História Diário de Jungkook! (VkookABO) - Capítulo Seis .: Ato 6: Desejos!!

Capítulo Seis .: Ato 6:
 Desejos!!

Eu me sentia perdido, e o medo me consumia aos poucos, tentei correr atrás procurando alguma saída, mas na minha frente só havia apenas o vazio que a escuridão trazia. Gritei por ajuda até sentir minha garganta doer, mas era tudo em vão, pois a ajuda nunca vinha. Repentinamente vejo um vulto, correndo próximo a uma fonte de luz que vinha de um pequeno buraco no teto. Segui o vulto até que encontrei uma pequena porta que estava camuflada pelo papel de parede escuro, me ajoelhei em frente a porta e no mesmo instante a porta se abri com um pequeno "click", uma fresta de luz passava pela pequena abertura da porta.

Assim que a abri, uma luz forte me atingiu, fechei meus olhos quando os mesmos arderam com a claridade repentina. Quando me acostumei com a claridade abri meus olhos e vi um lindo jardim, onde várias pessoas passeavam, pareciam estar se divertindo, girei, olhando para todas as direções tentando reconhecer o lugar ou ao menos encontrar alguém conhecido. Um pouco mais a frente, de onde estava, encontrei meus amigos e minha mãe, sentados em um banco debaixo de uma grande arvore. Corri até eles, e tentei falar algo, mais por mais que tentasse minha voz não saía, entrei na frente deles tentando de alguma forma chamar a atenção, mas eles pareciam não se importar com a minha presença. 

Minha visão ficou embaçada, só percebi que chorava quando senti minha lagrimas em minhas bochechas. Por que ninguém me escultava? Porque ninguém me via? O que esta acontecendo? 

Fui tirado dos meus pensamentos quando ouvi uma voz familiar vinda do lado oposto em que me encontrava. Olhei naquela direção e paralisei, era o Kim Taehyung, ele vinha acenando, ao seu lado havia uma mulher que carregava um bebê. De alguma forma eu sabia que aquele criança era o filho do Taehyung - se parecia muito com ele. - não consegui mais conter minhas lagrimas e cai ajoelhado no chão. O que estava acontecendo? 

A criança era muito mimada por todos ali, quando minha mãe a pegou no colo, pude ver seu rosto com mais clareza, ele era a minha cara. Era praticamente uma miniatura minha, engoli em seco, um certo alivio percorreu meu corpo. Mais uma frase dita pela mulher que acompanhava o Tae, fez o medo me dominar novamente e dessa vez, foi mais intenso, uma angustia me consumiu em questão de segundos, essa frase me fez sentir um aperto em meu coração.

"Essa criança é a cara perfeita da 'mãe', pena que o nosso Jeon não o veja crescer". Senti um nó se formar em minha garganta, não conseguia mais me controlar, quando o entendimento me fez aceitar a realidade... Eles falavam de mim, como se eu já estivesse morto, e parecia que a única prova da minha existência era aquela criança.

Aquele ser pequeno, era o meu bebê, meu mundo, era meu filho...

Abri meus olhos e demorei um tempo para me lembrar onde estava, me sentei na cama e olhei para o lado, o Tae dormia tranquilamente, suspirei, pelo menos ele teve uma noite tranquila. Pequei meu celular e vi que eram apenas 03:45 da manhã. Eu estava todo suado pelo pesadelo que tive a alguns segundos atrás, não me lembro detalhadamente, mas consigo me lembrar do medo, da angustia e do desespero que senti. Tudo havia sido muito intenso, parecia real demais e isso me assustava. Me levantei e tomei um banho rápido, vesti apenas a  blusa do Taehyung e voltei a me deitar ao seu lado.

- Não consegui dormir? - me assustei ao escultar sua voz.

- Não, tive um pesadelo.

- Do que era? - sua voz parecia preocupada.

- Acredita se eu dissesse que não me lembro de nada? - menti - Só sei que foi tão intenso que parecia real.

- Claro que acredito, afinal, é você, não é?

- O que quer dizer com isso?

- Nada. - ele se levantou - Escolha algum filme para a gente ver, vou tomar um banho também. - saiu, indo para o banheiro de hóspedes que era no corredor, fora do quarto.

- Não esqueça de trazer a pipoca. - gritei.

Sorri ao me lembrar dos acontecimentos anteriores. Eu e o Taehyung já namorávamos há um mês. Foi bastante complicado no início, porque meu ciúmes estava incontrolável. E por isso eu quase fui suspenso por ter batido em uma garota - não me juguem -. Juro que não foi culpa minha, sabe a vaca, além de implicar comigo, ainda deu em cima do meu alfa. Vê se pode uma coisa dessas. Onde já se viu, eu até tinha ajudado ela a estudar para as provas que iriam começar na semana que vem.

