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História Diário de uma fã (versão Luan Santana) - Capítulo onze


Escrita por: ThataBernachi

Capítulo 11 - Capítulo onze


Andamos alguns passos até que ele parou, fiquei observando enquanto ele subia na égua com muita facilidade, e estendia a mão para mim.

— O que? – Perguntei desconfiada.

— Vem!

— Eu não vou subir aí! – Disse enquanto balançava a cabeça negativamente.

— Vem logo Luíza! – Ele pegou minha mão me puxando. Coloquei o pé no estribo e tentei subir com a ajuda de Luan. Mas não consegui passar a perna para o outro lado, escorregando, e quase levando ele junto comigo.

— Eu não vou conseguir!

— Vai sim, vem!

— Não, não vou!

— Teimosa! – Ele fez uma careta para mim e desceu da égua. – Vou te ajudar a subir. – Coloquei o pé de volta no estribo, enquanto ele me impulsionava pela cintura, me segurando, e eu finalmente consegui passar a perna, sentando na égua. Luan subiu logo em seguida, sentando atrás de mim. Segurei na sela, enquanto ele passava os braços em volta da minha cintura, segurando as rédeas. Luan puxou as rédeas, se inclinando um pouco para frente, me fazendo inclinar também. Senti sua perna apertar levemente a barriga da égua, enquanto ela começava a andar devagar.

— Ai meu Deus! – Disse baixinho enquanto me endireitava, apertando ainda mais a sela.

— Não precisa ter medo. – Ele disse no meu ouvido, e eu senti sua respiração no meu cabelo, fazendo meu coração palpitar. – Eu não vou deixar você cair. — Assenti devagar e tentei me acalmar, o que era muito difícil, pois eu estava ciente de cada parte do seu corpo que agora tocava o meu. E o misto de sensações, os arrepios de medo e de prazer me invadiam, me fazendo querer sorrir e chorar ao mesmo tempo. Era incrível o que ele me causava, as coisas que ele me fazia sentir, e quando eu achava que finalmente estava me acostumando, bastava um sorriso dele ou um toque das suas mãos, para fazer meu coração saltar do peito, e as minhas pernas tremerem a ponto de quase não conseguir ficar em pé. À medida que nós íamos andando pelos terrenos da fazenda, eu ia me acostumando com a Estrela, e ficando mais a vontade em cima dela. Os braços firmes de Luan passados pela minha cintura me davam uma sensação enorme de segurança, e eu me sentia bem ali.

— Você é bom nisso! – Comentei.

— É bem fácil, mas não é todo cavalo que eu me arrisco. A Estrela é bem mansinha, ótima para quem não tem muita experiência. – Observei a égua embaixo de nós, que andava calmamente pela grama bem verde.

— Quer arriscar correr um pouco?

— Não! – Gritei assustada, segurando as mãos dele nas rédeas.

— Tô brincando!

— Não teve graça! – Eu disse enquanto ouvia seu riso baixinho no meu ouvido. Enquanto cavalgávamos Luan me contava sobre a sua infância na fazenda, dos cavalos, das rodas de viola, e da vez que ele presenciou o nascimento de um bezerro. Não sei quando tempo ficamos andando a cavalo pela fazenda, eu gostaria de ficar o dia inteiro ali, com seus braços a minha volta, mas meu corpo já estava cansado quando finalmente paramos na sombra de uma das árvores. Luan desceu, me ajudando em seguida. E sentamos em baixo da árvore.

— Aqui é um bom lugar! – Ele comentou.

— É uma ótima sombra! – Concordei.

— Tive uma ideia! – Luan disse mais para ele mesmo do que para mim.

— Que ideia? – Perguntei intrigada. A essa altura já estava ciente de que quando ele tinha uma ideia eu devia me preparar psicologicamente para ela.

— Fica aqui! – Ele disse se levantando.

— Que? – Eu perguntei sem entender nada.

— Fica aqui, eu já volto! – Ele disse montando a égua novamente.

— O que você vai fazer? Luan! – Mas foi inútil, ela já havia saído a galope em direção a casa. Fiquei olhando enquanto ele se afastava, até desaparecer entre as árvores. Sem ter alternativa, encostei a cabeça na árvore, reparando que era um pé de manga, e comecei a pensar em tudo que estava acontecendo. Depois de algum tempo rindo sozinha, perdidas em lembranças recentes, concluí o quanto era difícil acreditar que tudo aquilo estava realmente acontecendo, e que se fosse um sonho eu o aproveitaria o máximo que eu pudesse. Resolvi não pensar em mais nada, e somente absorver todas as coisas boas que aquele lugar me proporcionava. Comecei a reparar como o céu ficava lindo nesse tom de azul celeste, formando um contraste perfeito com o verde abundante das árvores e da grama. Ali daquela árvore eu tinha uma pequena vista ao longe do lago, a onde eu fiquei observando algumas aves voando raso sobre as águas verdes. Estava distraída olhando a grande plantação de uva que havia do outro lado, que mal percebi Luan voltar. 

