História Diário de uma Adolescente - Válvula de escape

                       07 de Dezembro de 2016
                                                      11:36
Querida Yeva,
Relendo as páginas anteriores do meu diário, percebi como meu pensamento mudou depois da conversa que tive com escritor... 
Antes, eu achava uma calúnia eu ter que ajudar aos outros, e não ser ajudada.
E percebi que enquanto eu ajudava esperando ser ajudada, eu não me satisfazia. Não me sentia feliz em ajudar alguém... Pensava que era por pura obrigação.

Agora eu percebi que sou como... Uma válvula de escape para eles. 
Eles confiam em mim, ao ponto de me contar coisas que não tem coragem de contar para mais ninguém...

É como se eu fosse um diário, um diário de dores.
Agora que tenho você, não posso ficar irritada com eles, porque na maioria das vezes, é isso que eu faço.

Sabe, sei que você vai achar sem sentido algum (e deve ser mesmo) mas eu tenho uma mania de me apegar á qualquer coisa, e eu me apeguei á você.
Eu não te considero apenas meu diário, você é como uma passagem, para um mundo onde o vento são minhas palavras, cada uma delas escritas.
Onde eu posso lhe contar qualquer coisa, e você aceita, e compreendendo.


(Acho que se você fosse humano, eu viraria lésbica apenas para namorar você, ou então, viraria sua amiga quase irmã hehehe)


Yeva, você é a minha válvula de escape.
É pra onde eu posso correr para desabafar, meu porto seguro, minha confident.
Quando comecei á escrever para você, nunca, sequer imaginei, que me faria um bem danado!
Que seria tudo diferente! 
Que eu conseguiria abrir mais meus olhos e não ver apenas o que está aqui na minha frente acontecendo agora... Mas sim, ver também o significado disso... De ser uma válvula de escape. 
Eu me sinto agora, lisonjeada quando alguém que quase nunca conversa comigo, decide se abrir e desabafar tudo que estava o desabando... 

É incrível!

Eu me sinto alegre, feliz, e fico sorrindo como uma boba.
Me sinto mais tranquila.
Resolver os problemas de outras pessoas para mim agora, não é mais uma responsabilidade... É uma honra.

Na verdade, depois daquela bendita conversa que tive com o escritor, eu me sinto renovada, feliz, alegre, sonhadora.


E olha que sou uma virginiana, onde já se viu uma virginiana sonhadora?

Ok, eu não acredito em signos, mas mesmo assim...

Eu sou toda fria, não sou transparente, gosto se ocultar tudo que sinto... Na verdade, as vezes penso que não sinto!

Uma completa pé no chão que prefere seguir a razão.
Odeio ser guiada pelo sentimentalismo, e quando sou, só me Ferro.


Mas, de alguma forma, a escritora conseguiu domar essa fera que existe aqui dentro... 

Creio eu, que foi escrevendo para você, que me acalmou, que me levou á sonhar mais, á desejar mais, e a voar cada vez mais alto. 

Você, minha válvula de escape! 

Acredito eu, que cada pessoa tem sua válvula de escape.


Para algumas é desabafar com alguma outra pessoa que não tenha muita intimidade.
Para outras é escrevendo. Talvez cantando, talvez falando sozinha, talvez sonhando, talvez correndo, talvez até fazendo sexo!

Algumas escolhem a sua válvula de escape da pior forma... Sendo fumando, bebendo, injetando drogas nas veias, enfim.. várias outras formas.


Mas, acredito que seja por isso que exista nós, os diários humanos! 
Para muitas vezes, evitar que aconteça o pior!


Espero que eu sempre possa ser a válvula de escape alguém!
E que você seja sempre a minha válvula de escape!
 
                                                      Beijo!!
                                                Sua Carla