História Devilish Angel - O Sonho

"Este lugar me parece familiar", pensou Matthew ao andar por um belo jardim, com uma fonte gigante e flores de cor púrpura. Ele estava deveras encantado com o jardim, o jeito que cada flor tinha um brilho único, especial e que aquela lua cheia era refletida nas águas cristalinas da fonte. Matthew não sabia onde estava, mas pôde avistar, não muito longe dali, uma garota, a qual lhe parecia ser um pouco familiar. Ele se aproximou, "Meu Deus", pensou quando a garota se virou para encará-lo, "Ela é linda como um anjo".

No mesmo instante, a menina pousou a mão sobre seu peito e ele conseguiu ver a mesma pena que Evelyn aparentemente tinha lhe dado de presente. Ele não entendeu o que ela quis dizer com isso, talvez fosse tímida, "ah, eu adoro as tímidas", pensou como o belo cachorro depravado que é. Até que então ela finalmente falou:

— Ela está vindo, Navillus. E está mais forte. Não se deixe enganar pelos mesmos olhos cor púrpura, a nossa aura é diferente.

E antes que Matthew pudesse perguntar algo, ela havia desaparecido sob aquela luz lunar. Mas haviam tantas perguntas... Quem seria a bela garota de cabelos prateados e olhos púrpura? Quem era Navillus? Quem estaria chegando? Matt encontrava-se inquieto com àquela figura feminina perturbadoramente linda. Sentou-se na fonte e tocou nas águas cristalinas ao dizer "será que estou ficando louco?". Então percebeu que começara a chover e não havia nada que pudesse mantê-lo seco, por isso deixou a chuva lavar seus pensamentos e, por um instante, quando fechou os olhos sentiu a água queimar. Abriu os olhos subitamente e não estava mais chovendo, ele não estava mais no Jardim.

Matthew encontrava-se em uma estufa, a qual tinha diversas flores, nenhuma púrpura, mas cada uma com um cheiro diferente das demais, um cheiro único para todas. Havia também uma fonte parecida com àquela que estava sentado a pouco tempo, mas a sua água era mais turva. Ele não entendia o que tinha acabado de acontecer, "seria a fonte um portal?", pensou, mas pensou por pouquíssimo tempo, visto que uma sombra apareceu em meio àquelas rosas e cheiros diferenciados, ele não conseguia ver nada além dos mesmos olhos púrpura, pensou então ser a menina de cabelos prateados, linda como um anjo e então falou:

— Não tenha medo de mim, eu não vou machuca-la, você foi embora e não me disse seu nome.

Os olhos continuavam a encara-lo sem dizer uma só palavra. O que o deixou instigado, ele queria tomar a menina em seus braços e tirar todos os seus medos. Ele sentia que já a conhecia, só não sabia de onde. Mas para a sua surpresa, a pessoa que saiu de lá não era a bela menina de cabelos prateados. Elas se pareciam muito, mas quem estava se escondendo era ruiva e sua presença não o acalmava, ela o inquietava. Quando ela saiu totalmente das sombras, Matthew conseguiu ver toda a sua beleza, seu corpo esculpido, cheio de curvas estava deixando-o louco. Ela se aproximava devagar, "deve ser tímida", pensou Matt maliciosamente, até que seus pensamentos foram cortados pela linda voz doce e quente que emanava daquele ser:

— Quem é você?

Matt sentiu seu corpo inteiro estremecer. Não conseguia deixar de olhar àquela boca rosada e o jeito como seu cabelo caía por cima de seus seios, enormes, diga-se de passagem. Ela também estava usando um colar, aparentemente era uma pena escarlate, mas ele não conseguia ver ou não queria, estava ocupado demais apreciando aquela beleza fora do normal que esqueceu de responder a radiante garota ruiva e ela tornou a repetir:

— Por favor, estou com medo, me diga quem é você...

"Tão inocente", ele pensou com um sorriso malicioso.

