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História Diário de um andarilho - Dia 26


Escrita por: Yonov

Capítulo 16 - Dia 26


Falta um dia antes de fazer a coisa mais idiota da minha vida: Invadir a prisão onde fui torturado e mantido em cativeiro por três dias, considerando informações que o cara que me sequestrou me contou. Isso sem contar que só passei a considerar a possibilidade de realmente ir lá por causa de um outro cara mascarado (que possivelmente é o cara que me sequestrou) que conseguiu fritar alguns neurônios do me cérebro. Eu sou um imbecil, vou admitir, mas não tenho muita coisa a perder. E Aliás, a Amaterasu leu meu diário enquanto eu dormia, e como sei disso? Simples, ela me contou.

Acordei, nem estava lembrando direito o que aconteceu no dia anterior, mas quando senti a grama roçando meu corpo, recuperei a memória. Comemos algumas coisas e a ela me chamou pra um canto, nesse momento nem senti falta do meu diário, pra ser honesto. Ela estava com as mãos nas costas e tirou o livro de lá. Tomei rapidamente da mão dela e perguntei:
-Você leu?!
-Calma,li sim. Não sabia que era seu diário. -mentiu.
-Como não?! Se na capa está escrito "Diário de um andarilho" e assinado em baixo "X"?
-Certo... você me pegou... Mas quer saber de uma coisa, não me arrependo de ter lido.
-Ah é, por quê?
-Porque pelo menos agora acho que você não é um robô. Você é muito mais expressivo no diário que pessoalmente, percebi que você não gostava muito da gente, mas parece que você mudou.-Riu-  Enfim, você está furioso? Porque não parece.
-Não, não estou furioso, só surpreso.
-Se você diz...  E não sabia dessa sua mutação, por que não me conta sobre esse tipo de coisa?
-Quando a situação pedir, eu te conto tudo que eu sei, e se você leu de fato, vai saber que parece que não sei tanto quanto imagino... -Derslen nos chamou pra arrumar as coisas.

Antes de tudo, não aguentei de curiosidade e quis testar a pistola que acabei de adquirir, as lendas dizem que ela possui um som e potencial únicos. Observei o calibre dela e tirei uma das munições das minhas armas padrões e coloquei no carregador, também dourado, da pistola lendária. Atirei para o nada, e todos nós ouvimos um disparo estranho, não era como o "PAH" normal, soava mais como um "BWAN", como uma espécie de bolha. É bem complicado de explicar o som, mas nem tanto assim para explicar o mecanismo, que são modificações no cano que ajudam a abafar mais o som e aumentar a potência do disparo. Admito que fiquei surpreso, aquela realmente é a arma do Juiz, agora como foi para lá, ninguém faz a menor ideia.

