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História Diário de uma fã (versão Luan Santana) - Capítulo vinte e três


Escrita por: ThataBernachi

Capítulo 23 - Capítulo vinte e três


Na sexta-feira depois da escola Frederico me levou contrariado até a rodoviária, mas ele parecia mais calmo. Estava começando a achar que meu irmão sofria de transtorno bipolar. Meu pai foi me buscar na rodoviária de Araçatuba e passei o resto da tarde jogando detetive com ele, como fazíamos quando eu era mais nova. Lílian fez panquecas para o jantar, e eu não troquei uma única palavra com Roberta.

No outro dia cedo meu pai me levou até o aeroporto e cuidou de toda a parte burocrática para mim. Ele ainda não concordava em me deixar viajar sozinha, mas resolveu não discutir. Mesmo não sabendo de tudo que se passava, assim como a minha mãe ele tinha consciência da importância de Luan na minha vida, e sabia como eu ficaria se perdesse essa oportunidade. Não era algo que eles precisassem pensar, eu só precisava que eles me apoiassem, e estava muito grata por eles estarem fazendo isso. Gostaria que todos os pais pudessem entender o quanto um ídolo significa para nós fãs, e o quanto nos fariam felizes se nos dessem um pouco mais de apoio. Eu sei por quantas dificuldades um fã passa por falta de compreensão, principalmente por parte dos pais, mas rezo todos os dias para que um dia isso mude. E prometo que a minha filha terá todo apoio e compreensão do mundo para ir atrás dos sonhos dela.

Passei toda a viagem até São Paulo dormindo no avião, grande parte por medo, era a primeira vez que viajava sozinha para tão longe. Quando desembarquei, fui à procura de Inácio, pois Luan havia me falado que ele estaria me esperando. Me assustei ao encontrar um senhor com uma plaquinha com o meu nome escrito, segurei a vontade de rir da cena, provavelmente tinha sido coisa de Luan, e fui até ele.

- Bom dia, eu sou a Luiza Villar. – Disse entendendo a mão para ele.

- Ah senhorita, bom dia. Eu sou o Inácio, e vou te levar até o hotel. – Ele disse formalmente.

- OK. – Ele me ajudou com as malas e me acompanhou até o carro, e apesar de eu ter dito várias vezes que não era necessário, me fez sentar no banco de trás. Estava me sentindo em um táxi, e enquanto ele me mostrava a cidade a caminho do hotel aproveitei para ligar para minha mãe e avisar que havia chegado bem, ou era capaz de ela colocar a polícia atrás de mim. Ele estacionou na frente de um grande hotel no centro e eu fiquei completamente admirada com a sua elegância assim que entramos. Era lindo, as paredes claras contrastando com o escuro dos móveis e as cores vibrantes dos muitos vasos de flores espalhados por todo o grande saguão. Esperamos na recepção até aparecer um senhor, vestido de forma elegante e com um leve sotaque francês falando rapidamente, olhei para o nome bordado em seu blazer e vi que ele se chamava Giane.

- Me desculpem a demora. Houve uma festa a fantasia ontem a noite, o hotel está uma bagunça, e ninguém faz nada se eu não ficar no pé. – Eu apenas sorria enquanto ele falava sem parar, não estava entendendo quase nada, mas tinha vergonha de pedir para ele repetir. Enquanto ele verificava a minha reserva, não resisti a vontade de perguntar se ele morava na França, e descobri que ele não havia nascido lá, mas passou parte de sua vida em Montpellier no Sul da França, e há oito anos estava no Brasil. Estava tudo certo com a reserva, Luan realmente havia cuidado de tudo. Queria poder ficar mais tempo ali com Sr. Giane perguntando como era a França e todos os seus pontos turísticos, mas logo encontramos Arnaldo. Inácio me apresentou, ele disse que estava ciente e que sairíamos dentro de dez minutos para a emissora em que Luan gravaria o programa.

- Dez minutos? – Perguntei assustada. – Mas eu preciso trocar de roupa.

