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História Diário de uma fã (versão Luan Santana) - Capítulo vinte


Escrita por: ThataBernachi

Capítulo 20 - Capítulo vinte


Resolvi ir para casa, já que não poderia ir para a escola desse jeito. No caminho notei que as pessoas que passavam por mim me olhavam estranho, provavelmente por que tinha tinta no meu rosto há essa hora da manhã. Quando entrei em casa, minha mãe já havia saído, e Frederico deveria estar dormindo ainda, subi direto para o meu quarto, largando a mochila na cama e entrando no banheiro. Me assustei ao deparar com a imagem no espelho, entendendo o motivo de tantos olhares tortos. Eu estava pintada de gatinha, com nariz e bigodes. Na minha testa havia um “Linda” escrito de branco e tinha tinta vermelha no meu pescoço e em quase todo o meu uniforme branco. Sem contar na minha boca, que estava contornada de preto, provavelmente por causa do bigode que eu havia feito em Luan. Dei risada de mim mesma olhando para o espelho, imaginando o que as pessoas pensariam quando vissem o Luan naquela situação, como o piloto do jato ou as pessoas na casa dele. Tomei banho novamente, me demorando para tirar toda a tinta, principalmente do meu cabelo. Coloquei o meu uniforme de molho e desci no quarto de Fred, mas ele já havia saído.

Olhei a hora e eram sete e quinze, não adiantava mais ir para a escola. Voltei para meu quarto, pegando minha mochila, me lembrando do caderno que Luan estava escrevendo. O abri na penúltima folha e vi que ele não estava escrevendo e sim desenhando. No desenho todo desajeitado, feito com vários riscos, havia um rapaz segurando um violão, embaixo dele estava escrito “Luan” com a sua caligrafia torta, e uma garota ao seu lado, embaixo dela escrito “Luiza”. Havia nuvens e um sol em cima do desenho, e embaixo os dizeres; “Obra de arte por Luan Santana” com a sua assinatura que eu tanto conhecia. Eu não sabia se queria rir do desenho ou chorar de emoção. Como ele conseguia ser tão perfeito assim? Acho que tenho me perguntado isso constantemente desde o momento em que o vi pela primeira vez.

Não sei por quanto tempo fiquei olhando para aquele desenho, mas acordei no meio da tarde com o caderno ainda na mão. Quando minha mãe chegou, tivemos uma pequena briga, pois o professor Bortolotto já havia contado para ela que eu não tinha ido para a escola. Eu até estava começando a aceitar o namoro dele com a minha mãe, não aceitar totalmente, mas estava me acostumando. Mas ter um novo informante na escola não estava me agradando em nada. Apesar de Frederico ser tão irritante às vezes, eu não tinha problemas com ele quanto à fofoca, mas pelo jeito, havia arrumado um agora. Disse para ela que havia passado mal, e no fim ela aceitou e não discutiu mais.

A semana passou devagar, principalmente porque nos dias em que eu não via Luan, eles pareciam se arrastar. Frederico não brigou mais com o professor Bortolotto e nem comentou mais nada sobre isso, parecia que havia voltado ao normal. Até estranhei quando ele voltou para casa depois da escola na quarta, e trocou de roupa para ir trabalhar. Me perguntou se estava bem, e saiu perfumando a casa inteira. Não era preciso ter um sexto sentido para perceber que Frederico havia conhecido alguém, e quem quer que seja a garota, eu agradeceria incansavelmente quando eu a conhecesse, pois na semana inteira ele havia implicado comigo apenas uma vez por causa do controle remoto, e nem reclamou quando eu coloquei o CD do Luan para tocar no rádio.

Não falei com Matheus mais desde aquele dia, e não confrontei Marion sobre a foto com Bruna, sabia que se fizesse ela não deixaria barato, e eu estava evitando qualquer tipo de aborrecimento. Não contei para Julia também, nem sobre a mentira de Marion, nem sobre a visita de Luan. Não que eu não confiasse nela, eu confiava e muito, mas era irreal demais, até mesmo para a minha melhor amiga acreditar. Luan me ligou na quinta, prometendo que ligaria de novo na segunda.

Eu já estava com o telefone na mão, com o coração já doendo de saudades. Por que ele fazia isso comigo? Não era a primeira vez que eu sentia tantas saudades dele. Na verdade, eu sentia saudades do abraço dele antes mesmo de senti-lo. E incansáveis vezes eu chorei por saudades de momentos em que eu nem havia vivido. Mas dessa vez parecia bem mais intenso, era como se sem ele minha vida ficasse em preto e branco, esperando que ele viesse e a colorisse novamente. Eu sabia que como ele apenas ligaria, não seria de madrugada, então passei toda a tarde daquela segunda-feira grudada no celular. Não gostava de segundas, mas aquela era diferente.

Por um motivo especial eu estava completamente nervosa, contando cada minuto que passava. Seria melhor se ele não avisasse quando ligaria, assim eu não ficaria tão ansiosa esperando. Estava tomando banho quando meu celular tocou em cima da cama, saí do banheiro correndo, molhando todo o chão do quarto. Quando peguei o celular vi que era Julia ligando, quase quis tacá-lo na parede de raiva. O joguei de volta na cama, sem atender, e voltei para o banho, Julia entenderia. Estava mexendo no computador quando o celular tocou novamente, me joguei na cama para atendê-lo, e meu coração palpitou ao ver que era o número que eu tanto esperava.

— Alô. – Tentei soar despreocupada.

