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História Diário de uma fã (versão Luan Santana) - Capítulo quinze


Escrita por: ThataBernachi

Capítulo 15 - Capítulo quinze


Quando cheguei à escola na manhã seguinte, estava ansiosa para contar para Julia tudo que havia acontecido nesse final de semana. Ao entrar na sala avistei a garota sentada no mesmo lugar de todos os dias, e rapidamente corri para me sentar atrás dela.

— Me conta tudo. Agora! – Ela disse animada. No momento em que me preparava para contar tudo a ela, uma figura que acabara de parar a porta me fez paralisar, ainda com a boca aberta. Julia seguiu o meu olhar, ficando pasma também.

— O que ele faz aqui? – Ela perguntou, comprovando que eu não estava tendo alucinações.

— Não faço ideia! – Admiti. O garoto loiro parado a porta sorriu desajeitado, com um breve aceno para nós. Dei um meio sorriso para ele, ainda surpresa. Aquele garoto que agora estava se sentando na fileira ao lado, a umas duas carteiras de Julia, era Matheus, o meu ex-namorado.

Matheus sempre foi um garoto popular, era o típico bom moço e o melhor em tudo que fazia. Com seu cabelo loiro sempre bem cuidado, seus olhos acinzentados e seu físico em forma, ele sempre arrancou suspiros das meninas da escola. No começo eu não gostava dele, achava-o irritante e convencido, provavelmente porque o nosso primeiro contato foi quando ele me derrotou em um debate há pouco mais de dois anos. Contudo alguns meses depois, a professora de biologia acabou nos forçando a formar duplas permanentes do laboratório, que ela escolheria. Acabou que eu formei par com Matheus, e em pouco tempo começamos a namorar, para o desgosto de muitos. Ficamos juntos por cerca de dois anos, e há exatamente oito meses ele me disse que se mudaria com os pais para Florianópolis, pois seu pai havia sido transferido para lá. Eu me lembro de ter chorado cada dia da sua ausência até alguns poucos meses atrás, que agora pareciam muito mais distantes. Olhei para Matheus ainda sem acreditar, ele agora estava entretido em uma conversa com Marion, que havia se sentado a sua frente, e que de vez em quando me lançava um olhar de desdém. Voltei a minha concentração para a professora de matemática, que começara a passar os exercícios na lousa. Seja o que fosse que fizesse Matheus retornar, eu perguntaria uma outra hora.

Aproveitei o intervalo para contar para Julia tudo que havia acontecido em Araçatuba, que deu um grito fazendo com que quase todos no pátio olhassem em nossa direção. Tive que dizer várias vezes que não estava brincando para ela poder acreditar, não a culpava, qualquer pessoa que ouvisse a minha história me chamaria de louca. Até eu mesmo custava a acreditar, e parecia ainda menos real quando me ouvia falando.

Quando estava levantando da mesa para voltar para a sala, após o sinal ter batido, fui interrompida por Marion, que parou a minha frente.

— O que você quer Marion? – Perguntei irritada, já prevendo que coisa boa não seria.

— Só vim te dar um aviso!

— Então fala logo, porque eu estou atrasada para a aula.

— Agora que Matheus voltou, se você pensa que vai ficar com ele, você está muito enganada, ele é meu. – Tive que me segurar para não dar risada. Apesar do tom de ameaça na sua voz, estava aparente o medo no seu rosto. Não podia negar que gostava de vê-la perdendo a postura de superioridade de sempre.

— Sem problemas! – Eu disse. Quanto menos Marion se preocupasse comigo, menos problemas eu teria. Ela pareceu surpresa, provavelmente não esperando essa minha resposta. Ficou me encarando por alguns segundos com aparência desconfiada, até finalmente recuperar a postura de megera.

— É bom mesmo! – Ela disse virando as costas.

— A propósito Marion – Ela virou para me olhar novamente. – Eu não te vi no show sábado!

— Claro, eu estava na área vip. V.I.P, lugar onde caipiras como você não entra! – Ela respondeu dando as costas novamente, enquanto as pessoas ao redor riam.

— Que menina metida, mal sabe ela que você ficou com o Luan! – Disse Julia indignada.

— E nem vai saber. Mas essa história está muito estranha. – Eu disse ainda olhando para Marion que agora estava andando para a sala com um grupo de meninas. – Eu não me lembro de ter visto a Bruna lá.

— Ela não disse que iria estar ao lado da irmã dele no show?

— Então, eu vou descobrir isso! – Falei mais para mim mesmo do que para Julia enquanto entravamos na sala de aula. Comecei a vasculhar a minha memória, mas em nenhum momento eu me lembrava de ter visto a Marion, nem a Bruna no show. Mas o Luan teria me dito se a irmã dele estivesse lá, não teria? Além disso, eu teria visto se Marion estivesse entrado no camarim. Eu não sabia, mas uma certeza eu tinha, eu iria descobrir.

Passei o resto da semana contando e recontando todo o meu final de semana para Julia. E quando as outras pessoas me perguntavam como eu tinha conseguido tirar a foto com Luan, eu dizia que havia conhecido o sobrinho do organizador do show, e depois de tanto repetir a mesma história até eu me questionava se tudo aquilo realmente aconteceu. Mas a foto e a jaqueta que eu mantinha guardada como um troféu era a prova mais do que concreta de que tudo foi real. As aulas do Bortolotto na quarta foram ainda mais estranhas do que o normal, ele não havia implicado comigo, aliás, ele nem havia falado comigo. Esperei até o fim da aula, depois que todos já tinham saído para o intervalo, para parar na sua frente, bloqueando sua passagem.

