História Diário de Helena - Domingo, 28 de fevereiro

Hoje é o último dia de férias. E, de manhã, bateu uma bad arregaçadora.

Depois de ter tomado banho eu me deitei na minha cama, que ainda estava desarrumada e olhei para a parede onde estava ao lado dela. Olhei para o alto da parede, cheia de Posters. O poster da Demi Lovato não havia parado no lugar, o que resultou no mesmo sendo jogado no lixo. Mas ainda havia restos dele na parede. Abaixei os olhos e em seguida os fechei.

-Eu não quero ir. - disse a mim mesma, choramingando. - Todas as pessoas de lá me odeiam. Vão ter muitos olhares de repulsa sendo voltados para mim. 

E mesmo que eu não tenha feito nada de mal, ainda haviam pessoas que simplesmente me odiavam pelo meu jeito. Sim, eu sou feia. Mas me acham metida. Sim, eu gosto de um pouco de atenção, mas só um pouco. Eu estava com medo de ir com a minha camiseta da Arctic Monkeys, porque não queria chamar muito a atenção. Mas me acham metida mesmo assim, mesmo sem saberem o que se passa dentro de mim. Eu odiava isso.

Abri os olhos e me lembrei do grupo que meu amigo Bruno Medeiros havia criado. O grupo estava bom e a conversa rolava solta. 

Depois Bruno colocou Elias. Elias era um menino que estudava comigo desde o primeiro ano do fundamental. Acontece que, a partir do sexto ano, Elias se tornou insuportável. E hoje em dia ele simplesmente me trata mal por não ser bonita. Eu penso que se eu fosse como as garotas que ele pega (bunda grande, peito grande, rosto com feições perfeitas - Vanessa não tem bunda grande nem peito grande, mas ficou com Elias no ano passado), ele não me trataria de maneira tão ruim assim. E eu admito, eu era (sou ainda, só que menos) muito chata no oitavo ano. Eu teria me tornado uma menina muito insuportável, e Elias deixava isso bem claro. Essa semana ele veio com a notícia de que vai estudar na minha escola esse ano, depois de ter ido para a mesma escola da Vanessa depois que ela mudou. 

Esses pensamentos me deixaram triste demais. Mas me lembrei de mais duas pessoas que eu provavelmente não iria me dar bem, além de Amanda, Ingridi e Laura. 

O nome delas eram Mara Júlia (a Maju, daquela minha conversa com a Anna.) e a Monique. Monique era nada mais, nada menos do que uma garota que eu conheci a uns quatro anos e se tornou uma pessoa metida e preconceituosa com o tempo. Depois que uma colega nossa mudou de escola pública para a escola particular onde Monique estudava, Monique a chamou de preta, porque a nossa colega era negra. 

Ànoite, sentada no sofá, durante o intervalo comercial do BBB, fechei minhas duas mãos. Levantando o polegar direito, disse: Monique. Levantando o dedo indicador, Maju. Levantando o dedo médio, Elias. O anelar, Amanda. O mínimo, Laura. E por último, o polegar esquerdo, Ingridi.

Fechei as mãos novamente. Desta vez, as amizades. Levantando o polegar direito, Karina. O indicador, Mariana. O médio, Anna. O anelar, Nanda. O mínimo, Caíke. 

Quando o BBB terminou, depois de uma formação de paredão triplo, eu desliguei a TV. Pensando desta vez no paredão, eu repetia na minha mente "Tamiel, Tamiel, Tamiel". Eu gostava muito de Ana Paula e de Munik, portanto adoraria que Tamiel saísse. 

Mas resolvi deixar pra lá, pois já eram 22:21, e eu acordaria às 05:15 da manhã. Teria que ter mais tempo para comer, já que ficaria seis horas e trinta e cinco minutos na escola.