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História Diário de uma fã (versão Luan Santana) - Capítulo quatro


Escrita por: ThataBernachi

Capítulo 4 - Capítulo quatro


Convenci meu pai a me levar à casa de Nayara. E ele me acompanhou até a porta.

— Luiza! – Ela me abraçou.

— Até que enfim te conheci! – A abracei de volta a apertando. Ela era mais baixa que eu, com os cabelos lisos na altura dos ombros e sorriso meigo, me lembrava uma boneca de porcelana.

— Esse é o meu pai, pai esse é a Nayara, minha amiga do fã-clube.

— Prazer em conhecê-lo pai da Luiza. – Ela disse estendendo a mão.

— É um prazer conhecer as amigas da Luly. – Ele disse apertando a mão dela. – Te pego às cinco horas tudo bem?

— Está bem.

— Até mais então.

— Luly? – Nayara zombou assim que chegamos ao quarto dela.

— É, só meu pai me chama assim. – Dei com os ombros enquanto olhava os pôsteres do Luan colados na parede.

— Eu tenho esse. – Apontei para um que ele estava segurando um violão.

— Eu adoro esse! – Ela disse apontando para um em que ele estava sorrindo.

— Ele fica lindo sorrindo! – Disse quase num sussurro.

— Tem alguma situação em que ele não fique bonito?

— Ainda não descobri!

Passamos a tarde toda conversando sobre Luan, suas caras e bocas e o quanto o amávamos. Estava deitada de bruços na cama, enquanto Nayara pintava as unhas, quando meu celular tocou, era o número do meu pai.

— Ainda não são cinco horas! – Disse assim que atendi.

— É a Roberta.

— Ah, oi Roberta, algum problema por aí?

— Não… Quer dizer, tem…

— Então fala logo! – Interrompi enquanto sentava na cama.

— Calma não aconteceu nada, é uma notícia boa!

— Então para de enrolar e fala logo! – Já estava ficando preocupada.

— Sabe o João que está organizando o show?

— Ouvi falar, por quê? Não me fala que cancelaram o show! – Comecei a entrar em desespero, eu sempre fui muito boa em sofrer por antecedência.

— Não. – Ufa! – Ele vai dar uma festa na casa dele hoje à noite, e adivinha?

— O Luan vai?

— Vai, e eu sei como entrar! – Senti um nó na garganta, mal consegui me despedir de Roberta. Talvez a minha sorte estivesse brincando comigo, ou eu estaria mais perto de Luan do que eu imaginava.

— Ai meu Deus! – Deitei para trás na cama de Nay.

— O que foi? – Ela perguntou.

— Vai ter uma festa hoje à noite, e parece que o Luan vai?! – Eu disse animada.

— Ah, é verdade. Eu fiquei sabendo.

— E não me contou por quê? – Perguntei sentando novamente.

— Esqueci. – Ela deu com os ombros.

— O que foi amiga?

— Não vou poder ir.

— Por que não?

— Hoje é aniversário da minha vó, e se eu quiser ir ao show amanhã, é melhor eu ir no jantar na casa dela hoje.

— Ah amor, não fica triste. É melhor ir ao show do que na festa, vai que ele nem está lá.

— É verdade.

— Mas amanhã, se Deus quiser, nós vamos ver ele!

— Vamos sim, mesmo que seja só em cima do palco.

— Já é suficiente! – Ver o seu ídolo em cima do palco, fazendo o que ele mais gosta de fazer é a maior alegria de uma fã. Participar desse espetáculo é fortalecer a chama que foi acesa no primeiro encontro, no primeiro momento em que seu coração o escolheu como dono. E essa chama é a força necessária para continuar lutando, e seguindo em frente, em busca do próximo encontro, da próxima vez em que suas mãos vão suarem, suas pernas tremerem, e seu coração disparar. E a emoção será tanta que irá escorrer pelos olhos, e ainda assim será o momento mais feliz da sua vida.

Acho que se eu não tivesse um ídolo, nunca poderia sentir sensações e sentimentos tão incríveis e tão intensos como sinto hoje. Ele encheu minha vida de luz, ele me fez querer viver, me fez querer sonhar. No pior momento da minha vida, ele estava lá, e seus olhos, seu sorriso, sua voz me deram forças para seguir em frente, força para suportar e superar os problemas, para não cair no primeiro obstáculo, e não conseguir mais continuar. Ele me fez sonhar e acreditar quando eu achei que não era mais possível, e eu devo muito a ele por isso. Mesmo que eu nunca chegue a conhecê-lo, só as coisas boas que ele trouxe para a minha vida somente por existir, já são suficientes para que eu seja feliz.

