quarto, grunhindo e criando palavrões novos para xingar aquele verdadeiro imbecil.

Foi quando uma ideia se passou em minha cabeça.

Como um foguete, peguei o celular em cima do criado-mudo e destravei a tela, correndo para os contatos e rapidamente parando na letra que eu caçava. Ele devia estar acordado, a essa hora, vendo alguma série. E eu atrapalharia por um bom motivo, ele precisava me ajudar.

- Alô? – A voz meio embargada pelo sono falou.

- Gabbe. Preciso de ajuda, rápido.

- Mas o que…? Summy, são quase uma da manhã, pra que diabos você precisa de ajuda? Ainda fazendo lição? – O garoto perguntou confuso. – Se for isso, amanhã te ajudo. Estou no meio da maratona de Arrow.

- Que lição Gabriel, fumou maconha? Olha pra minha cara de quem faz lição a uma da manhã. Não é isso. – Ouvi o loiro rir do outro lado da linha. – Eu preciso… De uma carona.

- Carona? Para onde?

- Para o Devilish. – Dei o ultimato e ouvi Gabbe se engasgar.

- Como é? Summer, acho que você ligou para o número errado. – Ele riu. – Tem diferença de Gabbe para Brian. – Gabbe caçoou e a minha vontade de enfiar o celular na goela dele foi maior.

- Gabbe, vá se foder. É sério! É só me levar lá, por favor. Eu dou meu jeito para voltar para casa. – Implorei, Gabbe não poderia me negar isso. Ou poderia?

- Summer, não tem como. Eu não vou pegar o carro dos meus pais escondidos. Aliás, você já deveria ter tirado sua carta, não acha? – Ele questionou e eu rolei os olhos.

- Gabbe, foco meu amigo, foco! Você é o único que pode me ajudar, por favor… Se seus pais souberem, eu digo que foi eu, que eu estava passando mal e em vez de pedir ajuda aos meus pais, eu pedi a você… Sei lá! Mas por favor, me ajuda.

- Ok Davis, você venceu. – Sabia que Gabbe estava rolando os olhos do outro lado da linha, dei pulinhos. – Vou apenas colocar um moletom e uma calça, já estou passando ai.

- Ai Gabbe! Te amo! Obrigada, meu amor. – Sorri.

- Quem disse que é de graça? Eu vou cobrar depois.

Ouvi meu melhor amigo rir e logo depois a linha ficou muda.

 

♦ ♦ ♦

 

Gabbe batucava os dedos incessantemente no volante do sedã de seus pais, como planejado, ele pegou o carro as escondidas e passou para me buscar. Não estávamos muito longe do Devilish aquele momento. Eu apenas pensava no porquê de Brian agir daquela forma há tanto tempo, havia algo que eu não deveria saber? Havia algo que ele me escondia? Isso era um fato inegável, eu apenas gostaria de saber o que era e o motivo disso.

O carro parou na rua de pedras do Devilish e eu coloquei a mão na alavanca que fazia com que a porta abrisse. Senti o toque de Gabbe em minha perna.

- Precisa de companhia?

- Acho que posso enfrentar sozinha. – Sorri. – Gab, obrigada. Desculpa fazer você sumir com o carro dos seus pais, mas você sabe, é o único…

- Que pode te ajudar, é, eu sei. – Ele riu. – Toma cuidado, Summy. Por favor. De qualquer forma, eu vou te esperar aqui, não vou te deixar na mão. Se precisar, volte aqui e me chame, que eu darei um soco em Brian com todo prazer.

Não pude deixar de sorrir com o amigo preocupado que estava ao meu lado naquele momento. Gabbe era meu anjo, disso eu tinha total certeza. Assenti e saí do carro com a cara e a coragem, andando em direção a porta um tanto discreta do conhecido pub, o segurança, já conhecido por mim e Brian, me cumprimentou com um aceno de cabeça e eu retribui, entrando sem olhar para trás. O pub tinha uma energia um tanto quanto estranha, o que fez eu diminuir os passos cada vez mais enquanto descia as escadas, mas queria saber o que Brian tanto escondia de mim para não querer que eu pisasse naquele lugar. O bar estava lotado, como sempre, mas havia algo diferente, que eu notei um pouco depois de ver Derek acenar com um doce sorriso e apontar com a cabeça para onde deveria existir a pista de dança do Devilish.

Não havia entendido o que estava acontecendo no lugar, até meus olhos encontrarem o foco que tanto procuravam naquele instante.