Nos arrumamos rapidamente e partimos novamente para caminhas mais 20 ou mais quilômetros em direção ao norte dali, que é onde supostamente está a maldita prisão. Estava tudo indo normalmente, batemos um papo furado, contei algumas coisas sobre a Alex, como por exemplo o dia que encontramos um filhote de gato em uma cidade e que por sinal, ela o adotou (mas não sei a situação dele, se está morto ou vivo, e honestamente, não me importo), até que encontramos um lugar interessante: a entrada pra um metrô, e que estava intacta. E logo de cara, estava um homem negro, magro e bem alto, que usava vestimentas cinzas, deitado em uma espécie de rede improvisada de panos. Nos aproximamos e ele notou nossa presença bem rápido, e disse com uma voz calma e lenta:
-Olá estranhos.
-Er... Olá? -Richard respondeu.
-Pelo olhar do barbudo, talvez vocês parecem estar precisando de um serviço...
-Não obrigado, não precisamos de um garoto de programa. -Respondi diretamente. Ele riu e disse:
-E um assassino? -Se levantou e ficou frente a frente conosco.
-Não precisamos matar ninguém.-Amaterasu retrucou.
-Hm... Deixe-me mudar o termo... Que tal... um Fixer? -Não consegui evitar de erguer uma sobrancelha.
-Um Fixer... Você é um mensageiro? 
-Quem te disse esse nome? -Me perguntou. Até pensei que ele ia cortar meu pescoço. 
-Ouvi por aí... Ouvi também que vocês ficavam em Great Wall e Quartz City... O que diabos você ta fazendo aqui no meio do nada?
-Curiosidade pode te dar problemas colega....
-Me dizem isso o tempo inteiro. -Minha "turma" olhou pra mim com cara de surpresa, acho que passei a impressão que sabia de muita coisa sobre eles, o que não é tão verdade assim- As lendas dizem que o preço por um Fixer é meio... Salgado, não é?
-Digamos que sim... O que tem a me oferecer?
-Quanto vale isso? -tirei a lendária pistola dourada da mochila. Richard não aguentou e gritou:
-VOCÊ TA MALUCO?! Essa coisa pode valer no mínimo 35 000 Reis no mercado! -Sinalizei pra ele se acalmar.
-Isso é o que eu estou pensando? -Perguntou com os olhos brilhando.
-Exatamente amigo... Mas antes, quero saber quem está disponível para serviço...
-Isso pode ser facilmente uma falsificação! -Teimou

Pensando "que cara chato" , tirei mais uma munição da mesma arma que antes, e fiz o mesmo procedimento, o som foi o mesmo e fez um eco horrível dentro do metrô. Não demorou quase nada, na verdade foi de imediato que ele disse:
-Trato feito! As opções são: Javali, Cachorro, Falcão e Corvo.
-Corvo? Parece uma boa opção... -Não podia deixar claro que já conhecia esse cara, já conheço as habilidades dele, e ele foi capaz de me tirar de lá com uma segurança bem elevada, então, me colocar lá dentro não vai ser tão difícil assim, mesmo se não ocorrer essa tal "rotação". Ele logo puxou um rádio de dentro da "rede" e configurou em um sinal de rádio de  transmissão, girando uma espécie de rodinha, falou uns bagulhos e depois desligou.

Ficamos lá por algumas horas, estava quase escurecendo e  o clima já estava esfriando. Não chegamos a conversar muito com o mensageiro. O Richard chegou a me indagar sobre o fato de ter vendido uma arma lendária por causa de um Fixer, e respondi que não ligo pra dinheiro... Se ao menos ele soubesse o que eu já tenho, mas enfim. Do nada, de dentro da escuridão do metrô, uma mascara branca apareceu, uma máscara com um longo bico, que flutuava nas sombras começou a subir e se aproximar de nós, até que enfim, a sombra negra que era a roupa do Corvo tomou forma. O mensageiro comunicou ao Corvo sobre a nossa situação e sussurrou algo no ouvido dele, que fez o Fixer abaixar a cabeça e se calar. A Sakura quase fez uma pergunta a ele, mas levantei a mão rapidamente pra evitar que desconfiassem que tínhamos alguma relação. 

Entreguei a arma ao mensageiro e fomos embora. Depois de termos nos afastado um pouco, Amaterasu perguntou se ele era o Corvo que o pai dela desenhou, ele respondeu que não sabia, nunca ouviu falar de tal desenho. Ele  também está estranho, está quieto e bem menos comunicativo, quando tentei perguntar o que ouve, não respondeu nada mais que "Pessoas mentem, e estou cansado de mentir". Acampamos, sem fogueira mesmo, estou escrevendo sob a luz do luar, tendo que forçar bastante minha visão. Já estamos na metade do caminho de acordo com ele, e que vai dar tempo o suficiente pra fazer a infiltração. Já estou pensando que quando isso acabar, vou direto pra casa (Sim, tenho uma casa, só não passo muito tempo nela). Agora ele está escondido nas sombras, é bem difícil de distinguir ele da escuridão, mas é o suficiente pra perceber que está deitado bem distante de nós... Vai entender...



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