História Diabolik Zombies - Voo Confuso

Reiji:

Mesmo contrariado acabei aceitando a ideia de Ayato e Shuu, tudo já estava devidamente arrumado, como ninguém iria dormir embaixo decidimos que não iríamos colocar velas pois seria um desperdício, apenas colocamos uma em cada quarto no canto mais afastado possível, aqui possui uma caixa d’água então conseguimos tomar banho.

Shuu já tomou o banho dele e eu estou saindo do meu me secando com a toalha, ao sair vi Shuu deitado na cama com a mesma expressão relaxada de sempre da época que ele era um bicho preguiça –se é que ele ainda não é-, ao observar seu físico –porque ele está só de bermuda- fiquei um pouco corado.

-Se está pensando em fazer algo saiba que não estou interessado em você. – Ele diz abrindo os olhos e me olhando fixamente.

Acabei ficando mais corado ainda, como eu odeio esse moleque! Minha vontade é de dar uns gritos na sua orelha para ele para que ele se enxergue e pare de falar essas coisas, mas essa maldita situação não me permite berrar.

Que ódio ele consegue me tirar do sério com apenas uma frase!

-Se VOCÊ tentar algo, eu te mato. – Ameaço.

Vou até janela olhando por uma pequena fresta, arregalo os olhos e minha boca se forma um grande ‘o’, têm vários deles lá fora vagando lentamente de uma forma estranha e agonizante, os grunhidos deles conseguem enlouquecer qualquer um, minha respiração começa a ficar acelerada até demais.

Sinto alguém chegando por trás de mim e tampando meus olhos e a minha boca, logo em seguida caí encima de algo fofo e algo humano, me debato tentando sair dessa situação.

-Calma Reiji. – A voz de Shuu diz.

Continuo a me debater.

-Me solta! – Depois de muito tentar falar isso, as vezes nem conseguindo porque ele está tampando a minha boca.

Paro de me debater e acalmo a respiração, desse jeito Shuu me solta e eu o olho com raiva, minha vontade é de socar a cara dele, chutá-lo, esfaqueá-lo, como se ele fosse o culpado de toda essa merda estar acontecendo, era para tudo estar perfeito para mim, era para eu ter conseguido convencer aquele cara a vender a empresa, era para eu ficar mais rico do que já sou, era para eu estar sendo reconhecido e promovido, mas olha só onde estou num quarto sem poder sequer falar em alto e bom som.

Sinto meu rosto ficar molhado, essa situação está me matando, é melhor acabar com tudo logo. Nesse mundo o destino é a morte, ou você morre sendo devorado por essas coisas, ou você enlouquece, qual é o sentido?

-A culpa disso tudo é sua. – Choramingo baixo esfregando minhas lágrimas.

Shuu faz uma coisa inesperada, uma coisa que eu nunca pensei que faria na vida: ele me abraçou forte e apoiou minha cabeça em seu ombro, eu queria resistir, eu queria dar um soco nele por causa disso, mas não consegui, o calor de seu abraço por algum motivo me acalmou é como se eu não tivesse que enfrentar tudo isso sozinho.

-Eu não quero que você me veja desse jeito. – Falo me referindo ao choro.

Ele se afasta de mim e levanta da cama indo até a vela e apagando, fiquei de joelhos na cama enquanto isso observando o breu que se formou assim que a vela se apagou, senti um peso na cama deduzindo que era Shuu dessa vez foi eu que me joguei encima dele abraçando-o e colocando a cabeça no seu ombro dando uma cabeçada no nariz dele sem querer procurando seu ombro para colocar a cabeça.

O abraço de Shuu acabou me acalmando de maneira absurda, foi como se o mundo não estivesse acabando, é como se tudo estivesse certo por um pequeno tempo, como se eu nunca o odiasse também, senti como se eu não estivesse sozinho...

-Parece que a ficha só caiu agora para você. – Shuu comenta num sussurro, só para que eu consiga ouvi-lo.

-Como assim? – Pergunto.