Passamos o resto da noite vendo um filme qualquer, posso dizer que na verdade apenas 'tentamos' ver o filme, mas a necessidade de beija-lo era ainda maior. Aproveitamos bem, até meu celular despertar; como hoje era segunda-feira, teria que ir para a universidade. Chegamos lá e tivemos a mesma rotina de sempre, segui para minhas aulas e como sempre o dia passou bem rápido.

- Eu acho que vou morar sozinho assim que a faculdade acabar. - Suga disse assim que chegamos no refeitório, já era a hora do intervalo.

- Por quê? - perguntei. - Não gosta mais do Hoseok hyung?

- Ele disse que vai morar sozinho com o alfa dele, longe da gente. - Jin me explicou. - Eu acho melhor, sabe, teremos mais privacidade assim.

- Isso é fato, Jin, cansei de escultar seus gemidos a noite toda. - Suga completou.

Rimos muito, me levantei assim que meu estômago reclamou de fome, ando tendo muita fome ultimamente, apesar de sempre estar comendo alguma coisa, e também tenho uns desejos estranhos, tipo, soverte com mostarda, ou chocolate com feijão. Sei que parece desejos bizarros, mas o que eu posso fazer?, pra mim pareciam ser uma delícia.

- Vou comprar algo para comer. - disse enquanto ia pra fila.

Quando cheguei no final da fila e senti o cheiro forte da gordura velha, meu estômago revirou, mas tudo piorou quando senti o cheiro da comida - que até uns dias atrás era delicioso como sempre. - Tampei minha boca com a mão direita e a esquerda foi para minha barriga enquanto corria o mais rápido que podia para o banheiro. Mal entrei e fui para o sanitário mais próximo e vomitei todo meu café da manhã. Uma tontura me atingiu e me sentei ao chão do banheiro. Senti uma mão no meu ombro e olhei para cima.

- Jungkook você está bem? - era Jimin, um dos amigos do Taehyung.

- Estou sim, foi apenas algo ruim que comi.

- Eu sempre disse que essa comida prejudica a saúde. Tem certeza que está bem?

- Tenho sim, Jimin, foi apenas um mau estar.

Me levantei e lavei minha boca antes de sair, voltei e me sentei junto dos outros.

- Aconteceu alguma coisa, Jungkook? Você está muito pálido. - Suga me olhava preocupado.

- Você está mais branco que o Suga. - Jin se pronunciou.

- Eu tive um mal estar.

- O quê? Como assim? O que você tem? - agora o Jin que estava preocupado.

- Apenas vomitei e me senti um pouco tonto. - assim que contei eles se olharam com uma preocupação estampada em seus rostos. - Vou embora. - disse me levantando novamente - Falem pro Taehyung que passei mal e fui embora.

- Quer que eu ligue para a sua mãe vir te buscar? - Sega já pegava em seu celular.

- Não.

Me levantei e fui para o conforto da minha amanda casa, e assim os dias foram passando, e não senti mais nenhuma tontura, nem o enjoo repentino. Eu apenas me sentia um pouco cansado, já que passava todas as noites estudando até altas horas para não perder pontos nas provas, também tive que finalizar vários trabalhos que teria que entregar na próxima semana. Meio que deu pra perceber, como minha semana foi bastante corrida. Sabe o que eu achava mais estranho? Era que os meus pesadelos continuavam e os micos que pagava tinham acabado; claro que paguei aquele mico, quando eu estava dando uns amassos no sofá com o Taehyung, e minha mãe surgi do nada e começou a rir da cena que via, o Tae agiu normalmente como se nada tivesse acontecido e eu fiquei todo vermelho de vergonha.

Eu não me importo que minha mãe saiba da minha vida em si, mas ela não precisava saber todos os detalhes né? Sabe, o meu último cio - o segundo que passo com o Taehyung -, foi mais intenso que o primeiro, e não sei o porquê, mas algo me diz que tem a ver com a ligação que tivemos. Alguns dias depois do que aconteceu no banheiro da faculdade, aquele mal estar voltou a acontecer, e isso estava me deixando bastante preocupado. Chequei uma noite em casa e perguntei para a minha mãe se tinha algo errado comigo, e sabe o que ela fez? Mandou eu ir caçar um médico. Como deu para perceber, minha mãe me ama muito, eu tenho que admitir que morro de medo de hospitais, então não iria sozinho.

Minha mãe mandou eu me virar, então ela estava fora, se eu levasse o Suga ou o Jin comigo eles vão contar tudo para o Taehyung, e não quero que ele saiba por enquanto - não quero deixa-lo preocupado. - O Namjoon e Hoseok também estão fora, meio que não tenho intimidade e nem cofio neles o suficiente ainda, e além do fato de que eles também podem contar para o Tae, já que são amigos dele a mais tempo. A única pessoa que posso contar no momento é o Jimin, eu pedi para que ele não falasse nada sobre o que ocorreu no banheiro e ele como um bom amigo guardou segredo. O encontrei na farmácia em que trabalhava.

- Jimin.

- Oi Jungkook, aconteceu algo?

