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História Diário de uma fã (versão Luan Santana) - Capítulo treze


Escrita por: ThataBernachi

Capítulo 13 - Capítulo treze


Após o jantar Luan saiu com seu Francisco, e eu fiquei ajudando dona Maria a arrumar a cozinha. Foi um pouco constrangedor, pois ela ficou me dizendo que Luan era um bom menino, e que não gostaria que nenhuma garota o fizesse sofrer. A maior parte do tempo eu apenas sorria e balançava a cabeça enquanto ela falava, e senti um enorme alívio quando Luan entrou de volta na cozinha.

— O pessoal está fazendo uma fogueira, e vamos fazer uma roda de viola lá! – Ele me disse ao se aproximar.

— Legal! – Disse mais para mim mesmo do que para ele. Sendo Sul-mato-grossense, eu havia crescido ouvindo sertanejo, mas uma roda de viola em volta de uma fogueira era novo para mim, e eu estava adorando. Para ser sincera, eu estava adorando tudo que estava acontecendo comigo desde que pisei o pé naquela fazenda. E eu tinha certeza absoluta de que esse dia ficaria no topo da lista de melhores dias da minha vida. Luan saiu me puxando para fora da casa, e ao passar pelo jardim, ele pegou uma rosa vermelha e colocou atrás da minha orelha.

— Para combinar com seu vestido! – Ele disse. Senti minhas bochechas queimarem, e não resisti ao impulso de dar um abraço nele. Fiquei na ponta dos pés enquanto ele me dava um beijo no rosto. Queria poder ficar para sempre ali, sentindo seu abraço quentinho e o seu cheiro doce, mas em pouco tempo eu já estava sendo puxada novamente para mais adiante pelas mãos quentes de Luan. Conforme íamos nos aproximando pude notar uma pequena fogueira, com alguns banquinhos em volta, a onde estava seu Francisco e alguns outros rapazes, que até então eu não havia visto na fazenda. Luan se sentou em um, e eu sentei ao lado dele.

— Gosta de moda de viola? – Ele perguntou.

— Adoro! – Na verdade eu adorava as modas de viola que ele cantava!

— Então nós vamos fazer uma moda bruta aqui agora! – Ele disse, e eu sorri. Adorava o jeito que ele falava, deixando ainda mais lindo o seu sotaque do interior. Fiquei a maior parte do tempo calada, apenas observando enquanto Luan conversava com o pessoal que estava chegando. Um senhor gordo e de bigodes chegou trazendo um violão, e começou a tocar enquanto Luan cantava. A última a chegar foi dona Maria, junto com uma garota de cabelos loiros e vestido rendado, que deveria ser uns dois anos mais velha do que eu. As duas traziam lanches e refrigerantes e distribuíram para o pessoal. A garota serviu o Luan, com um sorriso exagerado, e algo no olhar dela me fez ficar profundamente irritada. Não podia culpá-la por estar deslumbrada com o Luan, quando eu ficava o tempo inteiro, mas ainda assim não gostava do jeito que ela olhava para ele o tempo inteiro. Apesar de que Luan estava tão concentrado na música que nem parecia notar. Conforme o tempo foi passando eu fui deixando a garota de lado e prestando atenção nas outras pessoas. Pelo que percebi eram famílias que moravam na fazenda ou nos arredores, e estavam se divertindo naquela roda de viola. Todos pareciam gostar muito do Luan, e o senhor de bigode às vezes passava o violão para que ele tocasse alguns de seus sucessos. Eu já conhecia o carisma do meu ídolo desde a primeira vez que o vi. Eu sabia que ele tinha o dom de conquistar as pessoas sem esforço algum. Às vezes com um sorriso, outras com um olhar, ou com o timbre da sua voz. Penso que no momento em que ele veio ao mundo, Deus o deu a missão de levar a felicidade a todos os lugares com a sua música, assim o presenteando com a simpatia, a humildade e o carisma necessário para entrar no coração das pessoas e alegrar até o ser humano mais triste. Penso que ele não saiba o tamanho do seu encanto, nem a dimensão da sua responsabilidade, tudo parece muito natural. Mas o brilho próprio que ele carrega é capaz de iluminar até a maior das escuridões, de dar vida a onde não havia mais, de colorir a onde era preto e branco, concertar a onde já estava quebrado, e dar esperanças a onde só restava o medo. Eu não tinha palavras para agradecer a Deus por tê-lo colocado na minha vida. Mesmo a distância ele conseguia ser a luz que guiava o meu caminho, o motivo dos meus sorrisos bobos, o nome na contracapa do meu caderno, o rosto que aparecia em todos os meus sonhos e que não saía por nenhum segundo dos meus pensamentos, tudo me ligava a ele. E era nele que eu pensava quando colocava a cabeça no travesseiro e imaginava milhares de situações e fantasias até adormecer. Era do seu sorriso que eu precisava para ficar bem, e era o seu abraço que eu desejava ter o tempo todo. Era a sua voz que se destacava na multidão, que entrava pelos meus ouvidos e tocava o meu coração. Que me tirava da realidade e me levava para o melhor conto de fadas já escrito, do qual eu gostaria de poder viver para sempre. Era seguindo os seus passos que eu encontrava a felicidade. E por bondade divina eu estava tendo o melhor presente que Deus poderia me dar. Eu estava ali ao seu lado, sendo iluminada pelos seus olhos e entorpecida pelo seu sorriso. Eu estava tendo a chance de viver aquele conto de fadas que eu tanto sonhei. Eu não ligava de que a qualquer hora eu pudesse acordar e descobrir que tudo não passava de um sonho, por que ainda assim seria o melhor sonho de toda a minha vida, do qual eu guardaria como a melhor lembrança que eu já pude ter.

