não adiantou. eu pensei que pudesse evitar, mas estava errado; eu pensei que se chorasse, esperneasse, ele pararia, teria pena de mim; eu pensei que se gritasse, alguém viria ao meu socorro; eu pensei que ele se ouvisse mais vezes os meus “nãos”, ele se tocaria; eu pensei que ele não me mandaria colocá-lo dentro da boca, e eu pensei que ele não se enfiaria dentro de mim, afinal, eu só tenho dez anos. eu desejei que ele saísse, desejei que o homem-aranha entrasse naquele porão cheio de baratinhas e batesse nele até que me soltasse, desejei ser forte o bastante, mas não deu certo desejar ou pensar. e, quando ele finalmente saiu, eu pensei que tudo ‘tivesse acabado.
porém, quando ele sacou aquela tesoura e aquela faca, eu percebi que eu sempre estive errado.
cadê a mamãe?
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