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História Diário de uma fã (versão Luan Santana) - Capítulo trinta e oito


Escrita por: ThataBernachi

Capítulo 38 - Capítulo trinta e oito


Estava deitada com a cabeça apoiada no peito de Luan enquanto ele mexia no meu cabelo, mas dessa vez ele não estava cantarolando. Estávamos quietos apenas aproveitando o momento, e a alegria que era ter a companhia um do outro.

— No que você está pensando? – Luan perguntou quebrando o silêncio.

— Eu estou um pouco decepcionada comigo.

— Por quê?

— Eu estava enganada sobre algo.

— Sobre o que? É algo que eu fiz? – Ele perguntou intrigado.

— Não. – Disse rapidamente. — Ontem à noite eu disse que não poderia estar mais feliz, e eu me enganei. Pois agora eu estou muito mais feliz que ontem. – Disse levantando a cabeça para olhá-lo. Ele sorriu e me puxou contra ele num abraço apertado.

Ficamos por mais algum tempo ali sentindo o calor dos nossos corpos unidos, e compartilhando um mesmo sentimento de felicidade e satisfação, que não era preciso ser dito em voz alta, pois tudo já havia sido entendido. Até que Luan disse que teríamos que ir, e mesmo não querendo deixar aquele lugar, que havia se tornado o meu preferido entre todos os lugares no mundo, eu concordei.

Levantei a procura das minhas roupas e devolvi a camisa xadrez a Luan. Enquanto eu tentava me esconder em um lençol amassado, ele se divertia com a cena. Fiz uma careta para ele, percebendo que ele não iria se virar para eu me vestir, achei que seria muito idiota pedir isso a ele à essa altura do campeonato, mas ainda assim me sentia envergonhada. Achei o meu vestido quase embaixo da cama e tentei me vestir nas proporções que o lençol deixava. Luan não calçou o tênis, segurando-o apenas na mão, e eu decidi fazer o mesmo, pois meu salto afundava na areia.

Antes de subir a escada, dei uma última olhada naquele quarto, para captar cada mínimo detalhe, gravando-o na memória como a melhor lembrança da minha vida. A cama desarrumada, com o colchão já amostra. As velas perfumadas que haviam queimado a noite inteira, agora estavam apagadas e no final. As pétalas de rosa já murchas ainda estavam espalhadas por todo o chão de madeira. Tudo simples, mas ainda assim beirava a perfeição. Não havia exageros e nem erros na cena, na verdade tudo que é simples sempre me agradou, pois carrega uma beleza singular e extraordinária em si mesmo, sem precisar de nenhuma complicação para torná-la inesquecível.

Respirei fundo e pode sentir aquele cheiro de rosas e lavanda misturado com abraços e perfume. Guardaria aquele cheiro tão particular para sempre na memória, lutando incansavelmente para que o tempo não a tire de mim. Subi as escadas com um sorriso no rosto, mas com o desejo de nunca mais deixar aquele lugar.

Luan já estava ligando a lancha para voltarmos para a orla da praia, e eu me encostei na borda admirando a paisagem. O sol ainda estava fraco, a brisa roçava as minhas bochechas e os pássaros ao céu continuavam a cantar em sinfonia com o barulho das ondas do mar se quebrando na praia. Penso que descrever a cena como perfeita não faria jus a sua beleza, pois ela já estava acima da perfeição. Mas ainda assim nenhuma daquelas paisagens conseguia chegar aos pés de Luan parado a minha frente, o vento desarrumando seu cabelo, a camisa ainda com alguns botões abertos e um sorriso torto no rosto, capaz de ofuscar o brilho dos raios solares que penetravam a minha pele.

Luan carregava em si uma beleza que transcendia a todos os padrões impostos pela sociedade, mas aquela luz tão forte e perturbadora que ele irradiava vinha do seu interior. Pois eu nunca conheci um ser humano que fosse tão incrivelmente lindo por dentro quanto ele. Tudo em Luan me causava uma incomparável adoração e devoção que eu nunca sentiria por qualquer outra pessoa. Eu não sabia se esse tipo de sentimento era normal ou saudável, mas não era algo que eu conseguisse controlar.

Havia algo nele que me despertava as melhores sensações do mundo, me tornando cada vez mais dependente de tudo que ele era. Não posso dizer que tudo sempre foi simples nem fácil como parece agora. Como tudo que é novo, muitas vezes senti medo, tive dúvidas, até que não tive mais forças e deixei que esse sentimento tão único e verdadeiro tomasse conta de mim por completo. Sei que chorei muitas vezes sentindo falta de um abraço pensando que talvez nunca viesse, tentando ter forças para acreditar que a minha vez chegaria. Chorei sentindo saudades de momentos que nunca havia vivido, e ainda sinto constantemente. Talvez a saudade não seja algo tão ruim quando ela finalmente acaba, mas sabe-se que nesse meio tempo ela é capaz de devastar qualquer coração e transformar o que era sorrisos em lágrimas de dor.

