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História Diário de uma fã (versão Luan Santana) - Capítulo quarenta e três


Escrita por: ThataBernachi

Capítulo 43 - Capítulo quarenta e três


Estava deitada na minha cama no sábado à noite lendo pela décima vez Amor impossível, possível amor. Era o dia do baile e a minha casa estava um caos. Eu havia inventado a desculpa de que não estava bem quando minha mãe tentou me convencer a ir. Não estava com ânimo para encarar de livre e espontânea vontade as pessoas da minha escola rindo de mim enquanto eu passava, assoviando e me chamando de namorada do Luan Santana. Eu estava aguentando tudo calada. Na verdade, estava sendo mais forte do que imaginava que pudesse ser. Mas eu sabia que essa força vinha de Luan, pois ele estava comigo e eu aguentaria qualquer coisa para ter o seu abraço.

Minha mãe bateu na porta do quarto entreaberta, e entrou em seguida.

— Tem certeza de que não quer ir?

— Tenho sim, não estou me sentindo muito bem.

— Quer que eu fique com você?

— Claro que não. Vai se divertir, é só um mal-estar. Eu vou ficar aqui lendo.

— Querida você já leu esse livro umas cinquenta vezes, o que tem de tão interessante?

— Gosto da história. – Dei com os ombros.

— E como eu estou? – Ela deu uma volta para que eu pudesse ver. Ela estava usando um vestido preto longo, com sandálias e os acessórios dourados, combinando com o seu cabelo loiro.

— Está fabulosa!

— Obrigada. – Ela sorriu. – Vem ver seu irmão e a Cristina, estão lindos. – Coloquei o livro de lado e desci até a sala com ela. Bortolotto estava sentado no sofá e Cristina em pé próxima a escada.

— Você está linda Cris. – Eu disse ao me aproximar. Ela usava um vestido azul royal até os joelhos e uma sandália preta. Seu cabelo que geralmente era bem liso, agora estava com várias ondas, que nós havíamos passado a tarde tentando fazer. E após muito trabalho e spray de cabelo, havia ficado ótimo.

— Obrigada Lu. Você não vai mesmo?

— Não mesmo. Cadê o Fred?

— Está lá embaixo se arrumando.

— Aquele lá é pior do que moça, desde pequena demora horas naquele cabelo. – Disse minha mãe.

— Não demoro tanto assim mãe! – Protestou Frederico aparecendo na escada. – E como eu estou?

— Está lindo filho.

— Fred você não deveria estar de terno? – Perguntei. Ele usava um jeans, uma camiseta branca e um blazer preto.

— Terno Luíza? Eu não vou me casar.

— Mas é mais formal, mais bonito.

— É mais careta, isso sim.

— Vamos então? – Disse Bortolotto se levantando do sofá.

— Tchau filha, qualquer coisa liga. – Disse minha mãe me dando um beijo no rosto.

— Está bem, divirtam-se. – Observei enquanto eles saíam fechando a porta e subi as escadas lentamente, me jogando novamente na cama. Luan havia mandado mensagem mais cedo, se lamentando por não poder me levar ao baile. Eu disse que não estava me importando, e era verdade. Afinal, eu havia aberto mão de ir para França por causa dele, um baile da escola não seria nada. Não que fosse sua culpa, era simplesmente eu que não conseguia me ver longe dele outra vez. Eu pensei muito em contá-lo sobre a carta do intercâmbio, mas pelo que o conheço, ele iria tentar me convencer a ir, pois sabia que era o meu sonho. Nunca conheci alguém tão altruísta quanto Luan, mas ele não deveria ter uma noção exata do quanto significava para mim. Na verdade, nem eu mesma sabia. Mas a única certeza que tinha era que aquele garoto era o meu maior sonho e estava se tornando a minha melhor realidade, do qual eu não queria abrir mão por viagem nenhuma.

Coloquei o livro de lado após algum tempo, não estava conseguindo prestar atenção em nada e estava lendo e relendo a mesma página há mais de vinte minutos. Há essa hora o baile já deveria estar pela metade. Fechei os olhos e deixei meus pensamentos vagarem. Eu e Luan passando despercebidos em um canto do salão, ele vestia os mesmos óculos fundo de garrafa e um chapéu preto. Riamos e conversávamos animados, entorpecidos pelo barulho da música alta. Então começa uma música diferente, uma versão desconhecida de Detalhes. Ele sorri, pega na minha mãe e me puxa até o meio do salão, me abraçando pela cintura, enquanto eu encosto a cabeça no seu peito. E como de costume tudo ao nosso redor desaparece, restando apenas nós dois e as batidas do meu coração, se sobrepondo àquela linda trilha sonora.

Abri os olhos e o desapontamento me invadiu. Ainda estava sozinha naquele quarto, que sempre me fora tão acolhedor, agora me parecia gélido e desconfortável. Precisava respirar, então peguei um casaco e sai de casa. As ruas pareciam combinar perfeitamente com meu estado de espírito, vazias e solitárias, como se estivessem adormecidas em um sono profundo. Mas ainda assim havia luz. E na minha vida essa luz tinha nome e sobrenome, se chamava Luan Santana, o meu ídolo e eterno amor.

Estava andando sem rumo, mas sem que percebesse minhas pernas começaram a me levar por um caminho muito conhecido. Não demorou muito para que a avistasse, junto com o grande movimento tomando todo o quarteirão e o som da música agitada se propagando pelo ar. Caminhei até a lateral, a onde não havia ninguém e fiquei ali parada, olhando por uma fresta da janela as pessoas dançando no lado de dentro. O salão estava lindo, toda a decoração que havíamos passado grande parte da semana fazendo, agora enfeitava as paredes, iluminadas por um grande globo de luz ao centro.

