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História Dia de Pesca - Um dia é da pesca...


Escrita por: sebaekdreams e wonderbaek

Notas do Autor


Não sei direito como começar isso aqui, mas vamos lá: oi, eu sou a wonderbaek e agora faço parte do sebaek dreams (coisa que não acredito até agora).
Enfim, esse plot foi doado pela tinker-baek e espero que tenha conseguido desenvolver direitinho. Desculpa essa tentativa, talvez falha, de comédia, mas juro que fiz o possível.

A fanfic vai ser three-shot, todos os capítulos mais ou menos do tamanho desse aqui, pra ficar uma leitura mais fácil. Espero que vocês gostem.
Não vou me enrolar muito aqui, então, boa leitura!

Capítulo 1 - Um dia é da pesca...


DIA DE PESCA

— Capítulo 01: Um dia é da pesca...

 

Existe um dia na minha vida que eu chamo de ‘dia de pesca’.

Sabe aquele dia onde você não pode comer carne nenhuma que não seja carne de peixe? Então… É esse dia aí mesmo.

Eu sinceramente acho uma puta sacanagem com os peixes, porque enquanto o pessoal ‘tá preocupado em poupar as vacas, os porcos e os outros bichinhos que as pessoas costumam comer a carne, os peixes são os que mais sofrem com isso.

Não sei muito bem qual o motivo de não poder comer carne nesse dia, só faço isso porque como eu costumava morar com vovó, ela fazia isso e eu acabei mantendo esse costume. Acho que tem algo a ver com a Igreja, porque vovó é bem religiosa, mas eu mesmo nunca fui muito ligado nisso não.

E hoje era o dia de pesca, então como o bom pescador que eu sou, estava enfrentando as fortes ações climáticas daquele dia calorento como o Nordeste — eu nunca estive lá, mas li que é bem quente — e indo bravamente atrás do melhor peixe que eu pudesse encontrar na feira com meu fiel escudeiro fone de ouvido que tocava One Direction no último volume. Eu sei que talvez pareça um pouco de drama, porém não estava fácil sair de casa naquele dia tão quente.

Se bem que existem coisas bem mais quentes que o dia. Coisas tipo eu, por exemplo. Rsrsrs.

— Menino Sehun! — Senhora Kim cumprimentou-me animadamente assim que cheguei na barraquinha dela, me fazendo tirar um lado do fone para ouví-la melhor. — Vai querer o que hoje?

— Peixe — até porque peixe é a única coisa que tem aqui.

Sabe, a senhora Kim é uma velha engraçada, por dizer assim. Tem os cabelos branquinhos e as vezes eu acho que a pele dela ‘tá derretendo um pouquinho por causa das pelancas, mas não deixa de ser fofinha. O legal é que ela sabe o meu nome mesmo eu vindo na barraca dela só uma vez por ano, já que eu não sou muito ligado em peixe.

— Bom, meu marido acabou de chegar com o barco e tem uns peixes fresquinhos lá. Você pode ir e pegar os que mais agradarem. Aí me paga aqui, querido — ela apontou para um barquinho de pesca aportado no cais e eu fui lá, mesmo que com uma preguiça absurda.

Qual é, o dia estava quente pra caramba e eu estava comprando peixe. Isso sem contar que ainda teria que ir para casa e preparar o almoço, porque infelizmente não tenho uma empregada que faça isso para mim.

O barco, apesar de velho, parecia aguentar muito bem o tranco, porque o marido da senhora Kim estava tendo até que bastante trabalho com os peixes. E eu, querendo ficar livre daquilo de uma só vez, sem pudor nenhum fui pegando os peixes que mais me pareciam agradáveis e colocando numa sacolinha de pano que havia trazido.

Foi aí que vi o maior peixe que eu já tinha visto na minha vida inteirinha. A cauda azul estava presa num gancho enquanto o resto do corpo estava mergulhado na água. Dava para perceber que estava vivo porque se mexia levemente.

E é claro que vou levar esse peixe.

Veja só, eu não sou alguém muito consumista, de forma alguma. Porém, se levasse aquele peixe eu poderia fazer um prato bem topzero e chamar o Jongin e o Junmyeon hyung para irem lá em casa, e depois os faria lavarem a louça e arrumarem a casa. Seria muito bom para mim.