Agradeço a Deus todos os dias por ter me dado forças para não desistir dos meus sonhos, e posso dizer que meu maior sonho era estar cada vez mais próxima desse garoto de olhos profundos e sorriso brilhante que conheci naquela noite há um pouco mais de dois anos. Quando meu coração reconheceu o seu dono como uma mãe que reconhece o seu filho, sabendo que o pertencerá eternamente.

Quando estacionamos rente ao tablado, ameacei arrumar as coisas em cima da mesa, mas Luan me disse que não era necessário, pois viria alguém para fazer isso. E então ele desceu da lancha, me segurando pela cintura ao me ajudar em seguida. Ele tirou o celular do bolso e ligou para alguém enquanto eu admirava a praia. Não havia muitas pessoas ali e a maioria delas estavam apenas caminhando no calçadão e fiquei observando aquelas que se divertiam nas ondas do mar.

— Vamos ter que esperar alguns minutos aqui. – Luan disse desligando o celular e o colocando dentro do tênis em sua mão.

— E o que vamos fazer enquanto isso?

— Tenho uma ideia. – Ele colocou o tênis no chão e se aproximou de mim como se fosse me beijar, então passou o braço pelas minhas pernas, me pegando no colo.

— O que vocês está… – Só tive tempo de jogar a sandália e a bolsa no tablado antes que Luan pulasse no mar me levando junto. Afundamos na água e Luan me ajudou a ficar em pé novamente. A água batia na minha cintura, mas as ondas que vinham quase cobriam a minha cabeça.

— Você é louco. – Disse para Luan assim que consegui recuperar os sentidos.

— Eu nunca disse o contrário. – Ele falou rindo e me fazendo rir também.

— Como vamos voltar molhados desse jeito?

— Isso é o de menos agora. Vamos aproveitar enquanto ainda temos tempo. – Ele deu com os ombros.

— OK. – Era verdade. Eu não saberia quando e se teria essa oportunidade novamente, era melhor aproveitar enquanto ela não havia acabado. Pulei nos ombros de Luan, fazendo-o afundar, e ele levantou um pouco desnorteado após alguns segundos.

— Você está tentando me matar?

— Só estou aproveitando!

— Ah é? Então vem aqui.

— Não! – Saí correndo conforme a água deixava enquanto ele tentava me pegar, conseguindo em poucos passos, e me derrubando novamente na água. E entre abraços apertados, empurrões e mergulhos, nos divertimos nas ondas do mar como duas crianças. A felicidade exalava, e não nos importávamos se alguém estava vendo, era como se só existíssemos nós dois e aquele imenso mar azul. Como naqueles filmes em que toca uma linda música de fundo enquanto duas pessoas estão completamente envolvidas e absortas naquilo que se denomina amor.

Eu penso que aquilo que eu e Luan estávamos vivendo era muito mais lindo e mais intenso do que qualquer filme já tenha transmitindo, do qual dividíamos um sentimento tão verdadeiro e incomum que causaria inveja até nas maiores produções de Hollywood. Luan me puxou pela cintura, fazendo com que eu ficasse na ponta dos pés enquanto eu tentava fazer um moicano no cabelo dele com as mãos. Ele me deu um beijo na bochecha, mordendo-a de leve e eu deixei meus braços caírem nos seus ombros, encostando meu nariz no dele.

— Eu amo você. – Sussurrei. E pude sentir seus lábios molhados nos meus, mas antes que pudesse aproveitar mais daquele momento, uma onda nos cobriu, derrubando-nos. Levantei um pouco tonta. Adorava as ondas do mar, mas elas me derrubavam numa proporção constrangedora.

— A onde paramos? – Luan perguntou se recompondo também. – Ah, lembrei. – Ele me puxou novamente pela cintura. – Eu também amo você, minha menina. – Ele disse olhando dentro dos meus olhos, fazendo meu coração acelerar compulsivamente. Então senti seus lábios nos meus mais uma vez, enchendo o meu peito de felicidade.

Era incrível como ele conseguia ser cada vez mais encantador, tornando-me cada vez mais envolvida e apaixonada, pois era isso que eu estava, completamente apaixonada por aquele garoto. Na verdade, sempre achei que amor e paixão fossem sentimentos distintos, mas Luan me fez senti-los de uma só vez, juntos com milhares de outros sentimentos que eu desconhecia. Eu o amo como ídolo, mas ainda assim o vejo como o futuro pai dos meus filhos.

Luan despertava o que havia de melhor em mim, e sabia que não era a única garota a sentir o poder e a plenitude desse sentimento. Eu o dividia com milhões de garotas espalhadas pelo mundo, mas tinha certeza que nenhuma delas conseguiria explicá-lo, pois não era algo que pudesse ser colocado em palavras. Não dava para ignorar o fato de que havia algo em Luan que o tornava especial entre todas as pessoas do mundo, pois dentro dele existia uma luz capaz de iluminar vidas, tirando-as da escuridão e levando-as para o seu universo particular, a onde eu já habitava há muito tempo.

