História Diamonds | MITW - Nine

          Ponto de vista de Pactw
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As aulas passaram rapidamente e logo era hora de ir embora, bem, eu não, iria embora pois teria que bancar de professor para Mikhael Linnyker por uma hora. Senti meu celular vibrar e notei uma mensagem da minha mãe.

"Filho, eu não tive tempo pra preparar seu almoço, almoce fora com o dinheiro que sobrou, quando eu chegar em casa preparo alguma coisa para jantarmos"

Ótimo, meu dia de sorte, além de aguentar Mike por uma hora a mais eu não tenho almoço em casa.

- Boa sorte hoje, Pac. - Sayuri disse batendo levemente no meu ombro e me tirando dos pensamentos negativos.

- Precisarei. - Admiti e ela riu

- Tente não dormir naquele idiota novamente. - Sayuri falou e eu revirei os olhos

- Pode deixar. - Falei e me despedi de Cellbit, me aproximei de Maria e ela desviou o olhar do meu rosto. - Até amanhã, Maria.

Beijei sua bochecha, ela grunhiu e envolveu os braços envolta de mim, me abraçando forte. Ela colocou a testa sobre meu ombro eu suspirei.

- Ai meu deus! - Sayuri sussurrou e riu baixo

- Se controle, Sayuri. - Cellbit disse beslicando-a

Voltei minha atenção para o abraço e me afastei depois de um tempo.

- Por favor, lembre do que eu disse na sexta. - Ela disse

- Lembrarei. - Falei baixo e ela assentiu

Terminei de me despedir dos meus amigos e caminhei até a sala de música, a única que ficava vazia na parte da tarde. Entrei na sala e deixei minha mochila em uma das mesas, alguns minutos depois eu ouvi a porta se abrir.

- Está atrasado. - Falei olhando para a hora no meu celular.

- Certo, certo. Vamos começar logo isso... - Mike disse e sentou-se ao meu lado.

- O que você quer ver primeiro? - Perguntei, ele analisou os cadernos encima da mesa

- Talvez ciências. - Ele falou e eu assenti tirando o material de ciências da minha mochila.

A matéria era sobre anatomia humana. Abri o livro na página setenta e três e comecei a ler a página, passei alguns exercícios das páginas seguintes para Mike fazer, enquanto ele os fazia eu rodava meu anel prateado para me entreter. Depois de alguns minutos, o silêncio reinou no local.

- Por que está me ajudando? - Ele perguntou observando o caderno

- Por que eu não estaria? - Rebati com outra pergunta

- É óbvio, você me odeia. - Ele falou respondendo a questão seis

- Eu não te odeio no sentido literal, você é so babaca demais mas isso não faz com que eu queira que você se ferre no final do ano. - Eu disse e comecei a observar a decoração da sala

- Uh, que palavriado feio. - Ele disse e riu baixo - Você não xinga?

- Não, isso é coisa de garota vagabundo. - Falei e ele largou o lápis terminado os exercícios.

- Interessante, o que você acha sobre garotas que xingam? - Ele perguntou

- Muito vulgar. - Respondi e ele soltou uma risada nasal. - Volte a fazer seus exercícios, quieto estava bem melhor.

- Sim, santinho.

•••

Passaram-se uma hora e pouco desde comecei a ajudar Mike com os exercícios de ciências, assim que meu alarme soou eu me levantei e peguei minha mochila.

- Eu quero esses exercícios prontos amanhã depois da aula, eu sei que você ficou enrolando. - Falei e ele levantou o olhar pra mim

- Já está na hora? Não percebi... - Ele falou e fechou o caderno, guardando o resto do material na mochila.

- A gente se vê amanhã. - Eu disse e ele se levantou colocando a mochila nas costas

- Não tão rápido, vamos comer algo. - Ele falou e abriu a porta, pisquei rápido não entendendo muito bem o que ele havia dito, Mike me chamou para almoçar com ele?

- O-oque? - Gaguejei

- Vou te levar pra comer alguma coisa. - Ele pegou meu pulso e tratou de me puxar pra fora da sala.

- E-espera, eu-

- Não questione quando eu te chamar para sair - Ele disse me guiando pelo corredor principal do Colégio.