Onde deveria existir a pista do pub, havia três pequenos palcos, onde canos de metais se encontravam e diversas garotas, que deveriam ter minha idade, um pouco mais velhas, exibiam seus corpos malhados em minúsculos biquínis. A multidão de homens que se encontrava ali era devastadora, como se 90% dos homens do mundo estivesse ali, inclusive ele. Eu o vi, sentado na primeira fileira, com o sorriso branco escancarado, enquanto uma vagabunda roçava seu corpo ao dele. Ele parecia se divertir muito naquele momento. Meu sangue ferveu. Então era por isso que ele evitava me trazer ao Devilish ou qualquer coisa relacionada a esse lugar, por conta de putas com quem ele gostava de passar o tempo, vendo-as dançar e se esfregarem os corpos no seu, como se ele não fosse de ninguém.

Ele não era de ninguém.

Senti uma aproximação próxima a mim, tratei de secar a lágrima que surgiu rápida como uma tempestade de verão.

- Ele sempre foi assim, não mudou. Não muda, Summer Dream. – Era Derek. – Eu sinto muito você ter que descobrir as coisas assim. Sabia que ele não te traria aqui por muito tempo… – Eu sabia que ele estava sendo sincero, mas minha vontade naquele momento era de socar seu rosto perfeito.

- Vá para o inferno. – Bradei raivosa.

- Olha… Considerando onde estamos, creio que eu já esteja no inferno, assim como você. – Ele riu fraco. – Eu sinto muito, Summer.

E sem dizer mais nada, saiu, deixando-me sozinha observando a cena que acontecia a minha frente. Meu estômago revirava bravamente, como se denunciasse a náusea causada por aquela babaquice à minha frente. Mas eu não deixaria barato, não mesmo. Tomada pela ira, cacei novamente Derek e o encontrei em sua fiel posição, no bar. Marchei até lá e arrancando alguns dólares do bolso da calça, bati na mesa, chamando sua atenção.

- Derek, há algum lugar que eu possa usar para ter uma conversa em particular com o Haner?

- Geralmente, as leis do Devilish vão contra isso, mas como eu estou a fim de te ajudar… Descendo as escadas, – Derek apontou para uma porta ao leste do bar. – há a adegaria do pub. Acho que lá pode ser um bom lugar para vocês conversarem.

- Ótimo, diga a ele que estão o procurando e mostre o lugar. Não diga que sou eu, mesmo que ele insista, ok? Obrigada por me ajudar, você é um bom rapaz. – Sorri para ele.

- Eu não quero uma garota linda, como você, sofrendo pelos cantos por causa de um otário como ele, por isso a ajuda vale a pena.

Eu sentia sinceridade nas palavras de Derek, por isso agradeci como pude e segui para o lugar indicado pelo barman. Abri a porta silenciosamente e desci as escadas sorrateiramente, não era o melhor dos lugares para se conversar, mas eu faria algo e isso era restritamente entre eu e Brian. Sabendo que não tinha muito tempo, ajeitei as coisas para que houvesse espaço suficiente para que ele me enxergasse quando descesse as escadas até o fim e em um ato de loucura, comecei a tirar a roupa, ficando apenas com a lingerie preta que eu comprei pensando se ele gostaria. Trechos de uma breve conversa que tive com Gabbe há alguns dias invadiram minha cabeça sem pudor, querendo fazer com que eu a arrancasse em dó, pisando em mim apenas com palavras duras e que machucavam mais do que uma faca afiada entrando em minha pele.

- Isso não é nada bom Summer, você já ouviu falar em relacionamento abusivo? – Ele questionou.

- Relacionamento abusivo? É sério Gabbe? – Eu comecei a rir, mas vi que o loiro estava levando as coisas a sério. – Claro que já.

- Então você sabe que é isso que você está vivendo, não sabe? Summer Aleena Davis, esse cara virou sua vida de cabeça pra baixo, faz o que quer com você e isso não é nada saudável, muito menos bom. Mesmo com as suas cortadas e grosserias, o Brian sempre consegue o que quer no final, como se você fosse a porra de uma marionete dele, fazendo o que ele quer. Um relacionamento não deve ser assim, obrigando você a fazer as coisas, barrando você e até mesmo te chantageando, com essa história de contar a verdade pra todo mundo. Summy, sai dessa, isso é uma roubada. Eu estou tentando te avisar, porque eu amo você, você é minha melhor amiga e eu não sei o que faria se o Haner sugasse tudo o que você lutou para construir nesse tempo desde a morte de Nate. Por favor… Me escuta, pelo menos uma vez na sua vida.