- Não vai dar tempo. – Inácio disse. – Vou te mostrar o seu quarto, e você volta para cá para encontrar com eles.

- Tudo bem. – Disse contrariada, olhando para a minha camiseta do Mickey. Me despedi do Sr. Giane e acompanhei Inácio e um outro rapaz que estava levando minha mala até o quarto.

- Está entregue. – Ele disse ao abrir a porta para mim e me entregar um cartão.

- Obrigada. – Disse para os dois, assim que o rapaz colocou a mala dentro do quarto, que era tão bonito quanto o saguão, e era divido em várias partes. Entrei para olhá-lo, não resistindo a curiosidade, e fiquei impressionada com a sua dimensão e a sua beleza. Não tendo muito tempo para continuar olhando o quarto, voltei para o saguão com os dois.

Arnaldo já estava lá quando cheguei, e esperamos até algumas garotas chegarem até o hotel. Me perguntei quem eram elas, mas logo entendi que faziam parte de fã-clubes de São Paulo. Arnaldo nos acompanhou até uma van estacionada à frente do hotel, e no meio do caminho conversei vagamente com uma das garotas, que me contou que realmente aconteceu uma promoção, mas só entre as fãs que moravam na capital.

Assim que chegamos a emissora Arnaldo conversou com um senhor que estava com uma lista, ele autorizou a nossa passagem e um outro rapaz nos guiou até o estúdio a onde seria o programa. Esperamos alguns minutos em uma grande sala, a onde estava sendo servido lanches e aperitivos, e então nos chamaram para entrar no estúdio, nos indicando o lugar que sentaríamos, Arnaldo nos deixou lá e saiu para algum lugar desconhecido.

Rapidamente peguei o lugar do canto, próximo a parede, e fiquei encostada ali enquanto a produção organizava toda a plateia. Já estava entediada quando a apresentadora entrou no palco dando início a gravação, e o tédio se estendeu por várias horas enquanto eles gravavam e regravavam várias cenas, e em alguns momentos vi Dagmar passando apressada por ali.

Quem assiste a um programa na televisão não imagina o quanto pode ser chato e trabalhoso gravá-lo. Agradeci por não ter levado a minha câmera quando disseram que não podia tirar fotos, e aproveitei um dos intervalos para ligar para minha mãe e contar como estava sendo o programa.

Acrescentei um pouco de graça a tudo aquilo e ela ficou satisfeita. Já estava cansada de sorrir e bater palmas nas horas certas quando a apresentadora finalmente anunciou Luan. E então ele entrou no palco, mais lindo do que qualquer imagem que aquelas câmeras que o gravavam poderiam projetar. A sua beleza estava acima do padrão do mundo real, assim como o meu amor por ele, que estava acima do entendimento humano.

Então Luan com todo o seu carisma e a sua simpatia conseguiu colocar toda a graça que aquele programa necessitava, e levar toda a sua magia capaz de fazer as pessoas sonharem, de esquecerem os seus problemas e apenas ouvir a sua voz, a voz mais doce e mais linda de todo o mundo. Aquela que toca no fundo da sua alma, que entra pelos ouvidos e quando sai leva junto o seu coração. A participação de Luan foi rápida, porém marcante. E desde o momento que aquele garoto, que carrega a humildade estampa no peito, entrou no palco tudo que era tédio e cansaço se transformou em felicidade e vida.

Aquele era o garoto que me conquistou no primeiro olhar, e o homem incrível por quem eu havia me apaixonado. Aquele era o motivo dos meus sonhos, dos meus sorrisos, das minhas alegrias, das minhas vontades, das minhas lágrimas, dos meus pensamentos e das minhas orações. Muito mais do que tudo isso, aquele era o meu ídolo.

Quando o programa acabou, eu já estava completamente cansada. Conversei alguns minutos com as meninas e descobri que elas também iriam ao show. Arnaldo apareceu e nos encaminhou novamente para a van. Ao chegar no hotel ele nos disse que a van para o show sairia dentro de uma hora e meia e pediu para que nós não nos atrasássemos.

Subi para o meu quarto, e me assustei ao perceber que a porta estava aberta.