A noite terminou completando o que já estava perfeito, e pouco a pouco as pessoas foram indo para suas casas. E por mais que quisesse ficar ali para o resto da vida com Luan, era hora de nós irmos também. Nos despedimos do pessoal, e dona Maria me entregou a receita do bolo de maçã com canela, insistindo para que passássemos a noite lá, pois já estava tarde para dirigir na estrada. Mas recusamos, adoraria poder passar a noite ali com Luan, mas seria uma garota morta no outro dia. E a minha suspeita foi confirmada pelas mensagens que chegaram no meu celular assim que saímos da fazenda.

— Nossa, meu pai vai me matar! – Disse aflita.

— Por quê?

— Ele me ligou umas quinze vezes, e meu celular estava fora de área.

— Quer que eu fale com ele?

— Ah claro! – “Eu saio de casa com a Nayara e volto com o Luan Santana, muito fácil de explicar!” Pensei. – Não precisa, eu resolvo! – Acrescentei quando vi que ele havia levado a sério e comecei a discar o número do meu pai.

— Você é quem sabe, para mim não tem problema nenhum!

— Sério, não precisa! – Porque para mim têm vários! Acrescentei mentalmente.

— Luíza a onde você está? – Disse meu pai entre os dentes, do outro lado da linha.

— Eu estou chegando pai!

— Eu te liguei várias vezes, e só deu caixa postal!

— Estava sem sinal. – Eu havia ficado tão envolvida com Luan que nem havia me lembrado de ligar para meu pai e avisar que iria voltar mais tarde.

— Tudo bem, em casa nós conversamos. – Ele disse ao desligar o telefone, me deixando assustada do outro lado.

— Ele está bravo? – Luan perguntou.

— Não, tudo bem! – Menti. Passamos o resto do caminho de volta para casa conversando sobre a fazenda e tudo que tínhamos feito durante o dia.

— Você vai embora quando? – Luan perguntou assim que paramos na frente da casa de meu pai.

— Amanhã, e você?

— Também. Amanhã bem cedo eu volto para Londrina. – Fiz uma careta, estava relutante em ter que sair daquele carro e me despedir dele. Tinha a impressão de que aquela seria a última vez que o veria, mas infelizmente tinha que deixá-lo ir.

— Agora é a hora que nos despedimos, não é? – Eu disse disfarçando muito mal a minha tristeza.

— Acho que sim. – Ele disse me olhando tão profundamente, que eu tinha a impressão de que ele podia ver no fundo da minha alma.

— Então tchau. – O abracei rapidamente segurando as lágrimas. Resolvi que já que teria que deixá-lo, que fosse de uma vez, para que assim não doesse tanto. Já ia abrindo a porta do carro, quando ele puxou meu braço, segurou meu rosto entre suas mãos, e ficou me olhando como se estivesse prolongando aquele momento. Seus olhos castanhos queimavam dentro dos meus, e meu coração parecia querer sair pela boca. Fechei os olhos e então senti seus lábios nos meus, quentes e macios, tão doce e gentil, eu passaria minha vida inteira neles se fosse possível. Ainda sentindo que era a última vez, eu joguei os braços pelo seu pescoço e o beijei com toda a vontade que eu tinha. Eu não poderia ficar contando com a minha sorte repentina, pois do mesmo modo como ela apareceu der repente, ela poderia ir embora, deixando um buraco em mim. Me afastei dele ainda relutando para poder ficar e o olhei por uma última vez antes de dizer tchau e desejar uma boa viagem. Desci do carro e o observei se afastar, ainda que eu nunca mais o visse, a felicidade que eu sentia era indescritível. Aquele final de semana havia sido um sonho para mim, do qual eu sempre me lembrarei com um sorriso no rosto.

Quando entrei em casa meu pai estava sentado na sala assistindo a TV com Lílian, ouvi várias das suas reclamações por deixá-lo preocupado, pedi desculpas e contei tudo que havia acontecido, exceto, é claro, que Luan estava lá. No final tudo ficou bem, e ele já estava rindo quando contei que andei a cavalo. Dei a receita do bolo de maçã com canela para Lílian, que ficou feliz achando que eu realmente havia pegado para ela, resolvi não desmentir para não magoá-la. Foi só quando eu finalmente deitei na cama que percebi o quanto estava cansada. Não havia sequer forças para escrever no meu diário o que havia acontecido durante o dia, mas prometi que escreveria tudo durante a viagem de volta para Três Lagoas.



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