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História Diário de uma fã (versão Luan Santana) - Capítulo dezoito


Escrita por: ThataBernachi

Capítulo 18 - Capítulo dezoito


O domingo passou devagar, minha mãe se assustou quando eu levantei cantarolando, e até arrumei meu quarto, pois eu simplesmente tinha jogado as roupas da mala dentro do guarda-roupa, sem nem sequer dobrá-las. Ela não me fez muitas perguntas, pois sabia que quando eu acordava sorrindo, significava que tinha sonhado com o Luan. Só que diferente das outras vezes, dessa vez foi muito mais do que um sonho, e muito melhor do que minha mente pudesse projetar.

Frederico não disse uma palavra comigo, nem com a minha mãe, e passou o dia fora de casa. Mas sinceramente, eu não estava mais preocupada com ele, com o passar do tempo ele iria se acostumar. Após ajudar minha mãe a lavar os pratos do almoço, a típica lasanha congelada de domingo, subi para meu quarto, pegando dois livros que estavam em cima da mesinha de cabeceira e me sentando na cama.

Me distraí por algum tempo olhando o adesivo de tamanho real de Luan pregado na parede a minha frente. Eu me lembro que guardei um mês do dinheiro do lanche da escola para comprá-lo, e não me arrependo. Eu costumava falar direto com ele, e sentia como se ele pudesse me ouvir, e mesmo que seja uma conversa de mão única como eu costumo chamar, e mesmo que a resposta nunca tivesse vindo, poder conversar com ele era uma das melhores partes do meu dia. Houve vezes em que eu estava nesse mesmo lugar, com lágrimas nos olhos inchados, olhando para esse mesmo adesivo, prometendo para mim mesma que um dia eu iria abraçá-lo, um dia eu saberia como é o toque das suas mãos nas minhas. E estando ali sentada, sabendo que eu havia conseguido, que eu havia sentido o calor dos seus abraços, e mais ainda, eu havia sentido o gosto dos seus beijos, que era sem dúvidas o melhor gosto do mundo.

Nada poderia descrever a felicidade que eu sentia nesse momento, e nem se eu tentasse poderia ser capaz de expressar a alegria que era ter meu sonho, aquele que eu tanto ansiei enquanto muitos desacreditavam, finalmente realizado. Olhando-o bem, esse adesivo não fazia jus à beleza de Luan, pois ele conseguia ser ainda mais lindo do que qualquer retrato pudesse mostrar. E nenhuma capa de revista no mundo poderia transpassar a emoção que era olhar dentro dos seus olhos e sentir o brilho do seu sorriso, aquele seu sorriso perfeito, capaz de despertar milhares de outros sorrisos por onde quer que ele passe. Nenhum vídeo, aqueles que eu passo horas vendo com os olhos brilhando de felicidade, nem mesmo um programa de TV, do qual me faz correr para a frente da televisão e adiar qualquer outro compromisso só para assistir, é capaz de transmitir todo o seu carisma, sua simpatia e a sua humildade.

Nenhum outro artista tem tanta entrega ao seu público quanto o meu ídolo, nenhum outro consegue provocar tantos sorrisos e arrancar tantas lágrimas de felicidade. Nenhum outro é capaz de subir em um palco e sair de lá levando o coração e os sonhos de todos que o ouvem cantar. Pensando bem, eu acho que se em algum momento da minha vida eu tivesse escrito uma carta para Deus pedindo um ídolo que me ensinasse a amar, a acreditar nos meus sonhos e nunca desistir deles, e que me desse um motivo a mais para viver e ser feliz, acho que ele não me daria um tão perfeito. E hoje eu só tenho a agradecer a Deus por tê-lo colocado na minha vida, me ensinando as coisas mais lindas que existem sobre o amor.

Peguei um dos livros que estavam em meu colo, do qual a capa dizia “Amor impossível, possível amor”, ele era um dos meus livros preferidos e por um motivo especial eu estava lendo-o novamente. A história conta sobre uma garota de quatorze anos, fechada e tímida, que vê o seu mundo virar do avesso quando sua melhor amiga vai embora da cidade, levando com ela seu irmão, por quem ela estava apaixonada. Ela está mal na escola, e seu pai não está bem de saúde. No meio de toda essa confusão ela conhece Bruno, seu professor particular de matemática de vinte e oito anos, por quem ela começa a nutrir um sentimento maior. De certa forma eu me identificava com esse livro, e uma das minhas frases favoritas era; “O que são as diferenças numéricas diante da intensidade do sentimento”.