- Olá. – Disse entrando devagar, um pouco confusa, pois tinha certeza que havia trancado a porta.

- Ah, senhorita – Uma mulher miudinha surgiu do banheiro. – Aproveitei que não tinha ninguém para limpar o quarto.

- Ah, tudo bem. Pode me chamar de Luiza.

- Obrigada. – Ela disse sorrindo. Entrei no quarto procurando minha mala, mas a encontrei vazia em um canto.

- O que houve com as minhas roupas? – Perguntei assustada.

- Ah, coloquei tudo no guarda-roupa para a senhorita.

- Por quê? – Não estava entendendo nada.

- Faz parte do nosso trabalho.

- Ah sim. – Disse ainda intrigada, desejando que fosse parte do trabalho dela também refazer a mala depois, já que eu teria trabalho dobrado agora. Abri o guarda-roupa e me deparei com tudo organizado na mais perfeita ordem, senti até vergonha do meu guarda-roupa original. Enquanto a mulher terminava de limpar o quarto que eu nem havia usado ainda, eu separei meu vestido florido de fundo branco e uma sandália de salto alto.

Assim que fiquei sozinha no quarto, tomei banho rapidamente e tentei arrumar meu cabelo jogando-o de lado. Fiz a maquiagem rapidamente, peguei a pulseira de pérolas com dourado que havia ganhado da minha mãe, uma bolsa rosa pequena e sai correndo em direção ao saguão. Esperei alguns minutos até Arnaldo aparecer e seguimos de van direto para o local do show. O recinto era fechado, e já haviam muitas pessoas esperando do lado de fora.

Ao entrar vi que o local era enorme, e mesmo com a pouca iluminação dava para notar que a decoração era simples e sofisticada. Havia alguns camarotes em cima e um vasto palco em frente. Como estava cedo eu resolvi andar por ali para conhecer o local. Estava observando o pessoal da equipe do Luan mexer nos equipamentos no palco quando encontrei Roberval.

- Você por aqui! – Ele disse surpreso.

- É, vim para o programa. – Disse também surpresa por ele ter se lembrado de mim.

- Ah sim. Já viu o Luan?

- Ainda não.

- Então vem comigo! – Ele saiu me puxando pelo braço para trás do palco, tomando cuidado para não tropeçar nos fios. Ao entrarmos por uma porta me deparei com um corredor a onde havia algumas pessoas circulando e algumas garotas que provavelmente estavam esperando para entrar no camarim. Roberval entrou dizendo que eu era convidada do Luan e eu senti minhas bochechas queimarem de vergonha. Cutuquei o braço dele dizendo que não era necessário, que eu poderia esperar na fila, mas ele simplesmente me ignorou. Ao abrir a porta do camarim pude ver Luan, mais lindo do que a minha memória poderia ser capaz de gravar. Só ele poderia fazer uma combinação tão perfeita de xadrez, jaqueta de couro e tênis All Star. Ao me ver ele sorriu surpreso, e meu coração quase saiu pela boca, como eu estava com saudades daquele sorriso que me tirava da realidade.

- Olha quem eu achei por aqui! – Roberval disse animado.

- Oi. – Disse timidamente para Luan.

- Oi linda, tudo bem? – Ele respondeu meio confuso.

- Vou deixar vocês sozinhos! – Disse Roberval, e observei sem entender nada enquanto ele saia pela porta do camarim. Olhei para Luan e ele também estava com a mesma expressão aturdida.

- O que foi isso? – Perguntei.

- Não faço ideia! – Ele disse sorrindo. – Mas fico feliz por você estar aqui! – Ele disse me puxando para os seus braços e me abraçando pela cintura. Quase não pude acreditar que estava novamente sentindo aquele abraço tão bom, que me fez tanta falta a semana inteira, o único abraço capaz de acalmar o meu coração. Respirei fundo e pude sentir seu cheiro doce me causando vertigens, acho que nunca me cansaria de senti-lo.

- Eu também estou feliz por estar aqui. – Disse baixinho. Ele me deu um beijo na bochecha e me soltou.