— Oi, tudo bem? – Ele parecia animado, e aqueles momentos de aflição ao esperar aquela ligação foram rapidamente esquecidos.

— Bem e você?

— Tudo ótimo!

— Nossa, qual é o motivo de tanta felicidade? – Perguntei intrigada.

— Nada em especial. O que você vai fazer hoje?

— Nada de bom. Por quê?

— Tenho um tempo livre!

— E você vai fazer o que?

— Posso ir ai se você quiser!

— Claro que eu quero! A onde você está?

— Em Campo Grande. 
— Então como você vai vir?

— É perto. Não demora muito para chegar até ai!

— Então vem! – Disse animada.

— Tem algum cinema por aí?

— Tem sim, por quê? – Três Lagoas era pequena, mas não precisava exagerar.

— Estava pensando em fazer uma extravagância. Aceita a loucura?

— Nós irmos aí cinema? Claro! Mas como você vai fazer para ir a um cinema sem causar um tumultuo?

— Eu tenho algumas ideias. Você vai ver!

— Está bem então. Sessão das sete?

— Por mim está ótimo! — Dei as coordenadas para ele de como chegar ao cinema de Três Lagoas, já que não ficava no centro, e disse que iria sozinha. Ele insistiu em me buscar, mas eu recusei, era mais fácil sair quando minha mãe tinha certeza absoluta de onde eu estava.

— Vai conseguir chegar a tempo? – Perguntei.

— Dê um pouco de crédito ao bicuço! – Ele disse rindo.

— Te vejo as sete então! – Ele ainda estava rindo quando desliguei o telefone. Só de ouvir a sua risada eu já me sentia feliz, era como se fosse o remédio que meu coração precisava para estar bem, e a cura instantânea de todas as minhas aflições.

Disse para minha mãe que iria ao cinema com uma colega da escola, eu sabia que ela concordaria, pois vivia dizendo que eu deveria ter um ciclo de amizade maior do que apenas Julia. Escolhi uma blusa florida e uma saia preta para a ocasião, acrescentando uma sandália de salto, para não ficar muito mais baixa que Luan, e uma bolsa de contas. Pedi para que Frederico me levasse até o cinema, ele concordou, contanto que eu arrumasse o quarto dele por uma semana. Aceitei o acordo, já que Frederico não era tão bagunceiro quanto eu.

Não havia muitas pessoas em frente ao cinema. Assim que desci do carro de Fred, Luan me ligou dizendo que estava dentro do carro preto estacionado na esquina. Quando abri a porta de trás do carro, encontrei Luan e Wellington nos bancos da frente.

— Oi. – Disse para os dois, surpresa ao ver o Wellington ali.

— Oi. – Luan disse sorrindo e pegando na minha mão pelo espaço entre os dois bancos, fazendo meu coração acelerar.

— E aí! – Wellington respondeu

— Ele te arrastou para cá, foi? – Perguntei para ele.

— Não consegui me desvencilhar dele. – Disse Luan, enquanto Wellington ria.

— Você vai assistir ao filme com a gente?

— Não, obrigado. – Ele respondeu ainda rindo. Ficamos os três conversando até que as poucas pessoas que estavam na frente ao cinema já tinham entrado para a sessão. O cinema em Três Lagoas quase nunca lotava, ainda mais numa segunda-feira. Descemos do carro, deixando Wellington lá. Luan passou o braço pelo meu ombro e me acompanhou até a porta do cinema, e eu esperei ele comprar os ingressos na bilheteria, enquanto a moça do caixa o olhava intrigada. Quando ele voltou pude notar que ele estava usando uma sobreposição de camiseta rosa claro e camisa branca, calça jeans preta e boné rosa. Tão lindo quanto ninguém mais conseguia ser, eu nunca me cansaria de olhá-lo e admirá-lo. Eu era fã de tudo que havia nele. Eu era fã da sua voz, que fazia meu coração bater mais forte. Dos seus olhos que me ensinaram a olhar a vida de um jeito diferente, de um jeito melhor. Do seu sorriso que me ensinou a sorrir até quando se quer chorar. Do seu abraço e o toque das suas mãos, que me ensinaram que não é preciso estar perto para amar alguém, e que a distância só se torna uma inimiga quando somos fracos para não tentar vencê-la. Da sua humildade, que me ensinou que para se ter muito é preciso pouco, porém é preciso que seja verdadeiro. Do seu caráter, que me ensinou que devo fazer sempre as escolhas certas em busca de ser uma pessoa cada vez melhor. Da sua determinação que me ensinou que devo acreditar nos meus sonhos, pois sonhar é o primeiro passo para conseguir realizá-los. Do seu jeito de menino que me encanta, e do seu jeito de homem que me conquista. Não havia nada que eu quisesse mudar nele. Tudo era perfeito, até os seus defeitos eram perfeitos, e eu amava cada um deles, pois era desse jeito que eu o havia escolhido como ídolo, e como o amor da minha vida.

 — Que filme vai passar? – Perguntei quando ele se aproximou colocando a mão novamente sobre meus ombros.

— Não perguntei. – Ele admitiu sorrindo. Luan parou na bomboniere do cinema, enquanto eu procurava algum cartaz, mas não encontrei nenhum dizendo que filme passaria hoje. Ele voltou carregando dois baldes enormes de pipocas e dois refrigerantes, empurrando um de cada na minha mão. Eu geralmente preferia comer doces no cinema, mas eu não disse nada, estava com vergonha demais para falar qualquer coisa. 



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