No meu caso, estava muito além da diferença de idade, era mais como uma diferença de mundos, mas ainda assim o sentimento conseguia ser tanto a ponto de amenizar o medo que eu sentia ao enfrentar tudo isso. Coloquei o livro de lado, prometendo que o leria mais tarde, e voltei a minha atenção ao livro azul turquesa com capa de camurça sobre o meu colo. O abri, encontrando entre a suas páginas uma murcha rosa vermelha com as pétalas quase secas. Aquela era a rosa que Luan havia colocado atrás da minha orelha naquele dia tão lindo na fazenda, e eu resolvi guardá-la ali, como uma lembrança, das muitas que eu teria, de um dos dias mais feliz da minha vida.

Quando cheguei na escola no dia seguinte, havia um burburinho na sala de aula. Antes mesmo de conseguir sentar no local de sempre, pude notar que uma foto estava sendo passada de mão em mão. Continuei a andar sem dar importância, até ser interrompida por Marion, que acabara de entrar na minha frente. Já estava achando que ela falaria mais alguma coisa sobre Matheus quando ela levantou a mão, balançando a tal foto em frente ao meu rosto. Peguei a foto, vendo que nela estavam duas garotas, uma era a própria Marion, e a outra era Bruna, a irmã do Luan.

— Gostou? Foi no shopping em Campo Grande. – Disse Marion triunfante, me causando profunda irritação. Me lembrei que tinha esquecido de perguntar a Luan se a irmã dele havia ido ao show. Aliás, haviam tantas coisas que eu gostaria de dizer a Luan, mas elas simplesmente sumiam quando eu estava na presença dele.

— Por que será que eu acho que você não conhece ela? – Eu disse calmamente, insinuando que ela não a conhecia somente para ver a sua reação. Ainda estava intrigada sobre o show.

— Você está querendo dizer que a foto é montagem? Que patético! – Ela disse, mas eu pude notar uma rápida mudança no seu tom de voz.

— Eu só estou dizendo o que eu ouvi falar! – Continuei jogando verde.

— Ah é? Vai me dizer agora que foi o próprio Luan que te disse? – Ela zombou, seu tom de voz ficando ainda mais nervoso. Eu teria rido com aquelas palavras se Marion não me deixasse tão irritada quando falava de Luan.

— Por que ele falaria de você? – Marion me olhava como uma cobra prestes a dar o bote.

— Por que ele falaria com você, seria a pergunta correta. Mas sabe o que é ridículo? Você achar que o Luan um dia olharia para você, uma garota sem nenhum tipo de atrativos.

— Você não sabe! – Julia interrompeu.

— Não é preciso ter uma bola de cristal para saber disso, um espelho já é suficiente! – Ela disse virando as costas e indo se sentar no seu lugar, pois a professora acabara de entrar na sala. Me sentei na carteira, o sangue fervendo nas veias, minha vontade era grudar naqueles cabelos vermelhos de Marion e jogar na cara dela segundo por segundo que eu havia passado com Luan. Mas me contive, não importava o que ela falasse, a única coisa que importava era o que eu estava sentindo, e o que eu estava vivendo, e isso ela não conseguiria mudar.

Estava no pátio com Julia na terça-feira, quando vi o professor Bortolotto indo em direção as salas de aula, e pude notar Frederico se levantando e indo atrás dele. Eu já estava alerta sobre algo assim acontecer, então vinha observando Frederico à distância, pois sabia que ele era bem mais estressado do que eu. Me levantei para segui-los, precisava evitar qualquer tipo de catástrofe.

— A onde você vai? – Julia perguntou.

— Fica aqui, eu já volto. – Disse saindo, deixando-a sem entender nada. Parei na porta da sala de aula de Fred e vi que os dois já estavam discutindo.

— O que você quer com a minha mãe? – Frederico gritava.

— O senhor quer se retirar ou eu vou ser obrigado a chamar a diretora! – Bortolotto dizia calmamente.