Acho que agora, finalmente, eu entendia o que Gabbe esteve tentando me dizer esse tempo todo. E ele com toda certeza estava certo. Agora eu enxergava o quão mal Brian esteve me fazendo nesse curto tempo em que nos envolvíamos cada vez mais. Ele havia despertado um lado meu, um lado verdadeiramente mau, um lado que queria ser como ele para estar com ele, para ser dele, mas também havia despertado algo ruim, que me sugava e me machucava, algo que eu jamais havia sentido por ninguém. Ouvi a porta fechar e passos pesados ecoarem pela escada, olhei, esperando vê-lo antes de me virar, tive um vislumbre de seus coturnos antes de virar de costas para as escadas e ter a luz fraca me iluminando por completo. Meus pelos estavam todos eriçados, arrepiados de modo que qualquer um notaria, apenas por imaginar o que aconteceria dali em diante.

- Ora, ora… O que temos aqui? – Senti a malícia carregada em sua voz, aquilo me deu cada vez mais raiva por tudo. – Isso é um presente de Frank para mim?

- Não querido. É um presente de uma pessoa mais especial ainda.

Sabia que ele reconheceria minha voz em qualquer canto do mundo e, por isso, quando virei, encontrei a surpresa estampada em seu rosto cafajeste. Ele não piscava, apenas me encarava sob a luz fraca do depósito puído em que estávamos. Brian não acreditava na visão que estava tendo sobre a minha pessoa, imaginando-me daquele jeito, como eu sabia que ele havia feito muitas vezes, só que agora eu estava ali, em carne e osso. De frente para ele.

- Su-Summer? O que você faz aqui…? – Sibilou, não conseguindo esconder a verdadeira vontade dele.

- O que eu faço aqui? – Comecei a me aproximar de Brian. Contornei seu corpo e espalmei minhas mãos em seus ombros largos. – Você não imagina o que eu faço aqui? – Ele negou com a cabeça e o vi fechar os olhos, quando eu fiquei na ponta dos pés e beijei seu lóbulo. – Ah Haner, há tantas coisas que você não sabe sobre a minha pessoa…

- Eu disse para você não vir até aqui e…

- Shhhh… – Cortei-o. – Você sabe que eu fiz o certo, não sabe? Olha quem está aqui, por você. Do nosso modo torto e estranho, mas eu estou aqui. – Minhas mãos deslizaram por seus ombros e ele relaxou. – Ora Haner, está gostando do que está vendo aqui? – Passe para frente e o vi abrir as orbes marrons, que me encaravam com desejo e necessidade de me tocar. – Gosta ou não? Responda.

- Gosto…

- Eu espero que você goste muito mais do que eu vou te dar.

Eu sorri e o puxei para um beijo sedento, enquanto nossos corpos davam um jeito de se enroscar fervorosamente. Eu sentia que ele queria ir além daquilo que estávamos fazendo, assim como eu, porém era errado. Errado até demais. As imagens de alguns minutos mais cedo invadiram minha cabeça, assim como as palavras de Derek, que dizia sobre Brian não pertencer apenas a uma, mas a todas que ele encontrava. Eu sentia meu estômago revirar fortemente, eu sentia querer colocar tudo que eu havia comido até agora para fora, sua boca colada na minha, mas que poderia ter estado em outros lugares antes de chegar.

O empurrei e separei nossos lábios, enquanto eu o encarava com o ódio cantando em meus olhos, ele me olhava confuso com seus lábios vermelhos e inchados por conta do beijo. Eu dei meu melhor sorriso sarcástico e comecei a rir, deixando o moreno a minha frente sem entender nada.

- Do que você tá rindo, Summy? – Ouvi sua voz me chamar pelo apelido que era meu por direito e o estômago embrulhou novamente.

- De você. – Ele me olhou com uma cara estranha, tendo a confusão cortando seu rosto. – De você, seu monte de merda. Ou você acha que me teria assim, tão fácil?

- Você ficou maluca, garota?

- Eu? Talvez. – Cuspi as palavras, ele tentou se aproximar, me esquivei. – Você é um babaca de marca maior, sabia? Você não merece que eu perca meu tempo com você, uma pessoa tão baixa, que joga baixo, que faz com que nos submetemos a verdadeiras insanidades que nunca pensamos que faríamos algum dia em nossa vida. Você, Brian!

- Eu nunca disse… – Ele tentou falar, mas eu o cortei.