— Alguma dúvida Srta. Villar? – Ele perguntou.

— Não, é só um aviso. Só quero que saiba que se o senhor fizer a minha mãe sofrer, eu vou ser obrigada a desrespeitar as normas da escola e quebrar a sua cara. – Eu estava ciente de que poderia ir parar na direção por falar com um professor daquela maneira, mas não estava me importando. Ele me olhou por alguns segundos e então respondeu de má vontade.

— Preocupe-se com os seus estudos senhorita! – E saiu da sala. Julia, que ouviu toda a conversa, quis saber sobre o que estávamos falando. Contei para ela o que havia acontecido, deixando-a pasma.

— O que sua mãe viu nele? Ele penteia o cabelo de lado! – Ela disse indignada. Eu não sabia o que minha mãe havia visto nele, pois em questão de atrativos físicos, ela já havia saído com homens muito mais bonitos. E legal eu sabia que ele não era, eu nunca nem sequer havia o visto dar um sorriso, seria impossível imaginá-lo sendo um perfeito cavalheiro. Minha mãe dizia que era implicância da minha parte, pois dentro da sala de aula ele fazia apenas o trabalho dele. Se o trabalho dele era ser o professor mais chato e irritante de toda a escola, ele estava desenvolvendo-o muito bem.

Quando estava saindo da escola na sexta, Matheus estava parado no portão e sorriu ao me ver. Parei por um segundo pensando se deveria mesmo continuar andado, mas concluí que não haveria o que temer.

— Posso conversar com você? – Ele perguntou assim que cheguei no portão.

— Claro! – Respondi, e ele me seguiu pela rua da escola, em direção a minha casa.

— Não consegui falar com você a semana inteira. – Ele disse após algum tempo de um silêncio constrangedor.

— Hum. – Respondi, não havia muito a dizer, não podia falar que estava evitando-o a semana inteira. Mas eu sabia que mais cedo ou mais tarde teria que falar com ele.

— Você deve ter achado estranho eu ter voltado.

— É, eu achei.

— Meu pai não se adaptou a Florianópolis!

— Ele levou bastante tempo para perceber isso, não é? – Percebi que estava sendo rude com ele. Eu sabia que não era culpa de Matheus ele ter que ir embora, mas ainda me sentia magoada por ter passado tantas noites chorando e sofrendo a sua ausência.

— É verdade, mas aconteceram outras coisas também. – Ele não parecia ter ficado chateado com a minha grosseria.

— Hum, você continua morando no mesmo lugar?

— Sim.

— Então acho que sua casa é para o outro lado. – Eu não conseguia evitar as palavras duras, era algo mais forte do que eu.

— Você está brava comigo? – Ele perguntou um pouco surpreso.

— Não. – Respondi. E era verdade, não estava brava com ele, estava brava comigo por sentir medo de falar com ele. Continuamos andando em silêncio. Respirei fundo e comecei a pensar no porque eu estava com tanto medo de Matheus. Eu tinha medo de vê-lo e reascender todo o sentimento que eu levei um bom tempo para destruir, ou pelo menos amenizar. Eu não posso dizer que amei Matheus, mas gostei muito, e tinha medo de gostar de novo. Eu tinha medo de quebrar meu coração novamente, e passar dias chorando sem saber quando eu o veria de novo. Essa era a primeira vez que o via depois de oito meses, quando me despedi dele com lagrimas nos olhos e um coração quebrado. Mas agora ele estava ali ao meu lado, e o medo parecia não fazer sentido, pois eu não sentia mais as mesmas coisas. Eu achava que quando o visse de novo, pularia no seu pescoço e nunca mais o deixaria ir. Mas naquele momento eu concluí que não era mais aquilo que eu queria fazer. Eu ainda sentia um carinho por Matheus, afinal, foram dois anos, eu não podia ser indiferente a ele. Mas eu não o queria mais. Segurei a vontade de sorrir ao pensar que eu não precisava mais ter medo, pois mesmo estando ali ao seu lado o meu pensamento estava na pessoa que havia colado todas as partes quebradas do meu coração, que havia me mostrado um tipo diferente de amor, do qual eu nunca imaginaria sentir. Mesmo com Matheus ali, o único rosto que pairava sobre os meus pensamentos era o de Luan, e era no pescoço dele que eu queria poder pular, para nunca mais deixá-lo ir. E eu não precisava mais ter medo de Matheus quebrar o meu coração novamente, pois meu coração não estava mais ali, não estava mais comigo. E eu sabia muito bem a onde ele estava agora, talvez dormindo tranquilamente em algum quarto de hotel.

Ao parar em frente da minha casa, me virei para me despedir dele.

— Até amanhã então. – Disse. Mas ele apenas se aproximou de mim, mexendo de leve no meu cabelo. Fiquei olhando-o assustada enquanto ele continuava se aproximando devagar. Os seus olhos acinzentados faiscando, mas aqueles não eram os olhos castanhos que queimavam dentro dos meus, que olhava no fundo da minha alma, e me fazia esquecer do mundo. Dei um passo para trás assustando-o. – Até amanhã. – Disse novamente, me virando e deixando-o sem entender nada. Entrei em casa irritada, não podia culpá-lo por ter ido embora, mas estava aborrecida por ele pensar que quando voltasse tudo estaria da mesma forma que deixou.



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