Senhor Kim me viu olhando para o peixe e sorriu estranho. Não sei dizer bem o porquê, mas fiquei com um pouco de medo daquele sorriso de velho maníaco.

— Ah, Sehun — ele deu um suspiro bem falso, acho que só pra dar um tchan de suspense — esse peixe aí foi o maior que pegamos, porém ele ‘tá machucado demais na cauda. Acho que ninguém vai querer comprar. Se quiser, te dou de graça.

Uma parte de mim diz que isso parece caô, mas outra parte — a parte dominante, só conseguiu prestar atenção na parte em que ele disse que eu podia levar de graça. Free, sem pagar nada, grátis até a última escama de peixe que tivesse ali.

— Claro que eu quero. Embrulha para mim.

Talvez não tenha sido uma ideia tão boa assim comprar essa porcaria de peixe, por alguns motivos óbvios que eu vou explicar aqui:

A) O peixe era grande ao ponto de eu ter que carregar no ombro;

B) Ele ficava batendo nas minhas costas o tempo todo, e;

C) O senhor Kim amarrou-o num saco grande demais e ele ficava escorregando muito, tanto que o deixei cair duas vezes antes de chegar em casa.

Abri a porta segurando o peixe talvez tenha sido o maior desafio que já encontrei na minha vida — depois é claro de ter que aprender a cozinhar. Então, quando eu finalmente entrei na cozinha, a primeira coisa que fiz foi soltar o saco de qualquer jeito no chão e colocar o meu celular na bancada.

Peguei uma faca e cortei as cordas que prendiam o meu peixe sem dó nem piedade, louco para poder fatiar aquele bichão e colocá-lo na panela.

Pode ser que o que eu vá falar aqui acabe chocando muita gente, mas não posso esconder: o meu peixe tinha virado gente. E eu sei que isso parece louco, porque é bem louco mesmo, mas Oh Sehun não mente sobre coisas graves, principalmente sobre o fato do meu peixe ser um estranho que está pelado na minha cozinha dentro de um saco de pano.

Não me orgulho de ter gritado como uma garotinha, corrido para a sala e trancado a porta da cozinha, com medo das possíveis barbaridades que aquele estranho poderia fazer comigo.

E só existiam duas possibilidades lógicas para aquele fato: Ou alguém tinha comido o meu peixe e entrado no saco, ou o peixe tinha virado gente e não percebi. Eu realmente espero que a primeira opção seja a verdadeira!

Eu já li muitas histórias de ladrões e estupradores que encontram jeitos mirabolantes de entrarem na sua casa para fazerem coisas ruins, mas esse era realmente inédito, e se conseguisse sair daquela enrascada, eu daria uma entrevista para algum jornal local e ficaria famoso por isso.

Com cuidado, me aproximei da porta, ouvindo barulho de panelas caindo dentro da cozinha. Empunhei a faca em posição de defesa e abri uma fresta da porta, espiando para ver o que ele fazia lá dentro.

Meu peixe barra humano estava se erguendo apoiado na pia, com as pernas completamente moles no chão. Ele abriu a torneira e assim que a água entrou em contato com sua pele, as suas pernas sumiram. Não literalmente sumiram, mas aos poucos foram sendo cobertas de escamas azuis até que eu estivesse vendo aquela cauda azul novamente, então ele deslizou pelo chão de madeira e caiu deitado de bruços novamente.

Eu fiquei até com dó, por isso abri a porta e, comovido, caminhei até onde ele estava jogado e me abaixei. Fiquei com receio de tocá-lo, mas talvez ele tivesse quebrado o nariz ou até mesmo um dente, porque seu rosto estava completamente grudado no chão.

— Cara, ‘cê ‘tá legal? — fiz menção de tocar seus cabelos, mas mesmo sem ver, o menino-peixe sentiu a aproximação e deu um tapa bem dolorido na minha mão que não segurava a faca.

— Eu pareço legal por acaso, idiota? — ele grunhiu e sua voz saiu bem abafada por estar, literalmente, de cara com o chão. — Você é um idiota.

— Ah, eu? O que eu fiz ‘pra você, hein? — me sentei emburrado e cruzei os braços. Eu posso dizer que o salvei, né? Quer dizer, pouco tempo atrás ele estava preso com metade do corpo dentro da água e a outra metade sendo perfurada por um guincho enferrujado.

