História Diário de um Babaca Inseguro - Um gato para o gato.

Sério, eu preferia ter assaltado uma loja e dançado Me Gustas tu encima de um balcão. Cá estou eu, em frente a Jisung que está me explicando basicamente tudinho que aconteceu depois que eu saí do quarto do Daniel

- Então, não aconteceu nada demais. - começou. - Eu te puxei de lá de dentro com o Daniel dormindo em cima de você, ele nem percebeu, parece que morre quando 'tá dormindo. Você fez uma birra enorme pra sair de lá e quase atropelou um dos gatinhos dele, você quase rolou escada abaixo também. E quando nós saímos de lá, você começou a chorar igual uma criancinha de 3 anos dizendo "Eu quero ficar com o Daniel-oppa, Omma."

Foi aí que eu comecei a rir de nervoso e tentar me esconder no banquinho por trás da minha jaqueta.

- E você foi o caminho todinho tropeçando. Eu achei engraçado o fato de você ter ficado mais bêbado depois que a festa acabou, Daniel esconde drogas lá dentro também? - riu, enquanto eu estava em estado de choque.

Se eu fiquei nesse estado, imagina como eu fiquei com Daniel lá dentro? E por falar nele, ele está ainda mais rodeado de garotas, e o pior, garotos também. Ele me contou que deu o número dele pra várias garotas, eu tenho dó, vai ter que trocar o número a cada 2 semanas.

Eu percebi que ele começou a se irritar com as garotas e as espantou como alguém espanta moscas, e começou a andar até a minha mesa e de Jisung.

- Seongwoo-Hyung. - começou sério, mas logo abriu um sorriso simpático. Mas aquele menino era um bolinho! - Nós precisamos conversar.

- Mas tem que ser agora? - eu não ia parar de comer meu lindo bolo de pote pra ir conversar com meu namoradinho-em-processo, né?

- Não, não! Quarta, 17:30 atrás da minha casa, fechô? - Mas que linguagem é essa? Do gueto? - Ah, leve seu gatinho também.

Ah, eu 'tô ferrado que tenho que arrumar um gato preto urgentemente pra apresentar pra Daniel.

[...]

E aqui estava eu, caminhando junto a Im Youngmin pra procurar algum gato abandonado, já que este disse que conhecia aquele quarteirão muito bem a ponto de adivinhar aonde estava todos os gatinhos dali. Este que, quando via algum gatinho, tentava correr atrás dele numa tentativa falha de o pegar.

Era adorável, eu pensei em adotar o Youngmin mesmo.

E pro nosso azar, todos os gatos daquele quarteirão eram ariscos, e sempre que eu tentava pegar algum - eu comecei a desistir de procurar os pretos, eu pegaria um branco e diria que caiu cloro encima dele, sério -, ele me arranhava. Eu saí daquela rua cheio de arranhões no meu pulso e o Youngmin com o cabelo todo bagunçado de correr atrás de cada animal que via.

Eu digo cada animal porque ele não corria só atrás dos gatos, atrás dos pombos também, dos cachorros e tentava pegar até as borboletas. Eu cheguei a me perguntar se ele tinha só 5 aninhos.

E, quando a noite chegou, nós finalmente encontramos um gatinho preto. Eu fiquei tão feliz que corri atrás dele, e pra minha sorte ele não era arisco, e não se moveu, só se encolheu atrás do poste em que estava escondido. Youngmin ficou com medo de pegar o gatinho e ele o arranhar, então eu o peguei e o enrolei na minha jaqueta.

No fim, eu ganhei um gatinho e perdi 10 reais.

Você achou mesmo que Youngmin ia me ajudar a achar um gatinho sem me arrancar algum dinheiro pra comida?

Agora eu estava mais ferrado do que nunca. Eu nunca tive um gato na minha vida, e eu teria que cuidar deste por algumas noites até o apresentar para Daniel, assim eu poderia dar ele para Youngmin e me ver livre do gatinho.

Eu nem sequer pensei em dar um nome pra o gato, eu percebi que tinha um pouquinho de medo dele. Olhando assim, só pra carinha fofinha dele, nem parece que ele está planejando me matar hoje de madrugada.

Por exemplo, ele tá na minha escrivaninha, sentadinho, me observando e analisando o fundo da minha alma, julgando todos os meus pecados enquanto limpa as patinhas.

E eu, tô arrumando uma caixinha de areia, um pote de água improvisado e um pote de ração que Youngmin me deu.

E no final, acabou que eu dei o nome dele de Praga, eu queria dar um nome mais carinhoso, sabe? Mas ele não estava me ajudando. Ele arranhou meu sofá todinho, assim como minha cortina, tudo porque eu o deixei sozinho em casa por algumas horas, com água, ração e um brinquedinho.