- Que jogaria limpo com você e blá blá blá. – Terminei a frase que eu tanto ouvi. – É, eu sei Haner. Mas não precisava ser dessa forma, sabia? Você não precisava ter mentido ou omitido alguma coisa de mim. Eu não estava nem ai se eu estava sendo usada por você ou qualquer merda do tipo, você sabia? Eu estava dando minhas prioridades a você, largando tudo para trás, apenas por você. Mas você, como um bom jogador baixo, me mostrou que isso não valia a pena. Oh, pois é. Gabbe e Maxine tentaram tanto me alertar, mas a cega aqui… Não quis saber de nada. Ignorou. – Eu comecei a rir, enquanto via Brian me encarar. Comecei a pegar as minhas roupas e me vestir. – Sabe, Haner… Não precisava ser assim, de verdade honey, mas fazer o quê, não é?

- Summer, o que te falaram? Do que você está falando? – Ele estava realmente confuso, mas eu não queria saber de nada, nem das falsas desculpas dele.

- NÃO ME FALARAM NADA, EU VI! – Gritei, fazendo com que o moreno se assustasse. – Eu vi, você rodeado por garotas, de todas as cores, jeitos e formas. Eu vi, com os meus próprios olhos. Por isso você não queria que eu viesse ao Devilish com você, por isso todas as mentiras que você me contava… Dois meses Brian, não que isso faça diferença, mas vamos combinar, é um longo tempo, não acha? Você deveria ter contado, eu poderia ter tentado relevar ou algo do tipo, mas não… Você preferiu ir pelo lado mais difícil. Mas tudo bem, eu não vou me preocupar nem um pouco, eu cansei!

- Summer, quem que te trouxe até aqui? – Brian estava começando a ficar irritado, eu podia ver em seus olhos, que me encaravam odiosos enquanto me trocava. – Me diz, quem foi que te trouxe aqui.

- Isso não é da sua conta, Haner. Eu não sou mais da sua conta. – Prontifiquei-me em dizer. – Agora, se me der licença querido, eu preciso ir. Não sou bem-vinda aqui, não é?

Um sorriso fraco, porém irônico, se formou em meu rosto e eu virei-me, seguindo para as escadas para ir embora de vez daquele lugar que só me trazia dor, assim como me rendeu noites maravilhosas ao lado do filho do pastor. Eu ouvia sua voz me chamando, pedindo para que eu o esperasse, mas não o fiz. Corri as escadas até chegar em seu topo e abrir a porta com violência, para ir embora. Por sorte, as pessoas estavam ocupadas demais para notar uma adolescente no fim de sua vida estudantil, chorando aos quatro cantos com a sua primeira decepção verdadeira. Não consegui fazer mais nada além de correr para longe do Devilish, eu queria distância daquele lugar, não conseguiria mais colocar os pés ali. Foi quando, por conta das lágrimas que embaçavam minha vista, eu esbarrei em alguém e caí sentada no chão. A pessoa me olhou.

- Ahn… Me perdoe senhor. Não foi por querer. – Falei e ele me estendeu a mão.

- Está tudo bem, menina? – Ele me analisava de forma estranha, estava supondo que iria me meter em encrencas. Ótimo. – Por que choras, criança?

- Não é nada. – Menti. – Estou bem, obrigada. Eu… Preciso ir. – Balancei a cabeça, em forma de agradecimento, mas senti a mão fria do homem prender meu braço. O olhei assustada e ele entendeu, soltou-me de imediato.

- Não precisa de nada? Eu posso lhe ajudar, sou dono daqui. – Ele ofereceu solidário.

- Estou bem, obrigada senhor… – Não custava nada agradecer ao senhor, certo?

- Karman. Frank Karman, ao seu dispor senhorita. – Ele fez uma breve reverência e eu sorri. – Vou deixar você ir, espero vê-la aqui mais vezes, será um prazer.

Apenas sorri, sabendo que não voltaria mais ali. Vi Brian sair do galpão onde estávamos e senti meu coração apertar, sai correndo em direção a saída definitiva do Devilish, buscando o carro dos pais de Gabbe, já que o moreno disse que estaria me esperando. E ele, como prometido, estava lá. Abri a porta do carro e enquanto chorava copiosamente, praticamente gritei:

- Vamos embora Gabbe, por favor!

 

♦ ♦ ♦

 

B R I A N

 

- Merda, merda, merda! – Discava os números furiosamente, enquanto via as pessoas irem embora do Devilish. “Este telefone encontra-se fora de área ou desligado. Tente mais tarde” – Filho de uma puta!