Passei o resto da tarde conversando com Nayara sobre o show, combinamos de nos encontrar na entrada do recinto, no dia seguinte. Meu pai foi me buscar na hora marcada, sem atrasos, era típico dele. Ele e Frederico sempre foram pontuais e mais objetivos, penso que esse meu jeito desligado tenha herdado da minha mãe. 

Meu pai concordou em levar eu e Roberta até a festa, ele tem sido mais maleável comigo depois da separação, e eu tento compensar a rejeição do Frederico.

Eu não havia levado muita roupa, não estava contando com essa festa. Então escolhi um jeans azul, uma blusa vermelha e um salto preto.

— Como eu estou? – Roberta me perguntou ao parar na porta do meu quarto. Ela estava usando um vestido curto preto com rosa, o que me fez achar a minha roupa bem sem graça.

— Está ótimo! – Eu disse.

— Vamos então?

— Vai indo na frente. – Dei uma última olhada no espelho, e peguei um brinco e uma pulseira de pedrinhas, era o máximo que eu podia fazer.

Meu pai já estava esperando no carro, quando entramos. Roberta foi dando as coordenadas para chegarmos até o local da festa.

— Você liga a hora que quiser ir embora, está bem? – Meu pai disse ao estacionar próximo à casa, já haviam várias pessoas paradas na frente, e a música era alta.

— Está bem. – Eu disse abrindo a porta do carro.

— Boa festa!

— Obrigada. – Me inclinei dando um beijo no rosto dele.

— Quem você conhece? – Perguntei para ela enquanto caminhávamos em direção a casa.

— Relaxa, vem comigo! – Segui Roberta até a frente da casa, ela fez uma ligação, e em poucos minutos dois rapazes apareceram lá fora.

— Que bom que você veio! – Disse o rapaz baixo e de cabelo curto, enquanto cumprimentava Roberta.

— Eu disse que viria. Essa é minha prima Luiza. – Olhei para ela sem entender, não gostava quando ela me chamava de prima.

— Prazer Luiza. Eu sou o Pedro, e esse é o Eduardo. – Cumprimentei os dois um pouco tímida. O outro rapaz era mais alto e loiro, parecia um pouco embriagado.

— Vamos entrar. – Disse Pedro abrindo espaço para que entrássemos.

A casa era enorme, e apesar da luz baixa, era possível ver várias pessoas ocupando a sala.

— O Pedro é sobrinho do dono da casa. – Disse Roberta no meu ouvido. Segurei o braço dela.

— Será que ele não pode nos ajudar a entrar no camarim? – Perguntei animada.

— Quem sabe não podemos dar um jeito! – Roberta piscou para mim. Me senti culpada por antes ter feito uma ideia errada de Roberta, ela estava sendo bem legal agora. Por outro lado, estava feliz, porque tudo estava dando certo, o momento que tanto sonhei, que passei noites em claro imaginando como seria, e que esperava ansiosamente há dois anos, finalmente estava chegando.

Roberta foi para o lado de Pedro, me deixando na companhia de Eduardo. Fiquei calada observando as pessoas da festa, todas pareciam se divertir, mas eu estava à procura de um rosto em especial. Não tinha certeza se ele viria, nem se conseguiria vê-lo, mas ter esperanças, de certa forma fazia com que eu me sentisse melhor. Avistei uma mulher loira encostada perto da onde estava sendo o bar, tinha quase certeza de que a conhecia. A observei por mais um tempo, e conclui que estava certa, ela era a backing vocal do Luan. Decidi ir até lá, me virei para avisar Roberta, e me assustei com a cena que vi, ela estava beijando Pedro.

— Percebeu que abaixaram a música? – Perguntou Eduardo. – Foi a polícia, parece que os vizinhos reclamaram. – Ele riu sozinho.

— Não tinha percebido. Já volto. — Caminhei até o bar fingindo que ia pegar uma bebida, parei ao lado de uma garota que havia acabado de pegar um copo com uma bebida vermelha, pedi o mesmo que ela, e fui para perto da mulher loira.

— Com licença, você é a Dayane, certo? – Perguntei um pouco envergonhada.

— Sou eu. – Ela disse sorrindo.

— Nossa, é tão bom conhecê-la! – Disse cumprimentando ela com um beijo no rosto. – Meu nome é Luiza, sou uma grande fã do Luan, e adoro o seu trabalho.

— É bom conhecê-la também Luiza! Você é daqui?

-Não, sou de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul.

— Legal, faz tempo que não vamos para lá.

— Quase dois anos.

— Nossa, o tempo passa rápido! – Assenti, apesar de não concordar. Para mim aqueles dois anos praticamente se arrastaram. Cada dia, cada segundo a mais longe do Luan parecia uma tortura.