Não estava com vontade de entrar, queria apenas saber como era. Apenas observar como Guilherme fazia, sem pensar em nada. O que era impossível para mim. Porque mesmo pensando em nada, o nada se transformava nele, que para mim representava tudo. Estaria eu mesmo ficando doida? Doida de amores, doida de saudades, de encantos e desencantos. Já dizia Luan que de doido todo mundo tem um pouco. E se a minha loucura era amá-lo em cada gesto, ato, fala ou olhar. Até mesmo no seu silêncio tão cheio de palavras não pronunciadas, ainda assim completamente entendidas. Então eu estarei condenada à loucura eterna, do tipo que não tem cura, daquelas que te pega, te prende, te devasta e te condena. Exatamente como eu estava, arrebatada e sentenciada a viver e a morrer de amores por Luan.

— Não vai entrar? – Uma voz perguntou me assustando.

— Ah, Matheus. – Eu disse me virando rapidamente para olhá-lo. – Não, só estava dando uma olhada.

— Você disse que não queria vir.

— Por favor, não faz perguntas.

— Tudo bem.

— Eu já estava de saída mesmo.

— Não. – Ele segurou meu braço. – Fica um pouco aqui comigo.

— Você não deveria estar lá dentro?

— Aparentemente estou fugindo da minha acompanhante!

— Nossa, e o que ela fez para te afugentar assim?

— Longa história. E você como está?

— Bem. – Eu respondi colocando as mãos dentro dos bolsos do casaco.

— Que bom. Não tive mais oportunidades de conversar com você desde aquele dia. Na verdade, não tive a oportunidade de conversar direito com você desde que cheguei de Florianópolis.

— Claro que teve.

— Mas não para falar o que eu queria. – Ele disse se aproximando.

— E o que você queria falar? – Perguntei sem ter certeza se eu queria ouvir.

— Tantas coisas. – Ele disse levando a mão até o meu cabelo e o afastando do meu rosto enquanto se aproximava.

— O que você está fazendo Matheus? – Perguntei confusa dando um passo para trás.

— Será que você não percebe que eu ainda sou completamente apaixonado por você? – Ele perguntou indignado. Gelei com as palavras dele, não estava preparada para isso agora.

— Você sabe que as coisas mudaram, não sabe? – Perguntei calmamente.

— Mas não é possível que oito meses foram suficientes para você me esquecer?

— Matheus as coisas não foram desse jeito, e você sabe.

— Eu não sei de mais nada.

— Não sabe? – Perguntei já levemente irritada. – Acho que você deve fazer alguma ideia de quantas noites eu passei em claro chorando, sentindo a sua falta!

— Você sabe que não foi culpa minha.

— E você não podia pegar a droga do telefone e me ligar pelo menos?

— Isso você também não podia fazer?

— Eu esperei que você fizesse.

— E eu esperei o mesmo.

— E foi desse jeito que nos perdemos no caminho. – Eu disse me acalmando.

— Mas agora eu estou aqui, e nós podemos continuar de onde paramos.

— As coisas não são tão simples assim. Nada mais está como era antes.

— Eu estou.

— Mas eu não. – Ele abaixou a cabeça. Eu não gostava de ter que deixá-lo assim, mas precisava ser bastante franca com ele.

— Existe outra pessoa, não é? – Ele perguntou me olhando novamente.

— Talvez. – Respondi receosa.

— Aquela história que está correndo pela escola é verdade então. – Hesitei alguns segundos antes de responder e então percebi que não foi uma pergunta. – Eu sei que você não mente Luiza, pelo menos não dessa forma. Eu esperava que você desmentisse a história, mas como você não fez… – Ele parou de falar.

— Me desculpa. – Eu disse sem saber o que falar.

— A verdade é que eu sempre tive medo de te perder para ele.

— Como assim? – Perguntei confusa.

— Lembra quando te apoiava a ser fã dele? – Assenti. – Não gostava nenhum pouco daquilo, mas tinha medo de te pedir para escolher e a resposta não ser eu. – Ele disse olhando dentro dos meus olhos. Não consegui responder, pois eu sabia que mesmo há um ano atrás a minha escolha seria exatamente a mesma. Mais uma vez era ele, seria sempre ele. Matheus se aproximou novamente, colocando a mão no meu rosto. – Eu só espero que você seja feliz. – Ele disse baixinho.

— Obrigada, eu também te desejo o mesmo. – Então ele me abraçou.

— Matheus! – Uma voz chamou atrás de mim. Me virei para olhar, era Marion. – Eu estava te procurando. E o que você está fazendo com essa caipira? – Ela perguntou pegando na mão dele.

— Cala a boca Marion! – Ele disse se soltando e saindo em direção ao salão. Ela olhou para ele surpresa e então me lançou um olhar fulminante, saindo também. Se não fosse pelo fato de ter magoado os sentimentos de Matheus, até teria dado risada de Marion. Voltei para casa pensando em Luan. Há essa hora ele deveria estar iluminando alguma cidadezinha do interior com o seu carisma e o seu brilho. E realizando o sonho de mais uma dúzia de pessoas, que era abraçá-lo por meros segundos que fosse. Não me lembrava exatamente qual era a cidade, mas sabia que nesse momento ela estava comportando o meu coração e todos os sonhos que havia dentro dele.

 



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