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História Diário de Helena - Sábado, 5 de março


Escrita por: AlaskaYoung814

Capítulo 24 - Sábado, 5 de março


A semana anterior foi um saco. 

Na terça-feira, dia primeiro, recebemos os uniformes e os materiais. Acho que na quinta recebemos os livros didáticos. 

Monique e Caíke estão se pegando. E desde que eu fiquei sabendo, ela está diferente. Talvez pelo simples fato de estar com Caíke já a tornou legal. Só espero que ela não o decepcione, já que eu conheço Caíke e sei que ele não magoaria uma menina, ainda mais bonita feito a Monique. 

Na sexta teve uma espécie de confraternização na nossa escola, então eu e Anna ficamos perambulando para lá e para cá. Depois ela começou a falar do Mathias Arruda e de uma menina que havia ficado com Natan no ano passado (depois que terminamos) e que agora estava dando em cima do Mathias. Anna estava namorando com alguém lá da família dela, de 22 anos. Porém ela TEM que ficar intrigada com o caso do tal Mathias. É o jeito dela. Quer ver que daqui a vinte dias ela já vai chutar o namorado?

Enfim, começamos a falar sobre os três e ficamos mal. Eu pedi para Anna (bem baixinho) para me ajudar com o Natan. Mas ela não disse nada. Negou. Talvez ela não quisesse que eu e ele ficamos juntos de novo. Eu estava gostando no Natan de novo. Eu era burra. E foi exatamente isso que ela disse. Cuspiu as palavras na minha cara. 

-VOCÊ É BURRA. - e saiu andando.

-Anna, volte aqui. - eu sabia que ela não estava bem. Se ela estivesse, não iria me tratar daquele jeito. 

Entramos dentro da sala. Lá estavam Daniel, Caíke e Monique. Ah, mais um menino que estudava com a gente, também é meu amigo... esqueci o nome dele. Minha mente tem travado muito ultimamente. 

Depois de um tempinho eu me sentei no fundo da sala, no fundo mesmo, com as costas na parede. Havia uma cadeira antiga da escola, de madeira, de costas para mim. Minhas pernas passavam embaixo dela, e eu segurei com cada mão os dois ferros que ligavam o assento até o lugar onde as costas eram para ser apoiadas nela. Eu estava sentada no chão, segurando a carteira e com a cabeça baixa. Anna se sentou ao meu lado. Sem mais nem menos, as lágrimas começavam a cair em um fluxo acelerado. Estavam feito uma cachoeira. Começei a soluçar e a gritar. Minhas unhas estavam arranhando o assento da cadeira que eu segurava. Eu estava com muita raiva, muita tristeza. 

Por que nada deu certo desde que eu cheguei lá? Nas minhas férias eu encarava a volta às aulas como um refúgio da minha casa, onde eu não me sentiria sozinha, e tal. Mas agora eu havia ganhado mais um lugar para me sentir sozinha. Só restavam Karina e Mariana, mas elas não estavam lá. 

Se Anna fosse minha amiga de verdade, não estaria me causando tudo isso. E, naquele momento, ela me olhava, séria. Como se eu fosse um caso perdido. Ela não sabia como eu me sentia a respeito dela.

Ouço a voz de Daniel.

-Helena. Helena, por favor. - tentava me acalmar, no tom mais suave que poderia.

-Sai daqui. - eu disse, com uma voz bela e infantil. 

-Helena, olhe para mim. 

-Não! - meu tom de voz continuava o mesmo.

-Helena, deixe-me falar com você!

No exato momento em que ele termina de falar, o nosso professor de Geografia entra na sala, convidando os que estavam lá para participar da festa, quando finalmente eu e Daniel nos levantamos e aparecemos em seu campo de visão. O professor me vê. Seco as lágrimas imediatamente, esperando que ele não ligue e apenas me dê um empurrãozinho em direção à festa. Eu o conhecia a três anos, desde que começou a me dar aula no sétimo ano. Eu o considerava como um dos meus melhores amigos, apesar de não chegar nele e dizer bom dia ou desabafar. Eu o admirava.

Quando ele empurra suavemente Daniel para fora da sala, pede para todos o deixarem conversar comigo a sós. 

-Por que choras...? - ele canta. 

Sorrio, porque sim. Ele era legal. E nos fazia sorrir sempre. 

-Olhe para mim. Olhe para mim Helena. - continua a cantar.

Eu levanto a cabeça com dificuldade. Sabia que meus olhos estavam vermelhos. 

-Seus olhos vermelhos... - não falei? - o que foi?

-Nada. - digo, secando meu rosto. 

-Zeca Pagodinho disse: A dor de um amor, só se cura com outro amor. 

Eu rio. Ele gostava de samba, pagode, essas coisas. Vivia cantando na sala de aula. Era o melhor professor que tínhamos. E ele me disse aquilo porque antes de saírem da sala, Monique disse para ele (depois de ele ter perguntado) que eu estava com dor no coração. 

Eu estava sem jeito. Não queria conversar sobre aquilo com ele. Mas Natan era o motivo principal do meu mal estar.

-Se não deu certo com ele, vai dar com outro. Olha, gastei cento e trinta reais para fazer aquilo lá para vocês - noto que ele está se referindo à gincana que os professores estavam planejando. - Estou duro. Por favor, aproveite a festa. E se divirta na gincana, procure participar. 

-Tá. - balancei a cabeça positivamente, sabendo que não participaria de nada. Não estava disposta.

Ele me empurra para fora da sala, e eu caminho em direção à quadra esportiva. Pareciam que todos estavam se divertindo. Procurei pela Anna na arquibancada, e a achei sentada do lado de Daniel. Ele me olha com uma carinha triste. Daniel gosta de mim desde o ano passado. Porém me sinto mal por não sentir o mesmo por ele. 

Me sentei ao lado direito de Anna e sinto um cheiro familiar. Olho para baixo. 

O perfume de Natan. 

Ele estava sentado ao lado de Maju. 

Fiquei alguns minutos no mesmo lugar, até que não aguentei mais e estiquei o pescoço para me dirigir ao Daniel.

-Daniel! - Ele olha para mim imediatamente, sempre prestativo. -você pode trocar de lugar comigo?

Ele olha para mim e no mesmo momento vê Natan. Entendeu tudinho. Trocamos de lugar.

O perfume de Natan ia a dois metros de distância. Quando ele entrava na sala de aula, o ar condicionado fazia o favor de espalhar seu cheiro maravilhoso para os quatro cantos do ambiente. Eu precisava de um meio para odiar aquilo.



E continua...



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