-Você está com o mesmo olhar que Ayato e Subaru ficaram, um dia eu acordei e vi Subaru com um olhar desesperado e apavorado com sangue na roupa, Ayato estava na mesma situação e foi assim que eu descobri essa merda toda. – Shuu conta.

Ao ouvi-lo acabei me distraindo um pouco e ficando um pouco mais calmo, é bom ter uma conversa que preste com alguém que fale de uma maneira que eu entenda num tom de voz calmo e não num tom desesperado ou sombrio.

-Agora é você que está com esse olhar...

Shuu:

Eu estava falando com Reiji quando senti ele relaxar em meus braços, antes ele estava todo tenso, com medo e prestes a surtar, com uma simples conversa falando de coisas aleatórias ele acabou relaxando e acho que acabou de dormir.

-Está acordado, Reiji? – Pergunto, esse idiota me deixou falando sozinho. – Se estiver fingindo eu te jogo no chão, seu quatro-olhos. – Ok, se eu xingar ele e ele estiver fingindo que está dormindo com certeza ele para de fingir. – Bom, parece que dormiu... Apesar de você estar com um olhar apavorado e desesperado, não se preocupe... Eu não vou deixar que você morra nem que se transforme nessas coisas...

=;=Em outro lugar=;= Três dias atrás=;=

???:

Eu estava no meu carro com meu irmão mais novo andando pelas ruas de Londres, meu destino? Las Vegas, meu irmão cuida das empresas de culinária da minha família –principalmente da área de confeitaria-, acabamos comprando ações milionárias que nos darão ainda mais riqueza, aquele cara nos deu grande gratificação por isso.

Quando ele perguntou qual seria nosso prêmio de gratificação meu irmão tolo queria que fosse um bolo gigante e pudim, mas eu dei uma ideia melhor... Las Vegas! Apesar de ter 17 e já ser formado na escola, cuidar das empresas, ser praticamente livre, eu nunca consegui ir lá apesar de ser meu sonho, quando eu me formei a primeira coisa que aquele cara fez foi jogar uma porrada de responsabilidade em cima de mim.

-Nee Raito... Se Las Vegas não tiver pudim, eu vou te esfaquear... – Meu irmão me ameaça.

Revirei meus olhos já acostumado com essas ameaças dele.

-Eu sei, Kanato, mas te garanto que arrumo pudim até mesmo para você passar no cabelo.

Olhei pela janela apoiando minha cabeça em minha mão, o carro estava parado no semáforo então pude perceber as pessoas andando livremente por aí, algumas rindo, outras sérias, outras sorrindo sozinhas na rua, para mim não faria diferença se todas elas estivessem mortas.

Finalmente chegamos no aeroporto, descemos no carro, fizemos as coisas necessárias e embarcamos no avião, quando o avião já estava no ar ouvimos uma confusão gigante 1 bloco atrás de nós, não me importei, pois imaginei que as aeromoças iriam controlar a situação e qualquer coisa a porta de um bloco para outro estaria trancado mesmo.

Algumas horas se passaram e a confusão que era apenas um agitamento virou uma gritaria e logo depois conseguimos ouvir tiros (?), os passageiros estavam começando a achar que seria melhor se fossemos ver o que estava acontecendo no outro bloco.

O avião pousou e com isso todas as portas se abriram juntas –coisa que geralmente não acontece-, assim que a porta do outro bloco se abriu um monte de gente louca saiu de lá e começaram a morder as pessoas normais, uma gritaria se formou e o empurra empurra começou, Kanato acabou se assustando com isso.

Não sabia o que estava acontecendo só achei melhor sair dali o mais rápido possível e achei melhor não deixar ninguém me morder porque percebi que as pessoas que eram mordidas ficavam loucas, peguei Kanato pelo braço e saí correndo do avião, assim que cheguei na pista de decolagem alguns aviões estavam explodidos, algumas pessoas loucas corriam outras pessoas normais também corriam; uma gritaria dos infernos.

-Que merda está acontecendo?? – Kanato perguntou com medo se escondendo atrás de seu urso Teddy.