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História Diário de uma fã (versão Luan Santana) - Capítulo dezessete


Escrita por: ThataBernachi

Capítulo 17 - Capítulo dezessete


Acordei assustada com o barulho do meu despertador, já estava me levantando para ir para a escola quando me lembrei que era domingo. Olhei para o despertador, percebendo que o que estava tocando era o meu celular. Esfreguei os olhos e pude ver que eram três e meia da manhã. Quem poderia estar me ligando uma hora dessas? Peguei o celular e vi que era um número restrito, atendendo-o assustada.

— Alô. – Disse ainda sonolenta.

— Te acordei? – A voz do outro lado perguntou, e eu sorri involuntariamente ao ouvi-la.

— Droga, estou sonhando de novo!

— Oi? – Ele perguntou sem entender.

— Nada não. Por que você está ligando restrito?

— Ah, esqueci. Espera aí! – Luan disse e desligou o telefone. Fiquei olhando para o celular, pensando seriamente se eu não estava imaginando tudo aquilo, quando o celular tocou novamente, e o número de Luan apareceu no visor. Meu coração palpitou em pensar que ele realmente estava me ligando, e que havia se lembrado de mim.

— Por que você desligou?

— Eu costumo deixar no restrito e esqueço.

— Hum.

— E como você está?

— Bem e você?

— Também. Acabei de chegar do show.

— E como foi?

— Muito bom, lotado como sempre!

— Que bom! – Eu disse me lembrando do show em Araçatuba, como eu queria poder repetir aquele momento.

— Então, eu estou perto de Três Lagoas.

— Sério? – Eu disse me sentando na cama espantada.

— Sim.

— Como teve show aqui perto e eu não fiquei sabendo? – Estava indignada, querendo ligar o computador e verificar novamente a sua agenda.

— Não, o show não foi aí perto… Ah, é uma longa história. – Ele disse atropelando as palavras. Estava começando a ficar intrigada, Luan estava aprontando alguma coisa. – Eu queria saber se posso te ver.

— Agora? – Eu perguntei assustada.

— É, a menos que você não possa sair.

— Posso. – Disse. Estava tentando assimilar as palavras dele. Ele queria me ver, ele havia se lembrado de mim e queria me ver. Meu coração parecia querer saltar pela boca.

— A onde eu posso te encontrar?

— Tem uma praça perto da minha casa, não vão muitas pessoas lá.

— Ótimo! – Expliquei para ele como chegar até a praça e ele desligou dizendo que estaria lá em vinte minutos.

Cambaleei até o banheiro, com a sensação de que poderia dar cambalhotas de felicidade. O sonho, aquele em que eu vivi todo meu final de semana passado, ainda não havia acabado. E nada poderia descrever a felicidade de saber que iria vê-lo novamente, que mais uma vez sentiria o toque da sua pele, e o brilho dos seus olhos só para mim. Troquei de roupa rapidamente e saí de casa na ponta dos pés. Eu sabia que minha mãe não ouviria, pois ela toma remédio para dormir, e Frederico dorme que nem uma pedra. As ruas estavam desertas, e o vento gelado batia na minha blusa fina, mas estava ansiosa demais para sentir frio. Cheguei à pequena praça vazia e me sentei em um banco no canto, próximo a uma árvore. Coloquei meus fones de ouvido para tentar me distrair e despistar meu nervosismo, mas a música não conseguia acalmar meus pensamentos. Pensava em como seria ver Luan outra vez, se meu coração já havia se acostumado com a sua presença ou se seus olhos ainda me causavam tanto deslumbro. Já estava ficando nervosa com a demora, quando Luan chega por trás e me abraça, fazendo meu coração sofrer um solavanco, acelerando compulsivamente. E então eu pude sentir seu cheiro doce que me fazia tão bem.

— Oi linda. – Ele disse ao sentar ao meu lado e beijar minha bochecha.

— Você me assustou! – Eu disse tentando recuperar o ar.

— Desculpa! O que você está ouvindo? – Ele perguntou enquanto pegava um dos meus fones de ouvido, que eu acabara de tirar. Nesse momento estava tocando Titãs, e a música dizia; “Porque eu sei que é amor, eu não peço nada em troca”.

— É minha música para você! – Eu disse enquanto ele sorria.