— Não é homem o suficiente para me enfrentar? – Frederico continuava gritando.

— Fred! – Eu o chamei receosa de que ele fizesse algo contra o professor, pois ele era mais alto e com certeza muito mais forte.

— Fica fora disso Luiza!

— Fred, por favor! – Eu supliquei, mas ele me ignorou. Eu não estava com pena de Bortolotto, mas com medo da repercussão que a história teria.

— Você ainda não respondeu, o que quer com a minha mãe? – Fred ainda gritava, e eu estava grata pelo barulho na hora do intervalo ser intenso no pátio, ou já estaria cheio de gente na sala de aula.

— Eu não preciso te dizer nada Sr. Villar! – Não era possível que nem em uma hora dessas o Sr. Bortolotto conseguia deixar de ser tão prepotente e arrogante. Pelo que percebi Frederico também achou a mesma coisa, pois avançou para cima do professor. No susto eu corri para Fred, segurando o braço dele, que me empurrou de lado, me derrubando no chão.

— Já chega, isso já foi longe demais! – Disse Bortolotto tentando sair da sala, mas foi interrompido pelo braço de Frederico que o encostou na parede segurando a gola da sua camisa azul.

— Fica longe da minha mãe, você não é homem para ela! – Fred disse entre os dentes.

— Fred para! – Eu gritei me levantando do chão. – Você quer que a diretora chame a mãe aqui na escola e todo mundo fica sabendo o que está acontecendo? É isso Frederico?

— Você está protegendo ele? – Ele me perguntou incrédulo.

— Não, não estou. A minha vontade era quebrar a cara dele tanto quanto você. – Bortolotto me olhou assustado. – Mas eu não quero que isso se espalhe, é vergonhoso demais para ainda ter as pessoas comentando. – Fred olhou para mim, depois para Bortolotto, soltando-o em seguida. Respirei aliviada enquanto o professor ajeitava a gola da camisa e pegava as pastas que haviam caído no chão. Frederico saiu da sala derrubando uma carteira, e eu o segui para fora. Ele deu um soco na parede, encostando a cabeça nela em seguida. Me aproximei dele, com medo de levar um soco também ou ser arremessada para longe dali.

— Eu entendo você! – Eu disse enquanto colocava a mão no seu braço. Ele me olhou, a raiva aparente nos seus olhos verdes, e naquele momento eu fiz algo inesperado, eu o abracei. Era estranho abraçar o meu irmão, acho que eu nunca havia o abraçado antes. O soltei rapidamente, ele me olhava atordoado, como se não soubesse por que eu estava fazendo aquilo, mas acho que nem eu mesma sabia.

Já estava voltando para a sala de aula quando a diretora nos chamou na sala dela. Expliquei para ela tudo que estava acontecendo, enquanto Frederico esperava do lado de fora, eu desejava que ele estivesse se arrependendo por todas as vezes que fez minha mãe vir até a escola por mau comportamento. Ao terminar a conversa ela me disse que iria conversar com o professor Bortolotto, e que Frederico poderia ir para casa para tentar esfriar a cabeça. Voltei para a sala de aula receosa de que a notícia já estivesse se espalhado, mas por sorte parecia que ninguém havia notado a discussão que acontecera ali. Contei para Julia tudo o que aconteceu no caminho para casa, e ela desejou que Frederico tivesse quebrado a cara do professor, assim não teríamos que vê-lo por um bom tempo.

Quando minha mãe chegou em casa quis conversar com nós dois sobre o que havia ocorrido na escola, pelo visto o professor já tinha ligado para ela e contado tudo, ou pelo menos a versão dele. Mas Frederico se recusou a conversar, e eu pedi que minha mãe desse um tempo para ele se acostumar, como Luan havia dito. Ah Luan, a onde será que você estaria agora? E por que eu não conseguia passar um minuto sequer sem pensar em você? Eu sentia como se minha mente estivesse conectada a ele, assim o tornando o foco principal de todos os meus pensamentos. Subi para meu quarto e passei o resto da noite vendo as fotos do Luan no computador, a onde havia uma pasta só para ele, e lendo o “Amor impossível, possível amor” até adormecer.



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