- Eu estou nervoso. – Ele disse me olhando aflito, e eu senti vontade de pegá-lo no colo.

- Por quê? Você já fez isso tantas vezes!

- Não sei, eu me sinto nervoso às vezes! – Ele me deu um meio sorriso torto enquanto passava a mão pelo cabelo. – Mas pode ser por causa do local. – Coloquei uma das mãos no seu rosto sorrindo.

- Vai dar tudo certo! – Eu disse olhando dentro dos seus olhos, me esforçando para não perder o foco com eles tão próximos. Ele pegou minha mão em seu rosto, beijando delicadamente. Joguei os braços pelo seu pescoço, não precisando ficar na ponta dos pés por causa do salto, e encostei minha testa na dele. – O show vai ser incrível, como sempre é! – Ele sorriu, seus olhos queimavam nos meus enquanto ele fechava o pequeno espaço entre os nossos lábios, me dando um longo selinho. Já estava me preparando para o que viria depois, quando ele se afastou.

- A propósito, você está linda! – Ele disse me olhando dos pés a cabeça, me fazendo corar. Já estava a ponto de abraçá-lo novamente quando Roberval entrou na sala.

- Vamos que hoje o tempo está corrido. – Ele disse ainda parado na porta. Fiquei sem saber se me despedia de Luan ou não, então lhe dei um rápido abraço, desejando-o bom show, antes de virar as costas e sair. Luan pediu para que Roberval me levasse até o camarote, antes que ele fechasse a porta e saísse me puxando para fora do camarim. Quando saímos do corredor, notei que o local já estava praticamente lotado, e comecei a andar rápido para pegar um lugar bem à frente do palco.

- Por aqui. – Roberval disse me indicando as escadas.

- Não, eu vou ficar ali na frente.

- Luan pediu para te levar para o camarote, e ele vai me perguntar depois porque eu não levei.

- Diz para ele que eu não quis. – Eu disse, acrescentando um sorriso para não parecer rude, e saí em direção a frente do palco. Talvez Roberval não entendesse, mas eu simplesmente não conseguiria ficar ali olhando Luan de cima. Eu talvez tivesse uma visão melhor de lá, mas não era questão de enxergá-lo, era questão de senti-lo mais perto.

Não adiantava estar no camarote sabendo que os metros de distância que nos separavam eram maiores. Eu queria poder estar ali, eu queria poder sentir a energia que irradiava dele, queria poder gritar com todos os meus pulmões quando ele entrasse no palco, e chorar de emoção ao vê-lo sair. Eu queria estar sentindo toda a magia daquele lugar, de todo aquele espetáculo que me enchia de felicidade. Acima de qualquer coisa que eu tinha com Luan, eu era fã dele, e sabia que seria eternamente. Não é como uma escolha, é como algo predestinado. Pois fãs são como anjos enviados por Deus para cuidar e proteger seu ídolo, para que ele possa continuar levando a felicidade para onde quer que ele passe, tornando o seu sonho cada vez mais real. E era assim que eu seria para Luan, uma eterna fã. Alguém que sorri apenas por vê-lo sorrir, e que encontra nos seus olhos o motivo para continuar acreditando nos seus sonhos.

Quando Luan entrou no palco eu era aquela mesma garota que há meses atrás sonhava com um abraço do seu ídolo, que passavas noites em claro pensando e imaginando como seria o toque da sua pele. E como da primeira vez, as mesmas sensações voltaram, as minhas pernas tremiam e eu sentia vontade de sorrir e chorar ao mesmo tempo. E como num passe de mágica tudo a nossa volta desapareceu, e só restávamos eu e aquele garoto, e nada mais importava além de nós dois. Aquele garoto que me encantou desde a primeira vez, quando ele me tirou da realidade e me levou para o universo mais lindo e mais incrível, a onde os sonhos se tornam realidade. E eu não pensava mais em todas as vezes em que havia pensado em desistir, eu só pensava que aquele garoto era o meu ídolo, e eu faria de tudo para vê-lo sorrir.



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