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História Diário de uma Adolescente - Tic Tac.


Escrita por: Suzi-chan27

Notas do Autor


Oi oi gente. Acabei com esse capítulo agora, e amei o resultado dele! Bom, a imagem não tem nada haver com o título do capítulo, mas como eu disse que Carla se perde nos livros, achei que ficaria legal... Enfim, espero que gostem, hehe e.e' ❤

Essa frase do começo peguei de uma história do Facebook, deixarei o link dela nos comentários(se quiserem).

Espero que gostem e uma ótima leitura *-* ❤

Capítulo 4 - Tic Tac.


Fanfic / Fanfiction Diário de uma Adolescente - Tic Tac.

                              "-...Nada é somente como nossos olhos vêem Você também não precisa ser."

 

​~*...*~

 

26 de outubro de 2016.
                                                              01:23

Querida Yeva,

Hoje não estou mais tão confusa. A dor de cabeça passou.
Por um momento, achei que a angústia do meu peito tinha ido embora junto com as lágrimas que derramei conforme escrevia as páginas anteriores.

Porém, ela ainda está aqui. Presente. Junto comigo.
Ela somente adormece, deixando a felicidade vir por um momento.
Mas, logo após acorda e vem me atormentar novamente...

Eu desejo que ela durma eternamente.


Não sei o motivo, mas todos os barulhos nesse momento me irritam.

O som do videogame sendo ligado. A respiração da minha irmã dormindo. O barulho da minha barriga roncando por causa da fome.

Tudo. Esta me deixando tensa. Quase sem poder respirar.

Fecho meus olhos por um momento, me imagino correndo por um bosque, em meio as flores. Tudo colorido, tudo alegre.

Quando abro meus olhos novamente, percebo que não é essa a realidade.

As vezes, tento me iludir com a alegria de um dia.
Se hoje fui feliz, por que amanhã não posso ser?!

Pelo fato de que amanhã é diferente de hoje.

Você pode fazer e refazer seus passos, mil vezes se quiser. Mas vai sempre perceber que algo muda. Sempre muda. Nos mínimos detalhes tem alguma coisa mudando.

Aquela flor que você passou hoje, amanha pode não estar mais lá.

O carro pelo qual você viu um homem dirigindo hoje, pode ser uma mulher dirigindo amanhã.

Paro por um momento minha reflexão para ouvir o barulho do relógio. Respiro fundo.

Tic tac.

Sobreviva.

Tic tac.

Não apenas exista.

Tic tac.

Suporte tudo.

Tic tac.

Sorria.

Tic tac.

Ninguém precisa ver sua dor.

Tic tac.

Grite.

Tic tac.

Se liberte.

Tic tac.

Corra!

Tic tac.

VIVA!

Abro meus olhos ofegante. Não percebi que segurava minha respiração. Tento normalizar a mesma e demoro alguns segundos para isso.


Consigo respirar, suspiro cansada.

Você deve me achar louca, mas não sou.

Ao menos eu acho que não.

Talvez, minha realidade seja um pouco diferente da sua. Ou talvez, ninguém queira aceitar a minha realidade


Hoje, na parte da tarde. Estava fazendo minha lição, até que virei para trás e fiz uma pergunta para a Vanessa:

-Eu já te tratei como lixo?

Ela me encara por alguns segundos, tentando achar alguma palavra para responder a minha pergunta, o que me deixa apreensiva.

-Quem te falou isso?

Por fim, fico congelada. Não quero colocar nomes, não quero revelar á ela quem disse. No final, ela poderia apenas me defender, ou defender Gisele. Quero a opinião dela mesma.

-Antes, a resposta para a minha pergunta...

-Não. Quero dizer, como você trata o lixo?

Dou uma breve risada, nem eu entendi direito a minha pergunta.

-Quero dizer... Te desvalorizar. Não dando a atenção necessária á você. Não sendo... Delicada contigo.

Digo o que eu tentei entender do que minha amiga disse. Sinceramente, não sei como se trata alguém como lixo. Poderia dizer "como algo descartável" mas por algum motivo, senti medo da resposta.

-Com grosseria? Indelicadeza?! Essas coisas?!

-Grosseria não fale, de uma forma ou de outra, não sou delicada. Sou uma ogra!

Não sou grossa. Quero dizer, as vezes sim. Mas na maioria das vezes eu falo o que penso. E acho que as pessoas Levam isso como grosseria.
E eu chamo de "falar o que pensa" ou "sinceridade".

-Acho que sim. Já me tratou assim.