— Que coisa mais linda! – Ele disse, e eu fiquei fitando-o como se não pudesse acreditar que ele realmente estivesse ali. Ele estava vestindo uma blusa de frio cinza e um boné azul um pouco torto, deixando-o ainda mais bonito. Na verdade, bonito era um adjetivo vago demais, a beleza dele era quase irreal. Senti como se um fio de eletricidade tivesse passado pelo meu corpo, eu queria poder tocá-lo, eu desejava isso com todas as minhas forças. Coloquei a minha mão no banco próxima a dele, e fui encostando devagar, roçando levemente, sentindo a eletricidade que emanava dela. Luan percebendo, olhou para nossas mãos no banco e eu senti minhas bochechas queimarem de vergonha. Ele virou a minha mão entrelaçando na dele e sorriu para mim. Seus olhos chamuscando nos meus, me causando arrepios, e provando que meu coração não se acostumaria tão fácil com a sua presença. Naquele momento eu soube que nenhum outro par de olhos me causaria tantas sensações a ponto de me tirar da realidade e sentir como se nada mais existisse no mundo. Como olhar dentro daqueles olhos e não querer tê-los pela eternidade? Creio que seja impossível, e eu me sentia imensamente feliz por tê-los ali, por meros segundos que fosse.

— E como foi sua semana? – Luan perguntou, ainda segurando a minha mão, me causando uma inexplicável sensação de segurança. De início pensei em dizer que foi apenas agitada como disse para minha mãe, mas sem perceber comecei a falar tudo que estava guardando para mim a semana inteira, desde o romance da minha mãe com meu professor de história, até a briga com Frederico no quarto. Luan me olhava fazendo caras e bocas à medida que eu ia contando, e de vez em quando soltava expressões como “Nossa” e “E aí?”. Quando terminei de contar, ele me disse que achava muito legal da minha parte apoiar minha mãe, e que com o passar do tempo Frederico ia entender. Era maravilhoso vê-lo fazendo parte da minha vida, se importando com os meus problemas, e me ajudando a resolvê-los. Ele era a pessoa com quem eu gostaria de poder dividir as minhas alegrias, e a primeira em quem eu pensava nos momentos de tristeza, e quando as lágrimas insistiam em rolar pelo meu rosto, era o abraço dele que eu desejava para poder me sentir melhor. Luan ficou olhando para o chão em silêncio, as pontas dos seus dedos tamborilando levemente na minha mão sobre o banco.

— O que houve? – Perguntei.

— Quem é esse Matheus que você disse que voltou? – Congelei no lugar, percebendo que havia falado demais. Tentei me lembrar o que exatamente eu havia dito sobre o Matheus. Disse apenas que cheguei na escola e ele tinha voltado, mas que isso não era importante. Não me lembrava de ter dito nada demais, para Luan ficar pensativo.

— Por que a pergunta? – Perguntei intrigada.

— Por causa desse seu tom de voz receoso. – Ele disse me encarando. Naquele momento percebi que Luan era mais observador do que eu imaginava, mesmo que não parecesse, ele estava atento a todos os detalhes.

— É meu ex-namorado, te falei sobre ele quando você me perguntou lá na fazenda.

— Hum, Você não disse o nome!

— Porque não achei importante!

— É importante agora? – Ele perguntou levantando uma das sobrancelhas.

— Não, claro que não. Eu apenas comentei que ele voltou.

— E aí?

— Aí o que? – Estava nervosa com aquelas perguntas, e a sua expressão, parecia que ele estava observando cada reação minha.

— O que você sentiu?

— Nada. Não há mais nada para sentir! – Disse sinceramente.

— E vocês conversaram? – Ele ainda usava o mesmo tom de voz cauteloso, e eu não estava gostando nada disso.

— Não, eu estava mais preocupada com outra coisa. – Achei desnecessário dizer para ele que Matheus tinha tentado me beijar. Não queria que ele pensasse algo errado sobre mim.

— Com o que?

— A onde estaria certa pessoa aí!

— E quem é essa pessoa? – Ele perguntou um pouco mais animado.

— É uma pessoa muito chata. Mas não conta para ele que eu disse isso – Me aproximei dele como se fosse contar um segredo. – Ele costuma jogar as pessoas na piscina quando elas o chamam de chato. – Ele sorriu.

— Nossa, ele é realmente muito chato então! – Ele já estava mais descontraído e eu fiquei feliz por ter mudado o rumo daquela conversa.

— É sim. Mas eu já o encontrei.

— Ah é?