— Achei estranho vocês não terem show marcado para hoje! – Comentei.

— O número de shows por mês diminuíram, e precisávamos resolver algumas coisas aqui hoje.

— Ah sim, entendi.

— Você está bebendo o que? – Ela me perguntou.

— Não faço ideia! – Admiti. Ela sorriu. Prestei atenção num pequeno tumulto no canto oposto da casa, próximo à entrada. – O que será que está havendo ali?

— Parece que o Luan chegou. – Ela disse também olhando para a pequena aglomeração de pessoas. Senti borboletas no estômago com aquelas palavras. – Vou ali falar com a Marla, foi um prazer conhecê-la Luiza. – Ela disse saindo, enquanto eu apenas assentia sem tirar os olhos do local onde Luan estaria. Até que eu finalmente o vi, meu coração disparou e minhas pernas começaram a tremer. Ele estava lá, lindo como sempre, com uma camiseta branca sobreposta por uma camisa xadrez verde, cercado por mulheres lindas. Sempre sonhei com o dia em que ficaria próxima ao Luan, mas nunca imaginei que ficaria congelada no lugar, sem ter nenhuma reação. A minha vontade era sair correndo e pular no pescoço dele, dizendo o quanto eu o amava e havia esperado por esse momento. Mas não queria bancar a louca, e acabar assustando-o.

Fui para perto de Roberta e Pedro, que ainda estavam se agarrando.

— O Luan chegou. – Disse para eles.

— Cadê? – Perguntou Roberta. Mostrei para ela o local a onde ele estava.

— Vai lá falar com ele! – Ela sugeriu.

— Eu não sei o que falar, tem muita gente perto dele. – Olhei para Luan ainda cercado por várias mulheres. Cada movimento dele era monitorado pelos meus olhos, e respondidos pelo meu coração. Percebi que ainda estava segurando o copo, olhei para aquele liquido vermelho e virei o copo na boca. Senti vontade de cuspir de volta assim que provei o gosto, fechei os olhos e deixei que a bebida descesse queimando minha garganta.

— Vem comigo! – Roberta saiu me puxando pelo braço em direção ao Luan.

— Não, depois eu vou lá falar com ele! – Protestei.

— Calma, só vamos passar por lá. – Fui com ela, estava ansiosa para vê-lo mais de perto, e à medida que ia se aproximando dele meu nervosismo aumentava. Quando finalmente estava perto o suficiente para poder tocá-lo, por uma fração de segundo senti seus olhos castanhos nos meus, minha respiração falhou e meu coração pareceu sair pela boca. Eu sonhava todas as noites com aqueles olhos, o dia em que eles finalmente iriam me enxergar, e por segundos que seja a sua atenção seria minha. Sem que eu pudesse prever, Roberta me empurrou, fazendo com que eu tropeçasse em cima de Luan, derramando quase toda a bebida do meu copo na sua camiseta branca. Fiquei olhando estática sem saber o que fazer, nem o que dizer. Luan olhava para sua camiseta, que agora estava com uma grande mancha vermelha, e em seguida olhou para mim, também sem dizer nada, ele parecia não estar acreditando no que havia acontecido.

— Olha por onde anda garota! – Disse uma das mulheres que estavam ao lado de Luan. Não me virei para olhá-la, continuava encarando-o em silencio.

— D… Desculpa. – Foi a única coisa que consegui dizer.

— Tudo bem. – Ele respondeu com a voz um pouco turva.

— Vem comigo na cozinha, que eu dou um jeito na sua camiseta Luan. – Disse outra mulher que também estava próxima a nós dois.

— Não precisa. Eu… Eu… — E saiu em direção ao outro cômodo da casa.

— Luiza me desculpa, eu nem pensei que pudesse derrubar bebida nele. – Disse Roberta.

— Preciso respirar um pouco. – Saí da casa, tentando não olhar para ninguém. A minha vontade era cavar um buraco na terra e enfiar a cabeça, para que ninguém mais pudesse me ver. Nunca havia passado tanta vergonha, e o que mais me torturava era com quem isso havia acontecido. Essa não era nem de perto a cena que sonhava para o dia em que finalmente chegasse perto de Luan. Eu havia feito tantos planos para essa viagem, mas agora tudo tinha se perdido. A essa altura ele provavelmente estava me achando louca, e eu entenderia se ele não quisesse mais me ver na sua frente. Fiquei um tempo observando o jardim, tentando segurar as lagrimas, até o momento em que não pude mais suportar, precisava ir embora antes que começasse a chorar no meio de tanta gente. 



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