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História Diálogos sobre Rose - Looping


Escrita por: 0dd98

Notas do Autor


Estou tentando escrever historinhas mais tristes ou coisas do tipo, é bem curtinho e simples. Espero que gostem. sz

Capítulo 1 - Looping


 

- ROSE!!!-

 O grito do idoso despertou todos da casa, era mais uma vez que aquilo acontecia. O homem mais velho sentou na cama, verificou se tinha alguém ao seu lado da cama e estava vazio. Passos correndo no corredor ecoavam pela casa inteira, até o rosto do dono do barulho aparecer na fresta da porta com o semblante cansado.

- Papai... 

 Se pronunciou arrumando o cabelo grisalho para trás, tinha uma barba mal feita e profundas olheiras.

- Juninho, cadê a sua mãe?

 O homem que estava na porta a abriu mais para lhe dar passagem para entrar no quarto. Umedeceu os lábios e sentou ao lado do idoso.

- Sou o Mike, papai. Juninho foi buscar um copo d'água para o Senhor.

- Hum?! - o idoso parecia confuso - Desde quando envelheceu tão rápido, meu filho?

- Quem sabe você não dormiu demais, não é mesmo velho? 

 Junior trazia consigo um copo cheio d'água e algumas pílulas na mão, seu sorriso era aberto e tentava descontrair toda a tensão que queria se concentrar no cômodo.

- Certo... Cadê a mãe de vocês? 

 O idoso insistia querendo se levantar para procurar Rose, os filhos logo o acolheram com medo de que o mais velho caísse no chão ou sofresse qualquer outro acidente inesperado até então. Mike se ajeitou na cama abraçando seu pai de lado.

- Ela foi para a missa. Sabe como a mamãe é. 

- Rose jamais iria deixar de me avisar.

- Mamãe disse que você parecia um anjo enquanto dormia, então decidiu não te acordar. - Junior colocou o copo sobre a escrivaninha indo ao encontro do pai - E me disse para te dar um abraço e te dizer que ela te ama muito.

- Rose é tão doce. A qual sorte que a tenho, não é mesmo?

 O filho mais velho sentou no outro lado do pai apoiando as mãos no colchão, olhou para o relógio que marcava 3:15 da madrugada, rapidamente mudou o horário para 8:15 sem que o mais velho notasse. Mike levantou para acender o outro abajur e voltou para acolher os cabelos brancos de Alfred.

- Todos nós temos a sorte de tê-la.

- Sabe, quando éramos mais novos... ah tempo bom, mas hoje em dia ter uma família com ela é mais gratificante do que as aventuras que sofríamos.

- Ela nunca disse que fazia travessuras! - Junior falou fingindo um espanto -

- Não fale para ela que estou contando para vocês. Mas teve uma vez que ela enganou a minha sogra para poder viajar para o litoral comigo! Ela vestia um vestido longo de cor clara, parecia uma princesa. Os cabelos ondulados caiam suaves, assim, pelas costas toda.

Fazia movimentos com a mão para demonstrar o caimento dos cabelos da querida amada, os olhos azuis de Alfred estavam brilhando com a recordação. 

- Mamãe era muito bela? - Junior perguntou curioso -

- DEMAIS! - o idoso exaltou se arrumando na cama, colocando cada mão no ombro de seus diferentes filhos - Era e é a mulher mais linda da cidade, todo mundo parava para poder aproveitar um pouco da beleza que ela proporcionava. Não é normal uma mulher como ela querer um pobre homem como eu, mas soube conquistar aquele coração tão precioso.

Mamãe era maravilhosa - Mike sussurrou para que seu pai não escutasse -

- Essa mulher é um vicio para mim, não conseguiria viver sem ela. - Alfred olhou para o teto pensando em uma possibilidade disso acontecer - Não pensarei sobre isso mas a mãe de vocês é muito para esse mundo.

- Concordo. - Junior sorriu acariciando as costas do pai - Completamente.

- Sabe, diria que Rose é como um oceano; quanto mais mergulhava nela, mais queria saber sobre seus mistérios, paixões e sempre tinha algo para descobrir, as maravilhas de Rose. A mãe de vocês é o mistério que me instiga a descobrir todo o terreno que estou me enfiando, mas agora como sou velho só quero cuidar das belezas que ela tem.

- O que você descobriu da mamãe? - Mike perguntou -

- Diria que descobri pouco de suas qualidades, mas não por serem poucas mas por serem muitas e querer saber o que mais ela podia me oferecer. Amável, bondosa, companheira, atenciosa, inteligente, linda e bem humorada, parecia que ela era um poço de qualidade, ela é o resumo das coisas boas. E o defeito é que ela não serve para estar aqui, se eu fosse Jesus Cristo tomaria ela de mim para fazer um de teus anjos.

- Você a ama muito? 

Junior levantou enquanto perguntava, pegou o copo d'água e deu à seu pai que logo recusou.

- Amar? Não. Isso é muito pouco para descrever o que sinto pela querida Rose.

- Querida ser assim com a minha esposa- AUCH!

 Mike deu uma cotovelada em seu irmão mais velho fazendo cara de poucos amigos.

- Que isso, meu filho?! Como pode se casar com uma mulher que ao menos à ama? Não foi assim que te eduquei.

- Ele está apenas brincando, papai.

 Mike falou mesmo sabendo que seu irmão estava entrando em divorcio, porém não queria entrar em detalhes, não com o seu pai doente.

- Ufa, ainda bem. - o idoso passou a mão sobre a testa, parou seu olhar sobre as pilulas - É para Rose? - apontou -

- Não, papai.

 Junior pegou as pilulas entre a mão e serviu para o pai novamente com o copo, que foi recusado novamente.

- Pensei que era, sua mãe anda com muita dor de cabeça.

 O silêncio tomou todo o cômodo, as mãos de ambos irmãos estavam soando com a tensão, pois Rose tinha falecido com um tumor no cérebro. Mike segurava com todas as suas forças para não chorar, fungava baixo para que seu pai não notasse sua tristeza. Junior tinha em sua face a amargura de não poder fazer nada.

- Papai, quero te dizer algo... - Junior se pronunciou depois de minutos - Acho que você não poderá ser mais mergulhador.

- Estou muito velho para nadar, não é mesmo? - o idoso suspirou cabisbaixo - Vou dormir, me acordem quando a mãe de vocês chegar.

 Junior deixou o copo e as pílulas sobre o criado mudo ao lado do relógio. Alfred pegou o lençol sobre os dedos e puxou para o corpo, cobrindo até o pescoço esperando o barulho da porta com os olhos fechados; Alfred sabia e entendia o por que dos filhos que eram tão extravagantes estarem tão diferentes, Alfred tem alzheimer mas sabe que 8:15 o dia já está claro e Rose tinha costume de dormir com a janela aberta, e esta no momento estava fechada.

 Alfred colocou seus pés para fora da cama e levantou calmamente até o abajur para acender. Voltou para olhar o criado mudo, apertou o botão de configuração e colocou 3 horas, pegou as pilulas colocando na língua tomando um enorme gole de água, empurrando vários remédios para sua garganta. Deixou o abajur ligado e deitou novamente, em um ponto na qual ele olhava tinha uma mensagem:

" UM FIM DE MAR COLORE OS HORIZONTES"

- Não existe mergulhador sem um belo oceano com maravilhas.

 Uma lágrima pesada e carregada de tristeza descia pela pele enrugada de Alfred.

- Sempre te amarei, querida Rose.

Após a frase do idoso seus olhos pesaram e o remédio forte o apagou, fazendo-o adormecer.

 

(...)

Na madrugada seguinte.

 

- ROSE!!



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