Eu congelo. Acho que por um momento meu rosto perdeu a cor. "Como eu pude fazer algo assim?" "Elas são minhas amigas." "Eu não sou ninguém para tratar os outros como lixo" "Carla, você não merece nem o ar que respira!"

Minhas mãos tremem escondidas atrás da cadeira. Tento achar alguma frase, mas não consigo. Então simplesmente olho para frente e continuo copiando a lição.

"Não devia ter perguntado. Acho que não estava pronta para isso..."


Agora minha cabeça fica martelando nisso. Não fiz de propósito. E por algum motivo, não consigo abrir minha boca e dizer "Perdão por tratar vocês como lixo. Perdão por ser eu mesma e isso destruir vocês"
Não sinto culpa por ser eu.
Mas não acho certo culpar eles. Eles se machucaram, eles ficaram magoados.
E como eu disse "Dane-se Carla"
Simples assim.

No fim, não tem culpado na história. Apenas uma adolescente que tenta ser ao máximo boa para aqueles ao seu redor, e descobre que fazia mal á eles.

Acho que perdi meu chão.

Dei alguns sorrisos falsos, alguns verdadeiros, e outros nem saíram.

Perdida.

Tic tac.

Onde você está?

Tic tac.

Volte, eu sempre estarei aqui, a escuridão segue a luz, para haver sombra precisa da luz. Eu sempre seguirei você. Sempre estarei em você.

Tic tac.

Não tente me esconder, sou a sua própria escuridão.

Tic tac.

Grite, escutará um eco, será sua voz se repetindo.

Tic tac.

Você não está mais sozinha.

Tic tac.

No fim, a luz ganha da escuridão.


Não sei mais quem sou.
Ou ao menos porquê sou assim.

Deveria ser alguém melhor.

Fiz tudo errado, como sempre...


Na escola foi tudo normal com Gisele.
Ainda paira um ar tenso entre a gente as vezes. Mas nada que o tempo não resolva.

Eu espero...

Mas ainda assim, consegui ficar quietinha no meu canto. E percebi que ser uma Carla faladeira não era muito... Eu.

Prefiro essa que esta sempre com um livro na bolsa, e toda aula que termina a lição pega ele e continua lendo da onde parou.

É bem melhor assim.

No fim, consigo viajar mais para outro mundo que não seja esse.

Converso as vezes com meus amigos, mas não é como antes. Não é tanta falação como antes.

E de alguma forma, isso me faz bem.

Antes eu falava, falava e falava. Agora estou falando o necessário. Sem puxar o saco de ninguém, e sem falar merda para ninguém.

Só estou na minha. Aproveitando minha vida e mergulhando toda hora em um novo mundo quando abro meu livro para ler.


Sempre quando escrevo aqui, Yeva. Não consigo ouvir música alguma.

E isso é um pouco estranho.

Parece que não quero ouvir nada além dos meus sentimentos extravasando por entre a tinta da caneta que corre pelo papel.

E só consigo ouvir depois de escrever aqui.

Mas ultimamente, ando lendo antes de escrever para você.
Parece que abre mais minha mente, e posso escrever com mais clareza meus sentimentos.

Claro, que é somente aqui que consigo escrever com tanta clareza assim eles.

Sabe, hoje eu me comparei com algo muito, muito, muito estranho.

Meu cabelo.

Eu lavei ele hoje. Ontem, ele estava sujo e todo cacheadinho.
Hoje, ele esta limpo e macio. Porém os cachos não estão tão lindos como antes.

As vezes me sinto assim, por fora feliz, alegre, sorridente. Mas por dentro triste, depressiva e ridícula.

E tem meus dias que estou alegre feliz e sorridente por dentro. Mas não consigo demonstrar isso.

É complicado, e acho que só passando por isso você entenderia.

Bom, de qualquer forma, estou me acostumando comigo assim.

É uma nova descoberta. É uma nova...eu.

E essa é a que mais me cativou até agora.

Tenho que dormir, espero que amanhã a lua surja no céu para que eu escreva para você á luz brilhante da mesma.

                                                         Beijos,
                                Carla.


Notas Finais


E é isso meu povo!
Amo vocês de paixão mesmo ❤ espero que tenham gostado.
E obrigada pelos comentários do primeiro capítulo. Me incentivou e me alegrou, vocês não tem idéia como!
Amo vocês ❤
-Abraços da lírio sorridente
https://www.facebook.com/danielcampos.biz/posts/667759406705158:0 aqui esta a historia, recomendo demais ela *-*


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