Desde aquela noite em que o vi pela primeira vez, ele tem sido o centro de todo o meu mundo e o motivo de cada batida do meu coração. Mas penso que desde o momento que nasci cada passo que dei era para chegar até ele, pois se não tivesse me apaixonado por ele naquela noite, me apaixonaria em alguma outra. Era como se Deus soubesse que eu precisaria dele para ser feliz e dando sentido a minha vida ele cruzou os nossos destinos, sabendo que quando o visse pela primeira vez o amaria além das fronteiras impostas pelo amor, dando origem ao sentimento mais lindo que alguém é capaz de sentir.

Permanecemos unidos apesar de algumas ondas tentarem nos derrubar novamente e após algum tempo Luan me soltou, encostando a testa na minha. Olhei dentro dos seus olhos e eles brilharam nos meus, como duas piscinas de águas negras e profundas, a onde eu sentia vontade de me afogar e me perder para nunca mais voltar.

Luan me puxou para irmos em direção a areia e num movimento repentino eu pulei nas suas costas, entrelaçando minhas pernas na sua cintura, da qual ele segurou para que eu não caísse e passando os braços pelo seu pescoço. Ele caminhou devagar me chamando de gorda e dizendo que eu estava pesada, enquanto eu apenas ria e dizia que ele reclamava demais. Até que chegamos na areia e ele me colocou no chão, se virando de frente para mim e colocando uma das mãos na minha clavícula. Mas quando ele ia me beijar novamente eu me afastei e sai correndo, provocando-o. Ele me olhou intrigado por alguns segundos e então resolveu ir atrás de mim.

— Luly, essa roupa está pesada. – Ele protestou enquanto corríamos descalço pela areia.

— Vem me pegar. – Eu disse sorrindo abertamente. Ele me olhou com aquela expressão de garoto travesso que só ele sabia fazer e correu mais rápido me alcançando facilmente, derrubando-nos no chão.

E ficamos ali deitados lado a lado, ofegantes na areia.

— Acho que não me divertia assim há muito tempo! – Luan disse me puxando para mais perto e eu deitei a cabeça no seu braço.

— Me derrubar na água te diverte então?

— Boba. Por que tudo é tão diferente quando eu estou com você?

— Como assim? – Eu sabia exatamente o que ele estava falando, pois nada no mundo poderia se comparar aos momentos em que passava com Luan, mas adorava ouvir o que ele pensava e ter a certeza de que não era uma fantasia da minha cabeça.

— É estranho, mas você faz eu me sentir… completo. – Ele disse respirando fundo. Senti borboletas no estômago. Era possível ficar mais feliz do que eu já estava? Cheguei à conclusão que sim, pois a cada batida do meu coração, ele me fazia ainda mais feliz.

— Sei como se sente, pois me sinto exatamente igual. – Eu disse erguendo a minha cabeça e o beijando na bochecha.

— E isso te causa medo?

— Não. – Respondi sinceramente.

— Acho que tudo isso é novo para mim.

— Sinceramente eu acho que você nunca irá saber como é bom estar com você.

— É como estar com você?

— Não, é muito melhor.

— Sabe, olhando esse céu, o mar e toda sua imensidão, dá vontade de nunca mais sair daqui.

— Eu topo. – Disse rindo.

— Queria que você fácil assim.

— Às vezes eu tenho vontade de te sequestrar e te levar para algum lugar onde poderíamos ficar completamente juntos, sem nada para nos atrapalhar ou nos impedir.

— E a onde seria esse lugar? – Fechei os olhos e então deixei minha imaginação vagar.

— Em alguma cidadezinha da França talvez. Eu e você sentados em algum café ás cinco da tarde, decidindo quem lavaria a louça do jantar a noite.

— Parece ótimo, mas o que acha de Cancun, no México?

— Dizem que é lindo!

— Tenho muita vontade de conhecer. Eu e você caminhando sem rumo em uma daquelas praias desertas ou deitados na areia como estamos agora. Ou até mesmo assistindo a algum filme no sofá em uma noite chuvosa. Dizem que chove muito no litoral.

— É verdade. E então eu pegaria no sono no meio do filme, deitada no seu colo, sentindo a sua respiração.

— Acho que a água salgada nos tornou muito poéticos!

— Mas sabe qual é o melhor de sonhar tudo isso com você?

— O que?

— Abrir os olhos e te encontrar aqui. – Disse olhando-o. Ele me deu um beijo na testa, enquanto eu abraçava a sua cintura. Ficamos por algum tempo ali, eu sabia que estávamos nos arriscando completamente ficando assim em um lugar aberto, mas as pessoas que passavam por ali era o que menos importava naquele momento, pois quando estava com Luan nada mais no mundo tinha a menor importância. Eu me sentia como num filme, mas não como um filme comum, mas um que retratasse todos os meus sonhos mais ocultos, e a felicidade que exalava por todos os meus poros. Eu desejava que o mundo parasse naquele momento, para que eu tivesse a certeza que seria eternamente feliz ao lado da única pessoa capaz de tornar isso possível.

Se eu pudesse escolher uma trilha sonora para tocar naquele momento para tentar descrever pelo menos parte do que eu estava sentindo, penso que uma mistura de Two is better than one e You and Me seria ideal, pois era exatamente o que se passava pela minha mente e dentre muitas coisas que meu coração gritava.

 



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