O projeto de Sharkboy apoiou os dois braços no chão e ergueu o rosto, apenas para me dirigir um olhar mortal — que eu achei bem fofinho, na verdade. Caramba! Ele era tão bonito. Eu não sei se as pessoas (?) que moram debaixo do mar são bonitas assim, mas essa era.

Ele tinha os cabelos loirinhos que cobriam sua testa, e os olhos pequenos e caídinhos, tipo olho de peixe mesmo, além de um nariz gordinho e uma boca muito bem desenhada – não que eu tenha reparado nisso. A pele era bem branquinha, e eu pensei que a água do mar deveria ser bem boa para acne, talvez.

— Você me deixou cair duas vezes, me carregou igual um saco de batatas e ainda me jogou de qualquer jeito aqui nessa porcaria. Sua cozinha cheira a gente velha. — Okay! ignore sua beleza, Sehun. Ele acabou de falar mal da sua amada casa, você não pode deixar isso barato.

— Você cheira a bacalhau e mesmo assim eu não estou reclamando. — bufei e me levantei para pegar a sacolinha pequena de peixes e os jogando na pia, abrindo a água para lavá-los e ignorando que no chão da minha cozinha tinha um cara, metade gente, metade peixe.

E eu continuei lá, molhando os peixes sem realmente fazer algo com eles enquanto me esforçava para ignorar o projeto de sereia que estava no meu chão. Pensando bem, era uma situação bastante estranha, a começar pelo fato de que o estranho, era sim um peixe, e que se eu, Sehun, cortasse aqueles peixes da pia seria um tipo de assassino, mesmo que os peixes já estivessem mortos.

E foi uma surpresa daquelas quando me virei e encontrei o menino peixe sem a parte peixe, sentado no chão com as costas apoiadas na perna da mesa. E claro, uma vergonha também, porque ele ‘tava todo peladão, bem da forma como veio ao mundo — Ou não, eu não sabia como sereias vinham ao mundo.

— Eu... Hm.. Vou buscar uma bermuda pra você, tá ok? — e saí, porque sou um manézão que morre de vergonha de ver os bilaus alheios.

Escavei uma cueca limpa e uma bermuda no mar de roupas sujas que estava em cima da cama desocupada no meu quarto e dei pro peixe-boy lá na cozinha, e não me espantando nem um pouco, ele continuava do mesmo jeito que eu havia deixado, sem nem olhar para outro canto que não fossem os peixes dentro da pia.

— Você ‘tá com fome? Eu posso fazer esses peixes com alface e molho, mas se bem que seria muito estranho você comer peixe, porque bom, tecnicamente você é um peixe, então isso é tipo canibalismo, ou... — parei de divagar ao ouvir um fungar alto, vendo que o moço barra peixe estava chorando.

Sabe, eu nunca fui uma pessoa insensível. Não gosto de ver ninguém chorando, de jeito nenhum, porque acabo chorando junto e nunca sei o que fazer a respeito. Então minha primeira ação foi me abaixar e abraçar o intruso na minha casa com força, levando uma das minhas mãos aos seus fios loiros e fazendo um cafunézinho ali.

— Ei, sereia, não chora — murmurei sem saber direito o que fazer. Qual é, eu nunca tive uma sereia chorando no chão da minha casa antes.

— Tritão. — ele me corrigiu baixinho em meio uma fungada e outra.

— O quê?

— Não sou sereia. Sou tritão. É o masculino da sereia, sabe? — bom, eu não sabia, mas era um fato interessante que eu achei que todas as pessoas deveriam saber. Sabe, só para a o caso de irem comprar peixe e acabarem comprando um tritão, tipo como aconteceu comigo.

— Ah, sim. Mas por que você ‘tá chorando, cara? A vida é bonita, quer dizer, eles dizem isso — e aí eu lembrei que ele ‘tava machucado, porque antes tinha um guincho enferrujado bem na cauda dele, e que agora, os pés dele também estavam machucados, e isso deveria estar doendo bastante. — Você ‘tá chorando por causa do seu machucado? Sabe, você pode vestir uma roupa e aí eu te levo ao médico, porque aquilo ‘tava enferrujado e existe uma doença muito ruim que você pega da ferrugem, tétano, eu acho, mas tudo bem...

— Não é por isso, quer dizer, isso também, mas você vai comer os peixes, sabe? E isso é tão terrível — por mais que a cena fosse de doer o coração, porque aquele tritão era uma coisinha muito fofa barra bonitinha, eu não gostei de ele ficar me cortando o tempo inteiro. Era uma falta de educação muito grande, mas vou ignorar isso só porque ele está passando por um momento difícil.

