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História Diário de um andarilho - Dia 15 - Páginas 1 e 2


Escrita por: Yonov

Notas do Autor


Foi mal a demora, fui "obrigado" a viajar e o capítulo acabou travando na metade, e agora finalmente, consegui termina-lo. Espero que gostem.

Capítulo 10 - Dia 15 - Páginas 1 e 2


Me levantei cedo, estava quase completamente curado, apenas algumas poucas queimaduras pequenas de terceiro grau restavam (Por alguma razão, queimaduras de segundo grau pra cima são mais difíceis de se regenerar e também normalmente ficam marcas no lugar, acho que é porque ocorre a morte de mais de um tipo de um tecido, o que dificulta a recuperação total). Percebi que havia um jaqueta marrom dobrada em cima da cama onde eu estava, não demorei muito para vesti-la, minhas armas estavam em cima da mesa, assim como meu diário e a caneta estava "marcando" uma página qualquer, então não precisei procurar nada. Depois de ficar sentado na cama olhando pro nada, perdido em alguns pensamentos aleatórios, resolvi sair do quarto e fui pra fora da casa de hóspedes. Não tinham muitas pessoas na rua, apenas alguns comerciantes abrindo suas lojas ou alguma coisa do gênero, chegando na prefeitura, notei que a mesa redonda que estava na frente, bem... não estava mais lá. Entrei e perguntei pra uma mulher, que acredito ser a recepcionista ou algo parecido, onde estava o velhote. Ela me disse que estava no escritório no final do corredor, não perguntei mais nada e fui falar com ele. Entrei na sala e ele estava sentado em uma mesa, anotando alguma coisa, perguntei:
-E aí? Quanto te devo? 
-Ah, você acordou, está tudo bem?
-Acho que sim.
-Sente-se e me diga o que aconteceu, você  estava coberto de sangue! -Me sentei em uma cadeira qualquer e ele parou de anotar pra prestar atenção em mim.
-Fui sequestrado. -Respondi diretamente.
-Sequestrado? Por quem? -Ele se inclinou pra frente e demonstrou estar intrigado.
-Pela Irmandade. Com isso confirmei minha teoria de que eles querem algumas jóias específicas ou algo assim, não sei pra quê, mas eles querem.
-Pingentes? De ouro ou alguma coisa assim?
-Sei lá, parece que esses pingentes brilham e mudam de cor como se fosse um líquido. Eu encontrei algumas pessoas recentemente que tinham essas coisas com elas em algum momento e tiveram problemas com a Irmandade, inclusive o Richard e aquela garota que trouxe aqui, a Sakura, são algumas delas.
-Isso é estranho... Mas me diga uma coisa, ser sequestrado por si só não deixa alguém no estado que você estava, você foi torturado? -Ele ergueu uma sobrancelha.
-Mais ou menos, só fui torturado pelo que parece ter sido três dias. -ironizei.
-Porque três dias são pouquíssimos dias pra ser torturado, não é? -E ele ironizou também- vamos dar uma volta, estou cansado de ficar parado.

E assim foi, ele se levantou e pegou uma bengala que estava na parede, ele parecia andar com mais dificuldade do que antes, e as mãos dele tremiam de maneira estranha, era como se ele não tivesse firmeza.