O pub já não estava mais tão cheio quanto mais cedo, afinal, já eram quase cinco da manhã. Eu precisava ir embora, mas estava tentando ligar fazia mais de uma hora para Summer, que não me atendia de jeito nenhum. O celular até um tempo chamou, mas depois, apenas o que eu ouvia era a voz irritante da mulher ao anunciar que o celular estava fora de área. Passei a mão nos cabelos nervosamente e quis gritar. Foi quando eu o vi, no bar, atendendo um grupo de garotas que se preparavam pra irem embora. Marchei decidido até ele, pude ver o sorriso presunçoso no rosto do infeliz, maldito barman que havia conseguido ganhar minha raiva desde o dia em que deu em cima de Summer.

- Derek. – O chamei e ele olhou de rabo de olho, continuou a secar alguns copos que tinha por ali. – Com quem a Summer veio pra cá?

- Com ninguém. Pelo menos, eu acho. Ela não entrou acompanhada. Estava sozinha e parou no instante que viu você com as garotas. – Ele deu de ombros. – Se ela veio com alguém, deixou ele esperando do lado de fora ou então deu um jeito de vir sozinha.

- Merda. – Balbuciei. Como aquela garota conseguia ser tão assim? E mesmo depois de tudo, eu me sinto mal, muito mal por sinal, mas eu não podia arriscar ela assim. Eu sou o mal para ela.

- Karman falou com ela. – Ele soltou sem mais nem menos. Meu olhar estava focado na mesa e questão de instantes, eu olhei para o barman, que estava parado me encarando, provavelmente pronto para ver minha reação.

- COMO É? – Eu praticamente gritei.

- Eu vi aqui do bar, ela saiu correndo de dentro da adega onde vocês estavam e esbarrou nele, provavelmente estava chorando. – Senti meu corpo arrepiar todo quando ele disse que ela estava chorando. – Ela caiu que nem uma bêbada no chão. – Estreitei o olhar pela forma que ele havia se referido a Summer. – Desculpe. Enfim, e ai ele começou a conversar com ela, dava pra ver que ela estava aflita para ir embora. Não foram mais que cinco minutos, mas ele falou com ela Haner.

- Onde está o Karman?

- A essa altura? – Derek olhou no relógio. – Deve estar em algum lugar com seus capangas. Você sabe que ele não fica aqui até mais tarde do que três da manhã. Deixe isso para lá, Brian. Não arrume inimigos sem necessidade. Você sabe do que Karman é capaz.

Apenas olhei para ele e sai andando, deixando o moreno para trás. No fundo, eu sabia que ele estava feliz com isso, afinal, ele também esteve interessado em Summer. Aquele babaca. Eu não deixaria Summer a mercê de Derek, mas nem fodendo, eu iria trazê-la de volta para mim, antes que fosse tarde demais. Precisava protegê-la antes que fosse tarde demais.

 

P A S T

 

- Você tem certeza disso, Brian? Não é arriscado? – Brent dizia encostado no batente da porta, enquanto eu arrumava as malas.

- Tenho, eu preciso fazer isso, ou então eu vou enlouquecer. – Eu respondi fechando a última mala que restava. – Eu queria refazer minha vida aqui, talvez nem voltar para aquele fim de mundo, mas eu preciso voltar. Não vou deixar papai fazer o que quiser, principalmente com McKenna, que é apenas uma garotinha. Eu preciso estar ao lado dela.

- Mas desse jeito? Brian você sabe que está errado isso. Eu não posso deixar você partir assim, sabendo que você pode se afundar nessa sua loucura.

- Brent, papai mandou eu vir para cá para eu “mudar”, não foi? Então. Eu estou mudado. Eu só preciso fazer algumas coisas e tudo vai ficar bem, eu prometo. – Olhei meu irmão mais velho e vi a preocupação em seu rosto. – Cara, eu vou ficar bem. Eu já estava metido em coisas assim aqui, você sabe disso…

- Eu sei, eu só… Tenho medo do que pode acontecer.

Vi Brent aproximar alguns passos e jogar seus braços ao redor do meu pescoço, na forma de um abraço apertado entre irmãos. Eu sabia da sua preocupação comigo, talvez fosse a mesma que eu tenho com ele, igual a que eu tive, há alguns anos, quando ele partiu de casa para mostrar ao Reverendo Haner quem é que mandava em sua vida. Senti a falta de meu irmão mais velho, e como senti, mas não pude fazer muita coisa, ainda mais quando tudo recaiu sobre a minha pessoa. Liguei desesperadamente por semanas a Brent, mas nunca tive retorno, apenas dois meses depois, já quando eu estava sendo doutrinado pela igreja e pelo modo assustador que meu pai se tornava ao colocar a fé em primeiro lugar.