Olhei assustada, e ele já estava descendo da égua com uma grande cesta na mão.

— Não acredito nisso! – Eu disse surpresa ao perceber do que se tratava.

— Não gostou? – Ele parou no lugar, me olhando desconfiado.

— Eu adorei! – Ele sorriu.

— Dona Maria fez tudo muito rápido, parece até que tudo já estava preparado!

— Você dá muito trabalho para ela, sabia? – Eu disse enquanto ajudava ele a estender a toalha xadrez no chão.

— Você não sabe como ela está feliz por eu ter trazido uma garota para cá! Ela me encheu de perguntas agora!

— Que perguntas? – Eu perguntei corando levemente.

— Deixa para lá! – Ele disse sorrindo enquanto terminávamos de colocar as coisas de dentro da cesta na toalha. Em maioria eram frutas e bolos, mas havia também compotas de doces e pães.

— Isso é creme de abacate? – Perguntei apontando para o potinho com o creme verde.

— É. – Revirei os olhos para ele balançando a cabeça negativamente. – Que? Foi ela que fez!

— Ela te paparica sempre assim? – Perguntei enquanto nos sentávamos um de frente para o outro.

— Ela não me paparica! – Ele protestou enquanto pegava o pote de creme de abacate.

— OK então! – Eu disse encerrando o assunto e puxando o pratinho com morango para perto de mim. Eu sabia que ninguém conseguia resistir a um sorriso sequer dele, e paparicá-lo era o mínimo que todos faziam, porém, ele nunca iria admitir isso. – Quer? – Perguntei me referindo aos morangos.

— Quero. – Ele estendeu a mão para mim, mas eu a ignorei, levando o morango direto na boca dele. Ele abriu a boca para morder e eu puxei o morango.

— Isso não vale! – Ele protestou sorrindo.

— Aprendi com você! – Eu dei com os ombros. Brinquei com ele e o morango por mais umas duas vezes, até que ele segurou a minha mão e mordeu o morango de uma vez.

— Não sabia o quanto isso era torturante!

— Agora você já sabe, na próxima vez dê o chocolate de uma vez para a menina! – Ele sorriu. E começou a me contar de casos engraçados sobre as garotas que tentavam beijá-lo durante a música Chocolate. Eu ria de cada história, era engraçado ver tudo isso do ponto de vista dele. Após algum tempo o assunto parecia ter acabado, e ficamos num silêncio constrangedor enquanto ele tentava fazer uma pirâmide de uvas, e eu o observava.

— E você pretende fazer o que? – Ele perguntou quebrando o silêncio, e desistindo da pirâmide após a terceira ter desmoronado antes do fim.

— Como assim?

— Você me contou o passado dos seus pais. E os seus planos para o futuro?

— Eu sempre quis fazer um intercâmbio, conhecer outro país, outra cultura.

— Eu também sempre quis conhecer outros países, a carreira internacional sempre foi um sonho.

— Que logo você vai realizar – Puxei as bochechas dele com os indicadores, forçando ele a sorrir. – Esse seu sorriso ainda vai conquistar o mundo!

— Sua boba! – Ele revirou os olhos.

— Mas fora isso, eu pretendo me formar em pediatria.

— Leva jeito com crianças então?

— Parece que sim.

— Também adoro crianças.

— Porém sempre quis fazer Biologia. – Disse me referindo a ele.
— Ou publicidade e propaganda.

— Mas não te vejo como um publicitário.

— Por quê?

— Não sei, só não acho que seja a sua cara.

— E eu tenho cara de Biólogo?

— Não, acho que você tem cara de cantor!

— É, acho que vou considerar essa possibilidade! – Nós dois rimos. – Mas voltando à pediatria, por que quer fazer?

— Não tenho um motivo específico. Sempre gostei de crianças, apesar de não conviver com nenhuma. Quando eu era mais nova, eu falava para a minha mãe que queria que ela engravidasse novamente.

— E ela não queria?

— Não, ela já operou. Daí depois que eu entendi o que isso significava, comecei a insistir para que ela adotasse um bebê.

— E ela não quis também?

— Não, minha mãe já não tinha mais tempo para cuidar de uma criança, e depois que ela e meu pai se separaram, ficou ainda mais difícil.

— Hum. Faz quanto tempo que seus pais se separaram?

— Vai fazer três anos. Eu tinha quatorze na época, e faço dezessete mês que vem.

— Ah é? Que dia?

— Dia dezoito.

— Dezoito, eu vou me lembrar.

— Vai nada!

— Vou sim.

— Não vai, sua memória é péssima.

— Você realmente me conhece viu!

— Conheço, e sei o quanto o senhor é desligado. – Toquei a ponta do nariz dele com o dedo indicador.

— Ainda bem que eu tenho ajuda.

— A Dagmar não vai te lembrar o dia do meu aniversário!

— Mas quem falou em Dagmar? A tecnologia está a meu favor! – Ele tirou o Iphone do bolso.

— Ah, que sorte a sua então! – Zombei enquanto ele mexia no celular. 



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