Quando saímos da prefeitura, eu perguntei pra aquela mulher de antes, se havia alguma mesa na frente, durante a noite que cheguei, e ela disse que não. Admito que isso me deixou um pouco assustado no começo, mas acredito que tenha sido alguma alucinação. Caminhamos lentamente em silêncio, quando passava alguém, o Sawyer as cumprimentava gentilmente. Continuamos assim até que eu perguntei:
-Sim... mas você não respondeu a minha pergunta. Quanto eu te devo?
-Como assim?
-É a segunda vez que você me ajudou com algo e eu odeio ficar devendo. 
-Ah sim, hahaha, esqueça isso. Shadovisk ainda te deve muita coisa.
-Isso porque eu matei alguns membros infiltrados da Irmandade? isso não é lá muita coisa.
-Na verdade é sim... X, você não sabe nem a metade do que esses animais podem fazer.
-Tem uma coisa me faz coçar a cabeça... A quanto tempo esses miseráveis existem?
-X, eu vivi antes da bomba, e ninguém ouviu falar da Irmandade ou algo parecido, eles só podem ter aparecido agora...
-Sawyer... Como era o mundo antes da explosão? -Essa era uma dúvida que eu sempre quis tirar, mas nunca tive oportunidade. Sempre imaginei como eram as coisas antes de acabar desse jeito.
-Filho... Sinceramente o mundo não era lá um paraíso -Ele começou a tossir seco. Quando se recuperou, continuou o pensamento- Lembro que na época, quase nenhuma tecnologia funcionava e que estávamos em uma espécie de crise tecnológica, ou alguma coisa do gênero, mas não sei dizer a causa. Quando as coisas começaram a se recuperar, é que a bomba detonou.
-Entendo.
-Eu era um muleque quando a correria de ir pra um refugio começou. Não foi anunciado por um governo nem nada, e nem todo mundo sabia disso, só algumas pessoas que trabalhavam em laboratórios ou algo parecido. Todos corriam para grandes construções de concreto que ficavam enterradas no chão. Foi uma bagunça da porra, tenho que admitir -Ele começou a rir, mas foi interrompido por outra crise de tosse- Mas quando a bomba explodiu, quando a onda de choque finalmente nos atingiu... O mundo tremeu, X. Era como se nós tivessem matado a Terra. O som era alto, era como se o planeta gritasse de dor e implorasse pela vida. Depois veio o silêncio e mais nada. Nem lembro quanto tempo ficamos em baixo da Terra, pra falar a verdade. 27 anos... Acho que você nem era nascido nessa época.
-Talvez, lembro que cresci em uma construção parecida, mas na época não sabia que era um refúgio.
-É... A unica coisa que me deixa triste nessa bagunça toda, é que é quase certo que vou morrer antes de ver como os humanos vão resolver isso... -Ele parou de andar e olhou pra baixo.
-Isso se conseguirmos resolver, velhote.-Ficamos em silêncio por alguns minutos.
-você ouviu falar do incidente de New Wave? Onde dezenas de pessoas foram carbonizadas por uma explosão?
-Sim, eu explodi o lugar.
-VOCÊ O QUÊ?! -Ele teve mais uma crise de tosse por causa do susto.
-Eu disse que explodi o lugar, não que matei todo mundo lá. Um soldado da Irmandade fuzilou todo mundo antes de eu mandar aquele lugar pro espaço.
-É sério?
-Sim.

Expliquei pra ele cada mísero detalhe do que aconteceu lá, e finalmente consegui convence-lo de que não matei praticamente ninguém lá.

Nós conversamos um pouco mais, mas logo disse que teria que continuar andando,afinal, eu tinha que ver como as irmãs, Richard e o Derslen estavam bem. Peguei alguns suprimentos em uma sacola, me despedi do velhote e fui embora. Não aconteceu muitas coisas de interessante no caminho, então acredito que seja desperdício de tinta e papel descrever o percurso.

Depois de um bom tempo andando, com o sol quase se pondo, cheguei no meu destino. Digitei o código e a porta se abriu, andei por dentro dos corredores até começar ouvir risadas e uma conversa. Lembra daquela parte onde um corredor se divide em dois e dá na mesma sala? Pois é, eu segui pelo caminho da direita e cheguei nessa sala, e lá estavam Richard encostado em uma mesa rindo, as irmãs conversando com ele e o Derslen deitado em uma posição engraçada no sofá. Quando apareci, a Amaterasu disse com um tom sarcástico "Olha só quem chegou", antes de acabar se assustando quando notou as minhas centenas de cicatrizes e queimaduras que estavam no meu corpo, quase todos olharam pra mim, o Richard ficou pálido, o Derslen continuou deitado (acho que estava dormindo, sei lá) e a Sakura ficou boquiaberta. Eles me mandaram deitar, perguntaram onde eu tinha conseguido esses ferimentos e esse tipo de besteira. Respondi todas as perguntas que me fizeram, e também responderam algumas minhas, inclusive o porquê da Amaterasu não ter chamado o Corvo antes de ter falado comigo, ela disse que de fato, estava procurando "igual a uma doida" o caderno onde a frequência dele estava anotada e pensou que estivesse em uma casa onde ela já morou, mas antes dela sair, encontrou um desenho bem realista, que bem... Era IDÊNTICO a mim, sem sacanagem, aquela porra era eu, a diferença é que tinha uma espécie de tatuagem em baixo do olho esquerdo, perguntei quem desenhou aquilo, e ela respondeu que foi o pai, e que ele disse que qualquer caso de emergência, era pra ligar pra aquela frequência ou encontrar esse homem, e quando ela saiu, ela deu de cara comigo (literalmente). Bizarro? Pra caralho.

Bem, depois de todas essa bagunça, ficamos jogando conversa fora, contei o que o Sawyer me disse e tudo mais, e agora eu estou aqui, encostado na parede, escrevendo isso durante a noite enquanto todo mundo dorme. Mas sei lá... Tem algo que não ta entrando na minha cabeça, se a irmandade veio atrás de mim porque eu estava atrás das jóias, porque ela não pegou o



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