 

P R E S E N T

 

Minha mente vagava pelas lembranças obscuras enquanto eu dirigia a minha cidade natal, cidade essa que já estava ficando pequena demais para mim e Summer. Eu precisava dar um jeito em tudo, seria questão de um curto tempo até tudo começar pra valer.

Karman falou com ela”, a voz de Derek me dando a notícia ecoava em meus ouvidos, travando uma dura batalha entre escutar aquilo e escutar o ronco do motor da moto em que eu guiava pela estrada. Aquilo não podia acontecer, não mesmo. Como eu faria agora, toda vez que aquele infeliz colocava o olho em alguma garota que ele gostava, ela se tornava seu alvo.

E Summer já era um alvo dele antes de Karman colocar seus olhos nela.

Ouvi o celular tocar e meu coração começou a martelar em meu peito, devia ser Summer. Parei no acostamento mais próximo, arrancando o capacete desesperado e tateando os bolsos da jaqueta, correndo para atender o celular antes que ele parasse.

- Summer? Summer, onde você tá?

- Ora Haner, desculpe se eu estraguei o seu momento, mas não é a Summer não… – A voz riu, fria como seu ser, cerrei meus punhos. – Onde você está?

- Na puta que pariu, seu imbecil. – Rosnei. – O que você fez?

- Eu? – Ele falou inocente. – Eu não fiz nada. Ainda! – Eu podia ver o sorriso do filho da puta bem na minha frente. – Vamos lá Haner, porque tanta preocupação com a garota? Ela não é um nada pra você, certo? Por que está assim?

- Se você encostar um dedo nela seu…

- Você fará o que? Nada, Haner. Nada. Esse é o seu destino, apenas aceite-o. Amanhã te quero no Devilish o mais cedo que você puder. – Ele exigiu. – E mais uma coisa… Não encha a minha vida de drama adolescente e relacionamentos abusivos, eu não tenho saco para nada disso.

A linha ficou muda assim que o homem finalizou o que havia dito, eu respirei fundo e gritei. Gritei o mais alto que podia, já que estava sozinho e isolado no meio da estrada. Mas não foi alguém que chamou minha atenção para que eu parasse, mas sim, algo que foi dito enquanto conversava com Frank.

Relacionamentos abusivos.

Ele se referia a mim e a Summer. O que era a mais pura verdade.

Respirei fundo e assimilei tudo o que havia acontecido nesses dois meses que passei ao lado de Summer. Desde quando eu a vi na sala do coral e finalmente sabia quem era Summer Davis. A filha do casal de amigos dos meus pais. Eu não sentia muita coisa no início, achei divertido até entrar nessa merda de disputa babaca, mas agora… Eu não via propósito nenhum além de benefícios que não seriam atribuídos nem a mim e nem a Summer. Agora eu via sobre o que ela tanto falava, sobre o que tanto ela tentava dizer sobre nós dois. Eu era um verdadeiro merda e não havia mais nada sobre o que eu poderia fazer para tentar mudar isso, não mais. E tudo isso, graças ao verdadeiro imbecil cego por poder que eu havia me tornado.

Soquei o guidão da moto diversas vezes, tentando fazer com que a raiva me abandonasse de forma imediata, mas não adiantou. Agora começaria a doer pra valer, de verdade. E eu só tinha que arcar com as minhas consequências, inclusive as que tinham se formado encaixando Summer em tudo isso.


Notas Finais


EU TO JOGADA NO CHÃO! Mais alguém pra compartilhar comigo esse sentimento? sdjkfnksndjksd
Gente, o que dizer, não é? Eu não to sabendo lidar. Como Brian e Sum são complicados!
OLHA O TIRO!

Bom meus amores, mais uma vez: Um feliz ano novo pra vocês e pra família de vocês e que seja uma ótima entrada de ano para todos nós ❤

Contatos: @axlrosxs: Twitter // Mariana Lapeloso: Facebook // Fanfics da PorraSullivan - https://goo.gl/IFodWk // Grupo de Devilish Angel no Whatsapp (é só clicar no link para vocês entrarem) - https://chat.whatsapp.com/6m3rIJcjDav11cOsZW0HlU

Espero vê-las em breve!
Um feliz ano novo pra vocês meus amores!
Até a próxima. ❤


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