— É, ele me fez levantar da cama ás três e meia da manhã para nem sequer me dar um abraço. – Ele sorriu, e me puxou para os braços deles. Encostei a cabeça no seu peito, respirei fundo e pude aspirar o seu perfume doce, quase estonteante. Como era bom estar ali nos seus braços, sem precisar me preocupar com mais nada no mundo, pois nada mais parecia importante, tudo era pequeno demais diante da sensação que era ter seus braços me envolvendo, sabendo que ali estava a razão e o motivo de toda a felicidade que eu estava sentindo nos últimos dias. E naquele momento eu já nem me lembrava das noites que passei em claro pensando que aquele momento nunca chegaria, me achando boba por continuar acreditando, pois eu era apenas uma garota simples e comum, e ele poderia ser tudo, menos simples e comum. Não pensava mais nas tantas críticas que recebi, as inúmeras vezes que me chamaram de idiota por sonhar com aquele momento. Nas vezes que pensei em desistir, pois tudo era tão doloroso que eu achava não poder mais aguentar. Nada disso importava mais, e eu me sentia imensamente grata ao meu coração por não ter me deixado desistir, por ter gritado todas as vezes que eu tentei ou apenas pensei. Grata a Deus por ter me dado força todas as vezes em que eu achei que não pudesse mais suportar. Pois agora não importava mais o quão sem graça eu era perto da beleza de Luan ou quantas as vezes me disseram que eu não iria conseguir. A única coisa que importava é que eu estava ali nos seus braços agora, sentindo o calor que irradiava deles. Eu estava abraçando muito mais do que alguém comum, eu estava abraçando o dono meu coração, dos meus pensamentos, dos meus sorrisos, dos meus sonhos e até das minhas lágrimas. Eu estava abraçando o meu ídolo, sabendo que ali estava todo o meu mundo e toda a minha felicidade.

Luan me soltou e me olhou sério por alguns segundos, e eu fiquei imaginando no que será que ele estaria pensando.

— Eu sei que não é legal ter que ficar me encontrando nessas situações, mas a minha vida é essa. É tudo na maior correria, eu mal tenho tempo para mim! – Ele finalmente disse.

— Eu sei, não estou reclamando. – E era verdade, eu não me importava, eu só queria poder vê-lo.

— Eu gostei muito de você. – Quase perdi os sentidos com aquelas palavras. As repeti várias vezes mentalmente para poder absorvê-las, enquanto meu coração acelerava compulsivamente. Tentei me concentrar no que ele estava me falando e não perder o foco, mas era difícil quando seus olhos estavam tão penetrantes no meu, me fazendo hiperventilar. — E é por isso que tenho tentado encontrar brechas no meu tempo para te ver. Mas eu não queria que você passasse por isso.

— Mas eu quero! – Dei com os ombros. Eu queria, e queria muito!

— Você não está entendendo. A minha vida não é nada fácil, o meu trabalho me deixa muito pouco tempo disponível. E a pessoa com quem eu me relacionar terá que ser submetida aos meus horários. – A palavra relacionar se destacou em meio às outras e eu senti como se meu coração fosse saltar do meu peito.

— Eu me adapto fácil às circunstâncias! – Disse enquanto ele encarava o chão. Peguei o rosto dele entre minhas mãos e falei olhando dentro dos seus olhos. – Eu não estou dizendo que vou entender, ou que vou conseguir lidar com o seu trabalho. Mas estou te pedindo para tentar. Qualquer pessoa que um dia tenha conseguido algo na vida começou tentando!

— Começou sonhando! – Ele indagou.

— E conseguiu porque tentou.

— Exatamente!

— E eu já sonho com isso há muito tempo. Está na hora de tentar! – Ele pegou uma das minhas mãos em seu rosto, e beijou delicadamente. Senti calafrios com o toque dos seus lábios em minhas mãos, e seus olhos queimaram nos meus, causando um misto de sensações. Deixei a minha mão escorregar do seu rosto, enquanto ele brincava com o meu cabelo delicadamente. As pontas dos seus dedos tocaram suavemente o meu pescoço, me causando arrepios. Ele foi se aproximando devagar, e eu deixei minha cabeça cair para trás, enquanto ele afastava os meus cabelos da nuca e roçava os lábios no meu pescoço, depois no espaço em baixo da minha orelha e por fim na minha clavícula a beijando sutilmente, quase me tirando o ar, e naquele momento soube que o único ar que meus pulmões precisavam era ele, pois era por ele que eu respirava. Então ele se afastou alguns centímetros, e seus olhos profundos chamuscaram nos meus novamente, dando a impressão de que ele podia ler dentro da minha alma. Meu coração batia violentamente e minha respiração falhava, então fechei os olhos e o senti se aproximar, sua respiração na minha, seus lábios roçando de leve meu queixo, seus dedos delineando minhas costas por baixo dos meus cabelos. Ele parecia querer prolongar aquele momento, e cada toque seu eu sentia uma onda de arrepios passar pelo meu corpo. Quando finalmente senti seus lábios nos meus, macios e delicados, quase num sussurro, senti novamente como se fogos de artifícios estivessem saindo do meu peito, sendo ainda melhor do que minha memória pudesse gravar. Ele me despertava sensações que eu nunca havia pensado sentir, e eu sabia que ele era o único capaz de causar tais coisas, pois só de estar ali, sentindo seus lábios nos meus, era a melhor sensação do mundo.