- Sim, eu preciso da sua ajuda. - falei com um pouco de receio.

- Fala aí.

- Eu vou ir ao médico e não quero ir sozinho...

- Não me diga que seu mal estar voltou.

- Sim voltou - olhei para baixo - E agora está quase todos os dias.

- Vamos fazer assim... Aqui. - ele pegou uma caixinha e me deu - Vá para a casa e faça esse teste, quando sair o resultado me diga e eu marco um médico para você e vamos juntos, ok?

- O-ok... - peguei a caixinha com certa dificuldade por causa do medo que senti quando olhei o que era - M-mas isso não...

- Só faça Jungkook, se minha intuição estiver certa, será bom que tenha bastante paciência.

- T-tá.

Sai de lá e fui embora correndo, assim que cheguei em casa fui direto para meu quarto e peguei meu diário na gaveta do criado mudo, escrevi meus sentimentos naquele momento, eu sentia que precisava desabafar com alguém, mas estou sem vontade de falar, ou melhor, não consigo falar pois sinto um nó em minha garganta e não consigo dizer uma palavra sequer, tenho certeza que irei chorar. E aindda estou tremendo muito, comecei a escrever as primeiras linhas...

"Querido Diário     20/11/15  -  Sexta-feira                

Quanto tempo velho amigo, sei que sumi e por essa razão voltei, senti sua falta. Sabe, depois que descobri que tinha a ligação com o Taehyung - ainda estou surtando com isso -, tudo parece diferente agora, meio que... não sei explicar direito, me sinto inseguro, parece que o Tae vai me trair a qualquer momento; sei que isso não passa de frescura e admito que deveria agradecer por ter um homem daqueles ao meu lado, mas essas desconfianças me consome e isso sempre me afeta e fico bastante triste, Sabe, eu até perdoei meus amigos, e ultimamente minha mãe anda muito estranha, eu tenho certeza que a velha anda escondendo algo. Tomara que ela não me apareça aqui com uma tatuagem ou com um namorado de vinte anos ou sei lá.

Eu ando me sentindo muito indisposto ultimamente, sinto uma tontura que quase me faz desmaiar, sinto- me enjoado quando sinto cheiro da minha comida favorita ou de algum perfume que antes gostava. Tenho vomitado muito ultimamente, me sinto casando sem motivo aparente. Eu juro que pensava que tinha alguma doença grave. Eu podia jurar que estava com os dias contados, eu iria ao médico só para confirma minha morte... Sei que estou sendo muito dramático, mas entenda minha situação, ok? Mas  o que mais me assustou foi a maldita caixinha que o Jimin me deu, eu ainda não tenho coragem de abrir aquilo.

Como um bom homem que sou, vou arrumar coragem nem que seja no fim do mundo, para fazer esse teste, de qualquer forma eu estou ferrado mesmo, afinal não pode piorar, ou pode? Querido diário, sei que devo deixar as coisas mais claras, mas preciso tirar essa dúvida que me atormenta desdo momento em que o Jimin me deu aquela caixinha, eu preciso ir."

Pequei a caixinha que tinha deixado jogado na gaveta da cômoda e fui até o banheiro. Engoli em seco, abri a embalagem e segui todas as instruções que estavam no rotulo para que nada desse errado. Esperei o tempo que foi necessário, resolvi mandar uma mensagem para o Jimin enquanto esperava.

Eu: Eu já fiz, agora estou apenas esperando o resultado.

Jimin: Sério? Quando sair o resultado, me dá a resposta.

Bloqueei meu celular e esperei mais alguns minutos, mas o tempo parecia se arrastar, tranquei a porta do banheiro quando ouvi minha mãe chegar, ela me chamou e eu disse que iria demorar um pouco, minha mãe não poderia saber que estou fazendo isso. Fechei a tampa da privada e me sentei em cima dela. Quando finalmente o resultado saiu eu paralisei. Isso não podia estar acontecendo... Mas como isso é possível? Me desesperei e tremendo de medo mandei uma resposta para o Jimin.

Eu: Jimin, eu estou muito fodido.

Hoje fazia uma semana que fiz aquele teste que o Jimin me deu, ele me trouxe para um médico que conhecia, e o mesmo me passou uma bateria de exames, estou aqui a manhã inteira fazendo exames. Eu me sinto mais perdido que tudo, se for confirmado eu vou estar muito ferrado. Disso eu podia ter a completa certeza. O médico, que havia saído para buscar os resultados, entrou na sala novamente depois de alguns minutos, ele estava mais sério do que antes. Eu queria muito sair dali correndo, mas não podia, eu tinha que saber o resultado.

- Vocês querem que eu fale ou preferem ler? - perguntou o médico.

- Fale, é melhor - disse o Jimin.

- Não, eu quero ler. 

Tomei coragem e peguei o papel da mão do médico e tremi assim que li o resultado, eu com toda a certeza estava muito ferrado agora...