— Ah, desculpe, sou Matthew Sullivan, não queria assusta-la. - disse dando seu sorriso mais sacana.
— Você voltou? Voltou pra mim? - disse ela encurtando a distância entre os dois.
— Como assim voltei pra você? - perguntou Matt.
— Você não se lembra de mim? - disse a ruiva chorosa. Eu pensei que você se lembraria de mim. Você prometeu que voltaria e agora me esqueceu.
— Não, não é isso, eu com certeza lembraria de você se já tivesse a visto. - respondeu Matt tentando acalma-la.
— Quer dizer que você não se lembra de quando disse que queria fazer amor comigo? - disse ela subindo em seu colo e roçando em seu membro, que já estava duro o suficiente, fazendo-a soltar um gemido no ouvido de Matt.
— Não sei o seu nome, mas com certeza quero fazer você ser minha, agora. - disse Matthew apertando-a contra seu corpo.

A radiante ruiva tirou sua blusa, deixando a mostra aqueles fartos seios, os quais Matthew começou a chupar enquanto apertava as coxas dela. A excitante garota de olhos púrpura rebolava em seu colo, gemendo baixinho pedindo que Matt a desse prazer. Foi então que ela tirou a blusa dele e viu a pena branca que estava em seu pescoço, e não foi rápida o suficiente para afasta-la quando sentiu a pena roçar entre seus seios, por isso ela saiu de cima do colo de Matt, arfando de dor e se escondeu atrás das rosas. Matthew perguntava "o que aconteceu?", ele não entendia, nem teve tempo para entender, a bela ruiva não podia deixar que ele a visse transformada, já que a raiva tomou conta dela e desfez sua máscara, então ela teve que mudar o sonho dele. Era o único jeito de poder continuar a sua farsa da próxima vez. Então quando Matthew foi atrás dela naquelas rosas densas, o cheiro delas o entorpeceu e ele desmaiou, tempo suficiente para ela mudar o seu sonho e fugir com o pouco de força que lhe restava.

Matthew acorda sem saber o que aconteceu ou onde está. Mas ao olhar ao redor, lembra-se rapidamente da sua infância naquele local. "Isto só pode ser um pesadelo", pensou. Matt estava agitado, querendo saber por onde poderia sair dali ou como que poderia acordar, logicamente ele não estava revivendo seu passado de verdade, era só um pesadelo,  ou era nisso que ele queria acreditar, até que uma voz ecoou em sua cabeça: "eu disse que você não poderia fugir para sempre de mim".

Matthew correu, correu o mais longe que conseguiu, apesar de escutar os passos atrás de si, que eram tão pesados quanto a mão dele. Ele o odiava e vice-versa. Matt não queria lembrar do quão dificil fora a sua infância, mas era inevitável. Uma hora, mais cedo ou mais tarde, ele teria que encara-lo de novo. E dessa vez ele não fugiria como um covarde.

Depois de correr até suas pernas não aguentarem mais, ele viu a casa em que cresceu e que continha toda a sua história, pelo menos a parte que ele acha que conhece. Ele não queria entrar lá, mas algo o puxava para dentro. Subiu os primeiros batentes e sentiu uma presença estranha, abriu a porta e não tinha ninguém. Ele suspirou de alívio, mas pareceu errado entrar sem ser convidado, então quando Matt foi dar meia volta, pois não sabia se teria pulso para reviver tudo aquilo novamente, ele apareceu atrás de Matthew, o impedindo de sair e disse:

— Faltam poucos dias pra seu aniversário, devemos comemorar igual aos velhos tempos, filhão. O Despertar não vai demorar. - disse aquela figura enorme, gargalhando.

Matthew acordou suando frio, assustado. A primeira coisa que ele fez foi ligar para Evelyn, apesar de ser de madrugada, ele precisava muito dela.

— Já estou indo, Matt. - disse Evelyn, ainda sonolenta.

Quando Evelyn chegou, Matthew evitou contar a ela sobre seus sonhos com as meninas de olhos púrpura, apenas contou sobre seu pesadelo. Evelyn o abraçou no sofá e fez cafuné até que ele pegasse no sono, novamente. Envolvido no seu calor, cheiro e carinho, Matt sentiu-se protegido.

Inocente, Matthew, mal ele sabia que o seu passado era o menor dos seus problemas. O futuro para o qual ele estava caminhando seria prejudicial a todos, e esse futuro não vai tardar a chegar.