Foi o suficiente para me calar, Mike me chamou pra sair, não, isso não pode estar acontecendo. Nós vamos "sair"? Isso nunca aconteceu antes comigo! Eu queria contesta-lo mas eu estava com fome, eu não podia recusar.

- Onde vamos comer? - Perguntei enquanto Mike e eu entrávamos no estacionamento particular do Colégio.

- Two Whalles. - Ele respondeu e se aproximou de uma Harley Davidson escura, Mike tirou a chave do bolso da calça e ligou a moto. Ah não, era de se esperar, para eu comer no Two Whalles eu teria que vender um rim e hipotecar minha alma pro capeta.

Owh, Mikhael dirige moto? Isso sim é uma surpresa.

- Mike, eu não quero que pague pra mim. - Eu falei mas ele ignorou completamente montando na moto e tirando o apoio prateado.

- Está esperando o que? Suba. - Ele disse e eu engoli seco, eu nunca andei de moto na vida. Ok, coloquei minha mão no ombro de Mike e dei impulso passando minha perna direita para outro lado da moto e me encaixando no banco de couro, ele me deu seu capacete, hesitei mas coloquei o aparato.

- Você não vai usar? É perigoso. - Perguntei segurando o ferro lateral da moto, ele riu baixo.

- Se um de nos tiver que morrer nessa moto, que não seja você, santinho. - Ele disse e deu partida.

Eu demorei alguns segundos pra processar o que ele havia dito, essa frase, significa que ele se importa comigo? Mikhael Linnyker se importa com uma garota invisível como eu? Meus pensamentos foram cortados quando senti Mike pegar minhas mãos e coloca-las envolta da própria cintura.

- Então é melhor segurar-se firme.- Ele completou e acelerou.

Ele está certo, eu estou confiando minha vida à esse idiota então é melhor ele ter consciência disso.

Mike, não parecia, mas era bom pilotando, eke gostava de acelerar a cada reta, isso me fazia agarrar sua jaqueta e ele soltar algumas risadinhas. Meu rosto estava avermelhado, eu não sabia o motivo exatamente mas tinha algo relacionado á eu estar gostando de segura-lo, eu não devia mas estava.

Ele estacionou enfrente ao restaurante e eu desci da moto tirando o capacete. Entreguei o mesmo para Mike, observei o local com um grande letreiro escrito "Two Whalles" em dourado e suspirei.

- Quantas garotas ou garotos você trouxe aqui? - Eu perguntei e ele se aproximou

- Hm, algumas, por que? - Mike perguntou me guiando até a entrada do restaurante de luxo.

- Não pense algo de errado, mas se alguém nos vemos aqui achará que estamos ficando. - Falei e ele cumprimentou a mulher bem vestida e parada na entrada

- Deixem achar, nenhuma delas e deles chegaram na garupa da minha moto. - Ele falou enquanto a mulher nos levava até uma mesa, eu ri internamente, ele quer quer que eu acredite nisso? Mentira, que mentira descarada Mikhael Linnyker. - Eu sei que você não vai acreditar, não é o tipo de garoto que acredita em qualquer coisa que eu falo.

- Eu não confio em você, sei muitas coisas sobre você mas não sei o que quer comigo, tenho meus motivos para não acreditar em uma só palavra que você dirige á mim. - Falei e a mulher puxou a cadeira para que eu sentasse, o fiz e ela repitiu o mesmo processo com Mike.

- Queria poder dizer o contrário, mas você está certo. - Ele disse

Eu sei que estou certo, sempre estou. Olhei envolta, a decoração do restaurante era formada por paredes beges e mesas de vidros, cadeiras estofadas e quadros abstratos, Two Whalles é uma carnaria, esse é o motivo de ser tão cara, pelo simples fato de servir pratos internacionais importadas de países como Brasil e Japão.

- Ainda não decifrei o que você quer comigo, Mike. - Falei pegando o cardápio sobre a mesa, ele riu enquanto lia o mesmo.

- O que te faz pensar que quero alguma coisa de você? - Ele perguntou colocando o cardápio de lado

- Você sempre quer algo, Mikhael Linnyker - Falei.