Desfiz o abraço e me sentei ao lado dele, colocando a cabeça do menino peixe no meu ombro e fazendo carinho.

— É triste se você olhar por esse lado, mas é a ordem natural das coisas, sabe? Hoje é o dia do peixe, então um monte de gente ‘tá comendo peixe hoje só porque não pode comer carne de vaca e essas coisas. E os humanos comem peixe mesmo, mas é porque a gente meio que precisa, sabe?

— Não.

— Bom, não que a gente realmente precise porque tem gente que não come carne nenhuma, e tem o pessoal que não come nada derivado de animais, mas isso é uma situação diferente. Você entendeu?

— Também não.

— Você é meio lerdo, né? Mas enfim, vou dar um exemplo real. Eu como peixes, mas vocês, sereias...

— Tritão — eu já falei que odeio quando ele me interrompe?

— Tá, que seja, vocês comem plantinhas, não me interrompa — acrescentei antes que ele quisesse me falar o que eles comem —, ou seja lá o que vocês comem. Imagine se essa plantinha na verdade se tornasse, sei lá, meio humano, meio plantinha, tipo você. Ela também ficaria triste por te ver comendo outras plantinhas, mas é a ordem natural das coisas. Questão de sobrevivência, entende?

— Sim. — bom, pelo ao menos uma coisa eu consegui fazer com que ele entendesse.

— Vou fazer um lanche para você, que não envolva peixes, e enquanto isso você veste roupas, tudo bem? Aí depois eu posso cuidar do seu machucado e então te colocar dentro da minha caixa d´água.

— Por que eu iria querer ficar na sua caixa d’água? Aliás, o que é uma caixa d’água? — ele parecia bastante confuso, e eu posso dizer que caramba!, era tão fofinho quando ele fazia aquela cara de confusão.

— Eu assisti Aquamarine, ‘tá legal? Aliás, você conhece a Aquamarine? Ela é linda né? Talvez ela seja sua parente, não sei. Então no caso você seria o Aquamarino ou o Aquamarine? Eu não sei se vocês têm distinção de nomes.

— Eu sou o Baekhyun, e eu não conheço nenhuma Aquamarine, não sei nem o que é isso. E você não me explicou o que é isso que você quer me colocar — não vou mentir, fiquei muito decepcionado quando ele disse que não conhecia a Aquamarine. Na realidade, no fundo, no fundo, eu tinha esperanças de que ela fosse real para poder namorá-la um dia.

— Bom, caixa d’água é uma caixa quadrada ou redonda cheia de água que traz água até as torneiras, os chuveiros, as privadas e coisas assim. Você pode dormir lá, se quiser. Não se preocupe, você não vai entrar pelo cano e acabar saindo na torneira da cozinha, essas coisas só acontecem em desenhos animados. Você é grande demais para caber no cano. — tentei tranquilizá-lo ao ver sua expressão emburrada.

— Não quero dormir lá, quero ir embora — procurei não ficar muito chateado com a frieza de Baekhyun, mas doeu um pouco no meu coraçãozinho de garoto bonito. Quer dizer, eu o acolhi, ofereci para fazê-lo um lanche e mesmo assim ele queria ir embora.

— Hãn... Tudo bem então, eu posso te levar à praia e aí você entra no mar e some, né? Bom, eu posso fazer isso — me levantei meio abruptamente, não me importando de Baekhyun estava com a cabeça apoiada no meu ombro e esperei que ele fizesse o mesmo para que fôssemos logo. Já que era para ir, que ele fosse de uma vez.

Mas quando Baekhyun não conseguiu se manter de pé por causa do seu machucado eu percebi que não seria naquele momento que ele iria embora.


Notas Finais


Muitíssimo obrigada a Anne @twomoons, que betou a fanfic pra mim e foi um amor de pessoa, e a Maria @missbubbletea que fez essa capa maravilhosa (eu já estava levemente desesperada kkk)

Espero que tenham gostado e me desculpem qualquer errinho ou coisa do tipo.
Obrigada a todos que leram até aqui e até o próximo capítulo ♡

https://www.spiritfanfiction.com/perfil/wonderbaek
https://twitter.com/mochibyunny vamos papear lá pelo twitter


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