Então ele passou um braço pelas minhas costas, me trazendo para mais perto do seu corpo, tornando o beijo ainda mais urgente. Eu podia sentir cada parte do meu corpo arrepiando, consciente da sua proximidade e do calor que irradiava dele, enquanto ele me beijava cada vez mais intenso e profundo. Então ele se afastou, meu coração estava acelerado e minha respiração ofegante. Ele me olhou intensamente nos olhos, e eu sustentei o seu olhar ansiando por mais. Meu corpo o desejava cada vez mais perto, e meu coração respondia ao chamado. Ainda me olhando fixamente, ele colocou uma das mãos na minha nuca, e com a outra em minha cintura, me puxou para perto de si, me beijando novamente. E dessa vez sua boca estava mais urgente na minha, se tornando menos delicada, mas ainda assim completamente carinhosa. O beijo durou longos minutos, e eu já estava completamente sem ar quando ele me soltou, meu coração palpitando feito louco, e minha mãos suando mais do que o normal. Então ele me puxou novamente para os seus braços, me abraçando forte. E eu deitei a cabeça no seu peito, passando os braços pela sua cintura, enquanto tentava retomar o ar, sentindo seu coração também bater mais forte, me causando uma inexplicável sensação de felicidade. Não sei por quanto tempo fiquei ali em silêncio, com seus braços a minha volta e o seu queixo apoiado em minha cabeça, provavelmente por muito tempo. Não era preciso dizer nada, tudo já havia sido entendido. E a única coisa que eu queria era senti-lo ali, era abraçá-lo e nunca mais deixá-lo ir. Eu não fazia ideia de que horas eram, e nem queria saber, mas o céu ao longe estava começando a ficar num tom de azul cobalto.

— Eu preciso ir. – Luan disse baixinho.

— Eu não quero que você vá. – Eu disse manhosa.

— Eu também não quero ir, mas eu preciso.

— Você ainda não me disse como chegou até aqui.

— É uma longa história.

— Eu quero ouvir.

— Outro dia. – Ele disse me soltando, e eu me afastei do seu peito, me endireitando no banco, pensando se esse outro dia realmente iria chegar.

— Mas eu não quero me despedir de você.

— Então considere isso como um até breve! — Meu coração, que a essa altura já estava mais calmo, deu um solavanco por pensar que eu poderia vê-lo novamente.

— Não há outro jeito não é mesmo?

— Não, mas você vai me ver de novo antes mesmo de sentir saudades.

— Isso é impossível!

— Por quê?

— Porque eu já estou com saudades! – Ele sorriu, me abraçando novamente. Como eu queria poder não soltá-lo nunca mais, e ficar ali para sempre sentindo o seu cheiro doce. Mas infelizmente ele me soltou antes que eu pudesse protestar, se levantando e me puxando pela mão em seguida. Ainda segurando a minha mão, ele me deu um beijo na testa e disse que nos veríamos em breve. O abracei mais uma vez pela cintura, soltando-o rapidamente. Eu poderia abraçá-lo pela noite inteira sem me cansar.

— Pode ir, eu vou ficar te olhando! – Ele disse.

— Não precisa, não tem perigo.

— Vai. – Ele disse na mesma falsa autoridade que eu já estava acostumada, encerrando o assunto. Disse um “Até mais” baixinho, me virando para ir, ainda segurando a sua mão, e conforme ia me afastando ele a soltava devagar. Ao chegar à esquina, me virei olhando-o por uma última vez, ele ainda estava lá, parado com os braços cruzados em frente ao banco, tão lindo como uma estátua de porcelana. Dando um profundo suspiro, virei à esquina, deixando naquela praça o meu coração.



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